13 de junho de 2009

Arcebispo Primaz incentiva criação de Escola de Leitores



Milhares de pessoas nas ruas celebraram “Corpo de Deus”


O Arcebispo de Braga voltou ontem a pedir que os arciprestados invistam na criação de Escolas de Leitores. No dia do “Corpo de Deus”, que levou milhares de pessoas às ruas da cidade, D. Jorge Ortiga defendeu e reafirmou a importância do ministério do leitor e deixou desafios à «inovação» como forma de debelar dificuldades e de garantir a «estabilidade necessária que impede situações de insegurança social».
Presidindo à celebração que decorreu na Sé Catedral, o prelado afirmou que «a qualidade das celebrações está a merecer uma renovada consciencialização sobre o papel e a importância dos leitores». D. Jorge Ortiga destacou, depois, que o Concílio Vaticano II ainda não provocou nos cristãos «aquela sensibilidade que a recepção duma coisa preciosa para a vida deveria suscitar».
A partir do pensamento de Bento XVI, o Arcebispo revelou, procurando concretizar o plano pastoral sobre a Palavra de Deus, que a reforma litúrgica «não passa só por alteração das cerimónias», correndo-se o risco de serem apenas «exterioridades sem conteúdos e verdadeiro valor celebrativo».
Com a Sé Catedral totalmente cheia, D. Jorge Ortiga referiu que a Eucaristia é, também, «encontro de um corpo solidário», não devendo acontecer que «depois da celebração alguém se sinta só». Sentenciando que «o anonimato não pode ser atitude dos católicos» desafiou os fiéis à partilha e à comunhão de bens materiais, à imagem do que faziam as primeiras comunidades cristãs.
Baseando-se na dimensão do amor fraterno denunciou o «passivismo» de muitas pessoas com necessidades económicas e de outra ordem que esperam respostas das entidades e instituições existentes, mas não se colocam numa atitude mais pró-activa. «Os Centros Sociais Paroquiais e outras instituições da Igreja são só e apenas uma parte da solução» dos problemas da sociedade. Além do mais, «contentar-se com receber ajudas, de direito ou de caridade, pode ser um engano», frisou, contrapondo que «só apostando na inovação e acreditando nas capacidades, se consegue a estabilidade necessária que impede situações de insegurança social».
A missa solene, em dia litúrgico do “Corpo de Deus”, foi concelebrada por algumas dezenas de sacerdotes. O coro do Seminário Conciliar de S. Pedro e S. Paulo encarregou-se da animação litúrgica.

Tarde de sol permitiu
milhares nas ruas
A procissão do “Corpo de Deus” saiu da Sé Catedral logo no final da missa e também esta incorporou várias centenas de fiéis. As principais ruas do casto histórico da cidade estavam “apinhadas” de pessoas, umas com atitudes de verdadeiros “espectadores”, outros com uma atitude mais participativa, que inclusivamente ajoelhavam à passagem do pálio, onde o Arcebispo Primaz transportava, na custódia, o Santíssimo Sacramento da Eucaristia, ou então entoavam, juntamente com o coro, os tradicionais cânticos eucarísticos.
Incorporados na procissão iam particularmente muitos cristãos das 63 paróquias do arciprestado, acompanhados, na maior parte dos casos, pelos párocos.
Cruzes paroquiais, velas e bandeiras (maioritariamente do Santíssimo Sacramento, foram os símbolos e objectos transportados pelos “pegadores”. Destaque também para a presença de muitas crianças e adolescentes que celebraram, em muitos casos hoje, a Primeira Comunhão ou a Profissão de Fé (Comunhão Solene).
Antes do pálio, que encerrou a procissão, o sol fazia reluzir as pedras preciosas de oito mitras que pertencem ao Tesouro-Museu da Sé Catedral e que foram usadas por alguns Arcebispos de Braga ao longo da história.

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