“Certo peregrino, entrando num bosque, procurava um lugar onde pernoitar. Ao longe, descortinou um telheiro e para lá se dirigiu. Passaria a noite mais protegido, pensou. O telheiro fazia parte do que fora um templo. Era uma igreja em ruínas. Colunas truncadas, peças de escultura espalhadas por aqui e por acolá. Não foi difícil ao peregrino concluir que tinha havido ali uma Igreja, centro de uma antiga e grande comunidade.
- Mas porque ruíra aquela Igreja? Interrogava-se o peregrino. Quem terá feito isto? Uma guerra, um ataque a um alvo errado…
Até que sentiu brotar do silêncio, uma voz que lhe dizia:
- «A ruína começou pelas portas».
O peregrino aproximou-se do lugar donde vinha a voz. A pedra angular, meio soterrada e meio coberta pelo silvado, repetiu:
- «A ruína começou pelas portas»…
- Porquê? Como assim? Perguntou o peregrino.
- «Porque estavam abertas, quando deviam estar fechadas;
porque estavam fechadas quando deviam estar abertas;
porque deixaram entrar todo o tipo de vento»”.
Quando é que tenho as portas do coração abertas e deviam estar fechadas e quando as tenho fechadas e deviam ter abertas?
Que tipo de ventos e aragens deixo entrar no coração?
Pe. JAC
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