30 de abril de 2009

Separação




Querer-te mal, porquê? Foste quem eras!
Um corpo gentil e perfeito
Que se moldava ao meu
A qualquer modo e jeito,
No bosque de todos os sonhos.

Que culpa tinhas tu quando esperavas
O lugar prometido no meu peito
E sais da vida e do meu leito
Com a simplicidade que chegavas.

A culpa tenho-a eu
Porque fui triste
Ao desejar no alto do meu sonho
Abraçar o bem que não existe.

Fui essa coisa fútil e complicada
Não me encontrando onde pensava
E encontrando-me onde não há nada.

inédito José António Carneiro

Noite UP’S tem inscrições abertas


Dia 22 de Maio, de Tibães ao Sameiro

Pelo terceiro ano consecutivo realiza-se, em Braga, a Noite UP’S – Upa para o Sameiro, que se realiza a 22 de Maio, a partir das 21h30. Os interessados já podem fazer a inscrição para mais uma caminhada nocturna de Tibães ao Sameiro, apelidada “Uma directa com Deus”.
Segundo uma nota enviada pelos organizadores, as inscrições estão abertas a todos os interessados com mais de 16 anos. Os que quiserem participar nesta caminhada que sai do Mosteiro de Tibães, pelas 21h30, podem fazer a sua inscrição pelo e-mail noiteups2009@gmail.com, ou preenchendo a ficha de inscrição e deixando-a no Centro Cultural e Pastoral da Arquidiocese, na Rua de S. Domingos, em Braga.
A iniciativa é organizada pelo Grupo “Peregrinos”, que dá conta que o site www.noite-ups.blogspot.com contém informações actualizadas sobre a iniciativa. Além disso, os interessados podem ainda ver o vídeo promocional da noite em http://www.youtube.com/watch?v=5KyTvx2cRrM.
A iniciativa tem congregado centenas de jovens nas edições anteriores e os promotores desafiam mais jovens a participar na criativa caminhada que termina com o pequeno almoço servido junto à basílica do Sameiro.
Recorde-se que a inscrição tem o valor de quatro euros, incluíndo o transporte de regresso ao mosteiro.
O programa da noite tem lugar de destaque para o Banquete eucarístico, às 23h00. Além disso, estão previstos vários momentos de interesse: 2000 anos barreiras (00h45), Trust me (02h00), Blog do Paulo (03h00), Parar para arrancar (04h30), Pit Stop (05h45) e Meta (08h00).

29 de abril de 2009

Nos caminhos da solidariedade


Buscando razões para a vida
Deparei-me com o imenso
De grotescos atentados…

Tanto sangue, tanta lágrima

Vi escorrer, adormecido,

Entrei num tormento
De um velho a sofrer.

Os gritos, desvarios exuberantes
De mulheres maltratadas, encontrei
E, sofrendo como elas, me escondi
Envergonhado e inerte.

Um mundo paralisado
Sem garra e sem vida,
Qual cadáver,
Deambula, tranquilo, despreocupado.

Felizmente, a esperança nunca morre

Quando pomos bem atentos os ouvidos
E agimos solidários, pela Palavra.

Porque fazemos a vida de palavras
Transformadas em acção, acreditei
Na Palavra, excelente, do Meu Deus:

“Amai como Eu vos amei!”.


inédito José António Carneiro
foto tirada daqui

«Homossexualidade revela imaturidade afectiva»


Padre Vasco Pinto de Magalhães falou ao Clero de Braga

O padre Vasco Pinto de Magalhães defendeu ontem, em Braga, que a «homossexualidade revela imaturidade afectiva» e não é mais que «uma dificuldade de identificação com a complementaridade». O jesuíta falava ao presbitério bracarense, em mais uma Jornada de Formação do Clero, que teve uma particular incidência na celebração do Ano Paulino, com a visita à exposição de Ilda David’ e com a leitura da Carta de S. Paulo aos Gálatas.
A partir do tema “Relação interpessoal. Da liberdade à libertação”, o padre Vasco Pinto de Magalhães dividiu a sua apresentação em três pontos, desenvolvidos em três tempos de intervenção, entre a manhã e a tarde. Foi a terminar o segundo momento que o sacerdote, ao falar das patologias das relações interpessoais, aflorou a questão da homossexualidade, referindo que, antes de mais, esta se liga à questão da educação e que é um «problema de imaturidade e de não desenvolvimento saudável da afectividade».
Para o jesuíta, a homossexualidade tem a ver com a «dificuldade de superação da síndrome de Narciso», ligada à fase dos sete anos de vida da criança. «A síndrome de Narciso é uma excessiva fixação na fase pré-adolescente, em que a criança se procura a si mesma, e, se mais tarde, não supera isso, com a descoberta da complementaridade, está lançada a base para a homossexualidade», afirmou.
Todavia, antes ainda de se referir às patologias das relações interpessoais, o sacerdote que trabalha com jovens universitários, em alguns centros da Companhia de Jesus, começou por destacar a dinâmica privilegiada dessas relações, concretamente o «investimento arriscado» e o «mecanismo de feedback».
Desenvolvendo o segundo, explicou que “feedback” é «fazer eco de uma informação», é uma «restituição de informação». Ao nível das relações interpessoais, é «acolher o outro nas palavras, lê-lo no seu contexto e restituir a informação sem fazer qualquer juízo valorativo».
Sobre este mecanismo e sobre o seu uso em ambiente pastoral, o padre Vasco Pinto de Magalhães frisou que o “feedback” deve ser «mais descritivo que valorativo», «concreto», «deve olhar mais a necessidade do outro que recebe do que o alívio de quem diz», «deve buscar a utilidade», sempre com «sentido de oportunidade».
O encontro, que juntou cerca de uma centena de sacerdotes, serviu ainda para o orador apresentar a correlação entre felicidade e amor.
Para o jesuíta, acompanhado na mesa pelo padre Luís Marinho, «a felicidade é, antes de mais, um dever que um direito», e é também «o modo de a pessoa ser fecunda (felix)», porque «a felicidade é aquilo que cada um pode dar de si aos outros».
Apoiado no pensamento de Teilhard de Chardin, destacou que «a felicidade depende do exercício gradual da pessoa aprender a centrar-se, a descentrar-se e a sobrecentrar-se».
O «centrar-se» liga-se ao «recto amor e apreço de si próprio», que inclui «capacidade de auto-crítica e auto-avaliação». O «descentrar-se», que é simultâneo ao anterior, tem a ver com o «perceber o valor do outro», colocando-o como «centro de gravidade». Estes dois exigem um outro, que esteja para além dos dois, e que é transcendente. «O sobrecentrar-se é encontrar alguém que alarga os horizontes e que oferece ideais», afirmou.
Vasco Pinto de Magalhães apontou, depois disso, «os graus do amor», começando por colocar no primeiro «a aceitação do outro», que implica «comportar-se de tal modo que o outro possa ser outro diante de mim, sem necessidade de se defender».
Num segundo grau, o sacerdote colocou «a amizade» que «só é possível entre poucos» e que «supõe simpatia mútua e mútua liberdade». No terceiro grau, colocou «a conjugalidade» como «descoberta da complementaridade» e, por fim, colocou «a adoração», que se reserva ao Absoluto.

Jornada de formação teve forte componente paulina
A jornada de formação do Clero da Arquidiocese de Braga decorreu ontem, no Auditório S. Frutuoso, no Seminário Conciliar de S. Pedro e S. Paulo, e teve uma forte componente direccionada para a celebração do Ano Paulino, particularmente, com a visita à exposição de Ilda David’, que está patente no Seminário, e com a leitura da Carta aos Gálatas, na igreja dedicada ao Apóstolo dos Gentios.
A respeito da exposição, o padre Joaquim Félix disse que esta já foi visitada por mais de 2.300 pessoas, e, apesar de ser um «investimento arriscado da Arquidiocese e do Seminário Conciliar», os ecos «têm sido muito positivos».
O almoço decorreu no Seminário, juntamente com os seminaristas.

Dez grávidas abençoadas em Braga


Associação Famílias celebrou padroeira


A igreja paroquial de S. Lázaro, em Braga, acolheu ontem, ao final da tarde, a já habitual bênção das grávidas, uma celebração organizada pela Associação Famílias, no dia da sua padroeira, Santa Joana Beretta Molla. O padre Roberto Mariz exortou dez grávidas, bem como os demais presentes, a comprometerem-se com a vida, com a alegria, com o trabalho e com a Igreja, a exemplo da santa italiana canonizada por João Paulo II em 2004.
No rito de bênção que decorreu depois da homilia, o sacerdote explicou que esta acontece «para que a mãe ame, desde já, o fruto que tem em seu seio». Feita a bênção e terminadas as saudações, os presentes manifestaram a sua alegria com uma salva de palmas para as futuras mães.
Na homilia, o pároco de S. Lázaro começou por enaltecer o trabalho desenvolvido pela Associação Famílias, constituída por leigos, em prol da família e da defesa da vida.
A respeito da memória litúrgica de Santa Joana Beretta Molla, o sacerdote, que é responsável pela Pastoral Familiar ao nível da Zona Pastoral da Cidade, defendeu que a santa italiana é exemplo de compromisso com a vida, porque, na quarta gravidez, Santa Joana, apesar dos problemas, «exigiu que os médicos salvassem a filha».
Além disso, o padre Roberto Mariz destacou que, em vida, «Joana Beretta Molla irradiava alegria, paz interior e felicidade», o que por si mesmo revela «gosto por viver».
O sacerdote destacou, por fim que, como médica, Santa Joana é também para todos exemplo ao nível do «compromisso com o trabalho», e como crente, é exemplo pelo «testemunho de amor e compromisso com a Igreja».
Esta celebração aconteceu pelo quarto ano consecutivo.

28 de abril de 2009

Dia Arquidiocesano da Juventude







Número de participantes abaixo das expectativas
D. António Couto desafia jovens
a arriscar e a dar passos em frente

Os jovens cristãos da Arquidiocese foram ontem desafiados pelo Bispo Auxiliar de Braga a arriscar e a dar passos em frente para fazer com que a sociedade e o mundo actual, «confuso e baralhado», seja mais belo e mais atraente. D. António Couto falava em Vila Nova de Famalicão, em pleno Jardim de Sinçães, no encerramento do Dia Arquidiocesano da Juventude, que reuniu cerca de mil jovens, número que ficou abaixo das expectativas da organização.
Depois das actividades previstas, D. António Couto, em representação do Arcebispo de Braga, que participou no Vaticano na cerimónia de canonização de S. Nuno de Santa Maria, pediu coragem para arriscar e dar passos em frente. Apoiado no que chamou «a parábola da tartaruga», o prelado disse que «às vezes vale a pena arriscar e transgredir, ou seja, dar passos em frente».
Servindo-se ainda do contratempo, causado pelo forte vento que se levantou a meio da tarde, e que dificultou a construção de uma tenda gigante – na linha do imaginário paulino – o Bispo Auxiliar afirmou, num misto de ironia e seriedade: «treinai na construção de tendas, mas deixai-lhe sempre buracos para que de dentro se veja o céu e para que o céu lhe veja o interior».
Os jovens agradeceram as palavras desafiadoras do prelado com uma forte e sentida salva de palmas. Aliás, esta foi uma das imagens de marca do dia, sinal da alegria e do ambiente festivo que envolveu toda a jornada.

Barcelos acolhe encontro de 2010
Nesta sessão de encerramento, antes da actuação do padre espanhol D. José, o Departamento Arquidiocesano da Pastoral Juvenil entregou os primeiros 14 cartões aos jovens que concluíram o curso de animadores. O padre Vilas Boas, coordenador da Pastoral Juvenil, aproveitou para destacar que esta é uma aposta da Arquidiocese, tanto é que já estão mais 60 jovens a fazer o curso. A informação da não realização, este ano, do Fátima Jovem, provocou um manifesto desagrado dos jovens que só se animaram quando o sacerdote revelou que no próximo ano voltará de nova a acontecer, mas agora melhorado.
Antes de terminar a intervenção e antes de se entregaram as lembranças, o responsável arquidiocesano deu a conhecer que Barcelos é o arciprestado que vai receber a celebração do Dia Arquidiocesano da Juventude em 2010, no segundo domingo a seguir à Páscoa.
O dia foi preenchido em Famalicão e alguns jovens, em declarações ao Diário do Minho, afirmaram que podiam ser menos actividades porque o tempo não dava para tudo. Depois da missa, os participantes percorreram vários pontos da cidade, divididos pelos símbolos relativos ao cartaz do Ano Paulino, ou seja correntes, Bíblia, cruz, fogo, espada e datas. Além destes pontos, havia outros intermédios, com algumas actividades para os jovens executarem.
Para quem participou do dia, com o lema “Viajar com S. Paulo nas sendas da Palavra”, o balanço foi positivo, particularmente pela congregação dos jovens e pelo convívio estabelecido entre todos.

27 de abril de 2009

Um ramo de amendoeira




Um ramo de amendoeira
Floresce em pleno Inverno.
Apesar da intempérie
Do frio arrasador
Da turbulência gélida
Que tudo arrasta para o lamaçal.

Apesar do lodo mórbido
Que tudo suja
O ramo brota verde
Como esperança de futuro
Como anúncio primaveril
Como augúrio de algo novo
Que está crescendo e a florir.

É como este ramo
Pueril e verdejante
Que eu quero ser.

É assim que pretendo
Situar-me perante a vida:
O bom e mau que possa trazer.


inédito José António Carneiro

26 de abril de 2009

Bênção de finalistas do ISAVE






Esperança e confiança são
palavras de ordem contra a crise

«Apesar do horizonte não ser o mais aberto nem o mais claro», é imperioso «confiar e ter esperança» e «não desistir, para que possais realizar os vossos projectos de vida, exercendo uma profissão que não vos explore». Foram palavras como estas, carregadas de esperança e confiança, que o padre Eduardo Duque, coordenador da Pastoral Universitária da Arquidiocese de Braga, dirigiu, ontem de manhã, na Póvoa de Lanhoso, a 307 finalistas do ISAVE, deixando ainda palavras de gratidão aos pais e familiares dos estudantes.
Num salão paroquial, junto à igreja matriz, totalmente lotado, realizou-se a tradicional cerimónia da bênção das pastas e houve ainda oportunidade para que um casal, pais de uma finalista, celebrasse as suas Bodas de Prata Matrimoniais, para gáudio e júbilo das centenas de presentes, que se manifestaram efusivamente, em acção de graças.
Antes, porém, na homilia, o sacerdote bracarense deu graças a Deus pela vida de cada um dos presentes, particularmente pelos finalistas. «A vida é feita de etapas, e para vocês, terminou mais uma», disse o presidente da celebração, que esteve acompanhado pelo padre Armindo Gonçalves, pároco e arcipreste da Póvoa de Lanhoso.
«É fundamental despertar para a realidade do mundo em que vão ingressar agora», sustentou o padre Eduardo Duque, ressalvando que «os tempos não são fáceis» e o futuro apresenta-se como um «horizonte de parca esperança».
Imbuído, ainda, pelo tempo litúrgico da Páscoa, o coordenador da Pastoral Universitária, exortou os finalistas «a reforçarem a esperança, a partir do exemplo e do modelo de vida que foi Cristo». «Jesus suportou o peso da cruz, superou o sofrimento e venceu a morte», disse. Nessa linha, pediu «coragem para vencer as vicissitudes do tempo e da sociedade, por meio de uma atitude de não resignação e de não baixar os braços perante dificuldades».
A partir das leituras bíblicas, o sacerdote, usando as palavras de S. Pedro, pediu aos finalistas que sejam «humildes» e «confiantes», porque «Deus vela por todos, ainda que todos nos abandonem». Eduardo Duque não terminou a partilha sem desafiar os futuros profissionais da saúde a saberem tratar bem e com respeito todos os doentes, «seja o bebé ou a criança pequenina, seja o idosos com as marcas e as rugas da vida e do tempo».
Na apresentação dos dons, alguns estudantes levaram ao altar símbolos relativos ao seus cursos. De registar que, no fim, foi apresentado um cabaz de saúde, em nome de todos os cursos, que será oferecido a uma instituição.
O dia foi de festa para alunos, finalistas e familiares, num espaço que se tornou insuficiente para acolher a todos. Também os escuteiros de Garfe ajudaram a criar um ambiente festivo pela animação musical.

Fraternidade Nuno Álvares cresce e rejuvenesce em Braga



No dia anterior à canonização do padroeiro
Real oficializou núcleo
da Fraternidade Nuno Álvares

A Fraternidade Nuno Álvares (FNA) tem mais um núcleo na Região de Braga, concretamente na freguesia de Real. A oficialização do Núcleo 45 aconteceu ontem de tarde, no dia anterior à canonização de Nuno Álvares Pereira, o padroeiro desta associação, facto olhado com alegria e regozijo pelos dirigentes escutistas.
A cerimónia de oficialização aconteceu durante uma Eucaristia, presidida pelo padre Hermenegildo Faria, que foi celebrada por cerca de duas centenas de elementos da FNA vindos dos cerca de 50 núcleos que a associação contabiliza na maior região escutista do país.
Na celebração, onze elementos da FNA que compõem este novo núcleo fizeram a sua primeira promessa, renovando os seus votos, particularmente os três enunciados da promessa escutista mais um que tem a ver com o cumprimento dos estatutos e regulamentos da FNA.
À margem da celebração, o presidente do novo Núcleo de Real referiu que apesar de já trabalharem há cerca de um ano «só agora houve possibilidade de oficializar o núcleo». Anselmo Pereira comentou ainda o facto de essa oficialização decorrer precisamente no dia anterior à canonização do padroeiro da FNA, a partir de hoje, São Nuno de Santa Maria. «São Nuno é uma inspiração para todos nós e um exemplo a seguir», afirmou, destacando que, tal como fez Nuno Álvares Pereira, «os escuteiros devem ajudar sem nada receber em troca».
«Infelizmente, a viagem a Roma para participar na canonização era cara, senão mais escuteiros poderiam marcar presença no Vaticano», defendeu.
Sobre as actividades do novo núcleo disse que, primeiramente, a associação existe junto de um agrupamento escutista e, por isso, está em estreita colaboração com esse. Além disso, há actividades desenvolvidas pela paróquia que não passam ao lado dos antigos escuteiros.
A cerimónia de oficialização do novo núcleo não se cingiu à Eucaristia. A concentração aconteceu por volta das 17h00, junto à sede do agrupamento de Real. Depois, realizou-se um desfile até à igreja paroquial realense onde se celebrou a Eucaristia.
No fim da missa, procedeu-se à entrega de lembranças aos elementos dos restantes núcleos da FNA presentes, finda a qual, teve lugar um jantar volante de confraternização.

FNA está a rejuvenescer
na Região de Braga
O acontecimento mereceu a presença de mais de 150 antigos escuteiros da Arquidiocese de Braga. Para o presidente da direcção regional da FNA esse foi «um dos motivos de alegria e regozijo». António Sousa fez questão de salientar ao Diário do Minho, que em termos estatísticos, Braga nem é a zona da Arquidiocese que tem mais núcleos da FNA. «Guimarães e, depois, Famalicão têm mais núcleos que Braga, apesar de esta ser o “berço” do escutismo na região e no país».
Por isso, o presidente regional vê com bons olhos esta oficialização de Real que pode funcionar como «incentivo» para que, junto de outros agrupamentos, possam surgir mais núcleos da FNA.
Comentando, igualmente, a canonização do padroeiro do movimento, revelou que se esse acontecimento é uma alegria para a Igreja Universal, «muito mais o é para a Igreja Portuguesa e, dentro desta para todos os escuteiros».
«A canonização do nosso padroeiro é motivo de grande alegria para todos nós», apontou António Sousa. «Nuno Álvares Pereira é modelo de homem e de patriota», referiu, relevando, ainda, «a afirmação da nacionalidade portuguesa» que este acontecimento traz consigo.
Sobre a situação actual da FNA na maior região escutista do país, o presidente da direcção regional mostrou-se satisfeito com o trabalho feito até ao momento, destacando, contudo, que «ainda há muito por fazer».
Os objectivos delineados para 2007-2010, apostaram numa fase de expansão da FNA. «Desde 2007 até ao momento, surgiram mais sete núcleos, sabendo-se que amanhã (hoje), em Santa Eufémia de Prazins (Guimarães), é oficializado outro núcleo», revelou António Sousa.
Além disso, para o dirigente tem-se assistido a um «fenómeno interessante» que se deve valorizar. Trata-se do facto de cada vez mais, os elementos dos núcleos da FNA serem jovens, sendo «Real um bom exemplo disso». «Noutros tempos, havia a ideia de que os elementos da Fraternidade eram todos velhos, mas essa tendência tem-se invertido, ocorrendo que alguns núcleos – como é o caso de Real – terem médias de idades inferiores a 30 anos.

23 de abril de 2009

Um sentido consentido

A pedido:

Anseio por ter um sentido
que me abarque totalmente
e me faça não desejar mais...

Um tormento bravo me percorre
e me persegue sem cessar
como que um espinho cravado
que não posso arrancar.

E assim vivo
Gemendo, mas caminhante
(outro diria: cavaleiro andante)
e como o outro
eu busco anelante
nada mais que o sentido.

Uma viagem louca,
arrebatadora e poderosa
nunca terminada
sempre em confecção
qual eterna peregrinação.

E quando vejo um luzeiro
e penso que é a Luz
logo me animo;
mas a treva e o negrume
desfazem-me esperanças vãs.

Não desisto!
Quero saciar o meu desejo
que me afoga
e tanta vez faz sofrer.

inédito 2008

Um amor de perdição





Parabéns!
Não me encheu as medidas, mas dentro dos filmes portugueses que vejo tem direito a destaque.
Surpreendeu-me a Catarina (Mariana), pela pequena mas já grande carreira (parece uma meninina adulta).

O Tomás está a começar. Há-de lá chegar....


Dia Arquidiocesano da Juventude decorre em Famalicão

“Viajar com S. Paulo nas sendas da Palavra”

A cidade de Vila Nova de Famalicão acolhe este domingo mais de um milhar de jovens provenientes dos arciprestados da Arquidiocese de Braga para a celebração do Dia Arquidiocesano da Juventude.
“Viajar com S. Paulo nas sendas da Palavra” é o tema da jornada que pretende ser de reflexão e de formação, mas também de convívio e divertimento entre os jovens. «Jogar e aprender para apreender Paulo» poderia ser o lema deste dia, segundo revelou o padre José Carlos Vilas Boas.
O dia arranca às 9h00 com o acolhimento a todos os participantes, junto à Casa das Artes, na cidade famalicense. «Música e alegria são os ingredientes indispensáveis para acolher», referiu o responsável do Departamento Arquidiocesano da Pastoral da Juventude. Este momento de acolhimento servirá ainda para se preparar e ensaiar os cânticos e os momentos da celebração eucarística, que acontece logo de seguida, às 10h00, e é presidida pelo padre Vilas Boas.
No final desta, começa a “Viagem com S. Paulo”. Os grupos vão embarcar para passar por diversas cidades alusivas à vida do Apóstolo dos Gentios. Segundo o responsável do Departamento Arquidiocesano da Pastoral da Juventude, «em diversos pontos da cidade de Famalicão estarão assinaladas algumas das cidades relevantes na vida e na actividade apostólica e missionária de S. Paulo».
Nestes pontos previamente indicados, serão trabalhadas diversas vertentes de Paulo, a partir do cartaz relativo ao Ano Paulino. «Serão momentos de reflexão e de procurar algumas respostas para as dificuldades existentes ao nível do conhecimento de S. Paulo», apontou o sacerdote.
Esta viagem com o Apóstolo, feita por grupos, durará até por volta das 15h00, para que 30 minutos depois todos os participantes possam estar de novo junto à Casa das Artes, onde será feito um novo trabalho, particularmente a partir das datas mais importantes da vida de S. Paulo. «A ideia é – segundo o coordenador da iniciativa – ver o Paulo do seu tempo como provocação para os dias de hoje».
Será também este aspecto que se tentará ressaltar na encenação que os Jovens em Caminhada vão apresentar com o tema “Para mim viver é Cristo”.
Ainda antes do fecho da jornada, o Bispo Auxiliar de Braga, D. António Couto, dirige uma mensagem a todos os participantes do encontro. No final, serão entregues as recordações do dia.
De registar que neste momento o Departamento Arquidiocesano da Pastoral Juvenil entregará o cartão de animador aos primeiros 14 jovens da diocese que terminaram a formação que o departamento propõe. Actualmente, mais de 40 jovens estão também em formação, completando o curso em três níveis estabelecido pelos responsáveis arquidiocesanos.
O dia encerrará com um concerto de música de inspiração cristã a cargo de um padre espanhol. D. José é o nome artístico do sacerdote que actuará em Famalicão entre as 16h00 e as 17h30.

Este ano não há “Fátima Jovem”
A actividade anual que leva, por norma, milhares de jovens portugueses ao Santuário de Fátima, designada Fátima Jovem, não irá acontecer este ano, revelou o padre Vilas Boas, porque o departamento nacional está inactivo e porque os responsáveis diocesanos ligados à Pastoral de Jovens querem reformular essa actividade. Entretanto, nos dias 1 e 2 de Maio, em Fátima, os departamentos diocesanos da Pastoral Juvenil reúnem-se com o intuito de repensar essa actividade.

Laurinda Alves apresentou “Coisas da Vida”


Candidata do MEP ao Parlamento Europeu, esteve em Braga

Laurinda Alves, candidata ao Parlamento Europeu (PE) pelo Movimento Esperança Portugal (MEP), esteve anteontem em Braga para apresentar, na Livraria Centésima Página, o seu mais recente livro intitulado “Coisas da Vida”, uma compilação de textos que a também jornalista assina, às sextas-feiras no jornal Público, e que deixa de escrever a partir da próxima semana, fruto de uma medida de retenção de custos adoptada pelo jornal.
A apresentação do livro decorreu numa conversa informal com algumas dezenas de pessoas na livraria bracarense, que a autora comparou a uma verdadeira biblioteca, ressalvando e destacando a beleza do espaço.
Laurinda Alves começou por dizer que o livro apresenta uma «escrita efémera e passageira» e, como tal, não se sente verdadeiramente uma escritora, porque não possui a densidade literária exigida para isso. «Prefiro escrever sobre o dia-a-dia e sobre o efémero», afirmou.
Para a autora, “Coisas da vida” são textos avulsos que têm um significado especial. «Foram escitos nos anos seguintes ao encerramento doloroso do projecto da Revista “Xis”, afirmou, num tempo que também «experimentei o que é estar no desemprego».
Lugar especial no livro e na vida da candidata do MEP ao PE
têm os cuidados paliativos nos quais Laurinda Alves se incoporou como voluntária nestes últimos tempos. «Imaginava-me incapaz disso, de estar à cabeceira de pessoas em estado terminal que não meus familiares». Todavia, perante o desafio, Laurinda Alves aceitou e fez um curso de voluntariado. «Os cuidados paliativos trouxeram mais causas à minha causa», sustentou.

22 de abril de 2009

«Ainda há amores de perdição!»


Filme de Mário Barroso, hoje no Bragashopping

«Ainda há, hoje em dia, amores de perdição!». É com esta base e com esta ideia que Mário Barroso sustenta a realização do filme “Um amor de perdição”, inspirado livremente na obra de Camilo Castelo Branco, e que hoje à noite, a partir das 21h30, passa em exibição, em antestreia, nos Cinemas Cinemax, do Bragashopping. Tomás Alves e Catarina Wallenstein, protagonistas do filme, estão confirmados nesta sessão.
Contactado pelo Diário do Minho, o realizador do filme começou por dizer que espera que os portugueses em geral gostem e apreciem o filme. «Não quero ensinar nada a ninguém», disse Mário Barroso, mas «espero que as pessoas vão ver o meu trabalho e o trabalho de uma equipa, às salas de cinema».
Impossibilitado de vir a Braga hoje, para esta antestreia, o realizador lamenta esse facto, todavia sente-se bem representado por Tomás Alves e Catarina Wallenstein, o par protagonista da trama, que vêm a Braga especialmente para a sessão de estreia do filme português.
O realizador apontou que se fez um trabalho de transição da obra camiliana para os nossos dias. O facto de haver uma inspiração, ainda que livre, na obra de um dos maiores escritores da história da literatura portuguesa, só «traz uma responsabilidade acrescida», garante Mário Barroso.
Os interessados poderão ver neste filme, segundo o realizador, «o drama, a revolta, a violência, a obstinação e o carácter inconformista de Simão». E justifica: «Em meu entender é isso que está no livro de Camilo, e não tanto a história de um amor impossível e proibido entre dois adolescentes».
O filme foi produzido por Paulo Branco e conta com Tomás Alves, Patrícia Franco, Catarina Wallenstein, Ana Padrão e Willion Brandão nos principais papéis. O argumento adaptado é de Carlos Saboga e a música de Bernardo Sassetti.

21 de abril de 2009

Tribuna barroca do século XVIII dá brilho à igreja de Serzedelo


Restauro custou à paróquia povoense 35 mil euros

A paróquia de São Pedro de Serzedelo, na Póvoa de Lanhoso, está a recuperar a tribuna e a capela-mor da sua igreja paroquial, que volta a ganhar, deste modo, novo brilho. A obra, acompanhada pelo Instituto de História e Arte Cristã da Arquidiocese (IHAC), custa cerca de 35 mil euros e estará concluída no próximo sábado, para acolher a imagem da Virgem Peregrina (ver abaixo), que visita as comunidades de Calvos e de Serzedelo, no arciprestado povoense.
O padre António Pereira Lopes, pároco de Serzedelo e ainda de Calvos, disse que desde o início a comunidade paroquial acatou bem a missão de preservar o seu rico património monumental e arquitectónico e, por isso, empenhou-se nesta obra que será paga na totalidade pelos paroquianos.
«Não pedimos dinheiro a nenhuma instituição», revelou o sacerdote, notando que houve envolvimento da quase totalidade dos habitantes de Serzedelo. Já em 1996, num restauro global da igreja «foram gastos mais de 17 mil contos (85 mil euros), pagos pelos paroquianos».
O sacerdote, que está há quase 50 anos na comunidade paroquial, salientou ainda o acompanhamento da obra pelo IHAC e a abertura que, particularmente o cónego José Paulo Abreu, manifestou em relação ao projecto de preservação e restauro da tribuna e capela-mor da igreja paroquial de Serzedelo.
A obra foi executada, in loco, por Joana Magalhães e Sandra Lopes, técnicas do IHAC, acompanhadas de uma equipa de carpintaria composta por um entalhador e dois marceneiros. Arrancou em Outubro do ano transacto e estará finalizada nos próximos dias.
Sobre o trabalho propriamente dito, Joana Magalhães apontou que, em primeiro lugar, houve necessidade de estabilizar e nivelar a tribuna que estava literalmente desalinhada, correndo o sério risco de ruir. As causas da visível degradação da tribuna da igreja, agora restaurada, tinham a ver com a humidade e com o ataque à madeira da chamada formiga-branca.
Diga-se que a tribuna da igreja paroquial de São Pedro de Serzedelo, na Póvoa da Lanhoso, é uma jóia da arte barroca portuguesa do século XVIII. É concretamente composta de motivos eucarísticos e acarreta 83 figuras de anjinhos.
Para facilitar o trabalho faseado de limpeza e de restauro, algumas partes da tribuna foram desmontadas e trazidas para Braga, a fim de serem limpas e desinfectadas e, de novo, pintadas e douradas, respeitando a traça original, que entretanto sofreu alterações ao longo dos anos.
Já na fase final da obra de recuperação e restauro, a equipa no local está a pintar e a recolorir partes do tecto da capela-mor e a substituir algumas madeiras degradadas.



Imagem Peregrina de Fátima
visita terras de Lanhoso

A Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima estará nas paróquias de Calvos e de Serzedelo entre os dias 25 de Abril e 10 de Junho.
Assim, na semana que abre o mês de Maio, tradicionalmente chamado “Mês de Maria”, os habitantes das duas comunidades terão oportunidade de ter entre si, presidindo a diversas celebrações, a Imagem da Virgem de Fátima.
Foi preparado um programa que engloba diversas celebrações de Palavra, visitas e orações diante da Imagem.
No próximo sábado, a imagem será recebida em Calvos, às 19h00; às 20h30, será a vez de Serzedelo, com uma saudação pública, no largo da igreja, seguida de Eucaristia.
Para o dia 3 de Maio, Dia da Mãe, está marcada uma Eucaristia às 10h30, que terá por intenção todas as mães e filhos da paróquia e que contará ainda com a presença da Imagem de Nossa Senhora de Fátima.
“Que a Virgem Peregrina se torne apelo a uma adesão mais consciente à Palavra” – este foi, segundo o pároco de Serzedelo e de Calvos, o apelo e desafio deixado pelo Arcebispo de Braga às duas comunidades paroquiais.

17 de abril de 2009

"Sentir", de Marco Gonçalves, em Braga

Amanhã à noite tenho a nobre missão de apresentar este livro, "Sentir", de Marco Gonçalves.
A poesia que toca Deus com os pés na lama.

Começa às 21h30, no auditório da Junta de Freguesia de S. Victor, em Braga




O que eu disse na Apresentação, transcrevo para quem quiser:



Apresentação de “Sentir”, de Marco Gonçalves

Houve um tal (Sócrates) que disse “Só sei que nada sei”; outro (Guitry), mais adiante, teve dita de escrever “ o pouco que sei devo-o à minha ignorância”. Pois é desta forma que me situo diante do poeta Marco Gonçalves que hoje tenho a dita e a responsabilidade de apresentar – a minha visão é claro! – a partir deste pequeno livro (os livros não se medem pelas páginas, tal como os homens não se medem aos palmos) que temos à frente e que tem por título “Sentir”.
Escrever sobre sentimentos é sempre subjectivo. Não sentimos todos do mesmo modo, não vivemos os mesmos acontecimentos da mesma maneira, nem valorizamos ou desvalorizamos todos as mesmas coisas. Este é o ponto de partida: o autor escreve sobre o seu sentir, e não sobre o meu ou o vosso sentir.
Não tenho conhecimento – a não ser a minha ignorância – para vos falar objectivamente do Marco. Com certeza, muitos de vocês conhecem-no melhor do que eu. Mas uma coisa posso e é essa que vou fazer: vou procurar mostrar-vos e revelar-vos o Marco a partir do que ele escreve neste opúsculo.
As palavras que escrevemos revelam-nos – como Deus se revela na Palavra encarnada, no Verbum, no Logos, no Dabar divino, que é Jesus Cristo.
Pois, também o Marco se revela no que escreve. E nós, leitores, temos a missão, de o conhecer nessa revelação. E é esse conhecimento – tal como o da Palavra de Deus – que cria relação, comunicação, comunhão.
Ao lermos “Sentir” conheceremos o Marco. Talvez não na forma como ele se quis revelar, mas mais na forma como aprendemos e apreendemos essa revelação.
Correndo sempre o risco de ser errada, deturpada ou distorcida deixo-vos a minha visão, o que eu conheci do Marco com a leitura, não tão pausada e mastigada como deveria ser, dadas as circunstâncias de última hora, mas que é aquilo que me ficou gravado, na memória e no coração.
1. As palavras são ora brandas ora severas, às vezes graves e escuras outras vezes quentes e apetecíveis. São assim os sentimentos. O Marco usa variedade, uma panóplia de vocábulos. É objectivo e conciso no que diz: em tempo de crise económica, é a chamada economia de palavras.
2. Há contudo – parece-me – uma linha condutora, um lugar comum: a infância. Achei curioso em 41 poemas, aparecer 23 vezes a palavra “infância”, ou então “criança(s)” e ainda “menino”. Pois, a minha conclusão: o Marco sente com olhos, com ouvidos, com mãos e com coração de criança. E sente-se bem com isso e, como tal, a ausência da infância é uma “triste lembrança”. Esta leva o autor a pedir com fervor, como quem reza, “a não injustiça de ser homem sem ser criança”.
Isto leva-me a concluir que a “infância” seja para o autor um tempo de felicidade, um tempo que marcou positivamente e que ficou marcado, com selo quente, nas entranhas e no coração.
Esta não é uma infância temporal, mas mais do que isso: será, em meu entender, um estado permanente de sonho, de descoberta e de caminho, de abertura à novidade e simultaneamente à transcendência e à humanidade, de simplicidade, de pureza, de utopia, de sentimento, de ternura, carinho e amor.
Será, em certa maneira, aquela infância que Deus quer nos adultos ao dizer, pela voz de Cristo, no Evangelho: “Se não vos tornardes como crianças, não entrareis no Reino dos Céus”.
Esta é uma infância bíblica, de não auto-suficiência, de dependência, de quem como filho se abandona confiante nas mãos do Pai, o do Céu, que também é Mãe.
É uma infância duradoira, como modus vivendi permanente, que se abre ao futuro sem esquecer o presente, que é o futuro que nos é dado viver.
3. Se todos fossem meninos, se fossem crianças e cantassem as canções da infância, então a UTOPIA era possível, tudo seria fértil, as sementes seriam árvores e tudo daria fruto. Mas, nem sempre é assim: há escuridão, trevas e sombras. Todavia, abre-se lugar à esperança e o desejo de retorno e regresso à idiossincrasia da infância – o “retornar ao ventre morno” – permitirá uma vida com sentido, com finalidade, aberta aos outros e a Deus.

4. Um livro, o primeiro de Marco Gonçalves: uma meditação teológica e poética. Permite-me, contudo, discordar quando dizes que “alguns versos meus tocam em Deus, mas os meus pés permanecem na lama.”. Gosto da frase e percebo-a, mas atrevo um comentário: por muito que tentemos, nunca conseguiremos dizer Deus, porque Ele está além, para lá (meta) daquilo que possamos dizer, e, por isso, a conclusão final, apesar de todas as tentativas, será que Deus é mistério.
Conheces e lês os grandes místicos, cristãos ou budistas ou hinduístas, mas penso, como tu pensas, que nem eles conseguiram dizer Deus plenamente.
Contudo, gosto dessa atitude de estar com os pés na lama, ou seja com os pés no mundo, atento e conhecedor da circunstância que nos é dada viver. Só quem está na lama consegue levar a Deus o mundo que habita, e o Marco faz isso e fá-lo bem.
Espero que o continues a fazer em muitos poemas e versos, que se farão livro, com os quais nos vais voltar a brindar.

José António Carneiro | 18 de Abril de 2009

Vida nova no Mosteiro de Tibães em Braga



Novas inquilinas do mosteiro chegam amanhã a Braga
Missionárias Donum Dei dão
vida nova ao Mosteiro de Tibães


Chegam amanhã a Braga três missionárias Trabalhadoras da Imaculada, da Família Missionária Donum Dei, que terão por incumbência a gestão de um restaurante e de uma hospedaria que ficará localizada no Mosteiro de Tibães. A confirmação foi dada pelo Arcebispo de Braga, principal responsável pela vinda das missionárias para Braga, que, nos últimos tempos, acertou com a superiora das Trabalhadoras da Imaculada e com a direcção do mosteiro os detalhes para a permanência das leigas missionárias, na casa-mãe da Ordem Beneditina em Portugal.
Segundo D. Jorge Ortiga, amanhã à tarde chegam três das cinco missionárias que vão dar vida nova ao mosteiro com a abertura de um restaurante e de uma hospedaria nas instalações localizadas em Tibães. Nos próximos dias chegam as restantes.
O novo espaço hoteleiro, constituído por nove quartos (hospedaria) e uma sala de jantar (restaurante), deverá, segundo o prelado, abrir portas a 11 de Julho, dia litúrgico de São Bento, e poderá designar-se, ao que tudo indica, “Hospedaria Tibães”.
Mas, o projecto de abrir uma hospedaria e restaurante no espaço do secular mosteiro não é para já. Antes disso, as religiosas vão ter um período inicial de adaptação para aprender a falar português e para conhecer mais a fundo a cultura, concretamente os hábitos alimentares e a tradição gastronómica.
Neste período, até Julho, as missionárias ficarão instaladas no Centro Cultural e Pastoral da Arquidiocese de Braga.

Virgens leigas, carmelitas que vivem em comunidade
As Trabalhadoras Missionárias da Imaculada, pertencentes à mais alargada Família Donum Dei, foram fundadas pelo padre Marcel Roussel-Galle, em Saint Denis, nos subúrbios do Norte de Paris, pouco depois da Segunda Guerra Mundial. O carisma do fundador sentia-se atraído pela evangelização dos jovens, particularmente dos que estavam espiritualmente abandonados.
Estas missionárias são virgens leigas, carmelitas no mundo e vivem em comunidade prescindindo de barreiras de raças e culturas. Por norma, partem em obediência e pobreza, para qualquer lugar que sejam convidadas, levando ao mundo evangelizado ou não evangelizado a luz de Cristo por meio do trabalho quotidiano.
Segundo o espírito de Santa Teresa do Menino Jesus, do Carmelo e de São Francisco de Sales, com o exemplo de Santa Joana d’Arc, as Trabalhadoras Missionárias empregam-se temporariamente e depois definitivamente a seguir Cristo, oferecendo-se ao amor misericordioso de Deus, por meio da profissão religiosa da Ordem Terceira Carmelita.
Para santificar o mundo do trabalho e da família e para evangelizar, estas missionárias trabalham em restaurantes, chamados “Eau Vive”.
Actualmente, a Família Missionária Donum Dei está dividida em 40 grupos locais e estão presentes nos cinco continentes.

Há tradições e Tradição!

Há tradições, sejam religiosas ou não, que por muito que tentemos não lhe encontramos sentido. Outras há em que se vê e se sente uma finalidade, um objectivo e que, por isso, são Tradição.
Neste tempo, propenso à celebração da Tradição, com devoções de Quaresma, Semana Santa e Páscoa, é habitual assistirmos a uma infinidade de tradições para se celebrar a Paixão, a Morte e a Ressurreição de Cristo.
Queria hoje, neste espaço de opinião pessoal, ressalvar as seculares festas pascais da Cónega (Rua da Boavista), em Braga. E faço-o como conhecedor interno, como participante, pelo segundo ano consecutivo, no seu compasso pascal.
Para além do carácter festivo, o sentido último das comemorações na Cónega está bem definido, quer pela comissão organizadora, quer pela família que assume o papel de mordoma, quer pelas pessoas (cada vez menos, é verdade!) que moram na rua, quer por todas as que se deslocam até lá, na Segunda-feira de Páscoa, provenientes de diversos pontos da cidade e do distrito.
Percebe-se que o anúncio de Cristo ressuscitado é o que move as pessoas. Sente-se isso na alegria com que as pessoas anunciam ou recebem o anúncio. Há ali verdadeira festa pascal. Há fé na ressurreição de Cristo, da qual, pelo Baptismo, somos herdeiros.
Apesar da desertificação cada vez maior na Cónega, os “filhos” da rua conservam, ininterruptamente, esta tradição pascal. Muitos regressam às origens, às casas onde nasceram, para receber Cristo ressuscitado.
Há ali também um salutar bairrismo. É salutar porque não é cego, é respeitador e não é superior. O bairrismo está em função do anúncio de Cristo e não o contrário, como tantas vezes acontece.
Assim, na minha opinião, há tradições que, para além de pouco terem de Tradição, se lhe deve pôr um ponto final. Há outras, como esta, que merecem ser valorizadas, mantidas, conservadas e enriquecidas.
Parabéns aos moradores da Cónega pelo belíssimo testemunho de fé e pelo saudável bairrismo que caracteriza as gentes daquela centenária rua de Braga.

16 de abril de 2009

Parabéns Papa Bento XVI


Parabéns Santo Padre


O Papa faz hoje 82 anos de vida e de baptismo, pois foi baptizado no dia do seu nascimento que, em 1927, era o Sábado Santo. Podemos dizer que foi sempre homem pascal. No dia 19 fará quatro anos da eleição para a cátedra de Pedro e, no dia 24 seguinte, quatro anos do início solene do seu governo da Igreja.

Quando foi eleito para suceder a João Paulo II, num dos conclaves mais breves da história, houve alguma expectativa a seu respeito, devido às tarefas delicadas que desempenhara até então na Congregação para a Doutrina da Fé (promotora da Fé e defensora da ortodoxia doutrinária), e também por causa da idade e debilidade de saúde (é um cardíaco).

continuar a ler notícia

Alunos da Lusíada peregrinam a Fátima

Grupos de Famalicão, Porto e Lisboa


Cerca de duas dezenas de estudantes da Universidade Lusíada de Vila Nova de Famalicão estão a realizar a 11.ª peregrinação da Associação de Acção Social desta instituição ao Santuário de Nossa Senhora de Fátima. O tema da peregrinação é “Um só coração, uma só família” e vai juntar em Fátima perto de duas centenas de pessoas provenientes de Famalicão Porto e Lisboa.
Saídos de Famalicão rumo a Fátima no passado dia 10, a chegada do grupo ao santuário está prevista para a tarde deste sábado, participando, às 18h30, na Eucaristia.
A peregrinação está a correm bem. Susana Fonseca, da Associação de Acção Social da Universidade Lusíada (AASUL), referiu que a chuva tem causado alguns «transtornos», sem causar, todavia, qualquer incidente.
«É mais difícil caminhar debaixo de chuva», afirmou uma das organizadoras, ressalvando que «as coisas tornam-se difíceis concretamente ao nível das mudas de roupa».
Susana Fonseca disse que a peregrinação engloba mais dois grupos: um saído do Porto, com mais de 40 pessoas, e outro de Lisboa, com mais de 20.
Com o grupo de Vila Nova de Famalicão peregrina o capelão da instituição, padre Victor Diaz, sacerdote espanhol da congregação Verbum Dei, e que substituiu no cargo, o padre Manuel António, dos Missionários Combonianos.
No fim-de-semana, os organizadores prevêem juntar em Fátima cerca de duas centenas de pessoas ligadas à Universidade Lusíada, uma vez que muitas optam por ir de carro ou de excursão até ao santuário.

15 de abril de 2009

Surgimento





Como faz doer
E por dentro sofrer
A incompreensão…

Que hei-de eu fazer
E, de novo, voltar a ter
Aberto um coração?

Mas, aguardo, acalentado
Seguro e confiado
O surgir do novo amor.

Aquele que está pendurado
Entre o céu e a terra elevado
Na cruz do Redentor.


fotos aqui e aqui

14 de abril de 2009

Páscoa na Cónega



Páscoa na Rua da Cónega!
Parabéns a todos!
Uma tradição secular a manter.
Obrigado por eu ter feito parte!

Liberdade da Ressurreição


A ressurreição dá-nos a liberdade para vivermos como Cristo: amando e servindo!
Santos dias de Páscoa para todos.

11 de abril de 2009

A mais emblemática procissão da Semana Santa de Braga







Silêncio cobriu a Procissão do Enterro do Senhor



Um silêncio reverencial cobriu, ontem à noite, a cidade de Braga, à passagem da Procissão do Enterro do Senhor, nas principais ruas da cidade de Braga, naquela que é a mais emblemática procissão da Semana Santa de Braga.
A juntar ao silêncio quase sepulcral – interrompido pelo arrastar lento e pesaroso de bandeiras, estandartes, cruzes e ramos de palmeira – um sentimento de luto e pesar inundou os milhares de pessoas que assistiram à procissão que comemora as últimas horas, densas e intensas, da vida de Cristo.
Os bracarenses e muitos turistas, principalmente espanhóis, “vingaram-se” pelo facto de anteontem não ter saído procissão e, ontem, marcaram presença em massa nas principais artérias da cidade.
Com andamento pesaroso e como sinal de luto, grande parte dos intervenientes vão de cabeça coberta. Também os muitos figurados que compõem os quadros bíblicos ligados às últimas horas da vida de Cristo ostentam véus escuros. As matracas dos farricocos vão silenciosas e os fogaréus apagados. Tudo porque a Igreja está órfã já que morreu o seu Senhor.
É precisamente o esquife, transportado por seminaristas e ladeado por lanternas e por elementos da Cruz Vermelha Portuguesa, que desperta a atenção, e também a devoção, de muitas pessoas ao longo do percurso. Atrás deste, ia o Coro Gregoriano de Braga cantando, em latim, o lamento “Ai! Ai! Meu Senhor! Ai! Ai! O nosso Salvador”.
Semelhante atitude de veneração mereceram as imagens de Nossa Senhora das Dores, assim como a relíquia do Santo Lenho, levada pelo Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, que presidiu ao cortejo.
A imponente, solene e longa Procissão do Enterro do Senhor incorporou diversas confrarias e irmandades. Quatro soldados da GNR a cavalo, mais de três dezenas de farricocos, diversos núcleos do Corpo da Cruz Vermelha Portuguesa assim como dezenas de Guias de Portugal abriram a procissão.
Cavaleiros da Ordem Soberana de Malta e também do Santo Sepulcro de Jerusalém também desfilaram na procissão. A Irmandade de Santa Cruz (que levou o andor com a Cruz) e da Misericórdia (com as suas bandeiras, estandartes e andor de Nossa Senhora das Dores), também participaram.
Inseridos na procissão estiveram, igualmente, diversos figurados que representaram momentos concretos da paixão e da morte de Jesus.
As matracas foram em silêncio; os fogaréus apagados e arrastados pelo chão pelos farricocos produziam um ruído que marcava passo, assim como o som das varas dos pegadores dos andores que assinalava um ritmo de andamento grave e solene.
Com saída e chegada à Sé de Braga, o desfile passou pela rua D. Gonçalo Pereira, Largo de São Paulo, Largo Paulo Orósio, Rua do Alcaide, Campo de Santiago, Rua do Anjo, Rua de São Marcos, Largo do Barão de S. Martinho, Rua do Souto, Largo do Paço, Rua D. Diogo de Sousa, Arco da Porta Nova, Avenida S. Miguel-o-Anjo e Rua D. Paio Mendes, até terminar na Sé, com a bênção com o Santo Lenho.

fotos Avelino Lima/DM

9 de abril de 2009

Procissão da Burrinha vista por milhares em Braga



Bíblia aberta no coração da cidade


A passagem da Procissão da Burrinha fez congregar, ontem à noite, nas principais artérias da cidade de Braga, milhares de pessoas que assistiram ao cortejo bíblico “Vós sereis o meu Povo”, uma verdadeira catequese bíblica aberta no coração da cidade. A atenção dos presentes centrou-se ainda no quadro onde a burrinha “Letícia”, visivelmente incomodada pela presença de tantas pessoas e tantos flashes, foi “princesa” pela primeira vez.
O cortejo bíblico saiu às ruas de Braga como um dos momentos altos de todas as cerimónias da Quaresma e das Solenidades da Semana Santa, numa noite fresca, mas segundo Firmino Marques, «abençoada por São Pedro, São Paulo e também São Victor», uma vez que as previsões não eram nada promissoras.
Esta catequese bíblica, realizada desde 1998, voltou a retratar alguns acontecimentos da História da Salvação com particular enfoque nos que dizem respeito às sucessivas alianças que Deus estabeleceu com o Povo.
Aliás, – numa das inovações da edição deste ano – o quadro bíblico relativo a Noé chamou a atenção de muitas pessoas que aproveitavam para recordar aos mais jovens, a história bíblica da Arca de Noé, apoiadas em pequenos guiões distribuídos no percurso do cortejo.
Com pontualidade britânica, as centenas de figurantes envolvidos nos 22 quadros da Procissão de Nossa Senhora da Burrinha foram calcorreando o caminho que começou na igreja de São Victor e passou pelo Largo da Senhora-a-Branca, Avenida Central (lado norte), Largo São Francisco, Rua dos Capelistas, Jardim de Santa Bárbara, Rua do Souto, Largo do Barão de São Martinho, Avenida Central (lado sul), Largo da Senhora-a-Branca e chegou, de novo, igreja de São Victor.
Depois do quadro de Noé seguiram os quadros relativos a Abraão, a Jacob, à escravidão perpetrada pelo Faraó, no Egipto, a Moisés e à libertação do povo, à serpente de bronze, à Arca da Aliança, ao Rei David, ao profeta Isaías, a Judite e a Ester.
No quadro principal e que dá o nome popular ao desfile, a burrinha “Letícia” ia acusando algum nervosismo, sendo mesmo preciso que o dono estivesse por perto de São José para ajudar a guiar a “princesa”. Aliás, segundo o padre José Carlos Azevedo, houve o risco de a procissão ser feita sem burrinha, já que foi muito difícil colocá-la a andar.
Depois da fuga, apresentaram-se dois quadros a cargo da catequese paroquial. No primeiro, mais de 200 crianças e jovens da catequese fizeram a síntese do tema do ano pastoral a nível arquidiocesano – “Encontrados pela Palavra” – com a interpretação de uma música inspirada na mensagem final do Sínodo sobre a Palavra de Deus.
O último quadro relativo às solenidades do tríduo pascal predispunha as pessoas para a celebração dos mistérios centrais da fé cristã, ou seja, para a Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo, que se celebram nestes dias.

fotos Avelino Lima/DM

8 de abril de 2009

Igreja e sociedade devem respeitar pessoas deficientes


APACI celebrou Páscoa na matriz de Barcelos

A Igreja e sociedade em geral devem estar atentas e educadas para o respeito da diferença e para a integração social de pessoas portadoras de deficiência. Foi desta forma que o padre Abílio Cardoso – recentemente nomeado monsenhor – conclui a celebração pascal da Associação de Pais e Amigos de Crianças Inadaptadas (APACI), uma instituição que celebrou ontem 31 anos de existência como Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS).
Na igreja matriz de Barcelos, pouco antes de terminar a celebração, o também Prior da Colegiada desafiou a instituição a participar com alguma regularidade – «uma vez por mês», disse em concreto – numa Eucaristia da comunidade paroquial com a finalidade de ir educando quer a Igreja quer a sociedade civil para a atenção e o respeito a ter em relação às pessoas portadoras de deficiência.
Elogiando e ressalvando o trabalho que a instituição faz com os utentes, o monsenhor Abílio Cardoso deu o mote aos presentes para cantar os parabéns à instituição barcelense, fundada por Maria Eduarda Rego, actual presidente, e por Abílio Araújo, entretanto falecido.
Ao Diário do Minho a presidente da instituição falou do sonho futuro da APACI e que passa pela construção de uma casa para acolher 24 utentes. A instituição vai apresentar uma candidatura ao Programa Operacional do Potencial Humano (POPH) para que a construção dessa infra-estrutura que ficará sediada em S. Veríssimo (Barcelos) e para a qual já existe projecto e o apoio assumido da autarquia chefiada por Fernando Reis.
Maria Eduarda Rego revelou ainda que a APACI pretende fazer a reintegração de crianças e jovens deficientes e trabalhar pela dignificação dessas pessoas e suas famílias. Com 200 utentes, esta IPSS tem diversas valências como Intervenção Precoce, Ensino Especial, Ensino Profissional, Centro de Recursos, Centro de Actividades Ocupacionais, Unidade Residencial e Apoio Domiciliário.

Celebração animada
em igreja cheia
A celebração pascal da APACI foi animada e com igreja cheia, contando com a ajuda do coro da própria instituição na dinamização dos cânticos. Também o monsenhor Abílio Cardoso se uniu ao espírito festivo da celebração e, na homilia, deslocou-se até junto da assembleia para, de uma forma dialogada, extrair das leituras da missa uma mensagem concreta para os presentes.
O Prior de Barcelos começou por despertar a atenção da assembleia para o que verdadeiramente conta na Páscoa. Depois de as crianças e jovens terem chegado a Jesus o sacerdote atirou: «pois as amêndoas, as campainhas, as festas e os foguetes são importantes, mas estão em função de Cristo, que é o centro».
Dando o “salto da fé” para a ressurreição defendeu: «Jesus foi traído e entregue na noite das trevas e da morte, e com a sua ressurreição faz-se dia e alegria para todos».
Aos pais e familiares das crianças e jovens utentes da APACI pediu que continuem a amar os seus filhos e a quere-los com o mesmo amor e predilecção que Deus, em Jesus, os quer.
«O Evangelho faz-nos olhar para todos como irmãos. Ainda com mais sentimento e mais fervor quando esse outro é mais frágil, mais dependente e mais necessitado», concluiu.

7 de abril de 2009

Mostra de cruzes processionais revela algo mais...


“A cruz que nos conduz” está patente na Oficina da Sé, da Paularte
Mostra de cruzes processionais revela porta da Bracara Augusta



A exposição de cruzes processionais com o título “A cruz que nos conduz” foi inaugurada na “Oficina da Sé” da Paularte, numa cerimónia que contou com a presença de Mesquita Machado. A sessão de apresentação serviu ainda para se dar a conhecer aquele espaço agora musealizado, e que revela uma das presumíveis portas da muralha romana da Bracara Augusta.
A exposição, integrada no programa da Quaresma e Solenidades da Semana Santa, é composta por 39 peças que pertencem, na sua maioria, ao acervo das igrejas e das capelanias das paróquias da cidade de Braga. Vai estar patente até ao dia 11 de Abril (Sábado Santo) no espaço que pertence ao empresário João Paulo Martins.
Em concreto, estão expostas cruzes de caminhos, cruzes processionais e cruzes de oratórios, imagens de Cristo crucificado, de Nossa Senhora dos Desamparados, caixa de esmolas e, ainda, um contador indo-português, envolvidas por uma decoração moderna, num ambiente tranquilo.
Na sessão, o cónego Jorge Coutinho começou por justificar a ausência do Arcebispo de Braga, a presidir à festa de Nossa Senhora das Dores, na basílica dos Congregados, e do Deão do Cabido, a participar numa reunião da Universidade Católica, em Lisboa.
De seguida, o presidente da comissão da Quaresma e Solenidades da Semana Santa agradeceu a disponibilidade manifestada por João Paulo Martins na realização da mostra, bem como o trabalho de todos os envolvidos, particularmente dos cónegos José Paulo Abreu e Manuel Joaquim Costa.
O capitular, ressalvando o gosto pela decoração do espaço renovado, afirmou que a mostra inaugurada «é sobre a cruz que vai à frente» de cada um, que é uma «cruz que simboliza a vida».
Mesquita Machado também se congratulou com a iniciativa e, de novo, relevou a envolvência cultural da Semana Santa de Braga. Sobre os achados arqueológicos sustentou que «ao contrário do que alguns pensam, enriquecem e valorizam o espaço». Nessa linha, agradeceu a disponibilidade do proprietário do espaço em preservar o património e deixar à vista de todos «sinais da presença romana na cidade de Braga».
Por sua vez, o proprietário do espaço que acolhe a exposição revelou tratar-se de uma casa com muito significado para a família. «Esta casa é importante para mim e para a minha família», disse João Paulo Martins, sustentando, de seguida, que também se deixaram guiar pela cruz de Cristo.

Achados valorizam espaço
Armandino Cunha foi o arqueólogo responsável pelo acompanhamento das obras de recuperação da actual “Oficina da Sé”, da Paularte. O arqueólogo da Câmara Municipal deu a conhecer aos presentes o trabalho desenvolvido no local com a finalidade de deixar à vista aquela que é presumivelmente uma porta de entrada da antiga muralha romana da Bracara Augusta.
Segundo o responsável, trata-se da primeira vez que foi detectado, em Braga, um «indício de uma porta de entrada da muralha romana». Essa porta seria a que dava acesso à via 19, que ligava Braga a Lugo.
«Após 30 anos de investigação sabíamos muitas coisas sobre a muralha da cidade, mas não sabíamos onde se localizavam as entradas (portas)», afirmou Armandino Cunha. Com esta descoberta está aos olhos de todos um «importante achado arqueológico do século III», concluiu.

1 de abril de 2009

O Valor das Palavras


Como as palavras têm valor e podem ser interpretadas como bem entendermos. É piada, mas coloca um aquestão de fundo importante e pertinente...


Numa bela tarde ensolarada, o Papa teria comentado a um jornalista: "Hoje o dia está bom!".

Estas observações levantaram imediatamente ao redor do mundo um grande clamor e alimentaram uma polémica que continua a crescer.

Vale destacar algumas reações:

Prefeito de São Paulo
: "Enquanto o papa proferia estas palavras, São Paulo encontrava-se inundada pela forte chuva! Diante desta verdade, beirando ao negacionismo, vê-se que o papa vive num estado de total autismo. É a ruína definitiva do dogma da infalibilidade papal!".

O grande rabino da França: "Como é que podemos afirmar que existe bom tempo a luz do Holocausto?"

O titular da cadeira de astronomia no Collège de France: "Ao afirmar, sem matizes e sem provas objectivas incontestáveis, que "hoje o dia está bom", o Papa reflete o conhecido desprezo da Igreja pela Ciência, que sempre combateu os seus dogmas. Pode existir algo mais subjectivo e mais relativo que este conceito de "tempo bom"? Sobre que experiências indiscutíveis se apoia? Nem ao menos os meteorologistas e especialistas foram capazes de chegar a um acordo sobre esta matéria na última Conferência Internacional em Caracas. E agora Bento XVI, ex cathedra, pretende definir a questão, que arrogância! Agora vamos ver acender fogueiras para todos aqueles que não aceitam incondicionalmente este novo decreto?"

A Associação das vítimas do aquecimento global: "Como é possível não ver nesta declaração provocadora um insulto a todas as vítimas passadas, presentes e futuras dos caprichos do clima: inundações, maremotos, secas? Esta aceitação do "tempo que faz" mostra claramente a cumplicidade da Igreja com estes fenómenos destrutivos da humanidade, que só pode favorecer os envolvidos no aquecimento global, e que agora podem usufruir do aval do Vaticano."

O representante do conselho das associações de afro-descendentes: "O papa parece esquecer que, embora o dia esteja ensolarado em Roma, uma parte do planeta está mergulhada em trevas. Este é um sinal de desrespeito intolerável para metade não branca da humanidade!"

A Associação feminista Las Lobas: "Porque o Papa disse que está bom (o tempo) quando poderia ter dito está boa(a temperatura)? Novamente o Papa mostra seu apego aos princípios mais retrógrados e arremete contra a legitima causa das mulheres. É patético que em 2009 se mantenha tal posição!"

A liga pelos direitos do homem: "Este tipo de declaração só pode magoar profundamente todos aqueles sobre quem incidir uma realidade diferente daquela do papa. Pensamos em especial nos internados, presos, cujo horizonte é limitado por quatro paredes, e também em todas as vítimas de doenças raras, que podem não perceber por seus sentidos a situação atmosférica. Nestas declarações é visível um desejo de fazer uma discriminação entre o "bom tempo", como deveria ser percebida por todos e todos aqueles que sentem as coisas de maneira diferente. Vamos acionar imediatamente o papa na justiça."



Para quem não entendeu É PIADA.

Uma caricatura da situação vivida nos últimos dias, que seria cómica, não fosse trágica. O texto acima é um rastilho de pólvora na internet nos últimos dois dias, já o encontrei em alemão, francês e espanhol, mas aparentemente a origem é um e-mail para alguém do
Le Fórum Catholique.


vi aqui

[A propósito da solenidade de Cristo Rei]

  “Talvez eu não me tenha explicado bem. Ou não entendestes.” Não penseis no futuro. No último dia já estará tudo decidido. Tudo se joga nes...