19 de maio de 2009

O pequeno ditador 1


Num diálogo amistoso com Família de Nazaré resultou uma iniciativa interessante. Porque estou a ler Javier Urra, O pequeno ditado. Da criança mimada ao adolescente agressivo. comprometi-me a retirar as ideias chave do livro e a partilhar com o blogue. Porque o Danilo já publicou no seu deixo agora o mesmo texto aqui. Refere-se apenas ao primeiro capítulo. os restantes estão em elaboração
 

Capítulo 1: Filhos agressivos


Ideias base: Existem filhos agressivos nas famílias. Se em muitos casos os filhos são vítimas, noutros, cada vez mais, são tiranos e agressores, caprichosos, que dão ordens aos pais, desobedientes, desafiadores…

Três tipos de maus tratos dos filhos em relação aos pais:

Condutas tirânicas: procuram causar dano ou incómodo utilizando a incompreensão como axioma; evitam responsabilidades, culpabilizando os outros.
Utilização dos pais: como se os pais fossem usufruto dos filhos ou caixas automáticas….
Desapego: transmitem aos pais que não gostam deles.

Causas da tirania:

Sociedade permissiva que educa para os direitos e não para os deveres. O corpo social perdeu força, perdeu autoridade. Há uma crise de responsabilidade, de falta de compromisso; sociedade do bem estar e do prazer.
Meios de comunicação são uma cascata de actos violentos
Crianças passam muito tempo sozinhas
Estrutura familiar modificou-se: desestruturação de muitos casais
Diferenças educativas entre os pais, e diferenças educativas entre os pais e os professores.
Excessiva permissividade dos pais – das três formas clássicas de controlo (autoridade, competência e confiança), parece que só há lugar para a última.

As crianças podem ser inofensivas, mas não são inocentes. Deve-se responsabilizar no processo educativo quem tem a missão primeira de educar, e esses são os pais. Deve educar-se nos deveres e nos direitos, na tolerância, marcando regras, exercendo controlo, e sabendo dizer “não”.
A tirania infantil reflecte uma educação (se assim se pode chamar) familiar e ambiental distorcida que aponta para o mais deplorável e paradoxal resultado, dando asas à expressão “cria corvos e eles te comerão os olhos”. 

(A partir da leitura da obra)

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