31 de julho de 2009

Jovens bracarenses a caminho de Taizé


Alertas sobre a Gripe A deixados pela organização e pela comunidade



Partem hoje rumo a Taizé 58 jovens de várias paróquias da Arquidiocese de Braga numa peregrinação que termina no próximo dia 10 de Agosto, e que é promovida pelo Departamento Arquidiocesano da Pastoral de Jovens (DAPJ), em colaboração com a equipa arciprestal de Guimarães/Vizela, da Pastoral Juvenil.
Como responsáveis pelo grupo seguem na comitiva Alberto Gonçalves, do DAPJ, e o padre Samuel Vilas Boas, pároco de três comunidades vimaranenses. A restante comitiva é constituída, particularmente, por jovens dos arciprestados de Famalicão, Vila do Conde e Guimarães.
A partida do grupo acontece em Famalicão, às 19h00, em Vila do Conde, às 19h30, e em Guimarães às 20h30.
No sábado, os jovens passarão o dia em Barcelona e, no domingo, em Cluny, celebrarão Eucaristia, presidida pelo padre Samuel Vilas Boas. No dia 9 de Agosto, o grupo estará em Bordéus para regressar a Portugal no dia 10.
Para esta peregrinação, o Arcebispo de Braga escreceu uma mensagem que figura no guião que vai ser entregue a cada participante. D. Jorge Ortiga pede que «a viagem a Taizé seja uma verdadeira peregrinação» e lança ainda o desafio de cada um se deixar encontrar pela Palavra.
A organização desta peregrinação não esqueceu a questão da Gripe A. Aliás, uma das procupações fundamentais prende-se com alguns alertas a respeito da pandemia. Segundo Alberto Gonçalves, todos os participantes foram elucidados sobre a pandemia através de um email com indicações a seguir, que se encontra igualmente na página da internet da comunidade de Taizé.

Taizé sem alarmes
sobre a Gripe A
Entretanto, o Irmão David, da Comunidade Ecuménica de Taizé, revelou que até ao momento não se registou qualquer caso de Gripe A na comunidade. Numa altura em que Taizé recebe milhares de pessoas vindas de todos os cantos do mundo, o responsável afirmou: «não tivemos nenhum caso, nem sequer suspeitas de Gripe A».
No dia de acolhimento, domingo, todas as pessoas recebem no seu tabuleiro de refeição, um papel informativo sobre as regras de higiene básicas de forma a evitar a transmissão do vírus. «No panfleto estão as informações básicas de higiene lançadas pela Organização Mundial de Saúde, mas também das autoridades locais», com quem o Irmão David se mantém em contacto.
Sem alarmes, esta é apenas mais uma medida que a comunidade desenvolveu para informar e controlar a propagação do vírus. Quem se inscreve para vir a Taizé, recebe igualmente informações sobre a Gripe A e também o pedido de se abster de viajar se sentir algum dos sintomas.
O Irmão David reconhece ter sido «difícil» pedir às pessoas para desistirem de vir a Taizé se tivessem sintomas, mas afirma que esta era a forma de «tranquilizar as que vêm, mas também alertar para o facto de que não basta a protecção individual, devemos proteger também os outros».
No dia-a-dia da comunidade não se percebem preocupações excessivas com a Gripe A. Não se vêem máscaras e na comunhão, muitos continuam a fazê-lo com a mão. O Irmão David reconhece não haver motivos para «histerias» e alerta apenas para as «precauções normais uma vez que o problema prende-se com a propagação».
Actualmente encontram-se em Taizé cerca de 3700 pessoas. Até ao final da semana estarão cerca de 4 mil pessoas. Os grupos mais numerosos são oriundos da Alemanha, Espanha, Polónia, Lituânia, Roménia, Ucrânia, Itália, Portugal, Inglaterra, num total de 60 nacionalidades.

29 de julho de 2009

Rezando Pai Nosso




Meu Pai e Pai de todos
Tua presença me abarca
E me preenche a vida.

O Teu nome é Santo
Porque Tu mesmo és Santo
E a Tua santidade
Me impele a ser santo.

O Teu Reino se instaure
Num mundo cada vez mais sedento
E sequioso dos Teus dons.

A Tua vontade
Seja sempre a minha
Porque só queres que eu seja feliz.

O pão de cada dia
É dom gratuito do Teu amor
Que alimenta e dá vida.

As minhas ofensas perdoa
Porque Tu és todo amor
E só me queres para me amar.

Porque perdoado também perdoo
Aos que me fazem mal
E aos que me ofendem.

Nunca me deixes nem abandones
Pois só em Ti, debaixo da Tuas asas
Encontro refúgio seguro.

Livra-me do mal
E faz com que eu faça só o bem.

Assim, eu acredito.

Pressa inimiga da perfeição

Desde muito cedo que me fui habituando a ouvir que a pressa é inimiga da perfeição. Penso que é mais ou menos aceite este aforismo que incentiva à ponderação e à consciencialização. Pretendo hoje explanar dois exemplos em que esta afirmação cai que nem uma luva.
Primeiro: É um assunto triste, mas deve-se falar dele. Tem a ver com as mortes na estrada.
O tempo estival é, por norma e infelizmente, um período profícuo a acidentes de viação. Destes, igualmente de lamentar, resultam sempre muitas mortes, ou feridos graves e ligeiros, assim como, danos materiais.
Claro que se quisermos ir à raiz da questão temos de perceber que com o regresso de tantos e tantos portugueses que estão a trabalhar no estrangeiro o número de viaturas em circulação aumenta desmesuradamente.
Todavia, todos sabemos também que as principais causas dos acidentes ocorridos em Portugal são outras, como o álcool, as manobras arriscadas, o excesso de velocidade... e podíamos continuar a lista se achássemos que não estava dito o essencial – a pressa é inimiga da perfeição.
Mortes na estrada podem evitar-se com mais civismo, mais atenção, mais cuidado e, acima de tudo, (penso eu!) com mais educação e com mais calma que leva à perfeição.
Segundo: Também é um assunto triste e que deve ser falado. As pretensas inaugurações antes sequer das obras estarem terminadas! Bom e neste aspecto teríamos concretamente em Braga vários casos a apresentar, uma vez que estamos em tempo de campanhas eleitorais.
Olho apenas para a “fachada” do Instituto Ibérico de Nanotecnologia. Saber que toda aquela operação faustosa e enganadora serviu para uns quantos “tipos” de Portugal e Espanha se juntarem para apertar as mãos e para sorrirem para a foto (espero que não seja para o cartaz eleitoral!) só me causa indignação e revolta. E falta saber – como escreveu o Daniel Lourenço há uns dias – quanto custou aquilo?
Também aqui a pressa da inauguração do edifício que servirá para a investigação é inimiga da perfeição. É como se começasse mal logo à nascença.
Por isso, meus amigos, vamos com calma para sermos perfeitos!

Caxinas prepara festa ao “Senhor dos Navegantes”


Ponto alto é a procissão no domingo à tarde


A paróquia de Caxinas prepara-se para viver uma semana de festa para celebrar Nosso Senhor dos Navegantes, padroeiro da comunidade. De 31 de Julho a 6 de Agosto, a localidade que é parte integrante da cidade de Vila do Conde, vai ter exposições, provas desportivas, animação de rua, espectáculos musicais e sessões de fogo de artifício, sem esquecer as cerimónias religiosas das quais se destaca a majestosa procissão, no domingo, como ponto alto das festas.
As celebrações festivas em torno de Nosso Senhor dos Navegantes começam, sexta-feira, às 9h30, com a abertura de uma exposição intitulada “Caxinas e Poça da Barca dois mil anos de história”, na cripta de Nossa Senhora da Bonança. Neste mesmo dia, começa o Torneio Juvenil de Futebol de Praia “Senhor dos Navegantes” e à noite realiza-se o Festival Musical com o grupo Curtison.
No primeiro dia de Agosto, sábado, decorre uma caminhada que sai junto da igreja, às 9h00, e estende-se até ao castelo. Os participantes receberão camisolas e chapéus. Os tradicionais jogo da malha e jogo do galo também têm lugar neste dia, assistindo-se ainda à final do torneio de futebol de praia e, à noite, à actuação do Conjunto Roconorte.
O domingo, dia 2, é o principal dia das festas. Às 11h00, tem lugar a missa solene na igreja de Nosso Senhor dos Navegantes. De tarde, às 16h00, sai a majestosa procissão, com 16 andores. que com a participação de centenas de figuras alegóricas e bíblicas, percorrendo o já habitual itinerário apinhado de milhares de pessoas.
Na escadaria da igreja, realizam-se, às 19h00 e às 22h00, as actuações da Banda de Música Pinheirense e do grupo de fados “Rodrigo e Ana Marta”, respectivamente.
Na segunda-feira, dia 3, o Rancho Caxineiro actua, às 16h00, na rua da Praia, no troço virado ao mar.
No dia 4, terça-feira, celebra-se o 24.º aniversário da inauguração/dedicação da igreja do Senhor dos Navegantes, com celebração naquela igreja, às 18h30. Para as 22h00, está previsto um concerto pelo Quarteto dos Solistas da Camerata de Lisboa.
No dia 5, às 16h00, é a vez do Rancho das Caxinas e Poça da Barca actuar na rua da Praia.
No dia 6, quinta-feira, dia do padroeiro, as cerimónias religiosas, que constam de missa solene e sermão, decorrem a partir das 18h30. À noite actua o Conjunto Costa Verde, terminando as festas com uma sessão de fogo de artifício.

24 de julho de 2009

Perdido em Jesus



Sigo trilhos escarpados
Ando rotas desalinhadas
Todo um mundo que se fecha
Tantas portas truncadas.

Caminho, vagueante,
Meio perdido, encontrando,
O amor mais jubilante
Que me faz um ser amado.

Só um apoio consigo
Que é estável e forte
E que todo me seduz…

E encontro-me comigo
E vivo a vida, já sem morte,
Obrigado, meu Jesus.

inédito José António Carneiro
2007

foto

21 de julho de 2009

Persistência infinda




Ondas vão, ondas vêem:
Não se cansarão?

Numa infinidade eterna
Percorrem seu destino
Sua vida.

A sua persistência é hoje
Exemplo para nós
Que tão pouco persistentes!


inédito José António Carneiro
2003

Consolo solidário




Colocaste-me no mundo
Para suavizar a dor de tantas vidas
Para acompanhar nos momentos maus,
Ajudar a carregar pesos lancinantes de tantas cruzes
Em especial, dos excluídos e marginalizados.

Envias-me a repartir ternura
A comunicar afecto
A dar força ao que ruiu
A consolar quem sofre
A sarar feridas
A amar todos como Tu.

Envias-me pelo mundo
A dar a boa notícia do Teu amor
Que é compassivo e clemente,
A recordar que é possível a fraternidade
E a igualdade é meta a atingir.

Envias-me a despertar consciências adormecidas
A tranquilizar os consumidos
A sossegar intranquilos e irritados
A criar clima de harmonia e acolhimento.

Envias-me todos os dias, todos os momentos
Aos Teus filhos todos
A todos os recantos escondidos;
A levar a Tua mensagem de vida, paz e perdão.

Envias-me para que consiga para todos
A vida em abundância que brota de Ti,
A dignidade completa
O amor e o pão partido e repartido
Em fraterna solidariedade.

inédito José António Carneiro
2007

Guimarães 2012

Parabéns Guimarães!

12 de julho de 2009

Coração elevado





Cansado arrasto-me pelo caminho
Meio morto vagueio sem rumo
E não vejo a maneira de alcançar o destino
Sem luz e sem força eu não me aprumo.

A história é feita de passos mal dados
E às vezes vou indo, pensando ir bem
E sinto a tristeza de actos não pensados
E rezo: “Vela por mim, Senhor. Ámen”.

A razão retrai-se, eleva-se o coração
Nos momentos gratuitos à luz do luar
Abraço a ternura e deixo-me envolver.

E sinto o amor na palma da mão
E vejo a fraqueza sempre a triunfar
Mesmo que seja na hora de morrer.



Esta foto foi tirada pelo José Carlos Ferreira. Deixou-me usá-la.
Gosto dos contrastes: a cruz - sinal do amor e da dor - entre a pedra=terra e o céu, entre a rocha e o azul.

Peço desculpa por não ter andado por cá nestes últimos dias. O trabalho tem apertado.

11 de julho de 2009

D. Jorge Ortiga quer padres fiéis e alegres


Convento de Montariol acolheu Retiro do Clero



Durante cinco dias desta semana, 22 padres da Arquidiocese de Braga estiveram em retiro no Convento Franciscano de Montariol, em Braga, sob orientação do Abade do Mosteiro de Singeverga, D. Luís Aranha. O retiro terminou com a presença do Arcebispo de Braga que deixou uma mensagem de optimismo aos sacerdotes para viverem o ministério com fidelidade e alegria.
O último dia do retiro ficou marcado pela Eucaristia de encerramento, presidida por D. Jorge Ortiga e concelebrada pelos sacerdotes presentes, às 11h30, em Montariol.
Na homilia da celebração, o prelado deixou uma mensagem de optimismo e de esperança. Em pleno Ano Sacerdotal, o também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa desafiou os padres a um exame de consciência sobre a identidade do sacerdote e pediu que cada um saiba viver o ministério com fidelidade e alegria. «A Igreja quer padres fiéis e alegres», disse.
Depois da missa, o Arcebispo participou marcou presença no almoço conclusivo.
O Retiro do Clero contou com a presença de alguns dos padres que durante este ano celebram as Bodas de Prata e de Ouro sacerdotais.
Recorde-se que os sacerdotes que celebram as Bodas de Prata são seis e Bodas de Ouro são 17.
Plano de informação
e ação face à Gripe A
Noutro âmbito, em declarações à Rádio Renascença, o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, admitiu que a Igreja poderá avançar com um plano de informação e acção face à gripe A, dependendo da evolução da doença em Portugal.
D. Jorge Ortiga recorda que a Igreja desempenha um papel social relevante, dado o grande número de pessoas a que chega, e afirma que o mais importante é passar a informação e evitar o alarmismo desnecessário.
«Se a Igreja for solicitada ou se nós próprios reconhecermos que é necessária uma campanha de sensibilização, estou convencido de que cada Bispo, na sua diocese, dará orientações para que os sacerdotes, nas Eucaristias, avisem, criando, por um lado, condições de tranquilidade e, por outro, informando para os cuidados a ter», afirmou.
«É necessário não alarmar, mas ter uma acção activa para evitar o que é possível e a Igreja não deixará de o fazer”, defendeu o Arcebispo Primaz.

8 de julho de 2009

Papa apresentou Caritas in Veritate



O Papa Bento XVI defende na sua terceira encíclica, “Caritas in Veritate” (A caridade na verdade), uma nova ordem política e financeira internacional, para superar a crise em que o mundo se encontra mergulhado. No documento tornado público ontem, o Papa apresenta como prioridade a «reforma da Organização das Nações Unidas e da arquitectura económica e financeira internacional», sentida em especial «perante o crescimento incessante da interdependência mundial», mesmo no meio de uma «recessão igualmente mundial».

Em vésperas de mais uma reunião do G8, que decorrerá em Áquila, a nova encíclica – endereçada aos Bispos, presbíteros e diáconos, às pessoas consagradas, aos leigos e a todos os homens de boa vontade – diz que a «verdadeira autoridade política mundial» teria como objectivos prioritários «o governo da economia mundial», o desarmamento, «a segurança alimentar e a paz», a defesa do ambiente e as regulações dos fluxos migratórios. Outra necessidade apontada é a de ajudar «as economias atingidas pela crise de modo a prevenir o agravamento da mesma e, em consequência, maiores desequilíbrios».

Denunciando o lucro a todo o custo, Bento XVI sublinhou que «não é suficiente progredir do ponto de vista económico e tecnológico», pois é necessário que o desenvolvimento seja «verdadeiro e integral», assinalando que, em termos absolutos, a riqueza mundial cresceu, «mas aumentam as desigualdades».

Por isso, defende para a economia uma ética «amiga da pessoa», que não esqueça a «dignidade inviolável da pessoa humana e também o valor transcendente das normas morais naturais». «Uma ética económica que prescinda destes dois pilares arrisca-se inevitavelmente a perder o seu cunho específico e a prestar-se a instrumentalizações; mais concretamente, arrisca-se a aparecer em função dos sistemas económico-financeiros existentes, em vez de servir de correcção às disfunções dos mesmos», alerta.

O Pontífice esclarece que é de evitar que a redistribuição da riqueza se faça «à custa de uma redistribuição da pobreza ou até com o seu agravamento, como uma má gestão da situação actual» poderia fazer temer.

Num verdadeiro balanço da actividade económica e social global, o Santo Padre defende que a ajuda mundial seja canalizada para auxiliar os países pobres a eliminar a fome, e também advoga a redução do consumo de energia nos países mais industrializados e uma utilização mais racional e eficaz dos recursos naturais.

Nesta sua primeira encíclica social, o Papa retoma a Doutrina Social da Igreja, que tem na “Populorum Progressio”, de Paulo VI (1967) um documento fundamental, sublinhando que a caridade na verdade é o seu eixo essencial, orientado pelos critérios da justiça e do bem comum.

«A doutrina social nunca deixou de pôr em evidência a importância que tem a justiça distributiva e a justiça social para a própria economia de mercado», acrescentou. «Querer o bem comum e trabalhar por ele é exigência de justiça e de caridade», sublinhou.

Modelos para a globalização

A «sociedade em vias de globalização» é o alvo preferencial de várias considerações de Bento XVI na “Caritas in veritate”. Olhado para as várias intervenções dos seus predecessores em matéria social, o actual Papa considera que a principal novidade da actualidade «foi a explosão da interdependência mundial, já conhecida comummente por globalização».

«A globalização – escreve – é um fenómeno pluridimensional e polivalente, que exige ser compreendido na diversidade e unidade de todas as suas dimensões, incluindo a teológica».

Bento XVI avisa que «o processo de globalização poderia substituir as ideologias com a técnica, passando esta a ser um poder ideológico», pedindo, por isso, uma «formação para a responsabilidade ética no uso da técnica».

O Papa não alinha com as «atitudes fatalistas» a respeito deste fenómeno, que mostra a realidade de «uma humanidade cada vez mais interligada».

«Na época da globalização, a actividade económica não pode prescindir da gratuidade, que difunde e alimenta a solidariedade e a responsabilidade pela justiça e o bem comum em seus diversos sujeitos e actores. Trata-se, em última análise, de uma forma concreta e profunda de democracia económica», observa Bento XVI.

Neste contexto, anota o Papa, «eliminar a fome no mundo tornou-se também um objectivo a alcançar para preservar a paz e a subsistência da terra». «Poderia revelar-se útil considerar as novas fronteiras abertas por um correcto emprego das técnicas de produção agrícola, tanto as tradicionais como as inovadoras, desde que as mesmas tenham sido, depois de adequada verificação, reconhecidas oportunas, respeitadoras do ambiente e tendo em conta as populações mais desfavorecidas», indica.


D. Jorge Ortiga considera texto importante para avaliação dos programas eleitorais

Encíclica chega «na hora exacta»

para a sociedade portuguesa

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. Jorge Ortiga, defendeu, em Fátima, que a encíclica “Caritas in veritate”, de Bento XVI, chega «na hora exacta», destacando a importância que o texto pode ter para a avaliação dos programas políticos nas próximas eleições, no nosso país.

Num encontro inédito, destinado a apresentar o novo documento do Papa, o Arcebispo de Braga disse ser necessário discutir o texto «com a sociedade portuguesa», em especial para ajudar a formar um voto mais «consciente», como a CEP já tinha pedido na sua última Assembleia Plenária.

«Esta carta encíclica, se fosse lida e meditada por todos os cristãos e particularmente também pelos políticos, num tempo de eleições que se aproxima estou convencido que seria muito útil», defendeu o prelado.

De acordo com D. Jorge Ortiga, «a Igreja não se quer intrometer em questões políticas, mas há uma doutrina que se repercute em vários sectores da vida».

Nesse sentido, defendeu que “Caritas in veritate” contém um «conjunto de orientações que poderão enriquecer muito a sociedade portuguesa».

«É necessário projectar de novo o nosso caminho», encontrando regras e formas novas de compromisso, acrescentou o presidente da CEP, para quem a crise exige «novos paradigmas de vida», em termos individuais e sociais.

Comentando o título dado pelo Papa à sua terceira encíclica, o Arcebispo de Braga sublinhou que o amor «impele as pessoas a comprometerem-se» e que «a Igreja tem de denunciar determinadas situações em nome da verdade».

Nesse sentido, disse esperar que a carta «chegue ao coração da sociedade portuguesa».

Esta iniciativa inédita visou colocar a Igreja em diálogo «com toda a sociedade».

Aos jornalistas, o presidente da CEP disse ainda que na reunião do Conselho Permanente deste organismo, que decorreu em Fátima, não se abordou em profundidade a nova encíclica porque em cima da mesa estavam questões pendentes para a regulamentação da Concordata.

«Esta regulamentação tem sido feita, particularmente nos últimos tempos, a partir de diálogo sobre os documentos, em várias instâncias. Temos estado neste quase jogo de pingue-pongue», indicou.

«Esperemos que já se esteja a chegar ao fim», acrescentou, admitindo que alguns aspectos ainda necessitarão de uma abordagem posterior.




Diário do Minho

4 de julho de 2009

Novo Bispo Auxiliar visitou Arquidiocese de Braga


D. Manuel Linda será ordenado a 20 de Setembro


O novo Bispo Auxiliar de Braga visitou ontem a Arquidiocese, contactando com D. Jorge Ortiga e com D. António Couto, e ficando a conhecer a “nova casa”, o Paço Arquiepiscopal, onde ficará instalado a partir de 20 de Setembro, ao que tudo indica dia da Ordenação episcopal, na Sé de Vila Real.
Na primeira visita à Arquidiocese, depois da nomeação do Papa Bento XVI, D. Manuel Linda esteve reunido com o Arcebispo Primaz e com D. António Couto para ouvir as primeiras indicações dos prelados da Arquidiocese bracarense.
No final da conversa, D. Jorge Ortiga, acompanhado por D. António Couto, mostrou a D. Manuel Linda o Paço Arquiepiscopal e os espaços anexos, particularmente a Galeria dos Arcebispos.
D. Manuel Linda confessou que sente alguma «preocupação» face à nomeação, por se tratar do início de um novo ministério. «Não sei o que é ser bispo», afirmou, mas «sei que venho para uma diocese com uma longa história, que tem sido dirigida por tantos santos Arcebispos, que tem sacerdotes extraordinários e bem formados e ainda um povo de Deus que forma um santo Povo de Deus».
O novo bispo entende a nova missão como colaboração efectiva com o Arcebispo de Braga e com o outro Bispo Auxiliar. «Não venho para fazer coisas, senão aquilo que me pedir o Arcebispo», frisou, prometendo para o seu novo ministério «proximidade afectiva e efectiva» e «simpatia», além de desejar «acalentar a esperança» e «pregar Jesus Cristo crucificado».
D. Manuel Linda deu a conhecer que tem também algumas preocupações pastorais, mas mais ao nível da Igreja universal. Em concreto, apontou a crise vocacional. Embora se manifestem «alguns sinais de superação», o número de padres ordenados não supera o número dos que morrem.
A par da crise vocacional, o novo bispo destacou igualmente a crise familiar. «As famílias estão em crise», afirmou, e isso deve ser motivo de preocupação para todos.
D. Jorge Ortiga, por seu turno, vê a nomeação de D. Manuel Linda como uma graça para a Arquidiocese particularmente por coincidir com o início do Ano Sacerdotal. Segundo o Arcebispo Primaz, tal como estabeleceu o Conselho Presbiteral, a aposta deste ano, do ponto de vista pastoral, passa por os bispos contactarem de uma forma mais próxima e especial com todos os sacerdotes de Braga.
Para o responsável máximo da Arquidiocese, a nomeação do reitor do Seminário de Vila Real, que estudou Humanidades na Faculdade de Filosofia de Braga, não se liga apenas à questão do trabalho pastoral. «O fundamental é o espírito de comunhão que podemos criar entre nós, bispos, e nossa com os sacerdotes», finalizou.

3 de julho de 2009

Festival de Gastronomia de Braga “dá” a provar sabores do Minho



Organização espera 30 a 40 mil visitantes durante os dez dias do certame


O 1.º Festival de Gastronomia de Braga “dá” a provar iguarias de todo o país, com especial destaque para os sabores típicos e tradicionais do Minho. O certame é inaugurado hoje, pelas 19h00, e prolonga-se até ao dia 12, com os organizadores a esperarem entre 30 a 40 mil visitantes, na Praça do Município.
Organizado pela Best Events, o festival gastronómico conta com o apoio da Câmara Municipal de Braga e não se resume às especialidades da cozinha minhota e portuguesa, incluindo a promoção e venda de produtos tradicionais, sem esquecer uma diversificada oferta de animação de rua.
Segundo Jorge Ferreira, da organização, o certame conta com a presença de cinco restaurantes da região de Braga. “Amigos da Canastra” (Póvoa de Varzim), “A Rival” (Amares), “Casa Gil” (Braga), “Adega Regional de Tenões” (Braga) e “Quinta do Esquilo” (Amares) são os cinco restaurantes que, na Praça do Município, vão apresentar 20 especialidades diferentes da gastronomia do Minho e Portugal.
Estes cinco estabelecimentos de restauração vão confeccionar, todos os dias, pratos económicos para o período de almoço, além de outras especialidades.
Não se focando apenas na gastronomia propriamente dita, o 1.º Festival de Braga dedica também uma zona para tasquinhas que farão a exposição, promoção e venda de variados produtos tradicionais de todo o país.
Do Minho ao Algarve, passando pelas Beiras e pelas Ilhas, o certame aposta em “Gijinha” (Óbidos), Pão-de-ló (Ovar), Doçaria Conventual e Amêndoa (Algarve), Fumeiro (Mirandela), Queijos e Enchidos (Serra da Estrela), Doces (Chaves), Pastéis (Tentúgal), Produtos Tradicionais (Madeira), Compotas Artesanais (Portalegre), Adega (Favaios e Guimarães), Vinhos e Queijos (Quinta da Aveleda), Doces Regionais (Santa Maria da Feira), Mel Gourmet, Caipirinha, Licores Regionais e Sangria.
Em paralelo com o festival gastronómico, os promotores prepararam um vasto programa de animação, com música, folclore, animação de rua, grupos de precursão, tunas académicas e dj’s.
Assim, hoje actuam “Sondart Grupo de Precursão”, Grupo Musical “Os Montes” e Estudantina de Braga. Amanhã, a animação fica a cargo de Ludgero Rosas, e no domingo, é a vez do Rancho Folclórico de S. Pedro de Lomar. De segunda, dia 6, a quinta-feira, dia 9, Sérgio Adrego assume a animação da praça, enquanto que, no dia 10, sobe a palco “The other side”. Para os dois últimos dias do certame, estão previstas actuações da Estudantina de Braga e de Tukanos – Música Tradicional, respectivamente.
O 1.º Festival de Gastronomia de Braga vai funcionar, na Praça do Município, durante dez dias, das 12h00 às 24h00, com entrada livre.
Diga-se, ainda, que a pensar nas famílias que têm crianças, a organização disponibiliza um espaço de diversão infantil – com insufláveis – direccionado para os mais novos.



Ana Paula Morais comentou apoio da Câmara
«Nem sempre o dinheiro é o mais importante»

Representando a autarquia bracarense na conferência de imprensa de apresentação do 1.º Festival de Gastronomia de Braga, que decorreu ontem, a vereadora dos pelouros das Actividades Económicas, Mercado Municipal, Cemitérios, Turismo, Recursos Humanos e Freguesias disse que o apoio da Câmara Municipal ao certame não passou pelo apoio económico, mas por uma colaboração ao nível da logística e infraestruturas. E atirou: «nestas coisas, nem sempre o dinheiro é o mais importante».
Para Ana Paula Morais o apoio dado pela autarquia está «dentro da normalidade» face à iniciativa privada. «O papel da autarquia é o de ser um elemento facilitador e dinamizador da iniciativa privada», sustentou a vereadora ao Diário do Minho. Além disso, do ponto de vista da política turística da cidade, «consideramos que esta é uma iniciativa importante para a dinamização turística e económica da cidade», afirmou a responsável pela área do turismo da Câmara Municipal de Braga.
Em concreto, a Câmara cedeu o espaço público localizado na Praça do Município, e criou as condições necessárias – ao nível da disponibilização e colocação de água, luz e som – para a realização do certame.

Sindicato acusa Actaris de violar lei do trabalho

Empresa diz que está dentro da legalidade

O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Eléctricas do Norte e Centro (STIENC) acusa a empresa Actaris (ex-Reguladora) de violar a lei do trabalho, ao nível da adaptabilidade do horário laboral. Por seu turno, Adélio Oliveira, da Actaris, garante que a multinacional do sector de material eléctrico e electrónico está dentro da legalidade, cumprindo os requisitos do novo contracto colectivo de trabalho.
Num comunicado enviado à imprensa, o STIENC dá conta que a empresa «afixou uma nota interna onde pretendia que os seus trabalhadores aderissem a um regime de laboração horária, que o Código do Trabalho apelida de “adaptabilidade”, e que considera possível, desde que a maioria dos seus trabalhadores, quando consultados, expressem essa aceitação».
Contudo, tal como «nos termos previstos no Código do Trabalho, os trabalhadores expressaram, por maioria esmagadora, a sua não aceitação à alteração horária que a empresa propunha, visto a mesma colidir, de forma irreconciliável, com os seus interesses particulares».
O organismo sindical aponta que a empresa, «que só tinha que acatar a decisão dos seus trabalhadores, não só o não fez como, de forma inqualificável, voltou à carga com a sua intenção inicial, voltando, passado uma semana, a colocar a mesma intenção aos seus trabalhadores, de recorrer à adaptabilidade horária». No mesmo registo, «os trabalhadores invalidaram as pretensões da empresa pela segunda vez».
O documento do STIENC refere que «para espanto de todos, a empresa, no pagamento do salário de Junho, descontou aos trabalhadores um valor correspondente a oito horas, com falta injustificada, considerando que, pela proposta que colocou à consideração dos trabalhadores e que estes rejeitaram, estes estariam obrigados ao cumprimento da alteração horária, mandando às malvas as considerações previstas no Código do Trabalho e a decisão dos trabalhadores».
Considerando a gravidade da situação, o sindicato enviou um ofício à Gerência da Actaris, «manifestando a sua estupefacção pelo sucedido», e «solicitou, com carácter urgente, a intervenção da Autoridade para as Condições do Trabalho, esperando que a legalidade seja reposta, imediatamente».

Empresa está dentro da lei
Do lado da empresa, Adélio Oliveira manifestou que a questão está em fase de negociação com os trabalhadores, ressalvando, no entanto, que «desde 2006, que a Actaris está a funcionar no regime de adaptabilidade de horário».
A pretensa “guerra” que agora surge, parece ser motivada por alguns trabalhadores, alimentados por alguns sindicalistas, como denuncia o responsável, apontando o registo imaculado da centenária empresa ao nível do cumprimento das suas obrigações para com os trabalhadores.
Adélio Oliveira sustentou que a política seguida pela empresa com a finalidade de acabar com os turnos de trabalho, além de estar prevista no novo Código do Trabalho, foi a forma encontrada de manter a estabilidade económico-financeira da Actaris, sem recorrer a despedimentos ou ao lay-ff.

2 de julho de 2009

Isabel Figueira surpreendente!

Isabel Figueira surpreendente!

http://www.correiodominho.com/cronicas.php?id=679#

Crónica de um mau atendimento!

No passado sábado estive na Eucaristia das 18h00, na igreja de S. Vicente, em Braga, por ser o sétimo dia de falecimento de um amigo. Apesar do calor, que levou algumas pessoas a abandonarem o espaço celebrativo (pense-se em alguma solução para isto!), a missa decorreu sem problemas.
O pior estava para vir. No momento em que venho a chegar ao adro, deparo-me com um senhor de meia idade que estava a ter – o que me pareceu ser – um acidente cardiovascular.
Bom, não consigo descrever aqui os minutos seguintes dada a intensidade, a emotividade e a agitação que tomou conta daquele lugar. É, de alguma forma, perceptível a atitude de preocupação dos familiares, mas nestas situações não ajuda em nada a pessoa que está a ser vítima do ataque.
É nesta altura que começa um “corridinho” de pessoas a ligar para as emergências. O ridículo é que do outro lado da linha estaria alguém, se calhar até muito simpático(a), a atender e a fazer um inquérito pormenorizado sobre a situação. Mais pergunta, mais resposta e já o senhor estava deitado no chão há mais de três ou quatro minutos.
Cerca de 15 minutos depois do incidente lá chegou uma ambulância com dois bombeiros. Mas, equipa médica do INEM nem vê-la.
Por acaso quando chegaram já o senhor estava mais ou menos estabilizado porque no local e, de alguma forma, superior aos gritos, ao rebuliço e à confusão estava uma estudante de enfermagem. A jovem bracarense – familiar do meu amigo falecido – tentou e lá conseguiu amainar a situação e estabilizar a vítima.
Mas, pergunto-me: E se não tivesse conseguido? E se o senhor não recuperasse? O que iriam fazer os dois bombeiros naquela situação? Onde andava o veículo de emergência médica e reabilitação?
Também não percebo como dos Bombeiros de Braga até à igreja de S. Vicente se demora tanto tempo. Das quatro uma: ou não havia ambulância disponível; ou havia ambulância e não havia pessoal para a guiar; ou as ruas de Braga são tão confusas e “entupidas” que as ambulâncias vêem-se “à nora” para passar; ou – infelizmente às vezes parece que é assim – andamos a brincar com coisas sérias.

1 de julho de 2009

Braga acolhe a mais abrangente associação de apoio a deficientes


“Nunca! Mas! Nunca Desistas” foi ontem oficializada


A cidade de Braga tem, desde ontem, a sede da mais abrangente associação destinada a apoiar pessoas com deficiência. A Associação “Nunca! Mas! Nunca Desistas” foi ontem constituída por escritura pública e resulta de um sonho de João Paulo Correia, um jovem portador de deficiência motora, o primeiro a conseguir uma medalha de ouro para Portugal, na categoria de Atletismo em cadeira de rodas, nos Jogos Paraolímpicos, em 2003.
João Correia assegurou, à margem da cerimónia da assinatura que permitiu a constituição da associação, que o princípio basilar é apoiar todas as pessoa com deficiência em todas as idades. É esta base e este princípio que leva o presidente a sustentar que a Associação “Nunca! Mas! Nunca Desistas” é a mais abrangente em território nacional, porque as respostas existentes ao nível da deficiência são muito direccionadas e sectoriais.
João Correia disse que a constituição da associação se trata de um primeiro passo, uma vez que, daqui a um ano, «esperamos constituir esta associação como fundação».
Por um lado, a associação pretende ajudar as pessoas deficientes com cuidados médicos, de saúde, particularmente ao nível da fisioterapia, mas a sua missão vai mais adiante ao pretender ser «uma palavra amiga e encorajadora» para as pessoas isoladas, em virtude de qualquer deficiência.
Outra vertente que a Associação “Nunca! Mas! Nunca Desistas” tem passa pelo apoio a atletas paraolímpicos. «Deparei-me com muitas dificuldades de ser atleta paraolímpico» disse João Correia, denunciando que «a legislação para proteger estas pessoas é quase inexistente».
Nesta linha, a associação nasceu das próprias dificuldades sentidas por João Correia e da constatação de que existem muitas pessoas portadoras de deficiência com as mesmas dificuldades e sem qualquer apoio.
Para já a associação conta com o apoio da Câmara Municipal de Braga, embora estejam já acordadas várias parcerias com Juntas de Freguesia do concelho.
A Associação “Nunca! Mas! Nunca Desistas” está sediada no Mercado do Carandá e pretende de momento atender as pessoas e proceder ao encaminhamento para as entidades capazes de responder às suas necessidades. Todavia, no futuro, «queremos ter uma equipa capaz de tratar e atender cada pessoa nos nossos espaços», e isso deverá ser conseguido com a constituição da fundação.
Finalmente, os responsáveis não fecham a porta à possibilidade de alargar a associação a um âmbito nacional.

[A propósito da solenidade de Cristo Rei]

  “Talvez eu não me tenha explicado bem. Ou não entendestes.” Não penseis no futuro. No último dia já estará tudo decidido. Tudo se joga nes...