26 de dezembro de 2008

Carta para uma Cultura de Respeito pela Vida

Associação Famílias exige
respeito pela vida humana

Texto e foto: José António Carneiro

A Associação Famílias apresentou ontem de manhã, em Braga, uma Proposta de Carta para uma Cultura de Respeito pela Vida por meio da qual exige mais respeito pela dignidade da pessoa humana.
O novo documento que é da responsabilidade do Instituto Internacional “Familiaris Consortio” (IIFC) pretende, também, contribuir para um maior conhecimento da Declaração Universal dos Direitos do Homem, produzida na sequência da II Guerra Mundial e que assinalou ontem 60 anos de existência.
Na conferência de imprensa, na sede na Associação Famílias, Carlos Aguiar Gomes fez uma apresentação global da carta alertando para diversas situações nas quais, actualmente, os direitos humanos continuam a ser ignorados e desrespeitados. O presidente da associação destacou alguns dos 10 números que compõem a carta editada em quatro línguas – alemão, francês, inglês e português – e apresentada em diversos países por meio do IIFC.
Em concreto, o documento, dirigido a toda a comunidade humana, condena todas as tentativas de selecção eugenista, experiências sobre e com embriões humanos, clonagem e hibridação de gâmetas humanos com gâmetas de outras espécies. Também a eutanásia, o suicídio assistido e a pena de morte não escapam à critica do documento apresentado ontem.
Num momento histórico, marcado por uma crise económica mundial, os autores da Carta para uma Cultura de Respeito pela Vida não deixam de lado o problema da fome e todas as formas de pobreza considerando-as «intoleráveis». A este respeito, Carlos Aguiar Gomes lamentou que em Portugal existam, nos dias de hoje, cerca de dois milhões de pobres, com tendência para o número aumentar.
A ecologia e os problemas ligados ao equilíbrio da natureza estão igualmente referidos nos pontos que compõem o documento, assim como a necessidade urgente de o Estado criar as condições desejáveis e necessárias para que os cidadãos possam ter direito a cuidados paliativos e a apoios domiciliários na fase final da vida humana.
O presidente da Associação Famílias disse, na palavra introdutória, que «infelizmente as agressões aos direitos humanos continuam» e denunciou algumas dessas formas de ataque: umas são «destacadas, descaradas e publicamente assumidas», ao passo que outras são «veladas e apresentadas como consequência e sinal do progresso de um mundo pós moderno».
E acrescentou: «tome-se como exemplo a “limpeza” eugénica que está a ser feita diariamente com o apoio e concordância dos diferentes poderes políticos, se não mesmo com a imposição deste».
Como resposta a esta situação, a Associação Famílias não se calará nem deixará de exercer o seu direito de denúncia. «Condenamos a eugenia nazi com a mesma veemência face à que hoje se pratica com meios muito mais sofisticados de muitos centros hospitalares». E prosseguiu: «todo o atentado à dignidade de toda e qualquer pessoa, a começar pelo seu direito natural e profundo a viver, merece a nossa mais viva repulsa».
Entretanto, Carlos Aguiar Gomes salientou alguns sinais positivos na defesa dos direitos humanos dados, por exemplo, pelo presidente do Paraguai – o antigo bispo católico Fernando Lugo – que vetou a lei do aborto e, também, a recusa do grão-duque do Luxemburgo em avalizar uma lei que legaliza a eutanásia, ainda correndo o risco de ver reduzidas as prerrogativas de soberano.
Segundo Carlos Aguiar Gomes a Proposta mereceu a análise e comentários de diversas personalidades de reconhecido mérito e competências na matéria e já foi enviada às diversas autoridades políticas e religiosas entre os quais, todos os líderes parlamentares e os Bispos de Portugal.
O documento estará disponível na internet, na página da Associação Famílias (www.a-familias.org), ou na sede da organização (Rua de Guadalupe, n.º 73, 4710-298 Braga). Diga-se, por fim, que a capa da edição portuguesa consta de uma ilustração da autoria de uma menina de sete anos.

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