28 de abril de 2010

Acção de graças


Ó Senhor
Tu que me ouves no íntimo
Eu te louvo pelo que me dizes.
Obrigado por me dizeres
Que o caminho só é verdadeiro
Se percorrido na rectidão da verdade
Que implica um conhecimento sábio,
Visual e relacional de mim para mim mesmo
Que se expressa na conversão pessoal.

Obrigado, Senhor
Por me ensinares o valor do silêncio
Não o que é imposto ou coagido
Mas o silêncio que torna a minha conversa
Uma conversação;
Um silêncio que torna o meu ouvir
Um verdadeiro escutar
Do que me é dirigido;
Um silêncio que escuta a Palavra
E lhe dá uma resposta ontológica, existencial;
Um silêncio que não impõe barreiras
Nem cria filtros e resistências
Ao que me é dado;
Um silêncio que leva ao discernimento;
Um silêncio que abre horizontes
E possibilita escutar-me.

Obrigado por me mostrares
Que a minha fé, por vezes, é fraca,
Insegura e tremente,
Necessitada de purificação
De conceitos e preconceitos
Fúteis e vãos.

Obrigado por me dizeres
Que o Teu “Vem e segue-me”
Requer uma profunda identificação conTigo.

Obrigado porque cada momento conTigo
É um momento novo
Cada conversa Tua
Traz sempre novidade.

Eu te agradeço
Por tudo o que dizes
No silêncio ao meu coração…
Obrigado, Senhor!

JAC

23 de abril de 2010

Catequese Interactiva com o Pe. Júlio Grangeia

Ontem à noite, depois das 20h30, participei com o Pe. Júlio Grangeia numa catequese interactiva, online, sobre as vocações. Correu bem. Cerca de uma centena de pessoas esteve ligado a nós. Em Semana de Oração pelas Vocações, partilho o meu testemunho. E agradeço ao Pe. Júlio o convite.

http://www.livestream.com/padrecatolico

No You Tube estão vídeos de músicas de cantei nessa emissão. Não é grande coisa, mas pode ver-se





21 de abril de 2010

Rezar para testemunhar: Oração pelas Vocações



Senhor da messe e pastor do rebanho,
faz ressoar em nossos ouvidos
o teu forte e suave convite: “Vem e segue-Me”!
Derrama sobre nós o teu Espírito:
que Ele nos dê sabedoria para ver o caminho
e generosidade para seguir a tua voz.
Senhor, que a messe não se perca por falta de operários.
Desperta as nossas comunidades para a missão.
Ensina a nossa vida a ser serviço.
Fortalece os que querem dedicar-se ao Reino,
na vida consagrada e religiosa.
Senhor, que o rebanho não pereça por falta de pastores.
Sustenta a fidelidade dos nossos bispos,
padres e ministros.
Dá perseverança aos nossos seminaristas.
Desperta o coração dos nossos jovens
para o ministério pastoral na tua Igreja.
Senhor da messe e pastor do rebanho,
chama-nos para o serviço do teu povo.
Maria, Mãe da Igreja,
modelo dos servidores do Evangelho,
ajuda-nos a responder “sim”.

Ámen.

20 de abril de 2010

Contrastes da minha vida...

Olá a todos

Antes de mais, peço desculpa.
Tenho tido pouquíssimas hipóteses de escrever aqui como tanto gosto.

Tem sido um corridinho.

A vida não pára.
E é cheia de contrastes.
A morte de pessoas que amamos é tão dura. Às vezes, parece que nem a fé e a esperança em Cristo, morto e ressuscitado, nos dão o consolo necessário....
Ainda há cerca de três meses perdi um tio - com 62 anos - e agora outro, mas com 46 anos de idade. E de forma trágica. Um atropelamento de um camião em Angola. Duro. Duríssimo para mim. Imagino o quanto para a minha tia e os meus quatro primos, seus filhos... Rezem por ele e pela família que deixa...

Por outro lado, está a correr o processo canónico para a minha Ordenação Sacerdotal. Fico cheio de alegria por causa disso. Corre em Braga, a minha diocese, e em Aveiro, a diocese onde trabalho.

Já foram lidas as Proclamas. Espero tranquilamente o encerramento deste processo...

E é assim: é nestes contrastes que se faz a vida que temos e somos.

Porque Jeff Buckley me faz tão bem e tanto gosto, partilho...

E peço a todos: rezem por mim, para que seja forte e fiel!
Obrigado



10 de abril de 2010

II Domingo da Páscoa: Acredito como Tomé, meu irmão gémeo!




1. O Domingo de Páscoa, pelo Evangelho de João (20,1-10), falava-nos da descoberta do túmulo aberto, mas não vazio! Túmulo aberto no qual a pedra muito grande (Marcos 16,4), símbolo do poder da morte, tinha sido retirada! Ali, o Anjo do Senhor sentou-se sobre ela (Mateus 28,2), numa impressionante imagem de soberania e vitória sobre a morte! Mas o túmulo não está vazio: está cheio de sinais, que é preciso ler com atenção: um jovem sentado à direita com uma túnica branca (no Evangelho de Marcos 16,4), dois homens com vestes fulgurantes (no Evangelho de Lucas 24,4), as faixas de linho no chão e o sudário enrolado noutro lugar (no Evangelho de João 20,6-7). É importante ler os sinais e ouvir as mensagens! Se o túmulo estivesse vazio, como vulgarmente dizemos, estávamos perante uma ausência cega e muda. Na verdade, os sinais e as mensagens do sepulcro mostram uma presença nova que somos convidados a descobrir sempre.

2. O Evangelho deste domingo II da Páscoa (João 20,19-29) aparece depois dos percursos de várias figuras bíblicas. Este é o percurso de descoberta desta nova presença de Jesus. Pensemos em Madalena que vai ao túmulo e vê a pedra removida. Pensemos em Pedro e no Outro Discípulo que correm ao túmulo e vêm todos os sinais que lá se encontram. Pensemos, de novo, em Madalena, que encontra Jesus Ressuscitado, O vê e descobre-O como o olhar da fé. “Vi o Senhor”.

3. Sai Madalena de cena e o Evangelho de hoje apresenta-nos os discípulos reunidos num lugar, com as portas fechadas, por medo dos judeus. O Ressuscitado, que nada pode reter, vem e fica no MEIO deles e saúda-os: «A paz esteja convosco!». Mostra-lhes as mãos e o lado, sinais que identificam o Ressuscitado com o crucificado, e cola-os à sua missão, ao dizer: «Como o Pai me enviou, também Eu vos envio». O presente da nossa missão aparece, portanto, colado à missão de Jesus, e não faz sentido sem ela e sem Ele. Nós implicados e embrenhados n’Ele e na missão d’Ele, sabendo nós que Ele está connosco todos os dias (cf. Mateus 28,20). É-nos dito que os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor. Tal como o Outro Discípulo, também eles vêm com um olhar histórico a identidade do Senhor. O sopro de Jesus sobre eles é o sopro criador, com o Espírito, para a missão. Este sopro só aparece aqui em todo o Novo Testamento!

4. O narrador informa-nos logo a seguir que, afinal, Tomé, chamado Gémeo ou Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Mas os outros dez anunciam-lhe com a mesma linguagem de Madalena, mas no plural: «Vimos o Senhor!» Portanto, também eles são testemunhas, pois viram e continuam a ver. Mas Tomé quer tudo controlado, ponto por ponto, e refere: «Se eu não vir nas suas mãos a marca dos cravos, e meter o meu dedo na marca dos cravos e meter a minha mão no seu lado, não acreditarei».
5. Oito dias depois, estavam outra vez os discípulos com as portas fechadas (mas o medo já não é mencionado), e Tomé estava com eles. Veio Jesus, ficou no MEIO, saudou-os com a paz, e dirigiu-se logo a Tomé desta maneira: «Traz o teu dedo aqui e vê as minhas mãos, e traz a tua mão e mete-a no meu lado, e não sejas incrédulo, mas crente!». Aí está Tomé adivinhado e desarmado nos seus esquemas. Também ele podia ter pensado: e como é que ele sabia que eu queria fazer aquilo? Tomé cai aqui, adivinhado e antecipado. Não quer tirar mais provas. Diz de imediato: «Meu Senhor e meu Deus!». Esta é uma das mais belas profissões de fé de toda a Escritura. E Jesus diz para ele: «Porque me viste e continuas a ver, acreditaste; felizes os que, não tendo visto na história, acreditaram!» Esta felicitação, este macarismo ou bem-aventurança, é para nós hoje, que não vimos historicamente o ressuscitado, mas acreditamos n’Ele e somos felizes por isso.

6. É notável o percurso dos Discípulos: fechados e com medo, viram Jesus entrar e ficar no MEIO deles, sem que as portas e as paredes constituíssem qualquer obstáculo. Trocaram o medo pela alegria, e também eles começaram a ver de forma continuada o Senhor e anunciá-lo. Notável e exemplar para nós, hoje e sempre, o percurso de Tomé, chamado Gémeo: não estava com a comunidade, tão-pouco aceitou o seu testemunho; queria provas sensíveis e visíveis. Mas quando veio Jesus e o adivinhou, entregou-se completamente!
7. Tomé, chamado Gémeo! Gémeo de quem, podemos perguntar? Meu e teu, assim pretende mostrar o evangelista. De vez em quando, também nós não estamos com a comunidade. Como Tomé, chamado Gémeo. Por vezes, também duvidamos e queremos provas. Como Tomé, chamado Gémeo. Salta à vista que também devemos estar com a comunidade. Como Tomé, chamado Gémeo. E professar convictamente a nossa fé no Ressuscitado que nos preside (no MEIO) e nos precede sempre. Como Tomé, chamado Gémeo.

8. E rezo:
Senhor Jesus, embora não Te vejamos
Com estes olhos de carne,
A nossa profissão de fé ardente
é hoje a do Apóstolo Tomé, chamado Gémeo;
A princípio incrédulo e depois crente exemplar:
Nós acreditamos em Ti, nosso Senhor e nosso Deus.
Andamos à procura de razões, de provas e seguranças
Para acreditar e aceitar Deus na nossa vida.
Mas tu dizes e continuas a dizer: “Felizes os que crêem sem terem visto”.
Tu és Senhor a razão da nossa fé.

Ideias que partilho com os cristãos no II domingo da Páscoa! Reflexão à luz de D. António Couto
JAC

6 de abril de 2010

PÁSCOA É JESUS



Páscoa é Páscoa. Simplesmente.
Sem I.V.A. nem adjectivo pascal.

Páscoa é lua cheia, inconsútil, inteira,
sementeira de luz à nossa beira.

Deixa-a viver, crescer, iluminar.
Afaga-lhe a voz e o olhar.

Não lhe metas pás, não lhe deites cal.
Não lhe faças mal.
Não são notas enlatadas, brasas apagadas.
É música nova, lume vivo e integral.

Não é paragem, mas passagem,
aragem a ferver e a gravar em ponto Cruz
a mensagem que ardia no coração dos dois de Emaús.
A Páscoa é Jesus.

D. António Couto

Vive e Reina o autor da vida!

À Vítima pascal
ofereçam os cristãos
sacrifícios de louvor.
O Cordeiro resgatou as ovelhas:
Cristo, o Inocente,
reconciliou com o Pai os pecadores.
A morte e a vida
travaram um admirável combate:
Depois de morto,
vive e reina o Autor da vida
Sabemos e acreditamos:
Cristo ressuscitou dos mortos:
Ó Rei vitorioso, tende piedade de nós.

 
Santa Páscoa para todos!

Sábado Santo: suspanse


Suspanse e silêncio
Um medo interior.

A Tua ausência faz-me pensar.

Só a esperança da promessa
Cria um revês no cenário
Inicialmente de derrota:
Espero a acção do Pai
Porque Deus é Deus
E tudo pode.

Espero que este silêncio
Se converta em alegre anúncio
E ressoe em grito jubiloso.

Não ficarei desiludido
Porque sei que vencestes o mundo, Jesus!

Sei que a luz da Páscoa vai irradiar
Como sol nascente
E sem ocaso.

JAC

2 de abril de 2010

Sexta-feira Santa: prostrado


Sabias a Tua missão
E sabias que ias morrer,
E, apesar de tudo,
Tudo foi longo e doloroso
E humilhante.

Que amor e dignidade revelas
Ao caminhar para a vida da morte
Porque a vida ninguém te tira
Senão que és Tu a dá-la
Para cumprir a vontade do Pai
E para, pela Tua dádiva,
Alcançar vida e salvação
toda a humanidade.

Quão indigno sou do teu amor!
Quão fraco permaneço ante Ti.

Envergonhado em prostro
E adoro a Tua cruz.

Não tenho outra maneira
De me colocar diante de tal prova.

Só queria ter a tua coragem
- por isso a peço, Senhor -
de viver e morrer como Tu.

Que dia grande, contrastante:
Uma morte que me dá vida,
Um contraste amoroso.

JAC

[A propósito da solenidade de Cristo Rei]

  “Talvez eu não me tenha explicado bem. Ou não entendestes.” Não penseis no futuro. No último dia já estará tudo decidido. Tudo se joga nes...