22 de dezembro de 2017

Natal 2017: um desafio e um compromisso, um voto e um desejo


Dando resposta a um convite que muito me alegra, escrevo estas linhas da mensagem natalícia que quero fazer desafio e compromisso, voto e desejo. São quatro palavras que pretendo que sejam mais que isso e que me inspiram para escrever o que se segue, agora que as luzes exteriores e tantos sinais nos dizem que se aproxima a noite de Natal na qual se comemora o nascimento de Jesus.
Estou certo que uma das grandes mensagens que brota para todos, no Natal, é a da simplicidade. Aqui reside o desafio para todos nós. Escrevi, há poucos anos, numa cançoneta de Natal: “O Natal é simples. / O Natal não é dar. / O Natal não é um tempo / é só eternidade. / O Natal não é tristeza / nem alegria. / É só receber Deus / em cada dia”.
O Natal é simples. Tão simples! Um mistério de simplicidade. Um Menino, que traz a inteireza de Deus, nascido de Maria, sob a proteção de José, envolto em panos e recostado numa manjedoura, por não ter lugar na hospedaria. Um hino à humildade, à ternura que se vive e experimenta em ambiente familiar, que torna sempre mais quente qualquer ambiente por mais frio, fechado ou indiferente que seja.
Oxalá deste desafio resulte já num compromisso para todos. Viver e celebrar o Natal como festa da simplicidade, da humildade e da família.
Creio, tal como o bispo de Lamego, D. António Couto, que o Natal simples como é, somos nós ao contrário do que somos, nós outra vez meninos, nós sentados ao lume, nós em festa, em família, nós com Deus à nossa mesa. Na noite de Natal, noite bela, feliz e simples, uma Criança nasceu e Nela, simplesmente, Deus nasceu e mora connosco desde aí e para sempre!
Com a assertividade de sempre escreve assim poeticamente o Prelado: "É noite de Natal. Quem o não sente? / Quem o não sabe? (... ) São tantas as estrelas. / Mas onde guardar essa abundância, / para que não acabe? / Coração parece que não temos. / Bolsos, bolsos temos, mas não cabe."
Além disso, que seria do Natal e do ano novo que se vai iniciar, se não houvesse votos de boas festas e de próspero e fecundo ano novo? Enquanto apresento também os meus votos para si que lê estas palavras e para todos os seus familiares, também tenho a firme  esperança que o Natal de 2017 e o ano de 2018 não se encerre sem um desejo alargado que nos irmane e nos congregue.
A ambiência da celebração natalícia devia contrastar, para todos, com o frio que Dezembro traz e nos faz tremer e enregelar. A tremer e a corar devia também eu ficar por saber que para tantos no mundo, o ambiente para o Natal não será nem quente, nem de paz. Longe ou bem perto, há decerto, quem esteja privado, assim, de um Natal.

Não consigo mudar o mundo, não pelo menos todo de uma vez. Mas posso começar aqui e agora, aqui onde estou, aqui onde estamos. O  Natal será tanto mais feliz e verdadeiro, se ajudarmos alguém a ter um Natal mais feliz. Eis o meu desejo partilhado: torne possível ou melhor o Natal a alguém que conheça.

Um desafiante e comprometido Natal são os meus votos e desejos.

Sem comentários:

Enviar um comentário

[A propósito da solenidade de Cristo Rei]

  “Talvez eu não me tenha explicado bem. Ou não entendestes.” Não penseis no futuro. No último dia já estará tudo decidido. Tudo se joga nes...