Nasce, ó Jesus, e ensina-me a nascer:
quando as esperanças se rompem como coisas gastas
quando o dia não chegou a cumprir nem metade da sua promessa
quando me faltam as forças para o degrau seguinte e hesito
quando da sementeira julgo recolher apenas um vazio
quando o caminho parecia mais leve e simples do que depois foi.
Nasce, ó Jesus, e ensina-me a nascer:
quando não consigo fazer do amor uma escrita legível quando a instisfação corrói até o espaço da alegria quando as mãos desaprendem a transparente dança do dom quando não me sei abandonar verdadeiramente a ti!
Nasce, ó Jesus, e ensina-me a nascer:
diz ao meu coração que não é tarde, nem longe
segreda-me que não tenho de fazer coisa nenhuma
senão deixar-me amar.
Texto: José Tolentino Mendonça
Imagem: Rui Aleixo (det.)
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