Cego não é só o que não vê. IV domingo da Quaresma

Ser cego não é fruto do pecado
Mas oportunidade para ser recriado,
Tocado pelo amor de Jesus,
E com Ele passar a ver com Sua Luz.

Depende do cego querer ver
Mas precisa de caminhar e de crer,
Dar graças e testemunhar
O Messias que a todos veio salvar.

Cego não é só o que não vê,
Mas também quem não crê!

Deixa Jesus entrar no coração
Aceita a cura, a vida, a salvação.
Sê, com Jesus, um eterno aprendiz,
Como peregrino para uma vida feliz.

Pe. JAC

Jesus sacia a sede de verdade! Poema no III domingo da Quaresma

"Era preciso passar pela Samaria"
Essa montanha de hostilidade
Transformada em terra de hospitalidade;
E no coração da mulher não judia
Que buscava água ao meio dia
Jesus sacia a sede de verdade!

Senta-se com tempo ao pé da fonte
Um poço fundo, local de noivado,
E Jesus atira, directo, o seu brado;
A mulher que está ali como ouvinte
Dialoga com Aquele Homem pedinte
Que está ao pé do poço sentado.

O que pede está ali só para dar
E quem ouve o pedido é que irá receber:
Jesus é que irá dar de beber
Dessa água viva que faz viver
Porque Ele é a Rocha que pode salvar.

Oh mulher da Samaria,
Testemunha-nos a alegria
Desse encontro com o Senhor.
Orienta-nos ao Poço da Eucaristia,
De manhã, à tarde, ou ao meio dia,
Para nos encontrarmos com o Amor.

P. JAC

Luz para todos. Poema no II domingo da Quaresma

Jesus chamou Pedro, Tiago e João
A um ponto alto e importante
Para o sinal da transfiguração:
O Seu rosto ficou brilhante,
E as Suas vestes a refulgir.

Do céu desceu uma nuvem
Que trazia uma mensagem:
Ecoa em todos os céus,
Jesus, o filho amado de Deus,
É para ouvir e para seguir.

Os discípulos reagiram com temor,
Ao que acabavam de viver.
Acalmou-os a voz do Senhor
Pedindo para o segredo conter
Até a luz da Páscoa para todos surgir.


Pe. JAC

Hora de escolher! Poema no Primeiro Domingo da Quaresma

A vida é feita de tentação e prova,
Oportunidade para a vida escolher.
Apesar de serem palavras fora de moda
Elas estão sempre a aparecer.

Tentação é mesmo hora de escolher
Para que a vida se encha de vida.
Como Jesus, podemos vencer
Na fidelidade que ao Pai é devida.

Conduzido pelo Espírito ao deserto,
Ao lugar sem referências ou sinalização,
Lugar provisório, de passagem fugidia,
Para escutar com liberdade e alegria
A voz do fino silêncio a falar ao coração.

Os desafios estão-nos sempre a surgir
Com os dias a correr, a tropeçar e a cair.
O segredo está em parar
Para ouvir Deus dizer:
"Comigo, tu és capaz de vencer".


Pe. JAC

Primeiro Deus. Poema(s) no VIII domingo comum

Primeiro Deus!

Enredados, atolados e perdidos,
Cansados de tudo, cheios de coisas.
Corações carregados de pedras e de loisas,
Prisioneiros, escravos, neutralizados, invadidos...

Da teia por nós tecida, cada dia,
Das canseiras, das preocupações - tantas asneiras!
Liberta-nos, ó Deus Livre e Libertador,
Faz-nos calcorrear o caminho do amor.

Primeiro Deus, sempre primeiro,
Só Ele sacia a fome de alimento
Que não se vende nem se compra - Deus verdadeiro,
Que és o único e saboroso sustento.

Como suave contraponto à nossa teia
As aves do céu, livres e soltas
E os lírios do campo, belo escarlate...

O amor verdadeiro está sempre em primeiro;
Amor tatuado na palma da mão de Deus.
Em tudo e sempre só preciso amar-Te.


Nudez da essência

Não queiras ter outro amor
Nunca será tanto o seu valor
Como o que te dá Deus, nosso Senhor
O dom da Vida e do Amor.

Não sacia a fome o alimento
Que o dinheiro pode comprar.
O verdadeiro sustento
É Deus quem o pode dar.

De que interessa bem vestir
Para apenas bem parecer,
Se a alma nua não sentir
A confiança em Deus a crescer?

É bela a nudez da essência
Que suporta a nossa existência.
Somos filhos tatuados nas mãos do Senhor
Somos projecto perfeito do Amor

Pe. JAC