30 de março de 2009

Preservativo: sim, não ou talvez?

Rios de tinta têm corrido nos últimos dias por causa das declarações proferidas em pleno voo a caminho dos Camarões por Bento XVI, em relação ao uso do preservativo e à Sida.
Devo confessar que aquilo que me causa mais estupefacção no meio de tudo é a falange de oponentes que depressa se formou e armou “de espadas e varapaus” para pedir a cabeça do Papa numa bandeja. Como se aquilo que ele disse não estivesse consagrado no pensamento e no Magistério eclesial.
Petições para que se retracte, ataques ferozes e exaltados, acusações múltiplas e outras tantas “barbaridades” se têm visto e ouvido sobre aquele episódio circunstancial de uma viagem que tinha tudo para ser histórica e carregada de esperança. Não que não tenha sido, claro! O Papa levou alento aos dois países visitados e de certa forma a todo o continente africano. Mas falar-se da viagem apenas por causa deste episódio é, no mínimo dos mínimos, muito redutor.
Revistas internacionais vêm acusar o Papa de distorcer provas científicas para afirmar a sua “tese”. Do mesmo modo, vários investigadores e estudiosos vêm defender publicamente o Pontífice com estudos que confirmam as declarações.
Afinal, em que ficamos? Claro que uns vão continuar a dizer “Sim! O preservativo previne a transmissão do HIV”. E outros vamos dizer “Isso não é a aposta certa. É preciso apostar na educação da sexualidade!”.
É na liberdade que cada um fará a opção. O Santo Padre e a Igreja continuaremos a defender a humanização da sexualidade – mesmo que alguns possam ter opiniões tolerantes em relação ao uso do preservativo – e uma grande franja da população mundial – a maior não duvido – vai mandar-nos “às favas” e continuará a pedir mais abertura...
Em relação ao Papa, dá a impressão que estamos diante de um grande julgamento mundial onde cada uma das partes vai apresentar provas para sair vencedor. Parece que diante do mundo está o homem – “Ecce Homo” – e é preciso gritar “Crucifica-o” ou “Liberta-o”. (Até parece que já vi este filme!).
E também não duvido do desfecho. Como outrora, ficaremos a “perder” e até seremos “crucificados”. Mas, nesse momento, venceremos!

Procissão Penitencial com gente de todas as idades




Centenas de cristãos de Braga
subiram à montanha do Bom Jesus


Centenas de cristãos de Braga subiram ontem de tarde à montanha, até ao santuário do Bom Jesus, para participar na Procissão Penitencial. Este «piedoso exercício», como lhe chamou o cónego Manuel Tinoco, teve gente de todas as idades e pretendeu «recordar as dores que Jesus sofreu no caminho do Calvário».
A procissão saiu da igreja de Santa Cruz, no centro da cidade, e seguiu pela Rua de S. Marcos, Avenida Central, Largo Senhora-a-Branca, Rua da Restauração, Avenida João XXI, Avenida João Paulo II, iniciando depois a subida da escadaria que conduziu os participantes até ao santuário do Bom Jesus, onde se celebrou missa, pelas 17h00.
Ainda na igreja de Santa Cruz, o capitular bracarense que é capelão do Bom Jesus, desafiou os presentes a fazerem a procissão como recordação das dores de Cristo a caminho do Calvário, mas também como manifestação da própria condição humana.
«Recordemos que, ao caminharmos em procissão, estamos a expressar a nossa condição de peregrinos para a pátria celeste», afirmou, destacando também a «união com Maria, a Senhora das Dores», que acompanhou sempre o caminho de Cristo.
Às centenas de cristãos de todas as idades que fizeram o percurso com cadência bem ritmada, o cónego Manuel Tinoco ainda exortou – com as palavras inspiradas da Escritura – que «aqueles que ouvirem a voz do Senhor, não fechem o coração» e respondam ao chamamento com coragem e confiança.
No caminho, o exercício penitencial ia alternando entre cânticos, reflexões, silêncios e, também, com o canto do terço. Os fiéis associaram-se aos diversos momentos e participaram apoiados com um pequeno guião que foi distribuído à saída de Santa Cruz.

Tradição para todas as idades
Entre os participantes havia gente de todas as idades e de diversos pontos da cidade de Braga e alguns até de fora. Também as motivações, ainda que assentes todas na base da fé cristã, variavam entre si.
Rosalina Oliveira, de S. Vicente, disse ao Diário do Minho que gosta de participar nas cerimónias, nesta altura do ano litúrgico. Além disso, «já é uma tradição».
Oriunda de S. Paio de Arcos, Maria Sousa destaca que «é importante realizarem-se procissões deste género para melhor se viver e celebrar a Semana Santa e a Páscoa».
Conceição Rodrigues confessa que já foi mais participativa nestas celebrações. «Estou a regressar de novo, depois de uma época em que estive mais afastada», afirma.
Com 47 anos, natural de Espinho, José Silva trabalha habitualmente fora de Braga e isso impossibilita-o de participar nas cerimónias da Quaresma e Semana Santa. «Sempre que posso, gosto de participar porque sou católico».
Desengane-se, todavia, aqueles que pensam que, dada a distância a percorrer (à volta de cinco quilómetros), apenas pessoas com facilidade de mobilidade participaram na Procissão Penitencial. Maria da Conceição Rodrigues, de 68 anos de idade, é um bom exemplo que mostra como a fé pode transpor montanhas. Apoiada em canadianas, não hesita em responder à pergunta se vai conseguir terminar a caminhada: «Sim, vou até ao fim, porque o Bom Jesus vai ajudar-me».
Entre os caminhantes, maioritariamente adultos, também se encontravam crianças, acompanhadas dos pais, e alguns jovens. João Silva, 9 anos, escuteiro em Dume, fez o percurso acompanhado com a mãe. «Gosto da procissão e gosto de vir com a minha mãe», confessou.
De Mire de Tibães estava uma delegação jovem. Joana Fernandes, 25 anos, Susana Pessoa, 20 anos, e Ana Rodrigues, 14 anos, marcaram presença na celebração com a tia. «Viemos porque somos católicas, mas também porque é um exercício físico que só faz bem».
A irmã Maria Cândida, da Santa Cruz, quis participar na celebração para se inserir e conhecer melhor as tradições da Quaresma e Semana Santa da cidade de Braga. Esta religiosa natural de Fátima afirma: «todos precisamos de penitência e de rezar mais».
Durante o percurso da procissão, a PSP colocou nove agentes com a finalidade de orientarem a circulação viária para que tudo corresse sem problemas. Na rotunda dos Peões, uma vez que terminava a área de intervenção da PSP, foi a vez de a GNR do Sameiro colocar cinco cabos que fizeram o restante percurso até ao Bom Jesus. Registe-se que a procissão decorreu sem qualquer incidente, mesmo tendo passado ao lado de um choque entre três viaturas.

Levar Cristo ao mundo




D. António Couto encerrou visita pastoral a Lomar

A mensagem do Bispo Auxiliar de Braga deixada ontem, na conclusão da visita pastoral à comunidade de S. Pedro de Lomar, foi incisiva para todos os cristãos daquela paróquia do arciprestado de Braga, particularmente para os 58 que receberam o Sacramento da Confirmação. «Não vos contenteis em guardar Cristo para vós», disse D. António Couto, para logo de seguida desafiar: «Levai Cristo ao mundo».
Ao grupo de pessoas, jovens e adultos, que recebeu o Crisma, o Bispo Auxiliar pediu compromisso e empenho no anúncio da Boa Nova ao mundo deste tempo, acompanhado de um «enamoramento» cada vez maior por Jesus Cristo. Durante a homilia, o prelado foi exortando que cada vez mais se vá conhecendo Jesus, no íntimo, no interior e não apenas no exterior.
Numa celebração de cerca de duas horas, houve tempo para D. António Couto reforçar a importância da Bíblia. Na Sagrada Escritura pode conhecer-se Jesus, mas também pela Sagrada Escritura se pode e deve anunciar Jesus. Por isso, é necessário primeiro conhecer a Bíblia e depois, a partir dela, falar de Cristo ao mundo.
Com D. António Couto estiveram, no presbitério, o padre Adérito Ribeiro e o padre António Mariz e, ainda o diácono permanente Lino Santos. A celebração foi animada pelo grupo coral paroquial e contou com a numerosa presença das crianças e adolescentes da catequese.
A celebração foi marcante e significativa para os presentes que encheram a igreja paroquial de Lomar. O grupo de 58 pessoas que recebeu o Sacramento da Confirmação teve oportunidade de, no momento de acção de graças, manifestar o seu contentamento e o seu agradecimento. «Obrigado por estarmos aqui e por confirmarmos a nossa fé» foram as palavras da mensagem encenada depois da comunhão.
De registar ainda, a entrega da Bíblia a uma família da comunidade, concretamente à família de Julieta Monteiro. A dinâmica da Bíblia na família já não é novidade, dentro do que tem sido as visitas pastorais às comunidades do arciprestado de Braga. Por isso, D. António Couto entregou em mão a Bíblia àquela família que agora, semana a semana, vai percorrer as casas dos cristãos de Lomar. A família de Brígida Correia é a próxima a receber, na Eucaristia dominical, a Bíblia.

Visita pastoral traz
novo alento à comunidade
No final da Eucaristia, o padre Adérito Ribeiro fez um balanço positivo da visita pastoral à paróquia de Lomar. Em concreto, «ficam desta visita as palavras cheias de sabedoria que D. António Couto proferiu», afirmou o pároco, que ressaltou o envolvimento de toda a comunidade nos dias da visita.
«O Bispo Auxiliar trouxe – afirmou o sacerdote – alegria, sinceridade e verdade na mensagem que comunicou e, por isso, estamos todos agradecidos».
Sobre a paróquia, o sacerdote fez saber que há o interesse de se construir um edifício destinado aos movimentos. Para isso, já existe terreno e projecto e, como tal, essa obra pode arrancar logo que existam as condições mínimas.
A paróquia de Lomar tem cerca de oito mil habitantes e uma geografia difícil: «tem quatro quilómetros de cumprimento e menos de um de largura», afirmou o pároco. Além disso, tem duas partes distintas: uma mais urbana e encostada à cidade e outra, mais rural e com outros tipo de problemas.
A visita a Lomar começou na sexta-feira com algumas visitas sectoriais. De tarde, o Bispo esteve com doentes e idosos, numa Eucaristia com a administração do Sacramento da Santa Unção. À noite, realizou-se a Assembleia Paroquial na qual marcaram presença os movimentos de apostolado e várias famílias.

29 de março de 2009

Alcoolismo juvenil deve entrar na agenda da Pastoral Familiar


Arcebispo de Braga pediu atenção à educação sexual


O Arcebispo de Braga defendeu ontem que o problema do aumento do consumo de álcool entre os jovens portugueses deve figurar na agenda de trabalho das equipas de Pastoral Familiar e também da Igreja. Do mesmo modo, para D. Jorge Ortiga a questão actual da educação sexual nas escolas merece por parte dos agentes que trabalham em prol da família atenção e discernimento.
O responsável máximo da Arquidiocese de Braga falava ontem numa reunião com os responsáveis dos movimentos ligados à Pastoral da Família e enumerou três âmbitos de acção em que essas associações podem e devem apostar. Os ataques à instituição familiar continuam de muitos lados, uns mais dissimulados que outros e, nessa linha, a Igreja deve dar uma resposta efectiva aos problemas reais das famílias.
As recentes notícias que dão conta do aumento significativo no consumo de álcool entre os jovens portugueses preocupam o prelado bracarense. Por isso, a questão deve ser olhada de frente e a Igreja não se pode alhear a esse problema.
A par deste, o também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa colocou os problemas que podem advir da aplicação da lei da educação sexual nas escolas concretamente da falta de qualidade de manuais que podem vir a ser utilizados na disciplina. «Tive oportunidade de olhar alguns livros que poderão ser usados na disciplina e o panorama não é muito animador», afirmou D. Jorge Ortiga.
Com uma carga horária mínima de 12 horas por ano lectivo nos ensinos básico e secundário, a educação sexual dos filhos é, para o Arcebispo de Braga, uma questão à qual os pais não se podem demitir, correndo-se o risco de os danos serem graves.
D. Jorge Ortiga apontou ainda o projecto que a Arquidiocese quer levar a cabo e que tem a ver com a construção da Casa Alavanca destinada a «levantar» aqueles que, por variados motivos, experimentam carências sociais. Destacando a necessidade de estar atento aos que sofrem privações e que, por dificuldades económicas próprias do tempo de crise, não têm uma vida condigna, o Arcebispo Primaz afirmou que a nova estrutura não se destina apenas à cidade de Braga, mas estará ao serviço de toda a Arquidiocese. Por isso mesmo é que uma parte do Contributo Penitencial deste ano se destina a essa causa.
Em jeito de balanço, D. Jorge Ortiga disse aos presentes que já foram feitas coisas boas para as famílias, particularmente durante o último triénio pastoral dedicado à família, como por exemplo a criação do CAFVida. Contudo, o caminho não está acabado e, por isso, é necessário continuar. «É a partir das famílias que a Igreja trabalha com as famílias», disse o Arcebispo.
Recordando o trabalho feito por leigos que viu durante os dias da recente visita a Angola, representando junto do Papa os bispos portugueses, D. Jorge Ortiga pediu um compromisso reforçado aos elementos da Pastoral Familiar da Arquidiocese.

Este ano não se celebra
Dia Arquidiocesano da Família
A reunião começou com uma oração/meditação orientada pelo assistente, padre Domingos Paulo Oliveira, que também deu conta do trabalho desenvolvido pelo CAFVida nos dois anos de existência. O também pároco da Sé e de S. João de Souto, com o cónego Manuel Joaquim Costa, referiu ainda o CAF de Ribeirão e falou das conversações que estão em curso para a criação destes centros em Guimarães e em Vila do Conde.
Nos assuntos abordados o destaque vai para a celebração do Dia Arquidiocesano da Família que este ano, por coincidir com a celebração dos 50 anos da inauguração do monumento a Cristo Rei, em Almada, não se vai realizar. A este respeito, o prelado pediu a mobilização de toda a Arquidiocese para participar numa celebração de alcance nacional, junto ao Rio Tejo, que vai decorrer no dia 17 de Maio, pelas 16h00, e que conta com a presença do cardeal José Saraiva Martins, como legado papal.
A VII Jornada da Família, que terá lugar no dia 16 de Maio, também está a ser preparada. “A família e a Palavra” é o tema deste ano, que se divide em duas vertentes: “A família em comunicação” e “A família formada pela Palavra”.
A reunião que decorreu no Centro Cultural e Pastoral da Arquidiocese serviu ainda para se apresentarem as actividades desenvolvidas pelas equipas de Pastoral Familiar, particularmente as dificuldades e os anseios.

26 de março de 2009

Carmelo do Bom Jesus aberto para celebração especial




Meia centena de pessoas
consagrou-se a Nossa Senhora



Meia centena de pessoas participou ontem, ao final da tarde, numa Eucaristia, na capela do Carmelo da Imaculada Conceição, no Bom Jesus, para assinalar o 25.º aniversário da consagração do mundo ao Imaculado Coração de Maria feita, em Roma, por João Paulo II.
A particularidade desta celebração, presidida pelo padre Miguel Ângelo Costa, foi precisamente o acto de consagração a Nossa Senhora, feito com as mesmas palavras que o Papa polaco usou em 1984, diante da imagem de Nossa Senhora do Rosário de Fátima.
Com a capela bem composta e em ambiente de profundo recolhimento, os presentes associaram-se às palavras de consagração proferidas pelo pároco de Tenões diante da imagem do Imaculado Coração de Maria e também se confiaram a Maria. «Não são só palavras – disse o sacerdote –, mas seja também a nossa vida, o nosso compromisso de cumprirmos cada vez mais a vontade de Deus».
«Maria vai ouvir-nos. Mais ainda: Ela pega-nos ao colo e leva-nos a Jesus e ao coração do Pai», rematou o padre Miguel Ângelo Costa.
A celebração contou com a animação musical do grupo coral de Santo Adrião e com a presença de elementos da Associação Casa da Irmã Lúcia, ligada ao Carmelo. A comunidade religiosa também se associou à celebração na qual o sacerdote exortou os presentes, à imagem de Maria, a «fazerem a vontade de Deus».
O também capelão do Hospital de São Marcos começou a Eucaristia ressaltando os motivos da festa: por um lado, a celebração litúrgica da Anunciação do Senhor, uma festa que «está relacionada com Jesus e também com Nossa Senhora», afirmou. Por outro lado, a evocação da consagração à Virgem Maria que fez João Paulo II há 25 anos, no Vaticano.
Na breve homilia, o sacerdote estabeleceu uma ligação entre a primeira leitura – que falava da profecia de uma Virgem que iria dar à luz um filho – e o Evangelho – que relatava a anunciação do anjo a Nossa Senhora. «O Evangelho de hoje (ontem) cumpre a profecia: Deus deixa de estar longe e torna-se próximo da humanidade», afirmou.
Apontando o papel relevante de Maria na História da Salvação, apontou-a também como a «mulher que soube fazer a vontade de Deus». Nessa linha, exortou a que a consagração a Maria seja «o compromisso pessoal de fazermos a vontade de Deus» e, com isso, «tornarmos o mundo diferente para melhor».
No final da homilia, durante o Credo, os presentes foram desafiados a ajoelhar às palavras “E incarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria”, como sinal de contemplação profunda do mistério da Incarnação de Cristo.

25 de março de 2009

Aborto, a realidade sem disfarce

Em que consiste realmente um aborto? Porquê aumentou vertiginosamente o número de abortos no mundo nos últimos meses? Que interesses existem por detrás desta promoção e o que é que podemos fazer?

Com o título “A vitória será da vida”, a Fundação EUK Mamie na Espanha apresenta uma nova produção que oferece respostas a algumas destas perguntas. Com um DVD que informa sobre a realidade do aborto, o tema é tratado com um tom positivo e cheio de esperança, à semelhança do tom com que o Servo de Deus, João Paulo II, escreveu a Encíclica "Evangelium vitae". De facto o título foi tomado dos números 25 e 26 deste documento: “A vitória será da vida […] Na realidade, não faltam prenúncios desta vitória.”

A responsável pela Televisão H.M., a Irmã Teresa Pérez do “Hogar de la Madre” disse que a ideia de lançar uma nova produção nasceu “ante a inquietante realidade de ameaça contra a vida humana não só em Espanha mas a nível mundial.”

Actualmente debate-se em Espanha a ampliação da lei do aborto, que no caso de ser aprovada será uma das leis abortivas mas radicais e violentas da Europa. Por esta razão, numerosos responsáveis de movimentos a favor da vida e da família quiseram participar no vídeo.

Realizaram-se mil cópias do DVD para distribuir de forma gratuita; também está disponível no site da Fundação: http://www.hogardelamadre.org ou www.eukmamie.org/index.php/television.

fonte: h2onews

Celeirós espera multidão para reviver Passos de Cristo

A comunidade paroquial de Celeirós, em Braga, celebra este domingo, a partir das 15h00, a já habitual Procissão dos Passos e espera receber milhares de pessoas para reviverem os últimos momentos da vida de Jesus Cristo. Segundo o pároco, padre Fernando Apolinário Marques, a paróquia está empenhada em mais uma edição da procissão que acontece, ininterruptamente, há 68 anos.
Para que esta manifestação de fé possa sair à rua, mais de 400 pessoas envolvem-se na dinamização. Para os quadros bíblicos relativos à Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo são precisas mais de 80 pessoas, os figurados são mais de 150 e, a juntar a todos estes, há ainda os escuteiros e as guias – quase uma centena – que se envolvem na organização. Finalmente há outras pessoas voluntárias para pegar nos andores, bandeiras, estandartes, lanternas e cruzes.
Segundo o sacerdote esta procissão, em Celeirós, tem vindo a crescer nos últimos anos, quer em relação às pessoas que envolve e mobiliza, quer em relação ao número de pessoas que nesse dia visitam Celeirós, quer ainda em relação ao tempo de duração – actualmente cerca de três horas.
Com o objectivo de reviver e recriar o mistério central da fé cristã – Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo –, esta celebração tem um cunho espiritual e litúrgico dentro da caminhada para a Páscoa. Assim, de modo a que a comunidade viva esse momento da melhor forma possível, realiza-se um tríduo preparatório que começa hoje e termina sábado.
Contactado pelo Diário do Minho, o padre Fernando Apolinário Marques disse que a procissão deste domingo tem nos três sermões os momentos mais significativos. O pregador volta a ser o padre João Alberto Correia, pároco de Frossos e professor de Bíblia na Faculdade de Teologia.
A par dos sermões, o sacerdote coloca a representação de alguns quadros bíblicos mais relevantes, como é o caso da entrada solene em Jerusalém, da Última Ceia, da traição no Horto das Oliveiras e da prisão, assim como o já tradicional encontro de Nossa Senhora das Dores com o Senhor dos Passos e, por fim, a crucifixão e a ressurreição de Jesus.
A procissão sai da igreja paroquial às 15h00 e termina no mesmo local pelas 18h00. Como intróito, no sábado à noite, às 21h00, realiza-se uma procissão de velas com o andor de Nossa Senhora das Dores desde a igreja paroquial até à capela do Senhor da Paciência. Durante esta semana há tempo para confissões e ainda Eucaristia às 20h00.

Padres de Braga criam bolsa para ajudar um estudante de teologia

O Conselho Arciprestal de Braga decidiu ontem, numa reunião que teve lugar no Centro Cultural e Pastoral da Arquidiocese, constituir uma bolsa de estudo para apoiar um estudante de teologia, seja ou não seminarista.
No mesmo encontro orientado pelo cónego Manuel Joaquim Costa, trocaram-se algumas ideias sobre a celebração dos 300 anos do Lausperene ao nível da Arquidiocese para que se possa, mais tarde, delinear um programa de actividades a desenvolver nesse âmbito.
Foi constituída uma equipa arciprestal, formada por pessoas das várias zonas pastorais, que fica encarregada da formação dos leitores. Também se agendou para a semana de 5 a 9 de Setembro, a II Semana Bíblica, entre as 21h00 e as 22h30, no Auditório Vita.
O passeio do Clero do arciprestado de Braga ficou marcado para o dia 14 de Julho.
Ficou também decidido contribuir com 1500 euros para celebrações da Quaresma e Solenidades da Semana Santa de Braga.
Na reunião foi referido o Simpósio Nacional de Acção Sócio-Caritativa da Igreja, que decorre na Fil (Lisboa), no dia 15 de Maio, assim como o Simpósio do Clero, que decorre em Fátima, de 1 a 4 de Setembro. Também a participação nas comemorações dos 50 anos do Monumento a Cristo Rei, em Almada, foi abordada.
O encontro serviu igualmente para apresentar o livro “Estatutos, normas e directrizes”, editado recentemente pela Arquidiocese de Braga, com a legislação actualizada.
Na reunião foi pedido aos presentes que façam o esforço de em todas as paróquias haver livros litúrgicos actualizados e dignos. A aposta na formação de catequistas e na preparação de pessoas adultas para o Baptismo foi outra ressalva apresentada. A próxima reunião ficou marcada para 26 de Maio.

24 de março de 2009

As "polémicas" afirmações papais ou "A polémica do latex"

Desmorona-se um mundo inteiro! O Papa disse que o preservativo não é solução para o problema da Sida. Percebo e tolero as opiniões oponentes. Mas é mentira o que disse o Papa?
Continue a ler o que encontrei num blogue que sigo:


Em entrevista ao National Review, Edward C. Green, diretor do Projeto de Pesquisa em Prevenção da AIDS da Universidade de Harvard, afirmou que as "controversas" afirmações feitas pelo Papa Bento XVI sobre o uso de preservativos estão corretas.

"O Papa está certo", disse "ou para ser mais preciso, as melhores evidências que temos confirmam as palavras do Papa". Ele destaca que "os preservativos têm-se provado ineficientes 'num nível populacional'".

"Existe," acrescenta Green "uma associação consistente demonstrada pelos nossos melhores estudos, incluindo as 'Pesquisas Demográficas de Saúde', financiadas pelos EUA, entre uma maior disponibilidade e uso de preservativos e uma taxa superior (não inferior) de infecção pelo HIV. Isto pode ocorrer devido em parte a um fenómeno conhecido como 'compensação de risco', o que significa que quando se utiliza uma 'tecnologia' de redução de risco, tais como preservativos, algumas vezes perde-se o benefício (redução de risco), por 'compensação', ou seja, por que passam a ocorrer mais oportunidades do que se teria sem a tecnologia de redução de risco".

Green acrescentou: "Também constatamos o que foi afirmado pelo Papa, a 'monogamia' é a única resposta positiva para a AIDS na África, ao contrário da 'abstinência'. A melhor e mais recente evidência empírica mostra que a redução de parceiros sexuais múltiplos e concorrentes é, isoladamente, a mais importante mudança de comportamento que pode ser associada com uma redução na taxa de infecção pelo HIV."

Green dá ainda notícias animadoras, o Papa não está só. "Mais e mais especialistas em AIDS estão aderindo a isto. Os dois países com a pior epidemia de HIV, Suazilândia e Botsuana, ambos lançaram campanhas para desencorajar parceiros múltiplos e concorrentes, e incentivar a fidelidade."

Um livro apresentado no site da sua unidade de pesquisa, em que Green aponta lições da luta contra a AIDS nos países em desenvolvimento, explica:
«As soluções médicas financiadas principalmente por grandes doadores têm tido um impacto pequeno na África, o continente mais duramente atingido pela AIDS. Ao contrário, é uma mudança de comportamento relativamente simples e de baixo custo - acentuando o crescimento da monogamia e o atraso da iniciação sexual entre os jovens - que têm resultado nos maiores avanços na luta contra a AIDS e na redução de sua extensão.»

20 de março de 2009

Atacar sazonalidade com encantos dos Gerês



“Caminhadas na Natureza”: que boa sugestão 

O município de Terras de Bouro quer combater a sazonalidade no concelho, particularmente na época balnear que se aproxima, com os encantos próprios do Gerês. As “Caminhadas na Natureza”, que começam este sábado e decorrem mensalmente, até Novembro, potenciam e reforçam os trilhos pedestres, além de proprocionar aos cidadãos actividade física, lazer e contacto com o património cultural, arquitectónico e ambiental de Terras de Bouro.

O primeiro evento desta iniciativa vai desenvolver-se pelo “Trilho dos Miradouros” e a partida acontece às 9h00, deste sábado, junto do posto de artesanato, à entrada do Gerês. Quatro horas é o tempo previsto para a duração deste percurso pedestre de pequena rota, de âmbito ecológico e paisagístico. Segundo os promotores, o trajecto apresenta um grau de dificuldade médio/elevado pelos relevos acidentados que possuiu.

Esta caminhada contempla a visita aos miradouros “Fraga Negra”, “Boneca”, “Mirante Velho”, “Mirante Novo” e “Penedo da Freira”.

A autarquia coloca à disposição dos caminheiros um percurso pré-definido para cada mês, sendo guiados por um monitor municipal e auxiliados de meios logísticos.

Com estas caminhadas o município também pretende assinalar diversas efemérides, como o Dia Mundial da Floresta, Dia Mundial dos Moinhos, Dia da Liberdade (25 de Abril), Dia Mundial dos Museus, Dia Mundial da Água, Dia Mundial do Ambiente, entre outros.

As inscrições para as “Caminhadas na Natureza” são gratuitas e podem ser efectuadas até ao início da actividade. Os interessados podem fazer a inscrição junto da Divisão Cultural do Município, pelo telefone 253350010, nos postos de turismo ou através do e-mail, ddsc@cm-terrasdebouro.pt.

De referir que as actividades são apoiadas pelo Instituto do Desporto, INATEL e Águas do Fastio.

Procissão dos Lírios na rua pela primeira vez em Braga

A Procissão dos Lírios sai à rua amanhã à noite, a partir das 21h30, com a finalidade de recriar o momento em que Jesus cruzou o olhar com a sua Mãe quando carregava a cruz para o Calvário. Com este espectáculo de rua, inédito em Braga, a comissão da Quaresma e Solenidades da Semana Santa pretende envolver os bracarenses e turistas que visitam a cidade, com um acontecimento de teor religioso, teatralizado, e que será para voltar a organizar nos anos seguintes.

Percorrendo algumas ruas do centro histórico de Braga, a Procissão dos Lírios, também chamada Procissão do Encontro, é um espectáculo teatral de rua que conta com a participação de 85 actores e figurantes e incorpora o andor de Nossa Senhora, ornado com lírios brancos, e o do Senhor dos Passos, ornado com lírios roxos.

Com estrutura, textos e organização original – uma criação do missionário passionista padre João Bezerra – a Procissão dos Lírios vai ser apresentada e interpretada pelo grupo “Gólgota”, de Santa Maria da Feira, e vai percorrer a Praça do Município, Rua Eça de Queirós, Praça Dr. José Salgado, Rua Dr. Justino Cruz, Rua do Souto, terminando no largo do Paço, com o aparecimento de uma figura que simboliza um anjo. 

Numa conferência de imprensa realizada ontem, o cónego Jorge Coutinho, acompanhado da vereadora Ana Paula Morais, do cónego José Paulo Abreu e de Gastão Sequeira, relevou o esforço que a comissão organizadora realiza para que a Semana Santa de Braga seja diferente e englobe quer os bracarenses, quer os turistas que visitam a cidade.

Também a vereadora responsável pelo Pelouro do Turismo sustentou que todo o programa celebrativo da Quaresma e Solenidades da Semana Santa é traçado com o objectivo de marcar a diferença bracarense. Daí que se faça uma aposta do ponto de vista cultural, concretamente com este espectáculo de rua e com variadas exposições.

Ana Paula Morais referiu particularmente a exposição itinerante “Semana Santa em Braga” que está patente no Centro Comercial Dolce Vita, em Coimbra, e no Amoreiras Shopping Center, em Lisboa.

Além disso, o Posto de Turismo de Braga, recebe uma exposição de pintura de Luís de Matos, intitulada “Eu Kristus”, patente entre os dias 23 de Março e 11 de Abril.

 

«Cruzes são monumentos

à glória de Deus»

Na mesma conferência, o vigário-geral da Arquidiocese de Braga deu conta de duas exposições, a realizar uma na Casa dos Crivos e outra na “Oficina da Sé” (Paularte), na Rua D. Frei Caetano Brandão. O cónego José Paulo Abreu afirmou que ambas «tocam o essencial da fé cristã: o mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo», além de considerar que «as cruzes são monumentos à glória de Deus».

Na Casa dos Crivos abre ao público, no dia 27 de Março, uma mostra de crucifixos intitulada “Por nós crucificado”, que estará patente até ao dia 19 de Abril. Nesta exposição, composta por 25 peças, os interessados poderão encontrar «algumas relíquias», a maior parte em marfim, ligadas ao mistério pascal de Cristo que provêm de alguns museus da cidade e também de espólios particulares.

“Por nós crucificado” pode ser visitada de segunda-feira a sexta-feira, das 10h00 às 12h00 e das 15h00 às 19h00 e, ainda, aos sábados entre as 15h00 e as 19h00.

Além desta, em colaboração com a Paularte, a comissão da Quaresma e Solenidades da Semana Santa promove, entre os dias 3 e 11 de Abril, uma exposição de cruzes paroquiais processionais denominada “A cruz que nos conduz”. Segundo o também director do Museu Pio XII esta mostra que estará patente na “Oficina da Sé”, vai recolher cruzes de diversas paróquias do arciprestado de Braga.

Os interessados podem ver algum do espólio de cruzes processionais que existe no arciprestado bracarense, entre as 9h30 e as 12h30 e entre as 14h30 e as 18h00, todos os dias, excepto o domingo, dia 5.

15 de março de 2009

Políticos e fraldas

Perante um cenário generalizado de falsidade, hipocrisia e mentira, em alguns casos de corrupção, que Portugal vai vivendo e vendo todos os dias ao nível da política, parece-me pertinente recordar e recuperar o sábio axioma de Eça de Queirós: «Os políticos são como as fraldas: têm de ser mudados frequentemente pelos mesmos motivos».
Com ar de verdade de “La Palice”, é frequentemente esquecida, não colocada em actos, nem cumprida no dia-a-dia.
Podíamos, a este respeito, evocar aqui muitos casos a nível nacional, mas bastar-nos-á alguns casos mais contextualizados.
Mesquita Machado, em Braga; António Magalhães, em Guimarães; Joaquim Barreto, em Cabeceiras de Basto, Mota e Silva, em Celorico de Basto; Fernando Reis, em Barcelos, Rui Solheiro, em Melgaço, Defensor Moura, em Viana do Castelo; Daniel Campelo, em Ponte de Lima; José Ribeiro, em Fafe; Mário Almeida, em Vila do Conde; José Manuel Carpinteira, em Vila Nova de Cerveira...
Estes “dinossauros” da política regional autárquica estão há vários mandatos a governar no Minho português.
Por isso, para que as actividades destes “ilustres” presidentes não dêem naquilo que resta para as fraldas dos bebés depois da digestão, é necessário uma política preventiva. Esta pode ter duas formas: primeiro, que os mesmos “ilustres” se dêem conta disso e se antecipem ou, então, que o Povo os ajude a dar conta da imundície.
Sabendo que a verdade queirosiana ainda perdura, convém que os eleitores digam a palavra importante que têm em todo este processo.
Se um qualquer desses candidatos teima em “empoleirar-se” – apesar de, com a obra feita, ir contribuindo para aumentar a carga das empresas que trabalham ao nível do saneamento e esgotos –, convém que o Povo recorde outra verdade: em democracia, o Povo é quem mais ordena!
Não duvido que, para bem de muitos, seja necessário “desempoleirar” alguns políticos.
E voltando à analogia inicial, recordemos que os bebés não escolhem se querem estar com fralda ou sem ela. Assim, também os políticos não se auto-elegem. Precisam de votos. Daí que, se é necessário os pais mudarem as fraldas aos filhos recém-nascidos, também é necessário os eleitores mudarem alguns políticos.
Se assim for, não se correrá o risco de o “cheiro” se tornar insuportável.

Acreditar em Deus: Sim ou Não?

“Milagre” junta na FacFil uma centena de pessoas

Um “milagre”. Assim foi definido o facto de ontem de tarde se terem reunido mais de cem pessoas para debater o tema “Acreditar em Deus. Porque Sim? Porque Não”, organizado conjuntamente pelo Portal Ateu e pela Faculdade de Filosofia de Braga, da Universidade Católica Portuguesa (UCP). Milagre porque juntou crentes e não crentes, porque se realizou numa faculdade católica e porque, numa tarde agradável de sábado, muitas foram as pessoas que marcaram presença.
Moderado por Pedro Morgado, médico e autor do blogue “Avenida Central”, o debate contou com a presença dos ateus militantes Ricardo Silvestre e Hélder Sanches e de Alfredo Dinis e Bernardo Motta, como representantes dos crentes.
Não houve vencedores nem vencidos até porque o objectivo não seria, de parte a parte, “converter” quem quer que fosse. No entanto, a opinião generalizada, quer durante quer no final da iniciativa, assenta no facto de ser como que um “milagre” conseguir sentar para debater pessoas crentes e não crentes, e ainda por cima com uma plateia numerosa, numa solarenga tarde de sábado.
Ricardo Silvestre começou por tentar desconstruir a ideia errada que se tem dos ateístas, muitas vezes considerados como monstros. Também Hélder Sanches, fundador do Portal Ateu, começou por acentuar que as pessoas vêm erradamente o ateísmo. Além disso, ambos elencaram algumas questões aos “opositores”, particularmente sobre a questão da imagem de Deus do Antigo Testamento e também da questão dos milagres.
Do outro lado da mesa, Bernardo Motta deu a conhecer algumas das razões e motivações para acreditar em Deus. Os testemunhos, a obra da criação, Jesus Cristo e a sua vida e obra e a tradição da Igreja são algumas das razões que levam o engenheiro a apresentar-se como cristão católico. «O cristianismo é coerente e revolucionário» afirmou, relevando que «sem razões para desconfiar, confio nos testemunhos dos Apóstolos e da Igreja».
Numa atitude mais crítica, Bernardo Motta identificou o ateísmo com um certo materialismo. Para os ateístas o real tem que ser material e logo o que não é matéria não existe. Por isso, atirou: «Nós não somos só matéria».
Por seu turno, Alfredo Dinis manifestou o carácter, de certo modo, invulgar da iniciativa. Depois disso, defendeu que «acreditar em Deus tem um base racional», mas também «uma base relacional».
Para o director da FacFil «a experiência religiosa de quem acredita baseia-se «na relação que tenho com os outros cristãos e com Deus», o que leva «a dar-lhes crédito».
O jesuíta defendeu que a imagem que tem de Deus «não tem nada a ver com a que muitos não crentes criticam», concretamente «um Deus cruel, sanguinário, hipócrita e polícia». Para Alfredo Dinis, Deus é Alguém que é a explicação última do universo, mas que respeita a autonomia e a liberdade dos seres criados.

Debate com temas-quentes

No final da apresentação dos oradores seguiu-se um período (longo) de debate. Os temas mais badalados foram os milagres, a leitura e a interpretação literal da Bíblia e a imagem de Deus, particularmente presente no Antigo Testamento. Mas questões ligadas aos direitos humanos, ao sofrimento, à não ordenação das mulheres e à moral tiveram tempo de antena.
Alfredo Dinis recusou a ideia defendida pelos “opositores” de que milagre tem de ser algo mirabolante e espectacular e acentuou o carácter mais natural e humano do milagre como sinal.
O jesuíta notou ainda que a tendência generalizada da Igreja é não reconhecer milagres.
Também Bernardo Motta defendeu que «o Cristianismo não pode viver sem a sua verdade fundamental – a ressurreição de Cristo – facto que não pode ser negado nem sequer pela ciência».
Elucidando e desmontando algumas ideias e preconceitos que olham o ateísmo com oposição às religiões, Hélder Santos esclareceu que «ateu é aquele que não acredita em qualquer Deus, não apenas no Deus cristão». Por isso, afirmou que «a questão de Deus não é essencial para uma pessoa ser boa ou má».

14 de março de 2009

Religião nas escolas sim, mas com outra denominação


O director-adjunto da Faculdade de Teologia-Braga, João Manuel Duque, defendeu anteontem que o ensino religioso deve ser mantido nas escolas públicas portuguesas e reconheceu que a designação da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC), apesar de compreensível e justificável, pode e deve ser alterada.

O docente da Universidade Católica Portuguesa (UCP) foi o convidado de uma conferência-debate intitulada “Ensino da religião: porquê?”, promovida pelo Departamento de Ciências Humanas e Sociais do Conservatório de Música da Calouste Gulbenkian com a colaboração do Agrupamento de Escolas de Lamaçães.

João Duque orientou a sua breve intervenção – o debate de ideias e as questões do público tiveram prevalência – na defesa da importância e, mais que isso, da necessidade do ensino religioso nas escolas, particularmente nas públicas, não deixando, contudo, de apontar alguns desleixos institucionais quer do Estado quer da Igreja Católica. 

No período de debate, o teólogo afirmou que o programa actual da EMRC dá relevância ao Cristianismo pelo peso histórico que daí advém para a cultura portuguesa. Sustentando o carácter justificável dessa predominância, defendeu, também, que o nome da disciplina pode perfeitamente ser alterado para outro mais global, como «ensino religioso» ou mesmo «ensino ético-religioso».

Já sobre a nomeação dos professores de Educação Moral e Religiosa Católica, afirmou que não deve ser o Estado fazê-lo, mas também não se pode demitir desse processo. Com esta discussão veio a debate o problema da formação desses mesmos professores. João Duque confessou que acredita que, «em Portugal, a Igreja Católica é a instituição que dá mais garantias», mas isso não significa monopólio nem exclusividade.

Para o orador, não é tarefa primeira do professor de EMRC andar a converter os não católicos em católicos, ou os não crentes em crentes. Ele deve assumir-se, mantendo a exigida neutralidade e, também, sem andar a fazer catequese nas aulas de religião.

Sobre uma alegada «teoria da conspiração para tirar poder de voz à Igreja» e às religiões em geral, João Duque sustentou que se vai assistindo a alguns ataques que visam «gastar a convicção religiosa das pessoas».

Interrogado sobre a existência de interesses políticos para que haja menos esclarecimento religioso, o conferencista, sem afirmar tal facto, considerou que essa é a ferida da sociedade actual, pelo menos da portuguesa. «Não acredito que haja estratégia para eliminar a capacidade crítica dos cidadãos, mas sinais como a abolição do ensino da Filosofia no Ensino Secundário são preocupantes».

João Duque considerou que a mudança de panorama em relação ao ensino religioso nas escolas não é tanto uma questão de ministério. «Partilho da célebre afirmação de que é mais benéfico para a escola não haver Ministério da Educação», afirmou. E atirou: «E cada vez mais me convenço disso».   

 

Ensino religioso não atenta à laicidade

A organização pretendia que fosse uma conferência-debate destinada a pais e encarregados de educação, particularmente da Escola EB 2,3 de Lamaçães, mas acabou quase por ser um debate entre cerca de três dezenas de professores.

As interpelações de João Duque basearam-se em quatro textos. O primeiro, de Vergílio Ferreira (“Do mundo original”), foi lido pelo teólogo numa perspectiva de conhecimento. Para o conferencista, «a abordagem da questão religiosa sob o prisma do mistério exige conhecimento».

Entrando no léxico do escritor português, o orador garantiu que o desenvolvimento do “sentido do mistério” é importante para o desenvolvimento gradual da pessoa e que, por seu turno, a perda do sentido do mistério leva à perda do entendimento da realidade como dom. 

A partir de Jürgen Habermas, o director-adjunto da Faculdade de Teologia-Braga reiterou a afirmação de que «não se pode compreender conceitos como moralidade, pessoa, individualidade, liberdade e emancipação sem a substância histórico-salvífica de origem judaico-cristã». Deste modo, a importância do ensino da religião liga-se também à questão dos valores, particularmente dos ocidentais.

Num texto de Alain Touraine (“Poderemos viver juntos?”), concretamente num capítulo dedicado à escola pública francesa da actualidade, João Duque compartilhou das ideias de que «o ensino religioso não é atentado à laicidade», mas que «o silêncio imposto sobre as realidades religiosas é que é um atentado inaceitável ao espírito da objectividade e da verdade de que a escola laica se reclama».

Para o também secretário da Comissão Episcopal da Doutrina da Fé e Ecumenismo, a «expulsão do ensino religioso das escolas é resultado de uma ideologia».

O último texto que serviu de base à conferência de João Duque é da autoria de Baptista Pereira, com o título “Modernidade e secularização”, e contém uma auto-crítica à própria religião. «A religião que não liberta é falsa» e «é ideológica toda a verdade que não dignifica», disse o conferencista, citando o docente da Universidade de Coimbra.

Saúde Mental: um problema para entrar na agenda

A Oportunidades-Associação Portuguesa de Prevenção e Apoio à Saúde Mental já tem terreno para a construção de uma Unidade de Saúde Mental Comunitária com várias valências de apoio a pessoas portadoras de patologias mentais. A nova estrutura vai surgir em Fontearcada, na Póvoa de Lanhoso, e ainda está a aguardar a resposta e o consentimento da Segurança Social.

A informação foi avançada por Carla Soares presidente da Oportunidades no encerramento da I Semana de Saúde Mental, que reuniu durante toda a semana, na Casa da Botica, Póvoa de Lanhoso, especialistas, técnicos de saúde e pacientes e que procurou, acima de tudo, dar maior visibilidade à questão da saúde mental com as diversas implicações que traz em si mesma.

A nova estrutura, que nascerá num espaço cedido pela Junta de Freguesia de Fontearcada, vai ter uma valência Infanto-Juvenil, um Fórum Sócio-Ocupacional, um Centro de Recursos para a Inclusão, Serviço de Apoio Domiciliário, Unidade de Média Duração e Empresas de Reinserção.

Sobre a Semana de Saúde Mental, a responsável disse que os objectivos delineados foram cumpridos e até superados. «Com esta semana quisemos dar visibilidade a este problema, que vai afectando cada vez mais pessoas e, também, envolver a sociedade civil», afirmou ao Diário do Minho, a presidente da Oportunidades.

Em jeito de balanço, Carla Soares deu conta da «intensidade» de toda a semana que decorreu praticamente sem intervalos. «Conseguimos falar e reflectir sobre as questões ligadas à saúde mental», e começar a perspectivar novos projectos que visem ajudar a população que sofre de patologias mentais. 

13 de março de 2009

Sábado da segunda semana



Tantas vezes me ausentei
procurando em atalhos
a felicidade verdadeira.

Iludido pensei que a encontrei
mas depressa constatei
que era pura falsidade.

Por terra caído
levanto-me confiante
e volto a Ti de novo.

Esperas-me de braços abertos – bem sei –
volte quando voltar, lá estarás
para me abraçar.

E não ficas por aí:
fazes festa comigo,
festa de encontro e acolhimento
festa de família,
porque és meu Pai
e eu serei sempre Teu filho.

Eis-me aqui sempre de novo.

Sexta-feira da segunda semana


Revelas abertamente
o Teu modo de viver
e dizes aos teus amigos
de que forma vais morrer.

Não é uma morte em vão
senão geradora de sentido,
e dás a possibilidade
de seguirmos, imitando.

Queres-me como Tu.

Por isso, dá-me Teu amor e graça
a Tua presença serena
e farei irradiar de mim
uma casa fraterna
para fazer festa conTigo.

A festa do Teu Reino.

12 de março de 2009

Quinta-feira da segunda semana


Preferes sempre os mais fracos
os mais carentes e necessitados
os que sofrem injustiças
os que vivem atribulados.

Eu queria amar os mais pequenos
servi-los e querê-los como Tu
queria gastar-me servindo-os
ocupando-me com eles.

Não me quero acomodado
puxa por mim, Senhor,
e faz-me atento e solícito.

Quero partilhar com todos
o que de graça vou recebendo
para cumprir a justiça do amor.

Cristãos devem imitar exemplo de São João de Deus



O Arcebispo de Braga destacou ontem, em Areias de Vilar, a actualidade da mensagem do santo fundador da Ordem Hospitaleira que, no seu tempo, foi considerado louco por se esquecer de si para se dar aos outros. Para D. Jorge Ortiga, os cristãos devem imitar essa “loucura” e o exemplo de vida de São João de Deus, particularmente neste tempo santo da Quaresma.
O prelado falava ontem, na igreja paroquial de Areias de Vilar, durante a celebração eucarística da solenidade de São João de Deus que aconteceu no passado domingo e, por causa disso, teve de ser transferida.
Diante de responsáveis, técnicos, pessoal médico e auxiliar e de dezenas de utentes da Casa de Saúde de São José,
D. Jorge Ortiga apontou a actualidade da vida e da mensagem de São João de Deus. Fazendo a ligação ao tempo litúrgico da Quaresma, o prelado defendeu a necessidade de, neste tempo, os cristãos «redescobrirem aquilo que é essencial», e de buscarem isso mesmo com todas as forças.
Na homilia, o também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa apontou, ainda, dois caminhos nos quais os cristãos podem ir descobrindo o que realmente conta e é importante na vida. Por um lado, ao nível do sentido da vida humana, é necessá-
rio entendê-la como serviço e doação voluntária aos outros e, por outro, ao nível da renúncia material, aspecto tido em conta na espiritualidade da Quaresma.
No final da Eucaristia, rea-lizou-se uma pequena procissão com a imagem de São João de Deus que foi transportada desde a igreja paroquial até à entrada da Casa de Saúde São José. Aí chegados, D. Jorge Ortiga procedeu à bênção final.
Antes da despedida, o padre José Manuel Machado, que é o capelão e coordenador da pastoral da saúde da instituição que trabalha na área da saúde mental, agradeceu a presença do Arcebispo Primaz e de todos os que acederam ao convite para participar na celebração.
Este sacerdote da Ordem Hospitaleira de São João de Deus disse, no final da Eucaristia, que a sua missão é «zelar pela dimensão espiritual dos utentes» e, em muitos casos, «pelas famílias». Para José Manuel Machado, «em muitos casos, as famílias precisam de mais apoio espiritual que os próprios utentes».
«A minha vida é esta casa de saúde» afirmou, referindo que é superior de uma pequena comunidade da qual fazem parte dois irmãos enfermeiros da Ordem Hospitaleira.

Nova unidade
de vida apoiada
Por seu turno, o director do estabelecimento declarou ao Diário do Minho que, este ano, a Casa de Saúde de São José vai criar o segundo edifício destinado à autonomização dos utentes. Segundo Luís Daniel Fernandes, essa nova unidade de vida apoiada é um caminho intermédio para a reinserção dos utentes que estejam em condições de regressar, na medida do possível, a uma vida social plena.
A Casa de Saúde de São José tem actualmente 215 utentes distribuídos por quatro unidades: duas de doença mental, uma de deficiência mental e uma de psicogeriatria.
A cumprir o terceiro mandato como responsável pela Instituição Particular de Segurança Social (IPSS) na área da saúde (são poucas como esta existentes em Portugal), Luís Fernandes garantiu que a instituição criada há 52 anos está a progredir e a crescer gra-
dualmente. «Este é um trabalho sério e contínuo, não de ninguém em particular, mas
de uma equipa», afirmou.

10 de março de 2009

Quarta-feira da segunda semana


Pedes-me que sirva
não forçado ou oprimido
mas fazendo do serviço
a minha norma de vida.

Sabes com certeza
a minha avidez de poder
e por isso recomendas
que sirva próximos e distantes.

Peço-te que me faças simples,
tira de mim a arrogância e o orgulho
ensina-me o amor.

Faz-me andar contigo
e na Tua presença
poderei viver como Tu.

Terça-feira da segunda semana



Deus Pai
conheces as minhas incoerências
porque faço o que não digo ou acho bem.

Sofres quando a minha vida
não é repleta de actos de amor,

Sofres quando Te celebro
e não vivo nem testemunho a celebração.

Sofres quando olho sem ver
o sofrimento do mundo.

Murmuras ao meu coração
que seja autêntico e verdadeiro,
fiel e leal.

Eis-me, Senhor,
para me transformares pelo amor.

Segunda-feira da segunda semana



Meu Deus
queria um coração terno e delicado
desejoso de amar a todos
pressentindo as suas necessidades
mesmo antes dos seus pedidos.

Meu Deus
queria que fosses meu mestre do amor
que me livrasses do egoísmo
que dificulta escutar os irmãos.

Meu Deus
queria amar sem julgar
dar sem pedir
oferecer sem passar recibo
entregar-me incondicionalmente,
queria aprender de Ti
amando até ao fim.

Meu Deus
sozinho nada posso
conTigo conseguirei.

Escola é algo mais que aulas e educação é mais que escola


Arcebispo de Braga encerrou Semana Aberta em São Caetano

A escola é sempre algo mais do que aulas e a educação é mais do que a escola. Esta é a principal conclusão que resultou da jornada de formação que decorreu ontem no Colégio São Caetano, em Braga, encerrada pelo Arcebispo de Braga, na presença de Manuel Lomba, presidente da União Distrital das Instituições Particulares de Solidariedade Social (UDIPSS), e do Irmão Andrés Corcuera, em representação do Provincial lassalista.
O dia de formação que reuniu no colégio bracarense especialistas e profissionais ligados à área da educação serviu também para assinalar a conclusão da Semana Aberta promovida pela instituição e para continuar a comemorar os 75 anos de presença em Portugal dos Irmãos La Salle.
D. Jorge Ortiga, que terminou ontem, em Fátima, o retiro da Conferência Episcopal Portuguesa, quis marcar presença na cerimónia de encerramento para manifestar o agradecimento à instituição por promover jornadas de formação sobre a educação na actualidade. Aos presentes, o responsável máximo da CEP disse ainda que «se a escola é algo mais do que as simples aulas, também a educação e algo mais do que a escola».
Para o prelado é importante que no processo educativo entrem outros elementos que não só a escola. «Também a família ou então instituições como esta dos Irmãos La Salle são fundamentais na educação das crianças e dos jovens». E foi mais adiante ao afirmar que «para uma educação integral, que quer formar homens e mulheres no verdadeiro sentido da palavra, é importante olhar o papel supletivo à missão da família e do Estado, que estas instituições desempenham».
Ressalvando que «ao nível da educação não pode haver totalitarismos», D. Jorge Ortiga felicitou os responsáveis do São Caetano pela solicitude que colocam na educação das crianças e dos jovens e pela promoção de iniciativas de carácter formativo, que pretendem buscar soluções novas para os muitos problemas que vão surgindo ao nível da educação.
Antes da intervenção do Arcebispo Primaz, o representante do Provincial lassalista, Andrés Corcuera fez um balanço geral do que foi a jornada de formação na qual se apresentou, em traços gerais, a base da pedagogia de La Salle em lares de educação não-formal. A este respeito ressalvou a inovação dos colégios que buscam soluções novas para os problemas que vão surgindo. Para este responsável, «na educação é preciso trabalhar em rede», já que, só desse modo, podem «ser referência para a sociedade».
Por sua vez, o presidente da União Distrital das Instituições Particulares de Solidariedade Social (UDIPSS), agradecendo a jornada de formação, pediu aos responsáveis do Colégio de São Caetano que mantenham a qualidade na educação ministrada aos seus utentes e que, se possível, possam até alargar as respostas sociais no distrito.
Em jeito de balanço, o irmão José Figueiredo disse que a jornada formativa trouxe novas pistas e novos caminhos para que aqueles que trabalham ao nível da educação possam fazer frente aos vários problemas e dilemas que vão surgindo.
O director interno do Colégio São Caetano destacou que a formação promovida quis abrir perspectivas e, por isso, trouxe para reflexão outros contextos quer nacionais que internacionais, concretamente em Espanha e Itália.
Na manhã de ontem, o Irmão José Cuesta, do Colégio La Salle de Palencia falou sobre “Educação não-formal e pedagogia lassalista”.
Além disso, porque a educação é prática, a manhã de ontem encerrou com um painel que quis olhar três contextos diferentes de educação não-formal. O Lar La Salle de Guadix (Andaluzia), o Bairro de Scampia (Nápoles) e o Lar “Mundos de Vida” (Famalicão) foram os contextos apresentados.
Iolanda Ribeiro da Universidade do Minho abriu a parte da tarde com a conferência “Relação empática entre professor-aluno”.

Promover relação empática
entre professores e alunos
Durante a tarde de ontem, algumas dezenas de profissionais ligados à área da educação ouviram Luísa Vieira, do Colégio La Salle de Barcelos, dizer que a educação é uma tarefa difícil e apaixonante. No painel “Experiências pedagógicas entre professor-aluno”, a docente falou do paradigma alternativo que é a «educação cooperativa» que valoriza a reciprocidade no plano educativo e promove a relação entre educadores e educandos.
Para Luísa Vieira é fundamental que a pedagogia seja empática e que haja proximidade entre professores e alunos. Esta metodologia inspirada em São João Baptista de La Salle procura promover o lado positivo dos alunos.
Joana Garrido apresentou, de seguida, o seu testemunho sobre os cinco anos que passou entre os lassalistas em Barcelos. «Foram anos marcantes e decisivos para a pessoa que sou hoje», afirmou. A actual médica veterinária reconheceu que no colégio La Salle a educação é personalizada e vive-se um clima de familiaridade.
Por seu turno, Bruno Figueiredo destacou a importância da existência de várias actividades extra-curriculares nos colégios dos irmãos La Salle. Particularmente, este aluno do 11.º ano falou dos grupos cristãos que permitem criar empatia não só com outros alunos mas particularmente com os professores.

foto: António Silva/DM

6 de março de 2009

Segundo Domingo da Quaresma




Diante dos Teus amigos, Jesus,
transfiguras-Te
e conTigo eles se transformam.

Tornam-se pessoas novas, renovadas
mais autênticas e fiéis
mais sinceras e amorosas.

Em contacto com a Tua amizade
embebido da Tua presença
quero tornar-me totalmente novo

abandono o negativo
deixo rotinas sem sentido
e vivo mais optimista.

Tu inspiras a minha vida
no silêncio do encontro
onde a contemplação da Tua imagem e glória
vale por todas as palavras.


foto aqui

Sábado da primeira semana



Sabes, Senhor,
os enganos que teço no coração
as vezes que selecciono pessoas
amando as que quero
e rejeitando as outras.

À lei do amor aos amigos
Tu anexas a do amor aos inimigos.

Isso é exigente
custa-me aceitar
custa-me perdoar.

Ajuda-me a usar de misericórdia
a ser clemente e compassivo como Tu.

Ensina-me a tolerância,
faz-me compreensivo
para desculpar as ofensas.

Eu queria amar como Tu
mas não consigo e não sei.
Usa com ternura
a Tua pedagogia em mim.

Semana Santa de Famalicão alia tradição com novidade



As celebrações da Semana Santa de Vila Nova de Famalicão aliam, este ano, a tradição com a novidade. Esta é, pelo menos, a vontade dos responsáveis da Confraria das Santas Chagas e da paróquia de Santo Adrião, que promovem diversas iniciativas religiosas e culturais para atrair, em primeiro lugar, os famalicenses e só depois pensar no turismo.
A aliança entre a tradição e a novidade será feita nas diversas celebrações previstas com uma conexão e comunhão à temática pastoral da Arquidiocese de Braga e à celebração do Ano Paulino. Na linha do que se fez em anos anteriores, como no triénio dedicado à família, confraria e paróquia estão empenhadas em reviver as tradições da Quaresma, Semana Santa e Páscoa com o enriquecimento e com a novidade que advém dos temas e planos pastorais, concretamente a Palavra de Deus e a figura de São Paulo.
O juiz da Confraria das Santas Chagas afirmou, na conferência de imprensa para a apresentação do cartaz das celebrações deste ano, que o objectivo primordial desta organização é levar as pessoas a viver da melhor forma possível a Quaresma e as tradições que envolvem a Semana Santa e a Páscoa. José Pedro Sousa garantiu aos jornalistas que tudo está a ser feito para que as pessoas possam participar activamente nas celebrações, e para tal poderá vir a ser elaborado um prospecto para entregar às pessoas que, nas ruas da cidade, assistem às procissões nocturnas.
Nesta mesma linha, o padre Francisco Carreira, pároco, com o padre Paulino Carvalho, de Santo Adrião, Brufe e Cavalões, defendeu que, em primeiro lugar, pretende-se mobilizar e motivar as pessoas da cidade de Famalicão, concretamente os paroquianos e só depois se poderá pensar em questões turísticas e no que fazer, em vários âmbitos, para chamar visitantes à cidade.
Com a finalidade de potenciar uma melhor vivência das celebrações relativas aos últimos passos de Cristo, José Pedro Sousa disse também que a comissão organizadora vai advertir os moradores do centro da cidade para que coloquem colchas ou motivos decorativos nas janelas das suas casas. «Como no Natal se embelezam as ruas, também neste tempo, em que se prepara e comemora a Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo, era importante pôr a cidade mais bonita», revelou o juiz da Confraria das Santas Chagas, que reconheceu neste âmbito «a palavra importante» que tem a autarquia.
Além do apoio da Câmara, os organizadores contam com os patrocínios da Junta de Freguesia, da Associação Comercial de Famalicão e Gestor Urbano. O padre Adelino Costa, a Artave, o Orfeão Famalicense, os coros paroquiais, os escuteiros, as guias, a catequese, as confrarias, as forças de segurança e os bombeiros figuram igualmente na lista dos colaboradores das diversas iniciativas programadas.
Sobre os bombeiros, e respondendo à questão de um jornalista sobre a participação das duas corporações da cidade nas procissões, José Pedro Sousa garantiu que ambas foram convidadas e que depende apenas dos responsáveis de cada uma decidir participar ou não. «Não sabemos ainda se teremos uma, duas ou nenhuma, mas nós convidámos as duas», frisou, dando nota que com a comissão organizadora «a questão está sanada», tendo sido feita, inclusivamente, uma reunião entre todas as partes. «O combinado, até ao momento, é que uma participe na Quinta-feira [Santa] e outra na Sexta», rematou o juiz da confraria.

Arcebispo e Bispo Auxiliar presidem às procissões
Com um orçamento na ordem dos cinco mil euros, a Semana Santa em Famalicão não difere das iniciativas de anos anteriores. Assim, do ponto de vista das celebrações religiosas, o destaque vai para a procissão do “Ecce Homo”, na Quinta-feira Santa, presidida pelo Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, e para a procissão do Enterro do Senhor, na Sexta-feira Santa, presidida por D. António Couto. Estes dois dias ficam ainda marcados pela Missa da Ceia do Senhor com a cerimónia do Lava-pés, na antiga igreja matriz, às 18h30 de quinta-feira, e com a celebração da Paixão e Morte do Senhor, na mesma igreja, às 15h00 do dia seguinte.
Todavia, a chamada “Semana Maior” começa no dia 5 de Abril, com a bênção dos ramos, na antiga igreja matriz, às 9h30, seguida de procissão para a nova matriz onde haverá Eucaristia às 10h30.
Antes do Domingo de Ramos, acontecerá a Via-sacra, no dia 3 de Abril, com saída da antiga matriz às 21h30, para percorrer as principais artérias da cidade.
No Sábado Santo, às 21h00, começa a Vigília Pascal na matriz nova e, no Domingo de Páscoa, como habitualmente, a visita pascal sai à rua com 20 compassos, a partir das 9h00. Para as 12h30 está prevista a conclusão da visita com a Eucaristia, que terá lugar na igreja matriz nova, às 12h30.
Do ponto de vista cultural, o cartaz da Semana Santa de Vila Nova de Famalicão fica completo com dois concertos: o primeiro, no dia 2 de Abril, às 21h30, pela orquestra Artemave, na antiga igreja matriz, e o segundo, da responsabilidade da Câmara Municipal, a realizar na Casa das Artes.

5 de março de 2009

Sexta-feira da primeira semana



A minha vida conTigo, enche-se de alegria
Pois arrancas a minha mesquinhez
Curas o meu pecado
E dás-me um coração novo
Humilhado e contrito.

Convidas-me a perdoar
E limpas o meu ódio e indiferença
Que me faz quebrar relações.

Faz-me viver perdoando
Na certeza de que o meu perdão aos outros
É sempre menor que o Teu perdão para mim.

Ajuda-me a ser tolerante
A não excluir ninguém
E a gerar um novo mundo
Pautado pela fraternidade.

Nota Bene.

As quatro últimas entradas fazem parte de uma reportagem publicada no Jornal Diário do Minho, na edição de 2 de Março.

Devem ser lidas por ordem de colocação, ou seja de baixo para cima

Utentes do lar são a razão de ser da instituição


Seja qual for a situação familiar, o contexto e a história de vida, os utentes do lar da Oficina de S. José de Braga são a razão de ser da instituição e das cerca de trinta pessoas que diariamente trabalham na educação dos menores acolhidos.
Quer os actuais jovens quer os mais antigos utentes que por lá passaram são unânimes a defender os aspectos positivos da estadia na casa. Destacam – nos testemunhos apresentados nesta e nas seguintes páginas – bons momentos passados em família, as brincadeiras e o apoio e carinho que sempre receberam dos educadores.
A juntar a tudo isto deve acrescentar-se o facto relevante de existir a preocupação por parte dos responsáveis superiores de arranjar, na medida do possível, um ofício, um emprego, para que, ao sair da instituição, cada jovem esteja integrado social e profissionalmente.
Na opinião dos antigos utentes, principalmente, vai sendo notada a reclamação de criar boas condições para as actuais crianças e jovens. Essas melhores condições poderão passar pelo restauro do actual edifício ou pela construção de raiz de uma nova infra-estrutura.
«Revelou-se o melhor para mim»
Avelino Rodrigues é o mais velho de quatro irmãos que estão na Oficina de São José. Há cinco anos atrás, depois de ter fugido de uma outra instituição, o jovem natural de Vila Verde foi colocado na Oficina de S. José, desta vez com três irmãos, o Carlos, o João e o Manuel.
«Queria ter ficado com a minha família e não queria vir para a Oficina de S. José», confessou o jovem de 18 anos, destacando que os primeiros tempos foram difíceis.
Volvidos pouco mais de cinco anos desde a entrada, Avelino Rodrigues é peremptório a afirmar que «afinal a Oficina de S. José revelou-se o melhor para mim e para os meus irmãos».
À pergunta para que escolha o melhor momento passado responde que foi conhecer novas pessoas. Reconhece que umas o marcaram mais que outras, quer pela positiva quer pela negativa.
Sobre o futuro, não tem muitas dúvidas: «quero tirar o curso de mecânica». E continuou: «porque é um sonho e acredito que os superiores vão fazer tudo para que isso se concretize, já que eles só querem o nosso melhor».

«Não perdi nada e ganhei muitas coisas»
Francisco Vieira é actualmente funcionário do Diário do Minho e além de ser antigo utente da Oficina de S. José também trabalha na Gráfica da instituição.
Órfão de mãe desde o parto, entrou com sete anos e foi preciso chegar a poucos dias dos 18 anos para sair da Oficina. «Os tempos eram outros, não como os de hoje, e eram muito difíceis» afirma, revelando que a sua saída aconteceu à rebelia dos responsáveis.
«Naquele tempo não tínhamos liberdade nem não saíamos sozinhos», conta, destacando o positivo que foi a estadia na Oficina, particularmente a participação nas actividades da Mocidade Portuguesa e na banda de música.
Reconhecido à instituição, Francisco Vieira, casado e pai de dois filhos valoriza o facto de ter aprendido uma arte, na qual foi progredindo, e de ter formado uma escala de valores apoiada em princípios éticos e morais.
«Na Oficina de S. José não perdi nada e ganhei muitas coisas», afirmou, apontando que no futuro, «é necessário criar as condições necessárias para as crianças e para os jovens».

«Vou pensando que tenho de dar lugar a outros»
António João Rodrigues é o mais velho utente da actualidade e também o que tem mais anos de presença na instituição. Tem 24 anos e entrou com sete na Oficina de S. José.
Em conversa, recorda ainda como foi o dia da entrada, principalmente o quanto chorou. «A polícia foi buscar-me à escola porque não tinha condições para estar em minha casa com a minha família», disse o jovem que é natural de Sequeira, Braga.
Olhando desde já o futuro, António Rodrigues, apesar de se sentir bem, vai pensando que tem de «dar lugar a outros», já que não vai ficar para sempre.
Salientou a boa educação que recebeu e o facto de já estar a trabalhar como carpinteiro, o que é uma segurança para o futuro.
Ao longo dos 17 anos de presença na Oficina de S. José recorda muita gente nova que conheceu, anotando que ninguém em especial o marcou. Não que isso seja algo de negativo, mas porque, segundo o jovem, «todos os que conheci aqui dentro sempre me ajudaram e procuraram o meu bem».

«Estou muito bem e gosto do que faço»
Abílio de Jesus Carvalho, é antigo aluno da Oficina de S. José e actual empregado da Gráfica. Deficiente auditivo, entrou na instituição com apenas cinco anos e esteve no internato até atingir a maioridade.
«O que mais me custou foi estar longe da minha família», revelou Abílio Carvalho sobre o tempo passado na instituição. Fazendo um esforço de memória, o jovem refere que «foi um tempo bom», especialmente «as festas e as amizades».
Ressalve-se que este caso complexo é a prova de que os dirigentes da instituição não voltam as costas às dificuldades e procuram mesmo uma solução profissional para os jovens.
Foi nesse sentido que desde muito cedo este menor institucionalizado frequentou a Associação de Pais e Educadores de Crianças Deficientes Auditivas (APECDA). Com esta entrada, pretendeu a Oficina de S. José que o utente inicia-se a aprendizagem de artes gráficas com a finalidade de uma futura integração na Gráfica ligada à instituição.
É, como tal, compreensível que Abílio Carvalho destaque a grande ajuda que foi a Oficina de S. José. E sobre o trabalho na Gráfica é assertivo: «Estou muito bem e gosto do que faço», concluiu.

«Empenhei-me porque sabia ter capacidade»
Joaquim Luís Coito, 30 anos, é também antigo aluno e actual encarregado da encadernação na Gráfica da Oficina de S. José. Natural de Famalicão, esteve na instituição com um irmão mais velho entre 1992 a 1997.
«A instituição serviu-me para muita coisa e logo nos primeiros tempos vim trabalhar para a tipografia; só mais tarde estudei dois anos de noite», frisou.
Lembra, ainda, o dia que entrou na instituição. «Quando soube que ia sair de casa disse logo que não queria, mas quando cheguei à Oficina fiquei, já que era ali que tinha de estar», afirmou.
O responsável da encadernação da Gráfica confessa: «desde sempre empenhei-me porque sabia ter capacidade para chegar longe».
Joaquim Luís Coito deseja que a Oficina de S. José «seja cada vez melhor no serviço que presta e crie melhores condições físicas, renovando a actual casa ou construindo uma nova».
Este famalicense lembra, por fim, que instituições como esta têm um «papel fundamental na sociedade», mas todas deveriam apostar mais num «tratamento personalizado» dos institucionalizados.

«Fiz-me homem na Oficina de S. José»
Com 94 anos e com o título de mais antigo utente da Oficina de S. José vivo, Mário Gonçalves afirma: «fiz-me homem na Oficina de S. José».
Na Oficina, aprendeu o ofício de uma vida: alfaiate. Primeiro como aprendiz, depois como mestre, ensinou a arte a centenas de alunos até 1970, data em que recebeu uma «proposta mais vantajosa» para ir trabalhar na Casa dos Rapazes de Luanda (Angola).
Desfiando episódios, como quem desfia as "contas" de um rosário, Mário Gonçalves recordou «a vida dura daquele tempo», mas ressalvou que na Oficina de S. José se fez homem. «Conheci centenas de alunos e dezenas de educadores e directores», disse, apontando que entrou na instituição «a zero» e de lá saiu «mestre».
Ao ofício de alfaiate, a direcção da banda de música que assumiu até à saída.
Casado em 1943, pai de quatro filhos, Mário Gonçalves acredita que não sabe o que teria sido a sua vida sem a Oficina de S. José, já que o pai «não quis saber» dele e apenas uma tia mostrava alguma simpatia.
Em relação ao presente da instituição, este antigo utente espera «que todos sejam felizes» e que «aproveitem o tempo que passam na instituição».

[A propósito da solenidade de Cristo Rei]

  “Talvez eu não me tenha explicado bem. Ou não entendestes.” Não penseis no futuro. No último dia já estará tudo decidido. Tudo se joga nes...