1. Natal, tempo de voltar a casa!
Tornou-se viral, nos últimos dias, o anúncio publicitário, de origem alemã, no qual
se alerta para uma situação cada vez mais frequente da nossa sociedade: o
abandono dos mais velhos. Isto ocorre particularmente numa sociedade
competitiva em que nos situamos, quando os mais novos se dedicam, sofrega e
vertiginosamente, às suas
vidas, às suas coisas, aos
seus trabalhos, a si e só a
si...
Sim, vivemos no tempo da amnésia e do alzheimer! Do esquecimento
e da ingratidão! Vivemos no tempo dos filhos que se esquecem dos pais e dos
pais que se esquecem dos filhos. Dos irmãos que não se falam, dos vizinhos desconhecidos.
Colectivamente,
perdemos a memória. Da casa, do lar, da família, da reunião.
Que bom se redesenhássemos as relações e reatássemos as
comunhões! Que bom se o Natal fosse, outra vez, o tempo de voltar a casa!
2. Misericórdia,
outro nome do Natal!
Chega o Natal em tempo de misericórdia. O Papa Francisco
convocou toda a Igreja para a celebração de um Jubileu Extraordinário da
Misericórdia, neste ano pastoral, celebrando-se os 50 anos do encerramento do
Concílio Ecuménico Vaticano II.
O Verbo de Deus é o rosto da misericórdia do Pai, que é clemente, paciente e compassivo para com todos os seus filhos. O
Deus feito Menino, em Jesus de Nazaré, é o amor em movimento, a misericórdia feita acção, porque Deus toma
a iniciativa, dá o primeiro passo para vir ao nosso encontro, viver e ficar
connosco, até ao fim.
A misericórdia
é, pois, outro nome do Natal. Atingidos por esse rio inesgotável da
misericórdia do Pai, sejamos pois capazes de ser misericordiosos como o Pai.
3. Natal de porta aberta!
Sim, chega o Natal. E com ele chegam luzes e sons que soam a
falsidade.
A denúncia é desse homem, que veio "do
fim do mundo", para abanar e abalar os nossos comodismos eclesiais,
eclesiásticos e sociais. Diz Francisco que as festas de Natal tornam-se vazias
e soam a falso perante um mundo que escolheu “a guerra e o ódio", que
deixam um rasto de ruína
por toda a parte.
Não sei se o Papa Francisco é ou não ouvinte dos UHF. Mas, em todo o caso, no
"longínquo" ano de 1995, lançaram uma dessas canções intemporais que
são autênticas profecias ou orações:
Podia haver uma luz em cada mesa
E uma família em cada casa
Jesus em Dezembro, aqui na Terra
Podia ser Natal e não ser farsa.
A história certa é
Natal de porta aberta
A ceia servida é a vida
Do Criador
Podia ser
notícia o fim da amargura
Que divide os homens por trás dos canhões
A fome e a miséria
servem a loucura
Que forja profetas e divide as nações.
A história certa é
Natal de porta aberta
A ceia servida é a vida
Do Criador
Podia ser verdade o tom e o discurso
Desse velho actor falando aos fiéis
Mas nada se passa na noite do mundo
Máscaras de dor, pequenos papéis
A história certa é
Natal de porta aberta
A ceia servida é a vida
Do Criador
A história certa é
Natal de porta aberta
Podia ser Natal...
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