“Talvez eu não me tenha explicado bem. Ou não entendestes.”
Não penseis no futuro. No último dia já estará tudo decidido. Tudo se joga neste momento.
“Talvez eu não me tenha explicado bem. Ou não entendestes.”
O juízo não se acontece entre nuvens e anjos. O juízo é na terra e cada dia é dia de juízo final. Pois o juízo não é depois dos olh
os fechados. Quando os fechares será demasiado tarde.
“Talvez eu não me tenha explicado bem. Ou não entendestes.”
Se quereis encontrar o Rei não o busqueis em grandes desfiles. Procurai-o entre os perdidos, os cansados, os desalentados.
“Talvez eu não me tenha explicado bem. Ou não entendestes.”
Este Rei tem o rosto de um pobre homem, de um homem de cor (de todas as cores). O vosso Rei é acolhido ou desprezado sempre que um homem – de qualquer cor – é acolhido ou desprezado.
“Talvez eu não me tenha explicado bem. Ou não entendestes.”
Este Rei não habita um palácio ou um castelo. Este Rei vive na fome, na sede, na marginalização, exploração, na prisão, na favela, no hospital, na cabana, no desespero, ma solidão, na humanidade sofredora, no desenraizamento. O tempo e o palácio é a miséria humana.
“Talvez eu não me tenha explicado bem. Ou não entendestes.”
Não se trata de adivinhar quem é o Rei entre os famintos e os pobres, os presos e os doentes. Não. Qualquer um deles é o vosso Rei. E até o estrangeiro ou o imigrante é o vosso Rei que quer ser acolhido, reconhecido e honrado e não como simples mão de obra abundante e barata.
“Talvez Eu não me tenha explicado bem. Ou não entendestes.”
A clareza da palavra posta em Mateus não foi compreendida e acolhida.
O que seria de esperar fácil resultou numa imensa dificuldade. Mais parece que com muita frequência que caminhamos para a salvação como condenados….
“Talvez eu não me tenha explicado bem. Ou não entendestes.”
“Sou o vosso Rei. Mas…”
[Reflexão adaptada de Alessandro Pronzato]
[Foto retirada da internet, Capela Sistina]