12 de março de 2009

Cristãos devem imitar exemplo de São João de Deus



O Arcebispo de Braga destacou ontem, em Areias de Vilar, a actualidade da mensagem do santo fundador da Ordem Hospitaleira que, no seu tempo, foi considerado louco por se esquecer de si para se dar aos outros. Para D. Jorge Ortiga, os cristãos devem imitar essa “loucura” e o exemplo de vida de São João de Deus, particularmente neste tempo santo da Quaresma.
O prelado falava ontem, na igreja paroquial de Areias de Vilar, durante a celebração eucarística da solenidade de São João de Deus que aconteceu no passado domingo e, por causa disso, teve de ser transferida.
Diante de responsáveis, técnicos, pessoal médico e auxiliar e de dezenas de utentes da Casa de Saúde de São José,
D. Jorge Ortiga apontou a actualidade da vida e da mensagem de São João de Deus. Fazendo a ligação ao tempo litúrgico da Quaresma, o prelado defendeu a necessidade de, neste tempo, os cristãos «redescobrirem aquilo que é essencial», e de buscarem isso mesmo com todas as forças.
Na homilia, o também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa apontou, ainda, dois caminhos nos quais os cristãos podem ir descobrindo o que realmente conta e é importante na vida. Por um lado, ao nível do sentido da vida humana, é necessá-
rio entendê-la como serviço e doação voluntária aos outros e, por outro, ao nível da renúncia material, aspecto tido em conta na espiritualidade da Quaresma.
No final da Eucaristia, rea-lizou-se uma pequena procissão com a imagem de São João de Deus que foi transportada desde a igreja paroquial até à entrada da Casa de Saúde São José. Aí chegados, D. Jorge Ortiga procedeu à bênção final.
Antes da despedida, o padre José Manuel Machado, que é o capelão e coordenador da pastoral da saúde da instituição que trabalha na área da saúde mental, agradeceu a presença do Arcebispo Primaz e de todos os que acederam ao convite para participar na celebração.
Este sacerdote da Ordem Hospitaleira de São João de Deus disse, no final da Eucaristia, que a sua missão é «zelar pela dimensão espiritual dos utentes» e, em muitos casos, «pelas famílias». Para José Manuel Machado, «em muitos casos, as famílias precisam de mais apoio espiritual que os próprios utentes».
«A minha vida é esta casa de saúde» afirmou, referindo que é superior de uma pequena comunidade da qual fazem parte dois irmãos enfermeiros da Ordem Hospitaleira.

Nova unidade
de vida apoiada
Por seu turno, o director do estabelecimento declarou ao Diário do Minho que, este ano, a Casa de Saúde de São José vai criar o segundo edifício destinado à autonomização dos utentes. Segundo Luís Daniel Fernandes, essa nova unidade de vida apoiada é um caminho intermédio para a reinserção dos utentes que estejam em condições de regressar, na medida do possível, a uma vida social plena.
A Casa de Saúde de São José tem actualmente 215 utentes distribuídos por quatro unidades: duas de doença mental, uma de deficiência mental e uma de psicogeriatria.
A cumprir o terceiro mandato como responsável pela Instituição Particular de Segurança Social (IPSS) na área da saúde (são poucas como esta existentes em Portugal), Luís Fernandes garantiu que a instituição criada há 52 anos está a progredir e a crescer gra-
dualmente. «Este é um trabalho sério e contínuo, não de ninguém em particular, mas
de uma equipa», afirmou.

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