Enzo Bianchi e Rui Alberto foram os oradores convidados para a primeira sessão
O ciclo de cinema sobre a figura do presbítero, que a Arquidiocese de Braga promove durante este Ano Sacerdotal no âmbito da formação permanente do Clero, ainda não tem uma lista de filmes definida e encerrada. A informação foi avançada ao Diário do Minho pelo padre Arlindo Cunha, sacerdote da Diocese do Porto e que coordena este projecto, a pedido da Equipa de Formação Permanente do Clero.
O responsável pela iniciativa garantiu ontem, desmentindo alguma informação veiculada na comunicação social, que a listagem de filmes «ainda não está definida». Confirmando que fez à Equipa de Formação Permanente do Clero uma sugestão de «alguns filmes», disse, contudo, que estão confirmados apenas dois, o que passou ontem e o próximo filme a projectar brevemente. «Nem sequer o terceiro filme está escolhido», atirou, desmentido que estejam escolhidos os filmes a projectar.
Arlindo Cunha explicou, antes da projecção do primeiro filme, que o objectivo passa por analisar diferentes tipos de padres que foram sendo retratados no cinema. O sacerdote que é também professor no Seminário Conciliar de S. Pedro e S. Paulo começou por elucidar os sacerdotes e seminaristas presentes em relação à evolução de pensamento da Igreja sobre a sétima arte. «Condenado inicialmente até por meio de uma encíclica, hoje o cinema é uma das maravilhas queridas de Deus», sustentou.
Por seu lado, o cónego Vítor Novais, Reitor do Seminário Conciliar de Braga e membro da Equipa responsável pela Formação Permanente do Clero, garantiu que a iniciativa terá a exibição de nove filmes, divididos em três séries. Mas, «a listagem não está definida, apenas sugerida» garantiu o capitular, destacando que se trata de uma «iniciativa de carácter formativo apenas aberta ao Clero da Arquidiocese».
Enzo Bianchi
apresentou livro
A recolecção do Clero da Arquidiocese de Braga que decorreu ontem no Auditório Vita teve direito à presença de Enzo Bianchi, ao final da manhã, para apresentar o seu mais recente livro, intitulado “Para uma ética partilhada”.
A obra do Prior da Comunidade Monástica de Bose (Itália), que está dividida em quatro capítulos mais introdução e conclusão, foi apresentada ontem em Braga, pelo próprio autor, ouvido e aplaudido por cerca de duas centenas de pessoas.
Numa comunicação em italiano, com tradução simultânea, Enzo Bianchi apresentou os principais temas que desenvolve no seu mais recente livro, onde se destacam reflexões sobre a relação entre religião e política.
Para o Prior de Bose, autor de vários livros, alguns dos quais best-sellers em Itália, «os cristãos têm um papel fundamental na política» e «na vida social» que não podem nunca descurar.
Em relação à «guerra de civilizações» e aos «choques culturais», o leigo italiano, de 66 anos, defendeu que é fundamental «a Igreja colocar-se em atitude de abertura» e de «caminho conjunto».
No livro traduzido para português e publicado pela Editora Pedra Angular, Bianchi fala de temas como a laicidade, a presença da Igreja no espaço público e globalização, entre outros, para além do tema que dá título ao livro: a ética.
Padre Rui Alberto falou sobre desafios do presbítero
«Cristo é a fisionomia do padre»
O padre Rui Alberto foi convidado para orientar a primeira intervenção da recolecção do Clero da Arquidiocese de Braga que contou com a presença de várias dezenas de sacerdotes e ainda do novo Bispo Auxiliar de Braga, D. Manuel Linda, que presidiu à oração de Laudes com a qual arrancou a jornada formativa.
O orador convidado falou sobre “Desafios e discernimento. Ser padre”, à luz da “Pastores dabo vobis”, documento de João Paulo II sobre o ministério sacerdotal.
O salesiano começou por destacar a actualidade do texto, sem deixar de apontar «algumas questões que o tempo se encarregou de tornar obsoletas».
O objectivo da recolecção, assim como o do documento de João Paulo II, é, para o padre Rui Alberto, «repensar, ler desafios e discernir o ministério sacerdotal», ainda que, esse caminho deva ser feito «sem triunfalismos de vanglória» e «sem lamúrias».
O sacerdote, ordenado há 11 anos, defendeu que «ser padre hoje é igual a sê-lo como em todos os tempos», porque o «padre deve-o ser como Jesus», sempre «respondendo aos desafios concretos de cada tempo». «Cristo é a fisionomia do padre», sublinhou, destacando que «o presbítero está em relação com Cristo, mas com os pés assentes na terra».
Depois de traçar os desafios que o tempo actual, entre a modernidade e a pós-modernidade, trazem à vivência do ministério sacerdotal, Rui Alberto frisou que o discernimento deve ser acompanhado de um «conhecimento profundo» que seja «interpretado à luz da fé», tendo em conta as «complexidades», mas também a «criatividade do Espírito que faz novas todas as coisas».
Antes de terminar e depois de realizar com os presentes um pequeno exercício, o salesiano deixou o desafio de os sacerdotes saberem dialogar com a realidade social actual, aproveitando as oportunidades e transformando o negativo em positivo.
E esquematicamente deixou a seguinte mensagem: é preciso incrementar as forças, superar as fraquezas, aproveitar as oportunidades e transformar as ameaças em oportunidades. «O Santo Cura d’Ars fez isto como ninguém. Neste Ano Sacerdotal podemos aprender isso com ele», concluiu.
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30 de setembro de 2009
26 de setembro de 2009
Habemus Papam!
A alegria resultante do anúncio oficial da visita de Bento XVI a Portugal foi “ensombrada” por um lapso aparente e por falta de comunicação institucional. Bento XVI visita Portugal em Maio de 2010 e, ao contrário do que é habitual, o anúncio foi feito primeiro pela Presidência da República e só depois “confirmado” pela Conferência Episcopal.
Claro que este pequeno imbróglio, sem causar uma qualquer revolução ou guerra civil interna, não caiu bem, particularmente ao Episcopado português. Bom, e a Presidência da República logo se mexeu e “limpou o capote”, dizendo que tinha acertado com a Santa Sé o conteúdo e o momento para o anúncio da visita papal, que os Bispos preferiam apenas depois das eleições de amanhã.
A juntar a isto há ainda o facto de, aparentemente, passar a ideia de que o convite foi feito pelo Chefe de Estado português, relegando para segundo plano o convite repetido que os Bispos fizeram a Bento XVI.
Todavia para o Papa aceitar visitar um qualquer país precisa de dois convites oficiais: um do Estado (Presidente da República) e outro da Igreja (Episcopado). Claro que quer os Bispos quer Cavaco Silva convidaram Bento XVI.
Mas a “deselegância” como lhe chamou Aura Miguel, de Cavaco chega ao ponto de dizer Bento XVI vem a Portugal “em resposta ao convite que lhe foi endereçado pelo Presidente da República”. Não diz verdade toda, revelando falta de elegância com a Igreja de Portugal.
A moral da história é que uma notícia jubilosa e feliz para um país marcadamente católico, que manifesta uma fervorosa admiração pelo Santo Padre, esquece-se por “ninharias” de anúncios e de gabinetes de comunicação ou falta dele.
Claro que eu, como cristão, ficaria mais feliz se o anúncio fosse conjunto ou então até, em primeiro, pela Igreja. Mas não foi. Agora há que “acertar agulhas”. Começará a fase da preparação da visita que se espera refrescante e revitalizante para a Igreja Portuguesa e para uma sociedade cada vez mais secularizada.
Fico extremamente feliz com a vinda de Bento XVI que, com a excelência do seu pensamento, a eficácia das suas palavras, o afecto dos gestos e a ternura do olhar – não duvido – cativará ainda mais Portugal e os portugueses.
13 de setembro de 2009
Arcebispo incentiva catequistas a trabalhar em unidade pastoral
Mais de 3500 pessoas no Sameiro em dia de formação e convívio
O Arcebispo de Braga incentivou mais de 3500 catequistas a trabalhar em unidade pastoral, abrangendo as paróquias vizinhas ou mesmo o arciprestado. D. Jorge Ortiga encerrou, ontem no Sameiro, o Dia Arquidiocesano do Catequista e deixou claro que a catequese é um «ministério imprescindível» para a Igreja e para o mundo porque «tem por missão dizer quem é Cristo» e ensinar às jovens gerações os valores evangélicos que continuam «actualíssimos».
No encerramento da jornada de formação e convívio, que reuniu no Sameiro perto de quatro milhares de catequistas, o responsável máximo da Arquidiocese de Braga sustentou que é necessário começar a apostar num trabalho de unidade pastoral, mesmo em âmbito de catequese, uma vez que esse vai ser o futuro da Igreja, dada a diminuição do número de sacerdotes e a necessidade de estes se juntarem em unidades pastorais.
«É uma necessidade de reorganização da própria Igreja», frisou o prelado que aproveitou a celebração da Palavra para apelar a uma certa abertura dos catequistas para esta nova forma de trabalho, que já vai conhecendo boas experiências em algumas realidades da Arquidiocese.
D. Jorge Ortiga pediu também que todas as paróquias tenham um catequista coordenador e que este tenha consigo uma equipa que o ajude a suscitar iniciativas de formação para os catequistas.
Na mesma linha, o também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa desafiou a que aqueles que aceitam o ministério de ser catequistas o façam com «estabilidade e permanência». E explicou: «é importante haver nas comunidades catequistas que aceitem este ministério durante dois ou três anos, mas é também fundamental que haja homens e mulheres que abraçam este serviço como uma vocação para toda a vida».
Manifestando a gratidão da Arquidiocese e de toda a Igreja aos catequistas, D. Jorge Ortiga denunciou «um certo tempo – o de campanha eleitoral – em que se ouvem muitas palavras, promessas e discursos», mas que «esquece os valores». «Hoje fala-se de crise mas a maior é a crise de valores», frisou, alentando os catequistas a que se não envergonhem de defender valores como a honestidade, a verdade, a autenticidade, a coerência, a fidelidade e a transparência.
Antes do final da celebração – animada com vários cânticos – o Arcebispo Primaz entregou os diplomas aos catequistas que este ano terminaram o seu estágio de catequese. Por sua vez, estes fizeram o compromisso com a missão.
Adesão dos catequistas
superou expectativas
O Dia Arquidiocesano do Catequista arrancou com uma conferência/formação que foi orientada por Isabel Oliveira que é a responsável pela secção da catequese na Diocese do Porto. Na cripta do Sameiro, a oradora apresentou o tema “Palavra de Deus e Eucaristia” para realçar «os ensinamentos do Concílio e do Magistério eclesial» em relação à centralidade da Eucaristia na Igreja e na própria actividade pastoral, concretamente na catequese.
«Sem Eucaristia não há catequese, nem catequistas, porque não há pessoas apaixonadas por Cristo, que vivem, celebram e transmitem a sua fé», afirmou, relevando que «o catequista é um crente, uma pessoa de fé», que tem por missão «dizer Cristo».
Para que a celebração da Eucaristia seja verdadeiramente vivida, a responsável sugeriu que se faça um prévia catequese à própria celebração que ajude a perceber a simbologia, o rito e o mistério próprio da celebração.
Salientando, depois, a necessidade de ir «beber à fonte da Eucaristia», Isabel Oliveira afirmou que «sem Eucaristia o catequista não ama e não testemunha».
À margem da conferência de abertura do dia, o padre Luís Miguel Rodrigues, manifestou a sua satisfação pela adesão massiva dos catequistas da Arquidiocese. Para o responsável do Departamento Arquidiocesano de Catequese esta adesão dos catequistas demonstra a importância desta jornada e manifesta também a necessidade que os catequistas sentem em formar-se.
Esperados cerca de 2500 catequistas o número foi bem superior, marcando presença na jornada de formação e convívio mais de 3500 catequistas provenientes de todos os arciprestados. Mesmo assim, longe de atingir e de congregar todos os catequistas: a Arquidiocese de Braga tem cerca de 8500 mil, dos quais mais de seis mil estão registados no Departamento Arquidiocesano de Catequese.
11 de setembro de 2009
Bento XVI quer visitar Fátima

Federico Lombardi admite dificuldades da Igreja na relação com imprensa
Porta-voz do Vaticano expressa
desejo do Papa visitar Fátima
O padre Federico Lombardi, director da sala de imprensa da Santa Sé, confirmou ontem que Bento XVI «deseja» visitar Fátima, mas ainda não há nenhuma data prevista para a eventual viagem. Em conferência de imprensa, antes do início das Jornadas Nacionais das Comunicações Sociais, o porta-voz do Vaticano afirmou que o Papa já foi convidado e «sabe muito bem qual é a importância de Fátima para o mundo e deseja vir, mas ainda não há data marcada».
A agenda do Papa para 2010 deverá ser conhecida dentro de «pouco tempo», dado que este é um dos temas em que o mesmo está a trabalhar, estabelecendo quais serão as viagens ao estrangeiro. A informação será comunicada, em primeiro lugar, às autoridades eclesiais e civis. «Estas autoridades, quando informadas pela Secretaria de Estado do Vaticano, são as que dizem ao seu povo que o Papa visitará o país», referiu.
O padre Lombardi afirmou que Bento XVI «ama os santuários marianos», lembrando alguns dos que já visitou nas suas viagens, com passagens muito importantes por Aparecida e Lourdes.
Este responsável precisou que na sua missão não se insere «o anúncio das viagens do Papa». Em Fátima, o padre Lombardi limitou-se a assegurar que, no próximo ano, Bento XVI não irá à Alemanha nem ao Vietname.
Dificuldades
na comunicação
O porta-voz do Vaticano falou dos «meses mais agitados» na comunicação do Vaticano e do Papa, no início deste ano, em particular nas questões relacionadas com os lefebvrianos e na declaração sobre o preservativo, no voo para África, em Março.
Segundo o padre Lombardi, a situação melhorou após a viagem à Terra Santa e a publicação da “Caritas in veritate”, que gerou «um novo interesse». O clima mais positivo foi confirmado também nas audiências do mês de Julho, em especial a visita de Barack Obama, presidente dos EUA, classificada como um «momento muito positivo para as relações internacionais da Santa Sé».
Federico Lombardi lembrou a queda de Bento XVI, em Les Combes, durante as suas férias, assegurando que o problema no punho direito já foi superado, estando em fase de reabilitação. O Papa retomou o trabalho na segunda parte do livro sobre Jesus, «pelo que podemos esperar a publicação na próxima Primavera, no início do próximo ano».
Na agenda próxima está a viagem à República Checa, em finais deste mês, «viagem breve, mas importante ao centro da Europa, num país muito secularizado que celebra 20 anos da queda do regime comunista». Em Outubro, tem lugar «o acontecimento mais importante do ano, o II Sínodo para África», que contará com a presença do Arcebispo de Braga e presidente de Conferência Episcopal Portuguesa, D. Jorge Ortiga.
Lombardi destacou o encontro do Papa com os artistas do mundo, marcado para o próximo dia 21 de Novembro, na Capela Sistina. Por agendar está ainda uma desejada visita à Sinagoga de Roma.
Relação com a imprensa é difícil
Questionado sobre uma suposta «má imprensa» que acompanha Bento XVI, o director da sala de imprensa da Santa Sé convidou «a ver as coisas com uma perspectiva mais ampla». «Nos primeiros anos de João Paulo II sempre ouvi falar mal de um Papa polaco que não percebia nada do mundo ocidental. Após 20 anos, tudo mudou. Não é que ele tenha nascido com o apreço e o amor de todos, teve 26 anos e meio de pontificado, viajou por todo o mundo, sofreu um atentado, tornou-se uma grande autoridade para a humanidade do seu tempo», relatou.
Nestes anos de pontificado, o Papa teve «momentos de sucesso e de fortes discussões». Para o padre Lombardi, Bento XVI tem má imprensa, mas em 2008, nos EUA, teve uma imprensa «extraordinariamente boa», na Austrália foi «muito boa», tal como na «França laica e anticlerical».
Depois do “caso Williamson”, cuja excomunhão foi levantada com outros três bispos ordenados por Monsenhor Lefebvre, o ano que passou «foi esquecido em dois dias». «O Papa tem uma grande coragem, como demonstrou na viagem à Terra Santa ou com a publicação da sua terceira encíclica, num mundo em crise», assegurou o porta-voz.
Na comparação dos dois últimos Papas, o padre Lombardi disse que o «amor popular» está ligado à forma de apresentar-se. Bento XVI tem uma «grande capacidade de comunicação conceptual, até superior à de João Paulo II» e distingue-se também na «relação mais próxima», manifestando «gentileza e humildade», «uma pessoa que escuta verdadeiramente».
O director da sala de imprensa da Santa Sé, que é também director-geral da Rádio Vaticano e do Centro Televisivo Vaticano admite que «é difícil captar estas dimensões através de instrumentos comunicativos ou no diálogo com as massas, através de grandes gestos. Bento XVI não tem o mesmo carisma, tem outros, que também são carismas de comunicação».
No que diz respeito às instituições comunicativas da Santa Sé, neste pontificado, o padre Lombardi lembrou que o jornal “L’Osservatore Romano” mudou muitíssimo no último ano e meio, embora admita que «as grandes novidades são a mudança da realidade, dos próprios instrumentos de comunicações, com o desenvolvimento da rede, dos sites, dos blogues, e que são novos para todos».
O porta-voz do Vaticano admite a necessidade de «desenvolver uma capacidade, seja de presença, seja de resposta às perguntas que chegam», referindo, entre outras, a nova página do Vaticano no youtube.
Diário do Minho/Ecclesia/Lusa
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Gabinetes de imprensa na Igreja são urgência e mais-valia

Apelos do porta-voz da Santa Sé em Fátima
O director da Sala de imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, disse na abertura das Jornadas Nacionais das Comunicações Sociais que «os media podem ser traiçoeiros: criam facilmente os seus protagonistas e depois desembaraçam-se deles em pouco tempo, ou tornam-nos prisioneiros do tipo de imagem que produziram deles».
O porta-voz do Vaticano falou sobre o lugar dos Gabinetes de imprensa nas estruturas da Igreja, a partir da sua experiência ao serviço de Bento XVI. Na sua prelecção sublinhou que «nós não somos propagandistas políticos, defensores de interesses particulares, ou simples profissionais do jornalismo. Somos, em primeiro lugar, crentes e cristãos. O que mais nos interessa é que o Evangelho de Jesus Cristo seja conhecido e compreendido através da palavra e do testemunho da Igreja. Se isso não acontece, perdemos tempo».
Federico Lombardi dividiu a sua conferência em dez proposições. Em relação ao Magistério da Igreja sobre os instrumentos de comunicação social realça que este «foi sempre positivo, desde o seu início; embora prudente e realista quanto às possíveis ambiguidades e aos riscos, encarou-os sempre como instrumentos úteis para o anúncio do Evangelho em âmbitos muito vastos, superiores àqueles que cada um de nós pode alcançar através do contacto directo com as pessoas».
Na proposição sobre as características que este serviço deve ter, o jesuíta salientou que «nunca devemos deixar de insistir no uso de uma linguagem clara, simples e compreensível, não demasiado abstracta e complicada, ou técnica». A rapidez da informação é outro alerta deixado pelo porta-voz do Vaticano: «É oportuno estar disponíveis e responder – pessoalmente ou através de uma pessoa delegada – quando nos procuram pelo telefone ou por e-mail». E completa: «Quanto mais cedo se der a resposta ou a informação correcta, melhor. Em geral, se formos capazes, é melhor sermos nós a orientar a informação, dando-a nós primeiro, do que correr atrás de uma informação incorrecta».
Ajudar
a que o Evangelho
chegue às pessoas
Promovidas pelo Secretariado Nacional das Comunicações Sociais da Igreja e a decorrer no Seminário do Verbo Divino, em Fátima, estas jornadas contam com a presença de vários conferencistas para abordar a temática dos gabinetes de imprensa na igreja.
O responsável por um Gabinete de comunicações sociais é «um animador e promotor de comunicação, alguém que ajuda a estar atento e a compreender a mudança da cultura e das tecnologias de comunicação para que o Evangelho possa chegar de modo novo às pessoas do nosso tempo», frisou o porta-voz da Santa Sé. E acentua: «Devemos também aproximar a instituição, ou a pessoa, que representamos do mundo da comunicação social, ajudá-las a exprimir-se de modo adequado, a fazer passar as suas mensagens através dos instrumentos apropriados».
Perante esta realidade, o padre Federico Lombardi sublinha que o ideal é que sejamos nós a «conduzir o jogo da comunicação, criando as ocasiões propícias e lançando as mensagens que temos a peito, e não nos tornarmos nós objecto do jogo dos media».
Saber manter
a virtude da discrição
No serviço da instituição é «importante saber cultivar a virtude da discrição», para dizer as coisas quando devem ser ditas, resistindo à tentação de as antecipar. E observou: «Se houver coisas realmente confidenciais, que, por bons motivos, não devem ser postas em público, não se devem revelar, no limite, nem sequer aos amigos». No mundo actual, «a discrição não existe ou não é considerada um valor, e não nos podemos queixar se circularem notícias que fomos nós próprios a dar».
Quem trabalha num Gabinete para as comunicações sociais «não tem de imediato, e em primeiro lugar, uma tarefa de comunicação destinada a um vasto público, mas um dever de comunicação para comunicadores sociais, que, por sua vez – por etapas sucessivas – atingem o público mais vasto».
A sua vasta experiência nesta área indica que «não devemos partir do pressuposto que os jornalistas são insidiosos ou mal intencionados». «Devemos ter consciência de que há jornalistas de todas as tendências e atitudes e que temos de procurar dar a cada um uma ajuda para ele dar um passo na direcção certa: da nossa parte, pô-los em condições de poderem fazer uma boa informação, se estiverem dispostos a isso». Para que a credibilidade seja um ponto deste trabalho, o porta-voz do Vaticano deixa um alerta: «Dar a todos o mesmo texto, ao mesmo tempo, manifestando para com todos eles o mesmo respeito pelo seu trabalho».
Na última tese do seu discurso, o director da Sala de imprensa da Santa Sé realça que o tempo actual abre muitas possibilidades à comunicação eclesial. «Não devemos ter uma visão demasiado centralista da Igreja: devemos equilibrar a universalidade com a capacidade criativa local. Devemos ser capazes de encorajar as iniciativas locais, saber fazer circular as experiências positivas e partilhá-las, procurar coordenar e integrar as contribuições para a comunicação dos diferentes níveis, mas valorizando as contribuições informativas e comunicativas que a Igreja universal nos oferece».
Diário do Minho/Ecclesia/Lusa
10 de setembro de 2009
Recordes dos centros comerciais
Portugal é um país que dadas as suas dimensões não está muito habituado a bater recordes. Isto em todos os sectores da vida social, política, económica e até desportiva e muito mais, no que diz respeito ao volume de investimento em novas áreas comerciais, que aparece como um recorde português dos últimos tempos.
Segundo um estudo da consultora imobiliária Cushman & Wakefield (C&W), em 2008, Portugal foi o quinto país da Europa a inaugurar maior volume de áreas comerciais.
O Diário de Notícias, pela “pena” de Hélder Robalo, apresentava, na sua edição de ontem, um Portugal ao nível dos grandes países europeus no que concerne à construção ou ampliação de grandes superfícies comerciais. O mesmo estudo prevê que até 2010 sejam construídos ou ampliados mais oito conjuntos comerciais.
O trabalho publicado no DN não refere, todavia, Braga (esse foi o meu espanto!), presumindo-se que as aventureiras construções na “Cidade dos Arcebispos” a este nível não figuram nesse mesmo estudo.
Merecem apontamento na peça jornalística o novo Espaço Guimarães e o Nassica Vila do Conde como as grandes superfícies a concluir. Mas, nem uma linha sobre Dolce Vita, Espaço Braga, Retail Park, Eleclerc, Braga Parque, tudo construções ou ampliações recentes de espaços comerciais localizados em Braga.
Percebi depois uma referência a “cidades de segunda linha”, nas quais continuará a ser feito este investimento, porque as “grandes” Lisboa e Porto estão saturadas.
Não duvido que se Portugal bate recordes a este nível, Braga tem um quota parte de responsabilidade. E é só olhar a quantidade de espaços comerciais da cidade.
Com isto não estou nem quero defender a construção de novas áreas comerciais, mas mostro o meu estupor pelo facto de Braga não ser citada ao nível do investimento em áreas comerciais.
Percebo que estes novos espaços dão emprego ou trabalho a muita gente. Porém, há algo que me preocupa e que o citado estudo vai apontando e que tem a ver com um certo resfriamento no investimento comercial já a partir de 2010. Quantos postos de trabalho ficam postos em risco? Não há dúvida que o sector está em crise e as coisas não vão para melhor.
Segundo um estudo da consultora imobiliária Cushman & Wakefield (C&W), em 2008, Portugal foi o quinto país da Europa a inaugurar maior volume de áreas comerciais.
O Diário de Notícias, pela “pena” de Hélder Robalo, apresentava, na sua edição de ontem, um Portugal ao nível dos grandes países europeus no que concerne à construção ou ampliação de grandes superfícies comerciais. O mesmo estudo prevê que até 2010 sejam construídos ou ampliados mais oito conjuntos comerciais.
O trabalho publicado no DN não refere, todavia, Braga (esse foi o meu espanto!), presumindo-se que as aventureiras construções na “Cidade dos Arcebispos” a este nível não figuram nesse mesmo estudo.
Merecem apontamento na peça jornalística o novo Espaço Guimarães e o Nassica Vila do Conde como as grandes superfícies a concluir. Mas, nem uma linha sobre Dolce Vita, Espaço Braga, Retail Park, Eleclerc, Braga Parque, tudo construções ou ampliações recentes de espaços comerciais localizados em Braga.
Percebi depois uma referência a “cidades de segunda linha”, nas quais continuará a ser feito este investimento, porque as “grandes” Lisboa e Porto estão saturadas.
Não duvido que se Portugal bate recordes a este nível, Braga tem um quota parte de responsabilidade. E é só olhar a quantidade de espaços comerciais da cidade.
Com isto não estou nem quero defender a construção de novas áreas comerciais, mas mostro o meu estupor pelo facto de Braga não ser citada ao nível do investimento em áreas comerciais.
Percebo que estes novos espaços dão emprego ou trabalho a muita gente. Porém, há algo que me preocupa e que o citado estudo vai apontando e que tem a ver com um certo resfriamento no investimento comercial já a partir de 2010. Quantos postos de trabalho ficam postos em risco? Não há dúvida que o sector está em crise e as coisas não vão para melhor.
9 de setembro de 2009
Ferreiros inaugurou renovada capela da Senhora da Misericórdia
D. António Couto presidiu celebração e elogiou novo espaço celebrativo
A paróquia de Ferreiros, do arciprestado de Braga, assistiu ontem à inauguração e bênção solene da restaurada capela de Nossa Senhora da Misericórdia, um investimento de 140 mil euros, totalmente suportado pela comunidade. A cerimónia foi presidida pelo Bispo Auxiliar de Braga D. António Couto que teceu elogios ao novo espaço celebrativo onde os crentes podem acorrer sempre para «pedir a bênção e a misericórdia de Nossa Senhora».
Na homilia da celebração, D. António Couto deixou o apelo a que todos saibam preservar o valor da memória, da história e do passado. Comentando particularmente o Evangelho – no dia em que a Igreja celebrou a festa da Natividade de Maria – o prelado, referindo-se à genealogia de Jesus, denunciou que a sociedade actual se volta mais para o futuro «relegando e esquecendo o passado e a história, que são a raiz de tudo».
Na presença dos padres Marcelino Paulo Ferreira e Miguel Paulo Simões, o Bispo que é também biblista anotou que «o povo bíblico, ao contrário de nós, é um povo com memoria», que não esquece os seus antepassados.
A genealogia de Jesus reforça que o filho de José e de Maria «não entra na história ao acaso e por acaso» e que «a Bíblia não tem memória curta, como nós, que nem sequer sabemos os nomes dos nossos bisavós ou trisavós».
Para D. António Couto é o amor permite não perder a memória nem esquecer o passado. Apontando o exemplo da religião judaica pediu estima pelo valor das gerações anteriores que são «a rede de pessoas que estão atrás de nós, porque lhe somos devedores». E defendeu: «Não devemos nunca esquecer a história para não perdermos a cadeia ou a rede de amor que nos liga».
Antes ainda de concluir a homilia, o Bispo Auxiliar disse, a respeito de Miqueias – o camponês bíblico – que há uma certa semelhança entre o século VIII antes de Cristo e o tempo actual. «Naquele tempo os reis eram ditadores e déspotas, exploravam o povo e sobrecarregavam-no de impostos». E atirou, depois, com ironia: «algo parecido com o tempo de hoje».
A cerimónia presidida por D. António Couto que decorreu na renovada capela localizada em Ferreiros começou com a bênção da cadeira presidencial, logo no início de Eucaristia. Depois, antes da Liturgia da Palavra, foi benzido o ambão, o lugar onde são feitas as leituras bíblicas e proclamado o Evangelho. Finda a oração dos fiéis, benzeu-se o altar, no momento em que se inicia a Liturgia Eucarística.
Nova igreja paroquial para breve
O padre Miguel Paulo Simões disse ao Diário do Minho que as obras do restauro interior da capela de Nossa Senhora da Misericórdia começou no passado mês de Maio e concluiu-se agora. Em relação às despesas, totalmente suportadas pelos fundos da comunidade, referiu que se tratou de um investimento na ordem dos 140 mil euros, sabendo-se que cerca de 45 mil destinaram-se ao restauro interior e o restante ao restauro exterior realizado já no ano passado.
Entretanto, o sacerdote revelou que o início da construção da nova igreja paroquial estará para breve e ocorrerá logo que se resolvam algumas questões burocráticas. O novo templo que pretende criar melhores condições para as celebrações litúrgicas da paróquia ficará situado na Rua da Gandra, em Ferreiros.
Refira-se, por fim que a festa em honra de Nossa Senhora de Misericórdia, em Ferreiros, termina este fim-de-semana. No domingo, a missa solene é às 08h00 e a procissão às 15h00. No final haverá um festival folclórico. Na sexta e sábado decorrem junto à capela actuações musicais.
14 de agosto de 2009
É de louvar, mas...
Nestes últimos dias contactei com duas iniciativas protagonizadas por jovens que, em meu entender, são de louvar. E porque esta rubrica é de opinião, aproveito.
Falo, em primeiro lugar, do CABing 2009 que juntou mais de três dezenas de jovens, durante dez dias num “paraíso perdido”, junto às margens do Rio Homem, em Amares.
Promovido pelo Centro Académico de Braga este acampamento destina-se a universitários que aceitem o desafio de viver dez dias em desprendimento, contactando com a natureza, procurando crescer no auto-conhecimento, incentivando a inter-relação e, de alguma forma, buscar Deus.
Esta é uma iniciativa de louvar, mas no local contactei também com uma realidade que, a ser verdade, é grave e merece mão pesada das autoridades. Ao que parece as águas do Homem surgem em alguns dias «mais carregadas» e «com mais espuma», suspeitando-se, por isso, de descargas ilegais. É preciso estar atento para evitar a destruição de um pequeno “paraíso perdido” aqui tão perto.
Sublinho também uma iniciativa que decorreu na Casa de Saúde do Bom Jesus (hoje é notícia no DM), na qual um grupo de jovens passou uma semana a conviver com a doença mental.
Foi uma agradável surpresa ver rapazes e raparigas tirarem uma semana das férias e a trocá-la por uma iniciativa de carácter solidário. O contacto com os doentes mentais serviu-lhes, como disseram, «para perceber que são pessoas carinhosas», «não violentas» que apenas querem atenção e alguém para falar.
É de louvar esta iniciativa, mas é pena que seja feita por poucas pessoas. O contacto com a realidade da doença mental serve para acabar com os preconceitos «disparatados» como os definiram os jovens, em relação a estas patologias.
Não posso terminar sem louvar a iniciativa do novo treinador do Braga que quer colocar a fasquia alta (nem que para isso seja necessário recorrer a uma troca de palavras com Jorge Jesus, acusando-o de ter feito pouco com a equipa que tinha na cidade dos Arcebispos).
Todavia, quando se critica alguém há pelo menos um perigo: o de não conseguir fazer nem aquilo que os antecessores fizeram... E aí não se sabe até onde chega a Paciência!
Falo, em primeiro lugar, do CABing 2009 que juntou mais de três dezenas de jovens, durante dez dias num “paraíso perdido”, junto às margens do Rio Homem, em Amares.
Promovido pelo Centro Académico de Braga este acampamento destina-se a universitários que aceitem o desafio de viver dez dias em desprendimento, contactando com a natureza, procurando crescer no auto-conhecimento, incentivando a inter-relação e, de alguma forma, buscar Deus.
Esta é uma iniciativa de louvar, mas no local contactei também com uma realidade que, a ser verdade, é grave e merece mão pesada das autoridades. Ao que parece as águas do Homem surgem em alguns dias «mais carregadas» e «com mais espuma», suspeitando-se, por isso, de descargas ilegais. É preciso estar atento para evitar a destruição de um pequeno “paraíso perdido” aqui tão perto.
Sublinho também uma iniciativa que decorreu na Casa de Saúde do Bom Jesus (hoje é notícia no DM), na qual um grupo de jovens passou uma semana a conviver com a doença mental.
Foi uma agradável surpresa ver rapazes e raparigas tirarem uma semana das férias e a trocá-la por uma iniciativa de carácter solidário. O contacto com os doentes mentais serviu-lhes, como disseram, «para perceber que são pessoas carinhosas», «não violentas» que apenas querem atenção e alguém para falar.
É de louvar esta iniciativa, mas é pena que seja feita por poucas pessoas. O contacto com a realidade da doença mental serve para acabar com os preconceitos «disparatados» como os definiram os jovens, em relação a estas patologias.
Não posso terminar sem louvar a iniciativa do novo treinador do Braga que quer colocar a fasquia alta (nem que para isso seja necessário recorrer a uma troca de palavras com Jorge Jesus, acusando-o de ter feito pouco com a equipa que tinha na cidade dos Arcebispos).
Todavia, quando se critica alguém há pelo menos um perigo: o de não conseguir fazer nem aquilo que os antecessores fizeram... E aí não se sabe até onde chega a Paciência!
Jovens e a doença mental: Campo de Férias I

Campo de férias termina hoje Casa de Saúde do Bom Jesus
Jovens convivem em Braga
com a diferença da doença mental
Dez jovens, oito raparigas e dois rapazes, quiseram, na Casa de Saúde do Bom Jesus, das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus passar uma semana em contacto com a realidade da doença mental. Nesta instituição de Braga, um grupo de jovens proveniente de Maciera de Sarnes, perto de Oliveira de Azeméis, mais uma jovem de Braga e outra de Vila Verde estiveram a participar num campo de férias solidário, onde o objectivo primordial é combater os estigmas de uma sociedade não aberta à diferença da doença mental.
O grupo juntou-se para participar num campo de férias solidário, actividade bastante comum entre as Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus, tal como acontece com os Irmãos Hospitaleiros de S. João de Deus, que estabelecem em conjunto um plano de actividades a desenvolver nas suas unidades de saúde mental. Durante uma semana, para além de actividades de carácter formativo, os jovens convivem directamente com os utentes da instituição que, na unidade bracarense são cerca de 400, divididos por várias unidades.
A Irmã Fernanda Oliveira, responsável pelo grupo juntamente com a Irmã Fernanda Caetano, acompanhadas por Carla Antão e por Susana Martins, disse ao Diário do Minho que se trata de uma actividade, com «longo historial dentro da instituição e dentro da própria congregação».
Ao longo dos dias, «os jovens têm encontros de formação, na linha do auto-conhecimento e dos valores, mas também contactam, quer na teoria quer na prática, com a realidade da doença mental». Além disso, há tempo específico para o grupo, para a inter-relação e para o convívio.
Estas iniciativas estão abertas a jovens com idades comprendidas entre os 15 e os 30 anos.
Para ficarem a conhecer, na teoria, a doença mental os jovens contam com a presença de técnicos e enfermeiros da instituição que exloram diversas dimensões das patologias mentais. A vertente prática requer o contacto com os doentes, particularmente ao nível do serviço das refeições. Também os momentos de tempo livre são aproveitados para falar com os utentes e para ouvir, algumas vezes, repetidamente, as suas histórias.
Neste campo de férias solidário um dia normal contém diferentes momentos. «Há tempos de serviço aos doentes, concretamente no período das refeições ou da higiene, mas o contacto com os utentes também pode passar por uma companhia num passeio pelo jardim, ou num ateliê ocupacional», aponta a Irmã Fernanda Oliveira.
O grupo começa o dia com oração da manhã e termina com a noite e um pequeno convívio-partilha antes do descanso.
Porque o campo tem também um carácter formativo durante o dia há sempre o desenvolvimento de um ou mais temas, que vão desde a descoberta da identidade pessoal, à questão dos valores, mas também à pessoa de Cristo e à questão vocacional, sem esquecer a realidade da doença mental.
Experiência
pode ser repetida
A religiosa responsável por coordenar o campo de férias sustentou que, de uma forma geral, os jovens que fazem esta experiência acabam por mudar algo neles próprios. As suas ideias «vão variando». «Ao início é tudo muito estranho, mas à medida que vão contactando com os doentes vão estabelecendo relação afectiva. No final do campo de férias, a despedida já é difícil», refere a Irmã Fernanda Oliveira.
«Porque, por norma, esta é uma experiência marcante, os interessados podem repeti-la noutras alturas, seja em campo de férias, seja em visitas esporádicas, previamente marcadas, à instituição», sustenta a Irmã.
Campo de Férias Solidário II
Jovens dizem que preconceitos são «disparatados»
Dar férias à praia
e dar tempo a quem precisa
Segundo a Irmã Fernanda Oliveira, que acompanha os jovens ao longo do dia, «este é grupo diferente do normal», concretamente pelo facto de se conhecerem bem, uma vez que oito são da mesma paróquia». As idades variam entre os 15 e os 17.
Durante a visita do DM à Casa de Saúde do Bom Jesus, os jovens foram apresentando suas ideias em relação à participação nesta iniciativa. Destacam por um lado que se trata de uma «nova experiência» que serve particularmente para extirpar «preconceitos» quanto à doença mental.
Aceitaram, como referiram em conversa, trocar uma semana de férias na praia por uma semana de férias solidárias da Casa de Saúde do Bom Jesus. Isto porque preferem dar férias à praia ou ao campismo para dar tempo a quem precisa, como é o caso dos doentes mentais.
Octávio Pinho, um dos dois rapazes do grupo, refere que esta nova experiência «é gratificante» já que «os doentes manifestam carinho por nós». «Para nós também é importante porque percebemos que são apenas pessoas diferentes», afirma o jovem de 15 anos, de Macieira de Sarnes.
Da mesma localidade, Mónica Oliveira vai mais adiante ao acentuar que a ideia generalizada segundo a qual os doentes mentais são violentos é errada. «Connosco são muito calmos», defende, sustentando que a iniciativa «é mais importante que qualquer semana de férias na praia ou no parque de campismo».
Daniela Costa é uma jovem bracarense, de 15 anos, cuja mãe trabalha na instituição bracarense. A outra jovem que não é do grupo de Macieira de Sarnes chama-se Sofia Sousa, tem 17 anos, e é de Rio Mau (Vila Verde). Esta última fez um trabalho curricular de Área de Projecto sobre a Casa de Saúde do Bom Jesus e, depois de uma experiência com toda a turma, durante um fim-de-semana, «decidi fazer este campo de férias».
Do tempo já passado na instituição, desde a passada sexta-feira, os jovens destacam a noite de sábado, concretamente a oração. Além disso, as várias dinâmicas propostas, quer pelas duas religiosas quer pelas colaboradoras que com elas dirigem o campo de férias, tem feito furor entre os jovens. A caminhada às escuras foi uma das que mais marcou o grupo.
Vanessa Pinto, Ana Santos, Joana Almeida, André Costa, Andreia Almeida, Sara Alves e os restantes já citados consideram que os pretensos (ou reais!) preconceitos da sociedade em relação à doença mental são «disparatados». «Os doentes mentais são queridos e depois de os conhecermos já não os podemos mais excluir ou marginalizar», conclui Mónica Oliveira.
Arcebispo quer Igreja a combater males sociais

S. Bento da Porta Aberta recebe estes dias milhares de peregrinos
O Arcebispo de Braga pediu uma Igreja que seja capaz de combater com ousadia os «males da sociedade», uma vez que os cristãos, mantendo uma atitude de humildade e serviço, têm um papel determinante na transformação do mundo. Falando, ontem, em S. Bento da Porta Aberta, D. Jorge Ortiga relembrou quatro «caminhos ou aspectos da missão da Igreja» nos tempos que correm, e não esqueceu os emigrantes, em plena Semana das Migrações, e também o Ano Sacerdotal.
Na missa solene da romaria de S. Bento, o Arcebispo apontou que a missão da Igreja passa por «sair de si» e por «ir para fora» a fim de servir a sociedade. «Servir a sociedade significa que é preciso reconhecer o mal que há nela e combate-lo, mas também reconhecer as sementes de bem que existem nela, e que são fermento para a transformação do mundo», defendeu.
«A Igreja é contra o pessimismo e aberta à esperança e, por isso, não desiste da sua missão», disse, destacando que «as coisas podem ser diferentes», e que «a Igreja tem um papel importante no combate dos males sociais.
Num santuário apinhado com várias centenas de pessoas, o prelado acentuou que, em relação à missão da Igreja nos tempos actuais, sacerdotes e leigos são chamados a anunciar o Evangelho, com a consciência de que são simultaneamente destinatários e transmissores na mesma Palavra.
Depois, o também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), acompanhado por dois cónegos, Fernando Monteiro e José Marques, e três sacerdotes, denunciou que «o grande problema da sociedade actual é a ausência de Deus», sublinhando que «é o Homem que coloca Deus de lado». Para combater esta tendência, o Arcebispo defende que os «crentes devem fazer uma experiência pessoal com Deus», criando «verdadeira intimidade por meio da oração e dos sacramentos».
D. Jorge Ortiga, relevando a necessidade de intimidade com Deus, garantiu que «a religião não é nem pode ser uma mera tradição ou uma repetição de costumes», mas sim intimidade e comunhão, porque «até os cristãos correm o risco de falar de Deus e de viver sem Deus».
Aos peregrinos e devotos presentes, o prelado recordou ainda que outro caminho da missão da Igreja hoje é a «comunhão fraterna». A partir da etimologia de «abade» - tal como o foi S. Bento – D. Jorge Ortiga sentenciou que «é possível viver a diversidade e a diferença, com harmonia e concórdia».
Emigrantes lembrados
Logo no início da solene celebração eucarística no novo santuário de S. Bento, D. Jorge Ortiga referiu-se aos emigrantes, concretamente aos que se encontravam na assembleia litúrgica.
Depois de uma palavra de «afectuosa saudação», o presidente da CEP destacou que os santuários ou os lugares de culto são para os emigrantes como que uma «recordação» da nacionalidade, mas simultaneamente lugares onde podem escutar a voz de Deus.
D. Jorge Ortiga não esqueceu, também, o Ano Sacerdotal e à luz do exemplo de vida de S. Bento rezou para que padres e leigos se deixem apaixonar cada vez mais por Cristo e pela Palavra e edifiquem a Igreja querida por Deus.
Amortizar as dívidas
Entretanto, à margem da celebração, o cónego Fernando Monteiro, presidente da Comissão Administrativa da Confraria de S. Bento da Porta Aberta, referiu que actualmente a instituição não tem projectos estruturais em curso. «Estamos numa fase de amortização de dívidas que foram assumidas para a construção do novo santuário» disse o capitular ao Diário do Minho.
Peregrinos
nos Primeiros Socorros
Nos últimos dias, o Posto de Atendimento e Primeiros Socorros de S. Bento da Porta Aberta recebeu várias centenas de peregrinos debilitados pelo cansaço de uma longa caminhada.
Os responsáveis da Delegação da Cruz Vermelha de Rio Caldo listaram mais de 200 atendimentos só desde o dia 10, primeiro dia da romaria a S. Bento, que termina amanhã.
Segundo os socorristas, as principais maleitas são bolhas nos pés e queixas ao nível dos músculos, para além de algumas lesões nas articulações dos membros inferiores.
12 de agosto de 2009
Duas capelas vandalizadas no Bom Jesus

Confraria apostada no reforço da segurança
Duas capelas do Bom Jesus foram vandalizadas durante a madrugada de ontem. Fonte da Confraria do Bom Jesus disse ao Diário do Minho que nada foi levado embora o caso esteja entregue à GNR para investigação. O futuro próximo reserva a aposta da Confraria na questão da segurança.
Contactada fonte da Confraria do Bom Jesus, o DM soube que não se tratou de um assalto apenas porque nada foi retirado já que as caixas das esmolas não tinham dinheiro, porque é retirado diariamente. Do acto de vandalismo há a registar danos materiais nas portas e nas caixas das esmolas de duas das 19 capelas existentes no Bom Jesus.
A GNR esteve no local para tomar conta da ocorrência e o processo seguirá agora os tramites legais, disse João Varanda, da Confraria do Bom Jesus.
O responsável fez saber que no processo de requalificação do património da Confraria vai ser considerada a questão da segurança, tendo em conta o significativo número de assaltos e de actos de vandalismo registados no local. «Teremos em atenção essa questão porque, infelizmente estes actos vão-se repetindo», lamentou.
Recorde-se que o Bom Jesus registou o último assalto há menos de dois meses.
Também o Arcebispo de Braga lamentou o sucedido e asseverou que serão tomadas as devidas diligências para que possam acabar estas situações. «Já não é muito aquilo que vai caindo nas caixas das esmolas e, por isso, há que zelar pela salvaguarda quer do património quer dos bens da Igreja», sustentou D. Jorge Ortiga.
Para o prelado é preferível tirar as próprias caixas das esmolas dos locais ou então proceder-se a um reforço significativo que salvaguarde o património religioso.
Relembre-se que recentemente foi apresentado um plano de investimento de 10 milhões de euros no Bom Jesus, dos quais mais de sete milhões já se encontram realizados. De momento segue-se a recuperação do património, concretamente, as capelas, o seu recheio e os fontanários. Numa conferência de imprensa, na qual foi dado a conhecer o conjunto das intervenções o Arcebispo de Braga afirmou que «o Bom Jesus é uma causa do mundo inteiro mas, essencialmente, de Braga».
Santuário de Fátima é palco para encontro dos migrantes

Cova da Iria recebe estes dias milhares de pessoas
O Santuário de Fátima é, por estes dias, palco de encontro para centenas de milhares de migrantes. A 37.ª Semana Nacional das Migrações, uma iniciativa da Comissão Episcopal da Mobilidade Humana e da Obra Católica Portuguesa de Migrações (OCPM), conta, hoje e a manhã, com a Peregrinação do Migrante e do Refugiado que é presidida pelo Bispo Auxiliar de Porto Alegre (Brasil), D. Alessandro Ruffinoni.
«Vamos dar uma atenção especial à comunidade brasileira radicada no país», disse Frei Francisco Sales, director da OCPM, acrescentando, contudo, que «os emigrantes portugueses não vão ser esquecidos porque é nesta altura que vêm a Portugal».
Francisco Sales afirmou que vão igualmente ser recordados «os emigrantes que morrem nas estradas de regresso a Portugal, particularmente em França», classificando esta situação como um drama.
«Pretende-se que seja um espaço de encontro dos migrantes com a sua fé, com Deus e com os outros e uma reflexão sobre a realidade migratória do tempo actual», adiantou o responsável.
Já o Bispo que no Brasil é responsável pela Pastoral para os Brasileiros no Exterior, vai defender que «o migrante não pode ser visto como problema nem pela Igreja nem pelo Estado».
«Os migrantes são muitas vezes ocasião de comunhão, diálogo integração», defende D. Alessandro Ruffinoni, sublinhando que eles precisam de acolhimento e trabalho, mas também transportam «riqueza de fé, de cultura e tradições» que valorizam «os povos que os acolhem».
A Peregrinação do Migrante e do Refugiado começa hoje às 18h30, na Capelinha das Aparições, com a habitual saudação aos fiéis, seguindo-se, três horas depois, a recitação do terço, a procissão de velas e a celebração da Eucaristia, presidida pelo presidente da Comissão Episcopal da Mobilidade Humana e Bispo de Beja, D. António Vitalino Dantas.
Depois de uma noite de vigília, as cerimónias são retomadas amanhã de manhã, com a recitação do terço às 09h00, na Capelinha das Aparições.
Uma hora mais tarde começa a principal celebração eucarística da peregrinação internacional, presidida por Alessandro Ruffinoni, com a oferta do trigo – uma tradição que se repete desde 1940 em todos os dias 13 de Agosto – e a bênção dos doentes.
Segurança reforçada
Um dispositivo de 200 militares da GNR vão estar em Fátima a partir de hoje até sábado para garantir a segurança dos peregrinos e para orientar o trânsito que se prevê intenso por estes dias.
Aos automobilistas que se dirijam ao maior templo mariano do país, o tenente-coronel Nuno Paulino aconselha a terem cuidado na estrada e a estarem atentos à informação que a GNR vier a disponibilizar e que pode incluir, eventualmente, percursos alternativos para chegar a Fátima.
Quanto ao dispositivo de socorro, o comandante distrital de operações, Joaquim Chambel, revelou que este vai passar pelo reforço de meios humanos e materiais dos Bombeiros Voluntários de Fátima até ao fim-de-semana.
Está igualmente assegurado o reforço de escuteiros e dos elementos dos Servitas de Nossa Senhora de Fátima, que colaboram no serviço de saúde do santuário.
Segundo o vereador com o pelouro da Protecção Civil da Câmara Municipal de Ourém, João Moura, na corporação de Fátima vão estar 70 bombeiros, apoiados por dez ambulâncias, 15 carros de fogo e duas motorizadas eléctricas.
«São duas motos, silenciosas, disponibilizadas por uma empresa de Leiria, a estrear nesta peregrinação, com dois socorristas que vão estar nas imediações do santuário», adiantou João Moura, realçando a sua importância para uma primeira abordagem aos peregrinos em caso de doença, «quando se espera que o calor vá continuar».
Instaladas unidades de informação
Santuário sem alarmismos
quanto à Gripe A
Entretanto, três unidades móveis de informação e reencaminhamento de pessoas suspeitas de estarem infectadas com gripe A (H1N1) vão ser instaladas sábado em Fátima. Fonte da delegação de saúde de Ourém, explicou que os espaços, onde vão estar enfermeiros, pretendem «divulgar informação sobre a gripe A», mas também «reencaminhar alguma situação suspeita».
Os hospitais para onde serão reencaminhados os doentes que apresentem sintomas da doença serão o Curry Cabral (para adultos) e o Dona Estefânia (crianças), em Lisboa.
A decisão de instalar os equipamentos no feriado de 15 de Agosto deve-se à possibilidade de este vir a ser o dia de maior afluxo de peregrinos a Fátima esta semana, eventualmente mais do que a Peregrinação do Migrante e do Refugiado, que decorre hoje e amanhã.
Ana Dinis realçou a importância de uma «atitude cívica» em matéria de Gripe A. «Se alguém adoecer deve ficar em casa e contactar a Linha Saúde 24», avisa, sublinhando que este é o «serviço mais organizado e mais seguro para todas as pessoas».
Por outro lado, a médica apela para que haja a preocupação de adoptar comportamentos correctos, como lavar as mãos ou manter a distância social.
Acrescentando que «os aglomerados de pessoas ao ar livre correm menos riscos do que os que estejam fechados», a responsável desaconselha aos peregrinos o uso de máscaras.
«As máscaras é para quem está doente ou tem de tratar dos doentes», salientou, sublinhando que a iniciativa de colocar as unidades móveis de divulgação não significa que haja a necessidade de entrar em pânico. «Estamos tranquilos», frisou.
O vereador da Câmara Municipal de Ourém com o pelouro da Protecção Civil adiantou que as unidades móveis vão ficar instaladas nos parques 1 e 10 do Santuário e em Aljustrel. «Não é uma situação de alarme. Estamos com os meios adequados para a situação actual», assegura.
11 de agosto de 2009
Casa de Saúde do Bom Jesus avança com Apoio Domiciliário
Enquanto espera de Roma aprovação do projecto de obras
A Casa de Saúde do Bom Jesus, em Braga, arrancou com três novos projectos que visam, por um lado, formar para a questão da doença mental, técnicos, famílias, profissionais de geriatria, cuidadores e pessoal auxiliar e, por outro, prestar cuidados no domicílio, identificando precocemente situações de descompensação e orientando as pessoas para os serviços locais de Saúde Mental. O director da instituição, Pedro Meneses, disse ao Diário do Minho que estes projectos acontecem agora, enquanto a instituição ligada às Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus, aguarda a aprovação do projecto remodelação.
Segundo Pedro Meneses, em Maio, a instituição iniciou o serviço de Unidade Móvel de Apoio Domiciliário Integrado, que conta com o patrocínio do Alto Comissariado da Saúde. Com a designação “Consentido”, a nova unidade é constituída por uma equipa multidisciplinar que reúne enfermeiros, psiquiatras, assistentes sociais, e psicólogos.
Com o principal intuito de prestar assistência individualizada e especializada a pessoas com perturbação mental no domicílio, as suas acções não se cingem apenas à prestação de cuidados. Segundo Pedro Menezes, há ainda a intenção de identificar precocemente situações de descompensação, sem esquecer a luta contra o estigma, a discriminação e a exclusão social de doentes mentais.
Este novo serviço da Casa de Saúde do Bom Jesus decorre de segunda a sexta-feira, das 09h00 às 18h00, e conta ainda com uma linha telefónica directa de aconselhamento e encaminhamento, nos mesmos dias, das 09h00 às 22h00. Os números são 253203000 ou 927820743.
Segundo o responsável da instituição, o serviço destina-se a pessoas com doença bipolar, depressão grave, psicose ou demência.
Formar para cuidar bem
A par deste projecto que beneficia directamente as pessoas portadoras de doença mental, a Casa de Saúde do Bom Jesus, criou também, em parceria, dois projectos na área da formação. “Projecto Aprender e Cuidar” e “Cuidar-se para cuidar” são as designações das novas iniciativas formativas, que funcionam em regime pós-laboral e são gratuitos.
O primeiro conta com o apoio da Segurança Social e do Ministério da Saúde e é organizado em parceria com a Câmara Municipal de Braga. Beatriz Miguens e Teresa Machado coordenam o projecto que arrancou em Maio com o curso “Sensibilizar para cuidar”, durante 30 horas. Nos meses de Junho e Julho decorreu, durante 40 horas, o curso “Cuidar para envelhecer de forma activa” e para os meses de Outubro e Novembro, será ministrado, em 60 horas, o curso “Intervir para prevenir”.
Destinado a cuidadores de doentes mentais, “Cuidar-se para cuidar” decorre durante 180 horas formativas. As acções designam-se “Saber cuidar”, “Qualidade no cuidar”, “A arte de cuidar”, “Cuidar-se”, “O cuidador cuida-se” e “Cuidar por amor”. Também em regime pós-laboral, esta formação é financiada pelo Alto Comissariado da Saúde.
Projecto de obras
está em Roma
Pedro Meneses revelou ainda ao DM que o Congregação das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus está a analisar, em Roma, o projecto de remodelação e de melhoramento da instituição que em Braga tem cerca de 400 utentes.
O responsável adiantou que o projecto, que já foi reestruturado, pretende, acima de tudo, proporcionar bem-estar e melhores condições aos utentes e funcionários da Casa de Saúde do Bom Jesus.
Pedro Meneses informou que o projecto aposta na criação de unidades mais pequenas que permitem uma melhor orgânica e possibilita o agrupamento de doentes mais homogéneos, para um tratamento mais especializado e personalizado.
Entretanto, a Casa de Saúde do Bom Jesus aguarda a publicação de nova legislação no que respeita à Rede de Cuidados Continuados para a Psiquiatria.
8 de agosto de 2009
CABing 2009: Contra-me outra história II
CABing termina depois de 10 dias intensos
Universitários em acampamento
nas margens do Rio Homem
São 36 jovens. A maior parte universitários, mas também há pré-universitários e licenciados. Estão reunidos há alguns dias em ambiente de total desprendimento e isolamento, junto ao Rio Homem, na freguesia de Sequeiros (Amares). Trata-se de mais uma edição do CABing, acampamento para universitários levado a cabo pelo Centro Académico de Braga (CAB) e que termina esta segunda-feira, depois de dez dias intensos de animação, de convívio de auto-conhecimento e de oração, a partir da temática “Conta-me outra história”.
Este acampamento pretende propiciar aos universitários uma experiência diferente, com uma forte componente espiritual, mas também com jogos, competição, dinâmicas e entretenimentos, com o claro objectivo de “mexer por dentro” e marcar quem participa.
Rui Ferreira e António Ary assumem os papéis de director e adjunto do acampamento. Indispensável também é o capelão. O padre Luís Ferreira do Amaral assume essas funções, presidindo às orações e à Eucaristia, num espaço sobranceiro a todo o campo.
Para tratar, por um lado, das lides domésticas, mas também para desempenhar a figura maternal foi escolhida Helena Vilaça, aluna de mestrado em Química Medicinal, na Universidade do Minho.
Com este núcleo trabalha uma equipa de animação que preparou o imaginário e, de alguma forma, superintende todas as actividades.
Com a maior parte dos participantes oriundos da zona de Braga e de Guimarães, o CABing 2009 conta com a presença de representantes do Porto, Coimbra ou Lisboa. Da capital, por exemplo, vieram Matilde Santos e Leonor Beirão. A primeira é estudante do 2.º ano de Enfermagem e a segunda de Gestão, no mesmo ano. Do Porto veio o estudante de Matemática Pedro Pamplona, enquanto que da “cidade dos estudantes” veio Carolina Cabo, que estuda no 3.º ano de Medicina.
Como equipa, este quatro jovens responderam às questões colocadas de forma conjunta. Salientando o espírito de companheirismo e de entreajuda de todos os participantes concordam em colocar o CABing como uma «grande experiência de crescimento», num «meio ambiente puro», «em contacto com a natureza» e longe da «confusão das cidades».
«Neste acampamento aprendemos a ver o essencial da vida», atira Guilherme Magalhães, estudante de Medicina, juntando-se à conversa.
Aproveitando a deixa, lança-se a questão: «O que é essencial?». Neste momento, as respostas vão caindo a conta-gotas: «o alimento, a partilha com os outros, a inter-relação». Parecendo estar esquecido no rol apresentado, surge outra interrogação em jeito de provocação: «Então, e Deus não é essencial?». «Essencialíssimo» foi a resposta saída de rompante, completada logo a seguir por uma convincente: «Aqui, em tudo o que fazemos estamos com Deus, não só nos momentos de oração e na missa».
Já a terminar, referem que «o CABing é mais dar do que receber». «Vimos com a ideia de dar alguma coisa, mas, no somatório geral, acabámos sempre por receber muito mais do que aquilo que damos», referem.
CABing 2009: Contra-me outra história I

Rui Ferreira é o director de campo do acampamento
CABing pretende “chocar”
e “mexer dentro” dos participantes
Com o director do acampamento o Diário do Minho (DM) procurou perceber o desenvolvimento do CABing 2009. Rui Ferreira (RF) repondeu as questões salientando quais as dimensões desenvolvidas nos dez 10 de acampamento, o que é que propõe e oferece a iniciativa e, ainda, como decorre um dia normal ou quais os jogos e actividades realizadas durante o acampamento para universitários. O jesuíta reforçou a ideia de que esta iniciativa, inspirada nos campos de férias da Companhia de Jesus, deixou claro que em muitos momentos a vida tem acessórios e mais e que algum desprendimento só faz bem. Caminhada nocturna, dinâmicas e orações são sempre momentos fortes do acamapamneto.
M: O que é que o CABing oferece aos universitários que se inscrevem para participar?
RF: O CABing oferece, em primeiro lugar, dez dias diferentes, de animação e de convívio como proposta de mudança. A ideia é estar um período distante daquilo que normalmente preenche o nosso quotidiano. Deixar as nossas seguranças, certezas e comodismos. Certamente, neste dias, alguma coisa “mexe dentro” daqueles participam e alguns não resistem ao choque.
As propostas de actividades que a equipa de animação faz visam também “mexer por dentro”, quer ao nível da fé, da relação com os outros, do contacto com a natureza e ao nível do auto-conhecimento.
Há, por isso, quatro vectores fundamentais neste acampamento: Deus, natureza, amizade e serviço.
DM: Como se exploram essas dimensões e esses pilares do acampamento?
RF: Para explorar a dimensão espiritual, reservam-se alguns momentos, concretamente de oração. De manhã, temos o “Bom dia, Senhor” que é a oração da manhã, na qual o capelão lança alguns desafios e algumas propostas para o dia.
Todos os dias pegamos num conto mais ou menos conhecido da nossa infância (Pinóquio, Patinho Feio, Bela Adormecida, Capuchinho Vermelho) e tentamos fazer a ponte de ligação com o Evangelho. Já chegamos até à conclusão que a história do Pinóquio tem muito a ver com o Evangelho.
Além disso, temos a proposta da missa diária.
Para explorar a relação com a natureza, quase que basta o local onde nos encontramos. Depois, as actividades propostas vão na linha de manter os participantes em contacto directo com a natureza, quer nos jogos da manhã quer nos da tarde.
Para fortalecer os laços da amizade e do serviço a “roda” (local de reunião do campo) é fundamental como espaço de encontro e de conversa. Também existem outras pequenas iniciativas como o amigo secreto e o chá antes de dormir, como momentos para o convívio e o fortalecimento da relação.
Este campo funciona como um grupo só e não como cada um para si.
DM: Como é um dia normal no acampamento?
RF: A alvorada é pelas 08h30. Depois segue-se um momento de ginástica matinal: dois animadores vestem-se de forma criativa e orientam uma pequena sessão matinal de ginástica.
Depois vem o pequeno almoço e entretanto uma equipa prepara o repasto da manhã e outra lava a loiça do jantar.
Seguem-se jogos que normalmente metem água, para aproveitar a própria altura do banho.
Depois do almoço há o tempo da “sesta” que serve para descanso e para lavar roupa e louça.
À tarde faz-se outro jogo seguindo-se um tempo livre antes da missa.
À sobremesa do jantar uma equipa prepara, diariamente, um sketch, representando uma história concreta.
Costuma fazer-se, depois disso, algum jogo nocturno com mais movimento, aproveitando o escuro e as potencialidades do local. Depois disso é descanso.
DM: Quais são os momentos fortes do acampamento?
RF: No meu entender é a caminhada que se realiza sempre a meio do acampamento. Trata-se de um dia e meio de caminhada, com dormida ao relento. Costuma ser um momento fulcral do acampamento.
A sensação de ir pela noite por locais que não conhecemos com o indispensável nas mochilas, sabendo que vamos dormir ao relento cria experiências fortes nos participantes. O regresso ao campo é quase sempre um momento de festa, porque apesar de não termos o conforto das nossas casas é como que um regresso ao berço.
Este é um tempo que serve essencialmente para se conhecer melhor aquelas pessoas que ainda não tivemos oportunidade de conhecer. Depois da caminhada, normalmente o campo dá uma reviravolta e as pessoas ficam mais animadas.
DM: Que tipo de jogos costumam desenvolver?
RF: São sempre diversificados. Todos têm uma finalidade e há alguns que são sempre muito marcantes. Este ano vamos fazer o jogo dos Ricos e dos Pobres. Trata-se de um pequeno-almoço servido por escalões estabelecidos a partir do rendimento das equipas ao longo do acampamento. Uns tem direito a croissants com queijo e fiambre e outros apenas a pão e água. Costuma ser também um momento forte do acampamento, despertando ódios e amores.
Na sequência disso, realizam-se trabalhos de campo para eles ganharem dinheiro. A ideia é mostrar que na vida é preciso trabalhar para conseguirmos as coisas.
Temos também uma manhã de auto-gestão sem a equipa de animação. De manhãzinha, sem acordarmos ninguém deixamos um bilhete a dizer que fomos descansar e que eles estão conta própria. É sempre interessante ver as reacções deles, ver aqueles que de alguma forma, assumem um pouco a liderança. É um momento que aproveitamos para filmar, sem que eles saibam, é claro.
CABing 2009: Contra-me outra história
Bruna Pereira, professora de Ensino Básico
«O choque inicial é difícil e
quase desisti nos primeiros dias»
Bruna Pereira participa pela terceira vez num acampamento para universitários promovido pelo CAB. O primeiro foi para conhecer o ambiente e nos restantes já incorporou a equipa de animação. Mas, para esta professora do Ensino Básico «as coisas foram difíceis». «No primeiro acampamento que participei, há cinco anos atrás, quis ir-me embora ao fim dos primeiros dias», revelou, adiantando que «o choque inicial foi muito difícil». Hoje, Bruna Pereira entende que uma iniciativa deste género exige muito desprendimento, e «na primeira experiência, vinha muito agarrada às coisas materiais», reconhece. «É fundamental ter aquele choque inicial que eu tive», defende, entre sorrisos, e dando conta de que «o CABing é uma experiência que vale muito a pena», pelas pessoas novas que se conhecem e pela aprendizagens que daí advêm. «Nestes ambientes, onde temos apenas o essencial e o básico para viver estamos sempre dispostos a aprender coisas novas», afirmou.
CABing favorece
espírito participativo
Ricardo Dias participa no segundo CABing, o primeiro como animador. Por esse facto, está mais numa «atitude de aprender, acatando as dicas que os mais “rodados” nestas andanças vão dando», disse. Para este animador, a actividade mais marcante até ao momento foi o início do acampamento. «O primeiro jogo deu para ver que o grupo de participantes era muito interessante e que mostravam um entreajuda formidável». «Este é um grupo que está aberto à surpresa e à novidade – refere – e isso traz mais entusiasmo ao acampamento». Da mesma opinião é Helena Vilaça, também elemento da animação, destacando que o acampamento tem corrido bem e enaltecendo o «espírito participativo» do grupo. Esta estudante de mestrado na UM entende que a experiência que já viveu na aldeia açoriana de Rabo de Peixe lhe dá alguma «bagagem e traquejo» para iniciativas como o CABing.
Descargas ilegais?
Um “paraíso perdido”
aqui ao pé de Braga
A edição deste ano do CABing decorre numa propriedade privada, na freguesia de Sequeiros, em Amares, mesmo nas margens do Rio Homem. Segundo o padre Luís Ferreira do Amaral os proprietários foram «impecáveis», cedendo gratuitamente um espaço bastante requisitado para acampamentos. Depois de estar no local mais acredito que há muitos “paraísos perdidos”, sem muitas vezes darmos conta deles. Aquela propriedade, com a variedade de vegetação que ostenta, com as zonas de sol e de sombra que proporciona e, acima de tudo, com rio mesmo ao lado constituem um desses espaços paradisíacos para os apaixonados pela natureza. Pena que, segundo alguns populares e moradores da localidade, as águas do Homem apareçam algumas vezes «mais carregadas» e «com mais espuma» que noutros dias. Serão descargas ilegais? A pergunta impõem-se sem mais e exige atenção das autoridades.
3 de agosto de 2009
Caxinas provou devoção ao Senhor dos Navegantes
Pescadores carregaram 16 andores
A paróquia das Caxinas em Vila do Conde recebeu ontem milhares de pessoas para verem uma das procissões mais emblemáticas da região Norte de Portugal. A festa em honra de Nosso Senhor dos Navegantes voltou a ser uma verdadeira prova de fé e devoção, concretamente por parte das famílias de pescadores, que carregaram, num percurso que demorou mais de duas hora a calcorrear, 16 imponentes andores.
O andor principal da procissão, o de Nosso Senhor dos Navegantes, voltou a ser transportado pela embarcação Ajudado por Deus. José Carlos Costa, mestre do barco, disse ao Diário do Minho que «é sempre uma honra levar o andor principal da festa», facto que acontece há três anos consecutivos. Este “caxineiro”, pescador há mais de 25 anos, revelou ainda que, do ponto de vista da pesca, «este ano, as coisas estão muito difíceis», mas «muitas vezes a fé e a devoção aos santos encorajam a seguir em frente».
Todavia, a procissão é composta por mais andores, também eles transportados por várias embarcações de pescadores das Caxinas. A abrir a procissão, a embarcação Craveiro Flores, carregou o andor de Nossa Senhora da Bonança, seguindo depois, a imagem de Nossa Senhora de Fátima, levada pela embarcação Viana Coentrão.
Os pescadores do barco Vera Marina transportaram o andor de Nossa Senhora da Luz e o de Nossa Senhora da Graça foi levado pelo barco Reino de Cristo. O andor do Sagrado Coração de Jesus seguia logo atrás e foi carregado pela embarcação Fé em Santa Clara, ao passo que, a imagem de Cristo Rei foi transportada pelo barco designado Cristo à companheiro. Os pescadores do barco Adelaide Lucília levaram S. José e S. Pedro foi carregado pela embarcação Três Sorrisos. O barco chamado Pai eterno carregou S. Paulo, enquanto que S. Clemente foi levado pela embarcação Jaimito.
A seguir estavam as imagens de S. Francisco, Santo António, Santa Rita e S. Sebastião levadas respectivamente pelas embarcações, Mestre Cruz, Cruz da Vida, Mestre Coentrão e Virgem do Sameiro.
Já a terminar o desfile e antes do pálio onde seguia a relíquia do Santo Lenho, a embarcação S. Donato carregou a imagem do Senhor da Prisão.
Refira-se que pelas 16h00, com pontualidade britânica, começaram a perfilar-se os mais de 400 figurados, representando figuras bíblicas e também alguns santos. Outros ainda, envergavam trajes ligados ao mar e à pesca e também a cidade de Vila do Conde.
A abrir procissão seguiam soldados da GNR a cavalo e também a fanfarra dos bombeiros, atrás da qual se perfilava o agrupamento de escuteiros local. Vários elementos de diversas irmandades e confrarias seguiam na procissão com cruzes processionais e com bandeiras.
Beleza e simbologia
Os cerca de 400 figurados vestiam trajes e ornamentos que, no decurso da procissão, foram elogiados por muitas das pessoas que assistiam. Outras destacavam a beleza dos gestos e dos símbolos transportados.
Tudo somado, a procissão em honra de Nosso Senhor dos Navegantes voltou a ser um momento de fé e devoção que mereceu rasgados elogios de muitas pessoas que vieram de várias partes do Norte para assistir a esta manifestação.
Vila do Conde homenageou rendilheiras
Mais de 200 mil pessoas
já viram Feira do Artesanato
Mais de 200 mil pessoas já passaram em Vila do Conde para visitar a 32.ª Feira do Artesanato de Vila do Conde. O certame que arrancou no passado dia 25 de Julho termina no próximo domingo e, até ao momento, está a corresponder às expectativas da organização. Ontem o dia foi de festa para homenagear as mulheres vilacondenses, mestras na arte da renda de bilros.
Segundo Saraiva Dias, da organização da mostra, «a adesão das pessoas tem sido excelente, como em outros anos», colocando o êxito da feira «na raiz bem plantada, de todos os vilacondenses, em relação às tradições e ao artesanato».
Para este responsável, a feira de Vila do Conde traz todos os anos «aquilo que de melhor se faz em Portugal ao nível do artesanato». Neste sentido, «espelha a qualidade de tantas mãos de artesãos portugueses, de Norte a Sul, passando pelas regiões autónomas».
«Os artesãos portugueses fazem, a partir de materiais rudes, autênticas obras de arte», afirmou, salientando que, da parte da organização, existe o esforço de fazer representar nesta feira as várias regiões do país, mas também os diferentes tipos de artesanato.
Ontem, concretamente, o dia foi dedicado à renda de bilros e serviu para homenagear as mulheres vilacondenses que ainda se dedicam a este ofício. Para Saraiva Dias, trata-se de uma verdadeira arte que se vai desenvolvendo, ao longo dos séculos, com expressão em Portugal, apenas em Vila do Conde e Peniche. Aliás, os promotores convidaram, este ano, uma delegação de mulheres de Peniche, também elas exímias na arte da renda dos bilros para participar neste certame.
Em relação aos custos da organização, o responsável disse que não é uma iniciativa que sai cara, até porque há colaboração do município presidido por Mário Almeida. Ontem o presidente da autarquia quis também expressar a sua homenagem às mulheres rendilheiras tendo para isso participado num almoço, num dos restaurantes que está na feira. No final deste, as artesãs entoaram em uníssono e entusiasticamente, o hino das rendilheiras.
A 35.ª Feira do Artesanato de Vila do Conde continua até ao próximo dia 9, com mais de 11 mil metros quadrados de exposição e com a presença de mais de 200 artesãos, dos quais cerca de 100 trabalham ao vivo.
Cristãos queimados vivos no Paquistão
Horror no Paquistão: sete cristãos, entre os quais uma criança e quatro mulheres, foram queimados vivos por um grupo de fundamentalistas islâmicos nas proximidades de Gojra, província de Punjab. Outras 18 pessoas ficaram feridas durante o incêndio de mais de 50 casas causado por uma multidão de muçulmanos que protestavam pela suposta profanação de um exemplar do Alcorão.
O facto ocorreu anteontem na cidade de Gojra, que sofre com a violência religiosa desde quinta-feira, dia em que, segundo os muçulmanos, vários cristãos profanaram uma cópia do Alcorão. «Alguns muçulmanos locais acusaram Talib Masih, Mukhtar Masih e Imran Masih de queimar o Alcorão. Os acusados negaram veementemente o facto, mas uma multidão de muçulmanos irados queimou várias casas de cristãos», denunciou em comunicado a Comissão de Direitos Humanos do Paquistão.
Segundo fontes citadas pela imprensa local, a maior parte dos actos violentos foi cometida por jovens que tinham os rostos cobertos com lenços e começaram a lançar gasolina contra as casas. A maioria dos moradores da colónia conseguiu escapar e colocar-se a salvo, mas pelo menos sete pessoas ficaram presas devido às chamas e morreram queimadas.
A Polícia usou gás lacrimogéneo para dispersar a multidão, e vários funcionários acudiram pouco depois ao local para convencer os líderes religiosos que pusessem fim aos protestos.
Segundo a Comissão Nacional de Justiça e Paz, organismo da Igreja Católica paquistanesa, estes ataques são frequentes em Punjab e são quase sempre ligados a falsas acusações de blasfémia.
Rádio Vaticano
O facto ocorreu anteontem na cidade de Gojra, que sofre com a violência religiosa desde quinta-feira, dia em que, segundo os muçulmanos, vários cristãos profanaram uma cópia do Alcorão. «Alguns muçulmanos locais acusaram Talib Masih, Mukhtar Masih e Imran Masih de queimar o Alcorão. Os acusados negaram veementemente o facto, mas uma multidão de muçulmanos irados queimou várias casas de cristãos», denunciou em comunicado a Comissão de Direitos Humanos do Paquistão.
Segundo fontes citadas pela imprensa local, a maior parte dos actos violentos foi cometida por jovens que tinham os rostos cobertos com lenços e começaram a lançar gasolina contra as casas. A maioria dos moradores da colónia conseguiu escapar e colocar-se a salvo, mas pelo menos sete pessoas ficaram presas devido às chamas e morreram queimadas.
A Polícia usou gás lacrimogéneo para dispersar a multidão, e vários funcionários acudiram pouco depois ao local para convencer os líderes religiosos que pusessem fim aos protestos.
Segundo a Comissão Nacional de Justiça e Paz, organismo da Igreja Católica paquistanesa, estes ataques são frequentes em Punjab e são quase sempre ligados a falsas acusações de blasfémia.
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