10 de março de 2009

Escola é algo mais que aulas e educação é mais que escola


Arcebispo de Braga encerrou Semana Aberta em São Caetano

A escola é sempre algo mais do que aulas e a educação é mais do que a escola. Esta é a principal conclusão que resultou da jornada de formação que decorreu ontem no Colégio São Caetano, em Braga, encerrada pelo Arcebispo de Braga, na presença de Manuel Lomba, presidente da União Distrital das Instituições Particulares de Solidariedade Social (UDIPSS), e do Irmão Andrés Corcuera, em representação do Provincial lassalista.
O dia de formação que reuniu no colégio bracarense especialistas e profissionais ligados à área da educação serviu também para assinalar a conclusão da Semana Aberta promovida pela instituição e para continuar a comemorar os 75 anos de presença em Portugal dos Irmãos La Salle.
D. Jorge Ortiga, que terminou ontem, em Fátima, o retiro da Conferência Episcopal Portuguesa, quis marcar presença na cerimónia de encerramento para manifestar o agradecimento à instituição por promover jornadas de formação sobre a educação na actualidade. Aos presentes, o responsável máximo da CEP disse ainda que «se a escola é algo mais do que as simples aulas, também a educação e algo mais do que a escola».
Para o prelado é importante que no processo educativo entrem outros elementos que não só a escola. «Também a família ou então instituições como esta dos Irmãos La Salle são fundamentais na educação das crianças e dos jovens». E foi mais adiante ao afirmar que «para uma educação integral, que quer formar homens e mulheres no verdadeiro sentido da palavra, é importante olhar o papel supletivo à missão da família e do Estado, que estas instituições desempenham».
Ressalvando que «ao nível da educação não pode haver totalitarismos», D. Jorge Ortiga felicitou os responsáveis do São Caetano pela solicitude que colocam na educação das crianças e dos jovens e pela promoção de iniciativas de carácter formativo, que pretendem buscar soluções novas para os muitos problemas que vão surgindo ao nível da educação.
Antes da intervenção do Arcebispo Primaz, o representante do Provincial lassalista, Andrés Corcuera fez um balanço geral do que foi a jornada de formação na qual se apresentou, em traços gerais, a base da pedagogia de La Salle em lares de educação não-formal. A este respeito ressalvou a inovação dos colégios que buscam soluções novas para os problemas que vão surgindo. Para este responsável, «na educação é preciso trabalhar em rede», já que, só desse modo, podem «ser referência para a sociedade».
Por sua vez, o presidente da União Distrital das Instituições Particulares de Solidariedade Social (UDIPSS), agradecendo a jornada de formação, pediu aos responsáveis do Colégio de São Caetano que mantenham a qualidade na educação ministrada aos seus utentes e que, se possível, possam até alargar as respostas sociais no distrito.
Em jeito de balanço, o irmão José Figueiredo disse que a jornada formativa trouxe novas pistas e novos caminhos para que aqueles que trabalham ao nível da educação possam fazer frente aos vários problemas e dilemas que vão surgindo.
O director interno do Colégio São Caetano destacou que a formação promovida quis abrir perspectivas e, por isso, trouxe para reflexão outros contextos quer nacionais que internacionais, concretamente em Espanha e Itália.
Na manhã de ontem, o Irmão José Cuesta, do Colégio La Salle de Palencia falou sobre “Educação não-formal e pedagogia lassalista”.
Além disso, porque a educação é prática, a manhã de ontem encerrou com um painel que quis olhar três contextos diferentes de educação não-formal. O Lar La Salle de Guadix (Andaluzia), o Bairro de Scampia (Nápoles) e o Lar “Mundos de Vida” (Famalicão) foram os contextos apresentados.
Iolanda Ribeiro da Universidade do Minho abriu a parte da tarde com a conferência “Relação empática entre professor-aluno”.

Promover relação empática
entre professores e alunos
Durante a tarde de ontem, algumas dezenas de profissionais ligados à área da educação ouviram Luísa Vieira, do Colégio La Salle de Barcelos, dizer que a educação é uma tarefa difícil e apaixonante. No painel “Experiências pedagógicas entre professor-aluno”, a docente falou do paradigma alternativo que é a «educação cooperativa» que valoriza a reciprocidade no plano educativo e promove a relação entre educadores e educandos.
Para Luísa Vieira é fundamental que a pedagogia seja empática e que haja proximidade entre professores e alunos. Esta metodologia inspirada em São João Baptista de La Salle procura promover o lado positivo dos alunos.
Joana Garrido apresentou, de seguida, o seu testemunho sobre os cinco anos que passou entre os lassalistas em Barcelos. «Foram anos marcantes e decisivos para a pessoa que sou hoje», afirmou. A actual médica veterinária reconheceu que no colégio La Salle a educação é personalizada e vive-se um clima de familiaridade.
Por seu turno, Bruno Figueiredo destacou a importância da existência de várias actividades extra-curriculares nos colégios dos irmãos La Salle. Particularmente, este aluno do 11.º ano falou dos grupos cristãos que permitem criar empatia não só com outros alunos mas particularmente com os professores.

foto: António Silva/DM

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