Para ser o resto de Israel
é necessário descer montanhas,
segurar a manhã com a mão
e molhar o chão com o suor
do próprio corpo.
Para ser o resto de Israel
é preciso não temer,
não ter mais nada a perder,
cultivar solitário a última figueira
e dela esperar um único fruto.
Para ser o resto de Israel
é preciso e navegar nas lágrimas da última quimera desfeita,
é ter certeza que a mão que afaga jamais apedrejará.
É atender o pobre, é cuidar do ferido,
é servir a mesa do indigente, da viúva e do órfão,
e sempre que tiver feito tudo ao seu alcance,
sentir-se como um servo inútil.
(Fiz o que tinha a fazer.
Não sou o maior por causa disso.
Não me vanglorio.
Não atiro os “foguetes” e faço a festa da minha promoção!)
O resto de Israel
é como a última semente, na terra ressequida,
esperando uma gota de chuva.
É como a arca do ancião que
navegou em águas tenebrosas e
viu a criação ser quase toda
destruída e mesmo assim jamais
perder a esperança, pois ela mesma
é a esperança.
Ser o resto de Israel
é "brigar" com Deus para subir a
escada que leva ao paraíso e não
conseguindo vencer Deus, sair
ferido na coxa para sempre, e
mesmo assim não desistir.
O resto de Israel trás dentro de si a
certeza de Abraão e a liturgia de
Melquisedec.
Carrega consigo a
ternura de Maria e o medo dos
discípulos.
Tudo espera, tudo crê,
tudo conforta.
É amável, humilde e
puro. É terra e é água.
Não se assombra com dificuldades,
não teme o futuro, não se desola mais.
É a última semente da Terra.
Nela Deus vai colocar seu sopro.
Para ser o resto de Israel é preciso amar...
encontrei, li e adaptei um nadinha:
http://www.igrejanova.jor.br/Edmarabr04.pdf
Lindo !!!
ResponderEliminar"Ser o resto de Israel"... é o mais difícil.
Somos o resto depois do Servo. Sejamos servos restantes.
Gostei muito.
Abr.
M.Conceição S.
Pe. JAC,
ResponderEliminarlinda partilha,
obrigada,
Gisele