3 de fevereiro de 2009

Dia da Universidade Católica

D. Jorge Ortiga presidiu à Eucaristia na Sé de Braga
UCP deve ensinar com autoridade
“nova” e diferente doutrina de Cristo

O Arcebispo de Braga defendeu que a missão da Universidade Católica Portuguesa (UCP) passa por ensinar “com autoridade” a “nova” e diferente doutrina de Cristo, em benefício da Igreja e da sociedade em geral. D. Jorge Ortiga falava ontem, na Sé de Braga, durante a Eucaristia que assinalou o Dia da UCP e na qual estiveram docentes, alunos e funcionários desta instituição de ensino superior.
Referindo-se ao tema escolhido para a comemoração do Dia da “Católica” (“Formar para a ética e a verdade”), o Arcebispo de Braga afirmou que «na noite escura da cultura moderna, impõe-se que ousemos, sem critérios de superioridade, aspirar a um ensino com estas duas qualidades: “nova” porque diferente e “com autoridade” porque com competência e excelência».
O prelado começou a homilia notando que a celebração do Dia da UCP é uma «oportunidade para que os fiéis se consciencializem da importância que ela detém no âmbito da missão eclesial». D. Jorge Ortiga foi mais adiante ao dizer que «na actualidade ela adquire estatuto e função imprescindíveis».
Mas, a celebração de ontem teve, para o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), um objectivo mais interno e mais respeitante à instituição. «Urge que a Universidade Católica se confronte com a sua identidade e se questione sobre o modo como exerce a sua missão em benefício da Igreja e da sociedade», disse aos presentes que encheram a Sé Catedral.
Enaltecendo o serviço prestado pela UCP à sociedade portuguesa em geral, D. Jorge Ortiga afirmou que «os católicos não podem marginalizar a Universidade Católica», mas «devem colocá-la nas suas intenções, preocupações e generosidade».

Sociedade carente
de verdade e ética
Concentrando a homilia no tema escolhido para a celebração do dia da “Católica”, D. Jorge Ortiga desafiou os cristãos a serem «verdade para os outros», gerando «confiança» e «fidelidade». O prelado bracarense pediu ainda que se suscite «uma cultura de confiança no outro num tempo em que poucos são aqueles que oferecem essa confiança a nível interior ou exterior».
Notando que a verdade gera confiança e fé alertou para o risco da «duplicidade», da «simulação» e da «hipocrisia» e interrogou-se se «não será urgente reimplantar esta cultura no relacionamento mútuo, nos discursos políticos e nos comportamentos dos membros da Igreja».
Nesta linha, o Arcebispo Primaz denunciou, no clima actual do “vale tudo”, que todos os dias, em plenos tribunais, se assiste a «falso testemunho, perjúrio, ofensa à reputação das pessoas, juízos temerários, maledicência, calúnia, lisonja, adulação, ironia, jactância e particularmente mentira».
Entretanto, sobre a ética e explanando a etomologia da palavra que vinda do grego significa “roupa”, o presidente da CEP disse que «formar para a ética é aceitar que a vida, como atitude de confiança radical no outro, tem as suas implicações éticas».
Aproveitando a oportunidade, o prelado referiu-se ao Ano Paulino e pediu aos presentes – tal como Paulo pediu aos Colossenses – que se revistam «de sentimentos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de paciência».
«Formar para a ética é criar a convicção dum mundo como “casa” comum onde nos “revestimos” de comportamentos e atitudes que mostram que a Palavra de Deus “habita” em tudo quanto fazemos», afirmou o prelado. E concluiu interrogando uma vez mais: «O mundo moderno não necessitará desta visibilidade no quotidiano dos cristãos, dos empresários, dos professores, dos médicos, dos políticos, dos autarcas e dos trabalhadores?».

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