21 de novembro de 2008

Estrelas lusas a ver “sambar”



Depois de ler diversas análises, comentários e notícias sobre a «vergonha» e o «escândalo» que se passou em Gama, no jogo que opôs Brasil a Portugal e que resultou na maior goleada sofrida pela equipa lusa nos últimos 50 anos, continuo sem perceber o que se passa com esta selecção, que é como quem diz, a equipa que reúne (ou devia reunir!) os melhores jogadores portugueses – bem, alguns são brasileiros, mas também não são dos melhores!
«Portugal a ver estrelas», «Portugal humilhado» «Descalabro», «Brasil cilindra Portugal», “Pôxa irmão» foram algumas das palavras de ordem (manchetes) da imprensa, na ressaca de um jogo que foi visto, em Portugal, pela noite dentro.
Claro que a exibição portuguesa, segundo o comentador Joaquim Rita, foi «pouco racional, sem estratégia sem arrumação técnica, sem atitude mental» e que se entende os apupos atirados à comitiva na chegada a Lisboa.
Claro que Carlos Queirós (alguém sabe que salário aufere?) é o alvo em foco e lhe fica bem fazer um “mea culpa” dizendo que os adeptos têm razão e é necessário que os jogadores que vestem a camisola da selecção estejam a «mil por cento».
Não concordo – e li também esta opinião – que a selecção joga mal porque os jogadores não entendem a linguagem de Carlos Queirós. Se o problema é esse, então, pague-se a um tradutor. Ou então chamemos um seleccionador brasileiro (bons tempos!).
Concordo que da parte de Gilberto Madail houve inconsciência ao assinar um contrato válido por quatro anos.
Mas, o que é certo é que o Dunga, mesmo no meio da «paulada» e da «polémica» passou no teste. E o Queirós?
Sabemos todos que «esta derrota é uma mensagem muito forte para os jogadores. Não se pode começar um jogo bem e depois deslumbrar-se e desagregar» disse o técnico luso. Sabemos, ainda, que o «resultado tem de servir de lição».
Esperemos que esta lição – estrelas lusas a ver “sambar” – seja bem aprendida, que é como quem diz que a selecção consiga marcar presença no Mundial de 2010, mesmo que tenha de ser com aflições e calculadora na mão.


in Diário do Minho, 21 de Novembro

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