2 de janeiro de 2009

2009 – trazer para a vida O que acredito!


Arrancou com um renovar de votos, esperanças e crenças no progresso e na evolução da Humanidade e acaba com a evidência de que não vivemos no mundo ideal. O ano de 2008 terminou como cenário de um palco internacional cada vez mais incerto, marcado pelos efeitos devastadores da crise.
No entanto, esta actual crise não radica apenas na alteração do quadro de referência das relações internacionais pós muro de Berlim e 11 de Setembro, nem só na falta de liquidez dos mercados.
O sistema capitalista, como estrutura económico-financeira base de uma sociedade organizada por indivíduos autónomos, requer que cada qual possa ser diferente mas tratado como igual. Para tal, a defesa destes valores (da diferença e da igualdade) cultiva-se à medida que os mesmos reclamam protagonismo no espaço público. Contudo, a dificuldade que o indivíduo tem em aplicar os seus valores na praça pública afigura-se como causa para o mesmo se sentir desajustado da sociedade e alienado da cidadania.
É sabido que, uma vez perdidas as convicções e crenças mais profundas de uma cultura, torna-se difícil enfrentar os desafios temporais sem se deslocar para tradicionais “ismos”, enquanto sintomas de uma sociedade intelectualmente confusa e frágil.
Por isso, um dos desafios para este 2009, passa por recolocar os valores e as convicções de cada indivíduo no devido lugar, não reclamando primazias nem favorecimentos públicos, mas expressando aquilo que constitui a sua génese: um conjunto de princípios que salientam a dignidade do Humano, enquanto sujeito passível de direitos e deveres.
Quanto a nós, cristãos católicos, afigura-se imprescindível que saibamos aplicar os valores do Cristianismo no quotidiano, trazendo para a vida O que acreditamos.
Se o conseguirmos, este ano não trará a solução de todos os problemas, mas visitará a nossa fé para percebermos o protagonismo que queremos conferir aos valores em que cremos.
Isto é que é tornar a Revelação actual para cada geração – como diz o teólogo Hans Urs von Balthasar – na certeza de, em tempos de crise, sabermos “dar a César o que é de César e a Deus o que é Deus”.
Assim será possível desejar desde já um bom 2010, pois sobreviremos a este 2009.

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