Está realizado o “retrato
religioso” da sociedade portuguesa. A Conferência Episcopal Portuguesa
encomendou um estudo à Universidade Católica e os resultados apresentados não
deixam de ser inquietantes. Portugal é ainda um país de “marca católica”, mas
em pouco mais de dez anos, o número de católicos passou de 86,9% para 79,5%.
Resultado vistoso: Manchetes em
muitos jornais nacionais. Notícias nos mais diversificados meios de comunicação
social anunciando “Número de católicos em Portugal em queda” e “Igreja Católica
perde para todos”.
Das conclusões apresentadas no
estudo conclui-se que o Catolicismo em Portugal tem “rosto feminino” e “pronúncia
do Norte”, revelando que mais de 56% dos católicos são mulheres e que mais de
43% vivem no Norte de Portugal. Outro dado apresentado, e que de resto
acompanha a tendência da sociedade portuguesa, tem a ver com a média de idade
dos que se dizem católicos. Mais de 55% dos católicos têm mais de 55 anos.
Muitas coisas se podem argumentar
diante destes números que, para a Igreja Católica, deverão ser um sinal dos
tempos e como tal, segundo imperativo conciliar, deverão ser lidos e analisados
objectivamente.
Não podemos ficar impávidos e
serenos diante dos números. Não podemos sacudir a “água do capote” como se não
fosse nada connosco. Os números não nos devem assustar, mas podem e devem
alertar-nos a todos. Sim, a todos os que nos dizemos e procuramos ser cristãos
católicos todos os dias, a toda a hora, e não apenas “das 9h às 5h da tarde”.
Preocupa-me evidentemente que os
católicos sejam menos. Mas preocupa-me bem mais que não sejam aquilo que
deveriam ser.
Se olharmos para os itens do
inquérito mais preocupado fico quando se percebe que muitos dos que se afastam
de uma prática religiosa o fazem por causa de mau exemplo de pessoas religiosas
que conhecem.
De facto, o alerta que estes
números causam não poderá ficar apenas para a hierarquia católica - ainda que
convém que faça a sua parte (não me demito da minha!) -, mas é à Igreja Povo de
Deus, Povo Sacerdotal, que estes números devem inquietar. Há, evidentemente,
muitas coisas que é preciso rever continuamente, novas linguagens a assumir,
testemunhos de vidas felizes a apresentar… e, acima de tudo, que a tão badalada
“nova evangelização” seja aquilo que enuncia: que seja nova e renove!
Para mim é absolutamente mais
urgente que os católicos sejam verdadeiramente cristãos. Ou seja, que Jesus Cristo
seja o centro e o sentido, a meta e a finalidade, o horizonte e a felicidade,
porque a Salvação. Isso é o mais fundamental! Acredito que se formos bons
cristãos seremos bom exemplo e pelo exemplo irradiaremos a beleza de Cristo, à
imagem das primeiras comunidades cristãs das quais já esquecemos o “vede como
eles se amam”.
Permito-me citar uma amiga que
escreveu no seu blogue, fazendo a leitura
deste estudo e deixando uma inquietação a partir do relato bíblico do Jovem
Rico: “Poderia sumariar a passagem assim: O projeto é "este", amigo!
Vens e segues-me? Será bom, se vieres. Ficarei feliz. Construiremos juntos. Mas
a liberdade de escolha é tua... e seguiu caminho com quem O quis acompanhar.
Todos eram bem-vindos. E todos os dias eram novos. E havia dúvidas, mas as
respostas eram intensas. E todos acreditavam, e escutavam, e convertiam-se.
Celebravam. E não era rotina. Era festa!”.
(Crónica escrita para o Jornal Expresso
do Ave)
Lembro-me de em uma das suas homilias dizer que Deus não é bom a maremática... e por isso não se dá ao "trabalho" de somar m mais um... mais um... mais um...
ResponderEliminarNão sei quantos somos, nem de onde... Sei que Somos! E Ele ainda sabe tantos e tão mais que eu...
Juntos nEle seremos Mais.
Só um tacanho pode escrever isto! O fato é que a farsa católica romana,a desgraça da humanidade,caminha irreversível para o fim!
EliminarMoysés Magno
Rio de Janeiro,Brasil
moysesmagno@hotmail.com