3 de agosto de 2009
Caxinas provou devoção ao Senhor dos Navegantes
Pescadores carregaram 16 andores
A paróquia das Caxinas em Vila do Conde recebeu ontem milhares de pessoas para verem uma das procissões mais emblemáticas da região Norte de Portugal. A festa em honra de Nosso Senhor dos Navegantes voltou a ser uma verdadeira prova de fé e devoção, concretamente por parte das famílias de pescadores, que carregaram, num percurso que demorou mais de duas hora a calcorrear, 16 imponentes andores.
O andor principal da procissão, o de Nosso Senhor dos Navegantes, voltou a ser transportado pela embarcação Ajudado por Deus. José Carlos Costa, mestre do barco, disse ao Diário do Minho que «é sempre uma honra levar o andor principal da festa», facto que acontece há três anos consecutivos. Este “caxineiro”, pescador há mais de 25 anos, revelou ainda que, do ponto de vista da pesca, «este ano, as coisas estão muito difíceis», mas «muitas vezes a fé e a devoção aos santos encorajam a seguir em frente».
Todavia, a procissão é composta por mais andores, também eles transportados por várias embarcações de pescadores das Caxinas. A abrir a procissão, a embarcação Craveiro Flores, carregou o andor de Nossa Senhora da Bonança, seguindo depois, a imagem de Nossa Senhora de Fátima, levada pela embarcação Viana Coentrão.
Os pescadores do barco Vera Marina transportaram o andor de Nossa Senhora da Luz e o de Nossa Senhora da Graça foi levado pelo barco Reino de Cristo. O andor do Sagrado Coração de Jesus seguia logo atrás e foi carregado pela embarcação Fé em Santa Clara, ao passo que, a imagem de Cristo Rei foi transportada pelo barco designado Cristo à companheiro. Os pescadores do barco Adelaide Lucília levaram S. José e S. Pedro foi carregado pela embarcação Três Sorrisos. O barco chamado Pai eterno carregou S. Paulo, enquanto que S. Clemente foi levado pela embarcação Jaimito.
A seguir estavam as imagens de S. Francisco, Santo António, Santa Rita e S. Sebastião levadas respectivamente pelas embarcações, Mestre Cruz, Cruz da Vida, Mestre Coentrão e Virgem do Sameiro.
Já a terminar o desfile e antes do pálio onde seguia a relíquia do Santo Lenho, a embarcação S. Donato carregou a imagem do Senhor da Prisão.
Refira-se que pelas 16h00, com pontualidade britânica, começaram a perfilar-se os mais de 400 figurados, representando figuras bíblicas e também alguns santos. Outros ainda, envergavam trajes ligados ao mar e à pesca e também a cidade de Vila do Conde.
A abrir procissão seguiam soldados da GNR a cavalo e também a fanfarra dos bombeiros, atrás da qual se perfilava o agrupamento de escuteiros local. Vários elementos de diversas irmandades e confrarias seguiam na procissão com cruzes processionais e com bandeiras.
Beleza e simbologia
Os cerca de 400 figurados vestiam trajes e ornamentos que, no decurso da procissão, foram elogiados por muitas das pessoas que assistiam. Outras destacavam a beleza dos gestos e dos símbolos transportados.
Tudo somado, a procissão em honra de Nosso Senhor dos Navegantes voltou a ser um momento de fé e devoção que mereceu rasgados elogios de muitas pessoas que vieram de várias partes do Norte para assistir a esta manifestação.
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