Faz hoje 6 anos que foi apresentado o meu primeiro (e único, até ao momento!) livro de poesia intitulado "Meu Deus. Poesias de Um Seminarista". Uma edição patrocinada pela Junta de Freguesia para assinalar a data da elevação a Vila da terra que me viu nascer, S. Torcato.
Refresco a minha memória e, nela, a daqueles que me "seguem", revisitando o pequeno livro e a sessão de apresentação do mesmo. Deixo-vos, primeiro lugar, o texto que li nessa sessão, e depois partilho, dois poemas escritos no livro.
Apresentação
do Livro
Às sábias palavras “Deus quer, o homem sonha a obra
nasce”, eu contraponho, em relação a este livro, “Deus quer, Deus sonha, Deus,
pela obra, diz-se”. É assim que me sinto em relação a este livro. Posso dizer,
com todas as letras, que o autor não sou eu mas Deus. Ele é que me inspirou
tudo o que ele contém. Por isso, o livro é vontade de Deus, é o seu querer. O
meu trabalho é de co-autoria. Eu passei para o papel o que Ele quis dizer. A
minha reflexão é fruto da sua inspiração durante estes últimos cinco anos de
formação teológica. Por isso, e porque a minha linguagem, como toda a
linguagem, é limitada e imperfeita acautelo os leitores para o risco de que o
que se diz sobre Deus não O dizer em totalidade.
Quando falamos de Deus corremos esse risco, perigoso,
porque falamos de uma realidade metafísica, transcendente, que não podemos
açambarcar. Porque Deus é Totalmente Outro diferente de nós qualquer definição
que façamos é insuficiente e imperfeita. Por isso, “Meu Deus” sem ser um
compêndio de teologia é teologia na medida em que é um discurso sobre Deus. E
porque a teologia se faz de joelhos, como dizia o teólogo Hans Urs von Balthasar, este livro é,
para mim, um livro de oração. E porque de oração se trata permitam-me a leitura
do poema “Que mistério é o Meu Deus” (o último poema a entrar nesta
compilação).
Não posso terminar estas palavras sem uma palavra aos
propulsionadores deste livro. O primeiro já o referi atrás: Deus! É dele que
depende o que escrevo. Além disso, merece todo o destaque a Junta de Freguesia,
na pessoa do seu Presidente, o Dr. Bruno Fernandes, meu amigo em todas as
horas. Ele, e com ele toda a Junta de Freguesia de S. Torcato e, por
consequência, a Freguesia inteira, são os meus mecenas, os responsáveis destas
páginas se tornarem um livro. Estendo o meu agradecimento ao Dr. Barroso da
Fonte pela estima e amizade que mostrou na edição do livro. Por fim, mas
imensamente fundamental, pelo apoio e amizade de anos, a D. Amélia que me
colocou este “bichinho” que se chama poesia dentro de mim e que me impulsionou
a publicar alguns escritos. Em suma, por mim só, por mérito pessoal, não teria
chegado a esta publicação e, por isso, a minha atitude só pode ser uma:
gratidão. E na certeza de que sozinho vos não posso recompensar rezo e peço a
Deus por cada um de vós. Essa é, com toda a certeza, a melhor recompensa que
vos posso ofertar.
José António Carneiro | 21 de
Junho de 2006
Que mistério é o
Meu Deus!
Procuro
com insistência
Palavras
p’ra te dizer
Mas
que nada significam
No
Teu mistério de ser!
As
palavras em si mesmas
Não
Te dizem com firmeza
Apontam
algumas pistas
Que
revelam Tua grandeza.
E
no fim da reflexão
Que
quer desvelar os véus
Eu
só posso concluir:
Que
mistério é o Meu Deus!
Sequela
Disponível para o reino
Aqui estou de mãos vazias
Pare Te seguir, Senhor
Nada menos me pedias.
Tudo que deixava
Nada fazia sentido
Mas nesta renúncia vi
Que nada tinha perdido.
Ao seguir-Te me realizo
Imerso na novidade
No Teu seguimento encontro
O caminho da felicidade!
Alguns dos poemas publicados no livro (que já esgotou há muito tempo!!!) estão musicados e cantados. Pode ouvi-los no meu canal do youtube aqui
Sem comentários:
Enviar um comentário