Uma advertência prévia: Qualquer semelhança na parábola do evangelho que ouvimos contar com a realidade que nos assalta cada dia pela televisão é pura coincidência. Esta parábola – de um administrador “acusado” de corrupção – é contada não para que sigamos a sua desonestidade, mas para que aprendamos a sua astúcia, esperteza, sagacidade e persistência diante das contrariedades de uma difícil conjuntura. E bem que precisamos de tudo isto e ainda da prudência, que é a virtude que nos faz conseguir o que desejamos evitando todos os perigos.
Uma segunda advertência: Ser rico, ter bens materiais não é pecado. Ser avarento, apegado aos bens, insensível às dificuldades dos demais é que é pecado, porque é infidelidade a Deus e aos irmãos. Portanto, o que está em causa é apenas e só a relação que estabelecemos com os bens materiais, que são meios e nunca podem ser fins, que nos dão condições para viver dignamente, mas nunca serão penhor de vida eterna.
Terceira advertência: Podemos pensar que neste tempo de crise económica, por causa da falta de dinheiro que sentimos no bolso, nos parece mais fácil e até menos actual e urgente ouvir Jesus dizer-nos: “não podeis servir a dois senhores”. Mas, não relaxemos. Bem sabemos, por experiência e por constatação, que nem sempre é assim… Porque sempre corremos o risco de fazer altares aos bens materiais e ao dinheiro. E, tal como diz o Papa Francisco, na sua primeira grande entrevista, (e não só porque ele o diz, porque bem o sei!): “Sou um pecador. E isto não é um modo de dizer, ou um género literário. Sou mesmo um pecador”!
Pe. JAC
Sem comentários:
Enviar um comentário