2 de janeiro de 2009

Encontro pela Paz na Póvoa de Varzim

Flores brancas lançadas ao mar
Intempérie não afasta
defensores da paz







Pelo exemplo a que se assistiu ontem pode-se dizer que, “faça sol ou faça chuva”, as gentes poveiras abraçaram com força o ideal do encontro pela paz, que celebra este ano a décima edição. Ontem, debaixo de uma bátega de água, na Póvoa de Varzim, mais de uma centena de pessoas participou no já tradicional lançamento de flores brancas ao mar, como gesto que, segundo os organizadores, simboliza o desejo de ver a paz chegar, via Atlântico, a todos os continentes e regiões do mundo.
Com o objectivo de semear valores que defendem e promovem a paz, a organização cumpriu o habitual programa, primeiro, com uma largada de pombas e, depois, com o lançamento das flores da Taça da Paz ao mar. Nem a música faltou pois dois elementos do Grupo de Sopros de Amorim executaram um pequeno trecho musical.
No já apelidado Cais da Paz, começaram a concentrar-se, cerca das 16h00, as pessoas tentando encontrar a melhor protecção possível para a chuvada. A respeito desta, com algum sentido de humor, dizia um popular que «São Pedro quis associar-se a este encontro com a bênção da chuva».
Também os dois “padrinhos” da iniciativa – Mário Ferraz e o vereador Luís Diamantino – salientaram ao Diário do Minho que a intempérie que se abateu ontem veio provar o quanto as pessoas acreditam nesta luta silenciosa pela paz. Provou também que o encontro não se fica apenas por gestos simbólicos, mas envereda já em acções concretas. «As pessoas deixaram o conforto e o calor das suas casas porque acreditam na paz e na construção de um mundo melhor», disse o vereador municipal.
A presença de mais de uma centena de pessoas, nesta edição de 2009, valerá mais, como sinal profundo, do que uma multidão que estivesse presente num dia solarengo, destacou Luís Diamantino.

Semear a paz
ao nível da educação
O vereador da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, afirmou que o Encontro pela Paz – este ano com o título “10 anos unidos pelas paz” – tem como finalidade semear e educar.
Ao DM salientou que «mantém a esperança que com estes gestos, palavras e atitudes de não violência se possa contribuir para mudar o mundo». Junto ao Oceano Atlântico afirmou ainda: «somos apenas uma gosta», mas «acreditamos que se formos muitas gotas nos transformaremos num oceano imenso».
O vereador referiu aos presentes que é preciso gente que acredite nesta causa. «Se acreditarmos havemos de mudar o mundo e se passarmos a palavra a uma só pessoa que seja isso será já princípio de mudança», desafiou.
«Todos os dias são dias importantes para fazermos a paz e ajudarmos à sua construção» defendeu, mas o Dia Mundial da Paz celebrado ontem, tem um relevo e significado especiais.
Por seu turno, Mário Ferraz, que é o principal mentor da iniciativa, salientou a finalidade destes encontros como contributo para uma educação de futuro e para o futuro.
As crianças são o símbolo da esperança e do futuro e, por isso, a iniciativa está voltada para elas, apostando na educação das gerações mais jovens ao nível dos valores da paz.
Os frutos destes encontros não serão, por isso, tanto para se ver a curto prazo, mas pretende-se que os homens e mulheres do futuro – as crianças de hoje – estejam despertas e bem formadas em relação ao valor da paz e de uma cultura de não violência.

(fotos Avelino Lima/texto José António Carneiro)

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