14 de agosto de 2009

Campo de Férias Solidário II



Jovens dizem que preconceitos são «disparatados»
Dar férias à praia
e dar tempo a quem precisa



Segundo a Irmã Fernanda Oliveira, que acompanha os jovens ao longo do dia, «este é grupo diferente do normal», concretamente pelo facto de se conhecerem bem, uma vez que oito são da mesma paróquia». As idades variam entre os 15 e os 17.
Durante a visita do DM à Casa de Saúde do Bom Jesus, os jovens foram apresentando suas ideias em relação à participação nesta iniciativa. Destacam por um lado que se trata de uma «nova experiência» que serve particularmente para extirpar «preconceitos» quanto à doença mental.
Aceitaram, como referiram em conversa, trocar uma semana de férias na praia por uma semana de férias solidárias da Casa de Saúde do Bom Jesus. Isto porque preferem dar férias à praia ou ao campismo para dar tempo a quem precisa, como é o caso dos doentes mentais.
Octávio Pinho, um dos dois rapazes do grupo, refere que esta nova experiência «é gratificante» já que «os doentes manifestam carinho por nós». «Para nós também é importante porque percebemos que são apenas pessoas diferentes», afirma o jovem de 15 anos, de Macieira de Sarnes.
Da mesma localidade, Mónica Oliveira vai mais adiante ao acentuar que a ideia generalizada segundo a qual os doentes mentais são violentos é errada. «Connosco são muito calmos», defende, sustentando que a iniciativa «é mais importante que qualquer semana de férias na praia ou no parque de campismo».
Daniela Costa é uma jovem bracarense, de 15 anos, cuja mãe trabalha na instituição bracarense. A outra jovem que não é do grupo de Macieira de Sarnes chama-se Sofia Sousa, tem 17 anos, e é de Rio Mau (Vila Verde). Esta última fez um trabalho curricular de Área de Projecto sobre a Casa de Saúde do Bom Jesus e, depois de uma experiência com toda a turma, durante um fim-de-semana, «decidi fazer este campo de férias».
Do tempo já passado na instituição, desde a passada sexta-feira, os jovens destacam a noite de sábado, concretamente a oração. Além disso, as várias dinâmicas propostas, quer pelas duas religiosas quer pelas colaboradoras que com elas dirigem o campo de férias, tem feito furor entre os jovens. A caminhada às escuras foi uma das que mais marcou o grupo.
Vanessa Pinto, Ana Santos, Joana Almeida, André Costa, Andreia Almeida, Sara Alves e os restantes já citados consideram que os pretensos (ou reais!) preconceitos da sociedade em relação à doença mental são «disparatados». «Os doentes mentais são queridos e depois de os conhecermos já não os podemos mais excluir ou marginalizar», conclui Mónica Oliveira.

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