31 de dezembro de 2012

Santa Maria Mãe de Deus, Senhora de Janeiro, do Dia Primeiro e do Ano inteiro!




A solenidade de Santa Maria Mãe de Deus assinala, liturgicamente, o fim da Oitava de Natal. No primeiro dia do ano civil de 2013, a Igreja inteira celebra Maria e contempla-a como Mãe de Deus e Mãe da Humanidade. Recebemos também a benção sacerdotal, contida no Livro dos Números: "O Senhor te abençoe e te guarde./ O Senhor faça brilhar sobre ti a Sua face e te seja favorável./ O Senhor dirija para ti o Seu olhar e te conceda a paz."

Também desde 1968, anexa a esta solenidade litúrgica está a celebração do Dia Mundial da Paz. Motivos mais que suficientes para a nossa oração, celebração e também para o nosso compromisso empenhado em sermos obreiros da paz. Como escreve Bento XVI na sua mensagem para este dia: "as inúmeras obras de paz, de que é rico o mundo, testemunham a vocação natural da humanidade à paz. Em cada pessoa, o desejo de paz é uma aspiração essencial e coincide, de certo modo, com o anelo por uma vida humana plena, feliz e bem sucedida. Por outras palavras, o desejo de paz corresponde a um princípio moral fundamental, ou seja, ao dever-direito de um desenvolvimento integral, social, comunitário, e isto faz parte dos desígnios que Deus tem para o homem. Na verdade, o homem é feito para a paz, que é dom de Deus".

Mas esta solenidade litúrgica de Santa Maria Mãe de Deus faz-nos direccionar, em uníssono, o olhar, o coração e a canção para a Mulher-Mãe pela qual nasce para nós o Autor da Vida, Aquele que hoje recebe o nome de Jesus, porque Deus Salva!
A ela, que nos dá o Salvador, elevamos a nossa oração, com as palavras ternas e meigas, tão divinas de tão humanas que são, de D. António Couto, e só rezamos:

Mãe de Deus,
Senhora da Alegria,
Mãe igual ao Dia,
Maria.

A primeira página do novo ano é toda tua,
Mulher do sol, das estrelas e da lua,
Rainha da Paz,
Aurora da Luz,
Estrela matutina,
Mãe de Jesus e também minha,
Senhora de Janeiro,
Do Dia Primeiro e do Ano inteiro.

Abençoa, Mãe, os nossos dias breves.
Ensina-nos a vivê-los como tu,
Sempre sob o olhar de Deus,
Sempre a olhar por Deus.
A grande verdade a tua vida,
O teu segredo de ouro.
Soubeste sempre que Deus velava por ti,
Enchendo-te de graça.
E tu soubeste sempre olhar por Deus,
Porque soubeste bem que Deus também é pequenino.
Acariciada por Deus,
Viveste acariciando Deus.

Por isso, todos de proclamaram "bem-aventurada"
E nós também de aclamamos "bem-aventurada".

Senhora e Mãe de Janeiro,
Do dia primeiro e do ano inteiro.
Acaricia-nos.
Senta-nos em casa ao redor do amor, do coração.
Somos tão modernos e tão cheios de coisas...
Tão cheios de coisas e tão vazios de nós,
De humanidade e de divindade.
Temos tantas coisas e falta-nos o essencial:
A tua simplicidade e alegria.

Faz-nos sentir, Mãe nossa,
O calor da tua mão em nossos rostos frios,
Insensíveis, enrugados,
E faz-nos correr, com alegria,
Ao encontro dos pobres e dos necessitados.

Que seja, e pode ser, porque Deus o quer e nós também podemos querer, um ano novo bom, cheio de paz, pão e amor, para todos os irmãos que Deus nos deu. Ámen.



Pe. JAC

29 de dezembro de 2012

Sagrada Família de Jesus, Maria e José





A verdadeira razão do Natal
cresceu depressa e especial.
Jesus já vai ouvindo e cumprindo
a vontade de seu Pai.

Cresce em graça e sabedoria,
cresce, como nós, mas diferente,
inteiro e irreverente, mas não rebelde...
Cresce na delicadeza do Amor
vivido dia-a-dia na Sagrada Família.

Eis que aos doze anos, em Jerusalém,
na Sua aguçada e inteligente procura,
fez da "casa" do Pai Sua casa segura
desafiando aos doutores a ciência
com a Sua tão divina sapiência.

Como filho obediente, à escuta,
com Seus pais voltou a Nazaré.
Fica já a lição para Maria
e mesmo sem compreender, guarda:
O Filho deve estar na casa do Pai
e Jesus já está nas coisas de Deus!


Pe. JAC

24 de dezembro de 2012

Feliz Natal





Se queres que seja Natal,
volta a olhar e a apreciar,
aquela pequena e brilhante luz
que rasgou a escura e fria noite,
e aqueceu de mansinho o coração humano.
Sê contador do maior milagre do Amor!
Feliz Natal!


Pe. JAC

22 de dezembro de 2012

Senhora da visitação. Poema no IV domingo do advento




Corres ligeira,
Senhora nossa,
Mãe e medianeira
E ensinas-nos a passar das palavras
À Palavra feita carne.

Corres com atenção,
Maria de Nazaré,
Senhora da visitação
E mostras em obras de amor
Aquele que já mora em Teu coração.

Corres com solicitude,
Virgem Maria,
Para nos ensinar a virtude:
A Deus é preciso assentir
E ao próximo visitar e servir.

Senhora que visitas
Pois já foste visitada,
Desde sempre preservada
És feliz e bem-aventurada:
Tu o primeiro sacrário da terra
A albergar o Deus que vem
Ajuda-nos a acolher o Teu Filho
E, por Ele, acolhe-nos também.


Pe. JAC

Dar vida ao mundo! Um poema para o IV domingo do advento




Eis que a serva do Senhor
Acolhe e reconhece o Amor
Dom para ser partilhado,
Sentido e anunciado...
Transformou a palavra em acção
E partiu com Deus no coração.

O amor sobre cada um derramado
É o sinal do Deus entranhado
Na fragilidade pronta a gerar
Na pureza digna de amar.

A alegria de dar a vida ao mundo
É o concretizar mais profundo
Do milagre do amor;
Um Deus que nasce pequeno
Humilde e frágil,
Humano e divinal:
Ele é o Natal!



Pe. JAC

19 de dezembro de 2012

O que aconteceu ao milagre do Natal?






Por mais cíclica que a História possa ser, ela deveria obedecer a uma regra de progressividade em espiral infinitamente crescente.
No que respeita ao milagre do Natal, o milagre da Encarnação do Filho de Deus, as coisas não se afiguram desse modo. Nisto do Natal, as coisas são tão rectamente progressivas que ficou muito longe, muito afastado o horizonte do princípio e da origem, a fonte e a nascente. E quando assim é, vamos sem saber como e sem saber para onde porque esquecemos o donde...
Perdemos a memória do milagre de Natal. Perdemos o encanto e a beleza e a luz e as estrelas de Belém... Perdemos os olhos brilhantes e luzidios do Menino, perdemos o calor do afago e do abraço de Maria e perdemos a firmeza e a protecção de José. Perdemos o encanto das palavras e da Palavra, do Verbo que se faz Pessoa, que se faz Presente para nós.
Deste modo, perdemos o verdadeiro Natal. E continuaremos a perdê-lo, em cada ano, em cada dia, sempre que não soubermos contar e cantar a toada daquela melodia divina que se faz ouvir daquele rincão de Belém, desde há muitos anos. Porque, como diria Ignacio Buttita: um povo torna-se pobre quando lhe roubam as canções que aprendeu dos seus pais. E em relação à música do Natal, estamos cada vez mais pobres.
Perdemos o sentido do caminho que nos faz sentir o Natal. Percorremos corredores de montras, fazemos corridas e maratonas entre lojas, calculamos preços caros o bastante e baratos o suficiente, desviamo-nos das pessoas nesta correria desenfreada de um consumismo feroz. Esvaiu-se o tempo para parar e sentir, para preparar uma casa e o coração para acolher Aquele que nasce para cada um de nós. E a crise em tempo de Natal parece que não é mais que o próprio Natal em crise!
As luzes, tantas luzes, piscam num inconstante e frágil brilhar, numa artificialidade que a natureza das estrelas desconhece. Esquece-se o Presente numa lista imensa de prendas, perde-se a partilha num egocêntrico sentir, num olhar desfocado que sorri com o rasgar eufórico de papéis de embrulho, em vez de sorrir com o surgir radiante de uma Vida... dada inteira para nós.
Contrasta o consumismo, com o que deveria ser altruísmo: um Deus Prenda e Presente para nós. Contrastam os motivos exteriores dos festejos, com a interior razão da alegria do Natal: o milagre do Dom de Deus por e para mim. Contrasta esta espécie de "Natal" de contrastes...
A essência do verdadeiro Natal jamais mudará ou passará... é como o Amor. Porque o milagre do Natal é mesmo o milagre do Amor.
~
 
Se queres que seja Natal,
volta a olhar e a apreciar,
aquela pequena e brilhante luz
que rasgou a escura e fria noite,
e aqueceu de mansinho o coração humano.
Sê contador do maior milagre do Amor!
Feliz Natal!



Texto publicado na edição de 19 de Dezembro do Correio do Vouga
Pe. JAC

16 de dezembro de 2012

Dar lugar à alegria! Poema no III domingo do advento. (Laetare)




O que devemos fazer?
Rejubile de alegria vosso coração
Porque de Deus sempre vem o perdão
Que liberta do pecado e da dor
Renovando com graça e amor.

O que devemos fazer?
Exulta e canta de alegria
Pela presença certa dia-a-dia
Do Senhor que faz maravilhas
Em todos os caídos deste mundo.

O que devemos fazer?
Seja feliz o nosso caminhar
Até no meio da lama que é preciso limpar...
E saibamos repartir e partilhar,
e a cada pessoa sempre e em tudo amar.

O que devemos fazer?
Que as dificuldades de cada dia,
Não nos tirem a alegria;
pois sabemos em quem esperamos
E confiamos que está bem perto.

O que devemos fazer?
Não nos cansemos de amar,
De dar e de anunciar
A alegria Daquele que vem!



Pe. JAC

14 de dezembro de 2012

Um poema de S. João da Cruz. Oração da alma enamorada!




Findo o dia de Santa Luzia, entrevejo desde já o de S. João da Cruz. Com ele, me deito já em oração (bem que podia ser noite escura, mas) com a alma enamorada e despido das minhas palavras.


Oração da alma enamorada

Senhor Deus, amado meu!
Se ainda Te recordas dos meus pecados,
para não fazeres o que ando pedindo,
faz neles, Deus meu, a tua vontade,
pois é o que mais quero,
e exerce neles a tua bondade e misericórdia
e serás neles conhecido.
E, se esperas por obras minhas,
para, por meio delas, me concederes o que te rogo,
dá-as Tu, e opera-as Tu por mim,
assim como as penas que quiseres aceitar
e faça-se.
Mas se pelas minhas obras não esperas,
porque esperas, clementíssimo Senhor meu?
Porque tardas?
Porque, se, enfim,
há-de ser graça e misericórdia
o que em teu Filho te peço,
toma a minha insignificância,
pois a queres,
e dá-me este bem,
pois que Tu também o queres.
Quem se poderá libertar dos modos
e termos baixos
se não o levantas Tu a Ti em pureza de amor,
Deus meu?
Como se levantará a Ti o homem
gerado e criado em baixezas,
se não o levantas Tu, Senhor,
com a mão com que o fizeste?
Não me tirarás, Deus meu,
o que uma vez me deste
em teu único Filho Jesus Cristo,
em quem me deste tudo quanto quero.
Por isso folgarei pois não tardarás,
se eu espero.
Com que dilações esperas,
pois, se desde já podes amar a Deus
em teu coração?

Meus são os céus e minha é a terra;
minhas são as gentes,
os justos são meus, e meus os pecadores;
os anjos são meus
e a Mãe de Deus
e todas as coisas são minhas;
e o mesmo Deus é meu e para mim,
porque Cristo é meu e todo para mim.
Que pedes pois e buscas, alma minha?
Tudo isto é teu e tudo para ti.
Não te rebaixes
nem repares nas migalhas
que caem da mesa de teu Pai.
Sai para fora de ti e gloria-te da tua glória,
esconde-te nela e goza,
e alcançarás as petições do teu coração.

Ditos de Luz I, 25-27
S. João da Cruz in As mais belas páginas de S. João da Cruz p. 176,177


Pe. JAC

9 de dezembro de 2012

Mudar o velho em novo! Poema no segundo domingo do advento.




João Batista tem a missão
de transformar cada coração,
torná-lo limpo e sem pecado,
belo, puro e renovado...

Como Jesus, também João
nos convida à conversão
porque é preciso ter consciência
do caminho da penitência...
Estrada de libertação,
rumo à feliz salvação.

Viver cada dia como oportunidade
de renascer para a santidade...
Viver com o coração pleno de Amor
e preparar em nós o caminho do Senhor.

João Baptista deixa claro ensino:
É preciso mudar o velho em novo,
voltar o coração para o Céu
que nos vem por um Menino,
não como os grandes que governam
mas um menino pequenino.


Pe. JAC

6 de dezembro de 2012

Um convite de blogers...




Da Utília, que escreve aqui, recebo e aceito o convite:

Estamos no Advento, e há uns anos que Jesus pela PALAVRA e pela HERANÇA que nos deixou nos convida a partilharmos algo em conjunto. Gostamos de caminhar juntos(as), somos de vários cantos de Portugal e doutros países, mas temos algo em comum: O Amor de Deus.
E neste Amor que temos às palavras da PALAVRA quero fazer um convite muito especial a todos: que, com a Diocese de Aveiro, em 11 DE DEZEMBRO 2012 cada um de vocês envie uma frase Bíblica, aquela que durante toda a vida lhe tocou mais o coração ou aquela que nesse dia lhe parecer mais adequada a um familiar, a um amigo, ou a um blog amigo, ou a um amigo no facebook. Não se esqueça de mencionar o capítulo e o versículo da Bíblia em que se encontra a citação.
E então, vamos lá? É já na próxima terça-feira...


Pe. JAC

4 de dezembro de 2012

Um dia vou falar de Ti... Hoje é o dia!





No mês em que celebramos o mistério da Palavra feita carne a proposta da Missão 11, da Missão Jubilar da diocese de Aveiro, não podia ser outra. Mostrar de forma bela e criativa pequenas mensagens/frases bíblicas.
Para já vai-se fazendo o convite através do Missão 11. Depois, oxalá que a Bíblia se possa ler, (des)continuadamente, em cada canto, rua e recanto da nossa diocese.

Desconhecer a Bíblia é desconhecer Cristo, dizia S. Jerónimo. A pergunta que deves pôr a partir daqui é: conheces verdadeiramente Cristo?

O Natal é o mistério do Deus feito Palavra. Mas só O descobrirás se o Advento, agora iniciado, for caminho ao encontro do monte do Deus de Jacob. Por isso, caminha à luz do Senhor!

1 de dezembro de 2012

Neste advento, tu podes renascer! Um poema para o primeiro domingo do Advento.




Anestesiados vamos passando
Como se tudo se resumisse a passar
E não nos colocamos, inquietos, a vigiar...
Atordoados pelo barulho voraz
E às escuras no meio de tanta luz
Não ouvimos a voz suave de Cristo Jesus.

Eis que chega, sempre novo, o advento
Como página em branco de outro tempo
Para elevar a Deus a nossa alma e oração.
Pode o mar agitar-se e a terra estremecer
Que aquilo que está para acontecer
Será a grandiosa e inaudita novidade...

Porque o que há de mais divino
No nosso tempo e no nosso mundo
"É viver cada segundo, como nunca mais!"
De rosto erguido e mãos levantadas
Elevemos a nossa voz para dizer:
Neste advento, tu também podes renascer!



Pe. JAC

Tu virás por mim, eu creio que sim

No dia do Festival Nacional Jovem da canção de mensagem que decorre em Fátima, neste primeiro domingo do Advento, ainda tive a oportunidade (e o pouco jeito) de escrever/compor uma canção...




Partilho o texto, e quando puder a versão cantada...


Sentado à beira da estrada, espero
Não me movo nem faço nada.
Perder este momento, não quero
Para que nada me distraia.
Sei que um dia, Tu virás, por mim
Não sei a hora e o momento,
Mas sei, e creio que sim
E com esse saber me contento.

(Letra inspirada em dois poemas, um de Joaquim Mexia Alves e outro de Carminda Marques)
Pe. JAC

[A propósito da solenidade de Cristo Rei]

  “Talvez eu não me tenha explicado bem. Ou não entendestes.” Não penseis no futuro. No último dia já estará tudo decidido. Tudo se joga nes...