10 de maio de 2009

Arcebispo quer pastoral diocesana dinâmica e não acomodada


“Dei Verbum" será base de trabalho do próximo ano pastoral

O Arcebispo de Braga pediu ontem que toda a pastoral arquidiocesana seja mais dinâmica e não acomodada e que tenha em conta a «centralidade» da Palavra de Deus. D. Jorge Ortiga falava no Conselho Pastoral Arquidiocesano que reuniu para preparar o ano pastoral 2009-2010 que terá como base de trabalho a Constituição Dogmática do Concilio Vaticano II, “Dei Verbum”.
No Centro Cultural e Pastoral da Arquidiocese, D. Jorge Ortiga, acompanhado por D. António Couto, reuniu com os conselheiros para estabelecer a base de trabalho pastoral para o próximo ano, o segundo de um triénio dedicado à Palavra de Deus.
Na palavra de abertura dos trabalhos, o Arcebispo Primaz deu conta que o novo contexto moderno, terminado que está o «plurissecular regime de cristandade», deverá «provocar uma atitude de quem reconhece que vivemos em terra de missão», impelindo a Igreja a viver com uma «consciência missionária».
Desse modo, D. Jorge Ortiga desafiou a igreja arquidiocesana a «efectuar uma verdadeira conversão pastoral colocando a Palavra no centro do tempo que nos toca viver». Aliás, o prelado foi adiante ao dizer que «urge tornar nova a pastoral», não sendo possível contentar-se com pequenas adaptações, nem com conservações, «como se continuássemos no tempo da cristandade».
Outra das ideias deixadas pelo também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) foi a de que a «Palavra edifica a comunidade e que a verdadeira comunidade é a Palavra existente num determinado espaço». Para o prelado a Palavra não permite que a acção pastoral seja estática, mas «permanentemente desafiada a respostas que valem se carregadas da conversão».
Reconhecendo que a Palavra de Deus edifica comunidade, o Arcebispo referiu também que o centro dessa passa pela centralidade do «primeiro anúncio», embora haja a necessidade de «conjugar a primeira evangelização com a evangelização permanente». «A indiferença religiosa está presente em muitos contemporâneos, mas também caracteriza a vida de muitos praticantes que não conseguiram celebrar um verdadeiro encontro com a pessoa de Jesus», lamentou.
Por isso, D. Jorge Ortiga desafiou a «encontrar formas novas e prioridades muito concretas» para o anúncio da Boa Nova, sabendo, igualmente, que esta é para todos.

Cristianismo tem papel público
O presidente da CEP não terminou a sua palavra de abertura sem apontar o dedo a um certo “neutralismo” que alguns quadrantes da sociedade vão exigindo da Igreja. «Existe laicidade e respeitamos todos os contextos. Só que não podemos aceitar um neutralismo, pois acreditamos na universalidade da Boa Nova», afirmou.
Com estas palavras D. Jorge Ortiga defendeu o «papel público» do cristianismo que não pode ser ignorado. «Os cristãos, conscientes de uma laicidade inclusiva, sabem propor, com modelos modernos, uma originalidade de vida que sendo diferente não é algo de residual e arcaico, quase uma espécie em vias de extinção, mas segredo de um verdadeiro humanismo», frisou.

Próximo ano pastoral
para “acolher a Palavra”

Na reunião do Conselho Pastoral Arquidiocesano, o padre Sérgio Torres, apresentou o documento que servirá de base para o programa pastoral de 2009-2010. O objectivo geral será “acolher a Palavra” e procurará ser concretizado por meio de alguns objectivos específicos, concretamente pela dinamização do plano pastoral sobre a Palavra de Deus, pelo estudo e reflexão sobre a “Dei Verbum”, pela celebração do Ano Sacerdotal, promulgado por Bento XVI, e pela celebração dos 300 anos do Lausperene na Arquidiocese.
Os conselheiros abordaram ainda a questão das linhas de acção e ficaram a conhecer uma proposta para a vivência dos tempos litúrgicos do ano, baseada na “Dei Verbum”.
O Conselho Pastoral não terminou se que os presentes fizessem uma avaliação do trabalho desenvolvido pelo organismo nos últimos três anos, já que este conselho termina funções e, em Setembro, será nomeado outro. avaliação destacou que houve uma participação muito positiva os conselheiros. O padre Sérgio Torres afirmou mesmo que foi dos melhores Conselhos Pastorais da Arquidiocese.

1 comentário:

  1. Olá!

    É bom ver a hierarquia tão activa, tão fervilhante! Quem me dera que os leigos se deixassem contagiar pela mensagem de Cristo e a deixassem permear as suas vidas (mesmo as suas escolhas políticas)!

    Ser missionários entre os que já são cristãos. Que desafio, hein?

    Muito obrigado por ter passado lá no meu blog!

    Pax Christi

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