25 de setembro de 2008

Acto de agradecimento de Mons. Luciano Guerra, Reitor cessante do Santuário de Fátima


Este é o lugar onde Fátima nasceu, o lugar onde mais e melhor se experimenta a sua verdade.

Por ter sido escolhido por Nossa Senhora, este é o lugar que mais amamos em Fátima. Era aqui que a pequena Jacinta mais gostava de rezar o seu terço. Aqui aconteceu a maravilhosa visão da celeste Senhora mais brilhante que o sol. Aqui os Pastorinhos viram Deus numa luz misteriosa que Maria lhes infundia no peito. Aqui peço eu agora, a todos vós, vos unais ao meu acto de agradecimento.

Mãe! Neste momento, já terminada a missão que aqui me entregastes há trinta e cinco anos, sinto um grande desejo de Vos dizer uma palavra em público: por mim, por todos os meus colaboradores, e por muitos peregrinos, cujo coração bateu e bate, com ternura filial, nesta Capelinha das vossas Aparições. Queremos proclamar a nossa gratidão por nos terdes atraído, a alguns desde muito novinhos, para esta vossa casa da Cova da Iria. Queremos agradecer-Vos as graças, naturais e sobrenaturais, que pudemos receber, pela piedade do vosso Coração materno, não obstante a dureza e infidelidade dos nossos corações.

Obrigado por tantos irmãos e irmãs que sempre estiveram ao nosso lado, e a quem devo muito mais do que talvez eles pensem: os capelães do Santuário, que nomeio com justiça em primeiro lugar; muitos outros sacerdotes; as religiosas e religiosos; os nossos trabalhadores, que são perto de 250; a Associação dos Servitas; as outras associações de voluntários; as instituições que difundem no mundo a vossa mensagem, e servem nos vossos numerosos santuários.

Obrigado pelo apoio dos comerciantes de Fátima, dos hoteleiros, das autoridades, de todos os que velam pelo ambiente desta cidade - que quer merecer o nome de «Cidade da Paz». Obrigado por todos os que preparam o seu futuro, com o cuidado de quem trata das coisas sagradas.

Damo-Vos muitas graças por tantas e tão grandes alegrias que nestes anos nos proporcionastes.

Obrigado por nos terdes ensinado a amar a cruz de Cristo, nas contrariedades e reveses, vencendo as tentações da polémica, da intriga, da corrupção.

A Vós, Padroeira de Portugal, um grande muito obrigado pela fé do nosso bom povo, que a Irmã Lúcia tanto admirava, e pela fé de todos os nossos peregrinos. A sua sinceridade e fervor dão-nos a certeza de que as crises na Igreja são de crescimento, e não de morte.

Obrigado pelo salário que nunca faltou aos trabalhadores do Santuário, cujos filhos fazem o encanto das nossas festas natalícias; e também pela generosidade que nos permitiu construir as estruturas necessárias ao acolhimento e evangelização dos que a Vós acorrem.

Obrigado pela irradiação das nossas dez imagens peregrinas, que congregam multidões no mundo inteiro, em fervorosas assembleias, que as fortalecem na fé e estimulam o zelo dos pastores.

Obrigado, Mãe, pelo dom das lágrimas, que tantas vezes pude contemplar, no meio da multidão e no oásis desta Capelinha: lágrimas de alegria, nas promessas cumpridas; muitas e muitas lágrimas de solidão, clamando por sinais de fraternidade; lágrimas de arrependimento, que proclamam a alegria do perdão.

Enxugai, Mãe bendita, com a doçura do vosso olhar, as lágrimas – vossas e de nossos irmãos – choradas por minha causa, por nossa causa.

Por Vós, pelo vosso Imaculado Coração, unido ao Coração de vosso Filho, nosso Salvador, suba à Santíssima Trindade o meu, o nosso hino filial de acção de graças, por tudo o que fizemos de bem – com uma súplica de perdão, por tudo o que fizemos de mal.

Ó clemente! Ó piedosa! Ó doce Virgem Maria!

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