9 de setembro de 2017

Por favor! Obrigado! Desculpe! (Na hora da partida!)




Não gosto de despedidas! Vivo esta hora como hora de partida e como hora de missão! E vivo-a com confiança. Acredito na Igreja de Jesus Cristo sem fronteiras. A minha presença na diocese de Aveiro inscreveu-se nesta convicção. 
A Providência Divina tornou possível, através da solicitude pastoral dos bispos de Braga e de Aveiro, que aqui, entre vós, pudesse crescer, viver e exercer o ministério, primeiro, ainda nas terras de Águeda, como diácono, depois como presbítero, durante quase oito anos, superando até as mais positivas expectativas iniciais. 
Sei que a missão é um estado permanente, é um constante "ir", "sair", "partir", tal como nos ensina Jesus, que foi ao encontro de todos. Seria muito mais fácil navegar na "onda do sucesso" alcançado do que aventurar-se no mar desconhecido, donde, estou certo, resultará a abundância, tão só pela fidelidade obediente à voz do Senhor.
Ao olhar o tempo passado, enquanto se arrumam papéis, deixando-me conduzir pela aragem do Espírito de Deus, que faz novas todas as coisas, e pelo exemplo do Papa Francisco, brotam-me três expressões, que são três atitudes, nesta hora de partida: "por favor, obrigado, desculpe". 
Em primeiro, "desculpe": peço desculpa pelo que não fui capaz de dar e devia ter dado. Reconhecer o "in-conseguido" é passo necessário para se fazer o que a missão impele cada dia! E porque só perdemos aquilo que não damos, lamento aquilo que perdi por não o ter dado!
Em seguida, "obrigado". Agradeço hoje, como em cada noite destes muitos dias, por quanto recebi e que foi sempre muito mais do que aquilo que dei. Eu sou, estou certo, o que mais ganhou e mais lucrou. 
Por fim, "por favor". Por favor, não percam a esperança. Ou como diz, programaticamente, o Papa, na Evangelii Gaudium:"Não deixemos que nos roubem a esperança!” (nº86). Nem "a alegria da evangelização!” (nº83). Nem "o Evangelho" (nº97). Por favor, agarrem o sonho da missão com o "entusiasmo missionário” (nº80) e com "a força missionária!” (nº109). E porque o Senhor Jesus estará onde, fraternalmente, dois ou três se reúnem no Seu nome "não deixemos que nos roubem a comunidade", (nº92) e "não deixemos que nos roubem o ideal do amor fraterno" (nº101).
Nos caminhos da missão, em diferentes geografias e na mesma Igreja, como discípulos missionários, sempre nos mova e comova o infinito amor do Senhor. 

texto para o Boletim Paroquial Diálogo.

1 comentário:

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