Mostrar mensagens com a etiqueta Bento XVI. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Bento XVI. Mostrar todas as mensagens

1 de junho de 2011

"Esmiuçando" a Mensagem do Papa para a JMJ 2011

“Enraizados e edificados em Cristo... firmes na fé.” (cf. Cl 2, 7)

Este texto foi lido durante a iniciativa Go(o)d Night-Peregrinação Nocturna do Jovens do Arciprestado de Águeda. O intuito foi dar a conhecer a Mensagem do Papa para a JMJ 2011, de forma sentida e profunda, seguindo os seis pontos da Mensagem com recurso a alguns sinais e símbolos. Partilho com todos:




Nada teremos para dizer aos jovens de hoje se não estivermos dispostos e empenhados em caminhar com eles e não só fisicamente!

1. Busca uma vida maior

Muitos escritores, poetas e pensadores caracterizam a vida humana como uma longa viagem, com diversas passagens e diversos passos, ou como uma grande corrida, uma espécie de maratona.
Nós sabemos que a fé não é um anexo da vida. Aliás, é parte integrante da existência humana.
Todos sentimos que a vida humana é uma busca incessante, é um tender para o Infinito, é um procurar razões de viver, de ser, de esperar, de confiar e de amar.
O Papa Bento XVI afirma, na mensagem que escreveu para a Jornada Mundial da Juventude deste ano que “o ser humano está criado para aquilo que é grande, para o infinito.”
E depois concretiza que “a juventude é a idade na qual se busca uma vida maior”.
Tu, jovem que hoje peregrinas, buscas o quê? Ou quem?
Usando conhecidas palavras de Santo Agostinho que caracterizam uma espécie de insaciedade, como que uma busca da superação do desejo, o Papa reescreve: “O nosso coração está inquieto enquanto não repousar em Ti.”
Aos jovens, Bento XVI lembra: “Vós sois o futuro da sociedade e da Igreja!” Sim, os jovens são futuro e são esperança.
E depois indica que é missão dos adultos olhar e cuidar as novas gerações: “Vós jovens tendes direito de receber (…) pontos firmes para fazer as vossas opções e construir a vossa vida, do mesmo modo como uma jovem planta precisa de um sólido apoio para que as raízes cresçam, para (…) depois dar fruto.”

2. Enraizados em Cristo somos capazes
Nascemos radicados numa cultura, num tempo, num país, numa família.
De todos rebecebemos educação. De alguns recebemos também educação religiosa.
Não podemos conceber a vida sem a devida ligação à origem, à proveniência, à família.
Na mensagem para a JMJ 2011, o Papa pergunta aos jovens: “Quais são as tuas raízes?” para logo depois explicitar que “enraizar (…) significa ter confiança em Deus.”
Pela fé manifestamos essa confiança, sabendo de antemão que “a fé cristã é relação pessoal com Jesus Cristo, em que Cristo nos revela a nossa identidade e, com amizade, a vida cresce e realiza-se em plenitude.”
Nós somos um sonho de Deus, somos queridos por Deus. Como diz o Papa: “o Senhor quer-me, por isso me dará também a força.”
A construção de uma vida com sentido, enraizada e fidelizada em Deus passa pela escuta e pela prática da Palavra de Deus. Escreve Bento XVI: “amigos, construí vossa casa sobre a rocha. Tentai acolher a cada dia a Palavra de Cristo. Escutai-O como verdadeiro Amigo. Com Ele ao vosso lado, sereis capazes.”
E ainda: “Somente a Palavra de Deus nos mostra o caminho autêntico, somente a fé que nos foi transmitida é a luz que ilumina o caminho.”
Tu, jovem que hoje peregrinas, onde tens as tuas raízes? A Palavra de Deus é luz para Ti?

3. Na cruz estamos firmes
Jesus Cristo é o Messias, isto é o Enviado, com a missão de restabelecer a comunhão dos seres humanos com Deus, libertando-os do pecado e mostrando o rosto e o coração amoroso de Deus Pai.
A missão de Cristo passa pela cruz, mas não termina lá.
Bento XVI di-lo na mensagem para a JMJ: “Jesus Cristo entregou-se na Cruz para nos oferecer o Seu amor. Deste modo, fomos libertados.”
Aquela morte na cruz, que foi e é vista por muitos como escândalo, derrota, silenciamento fez-se vitória, vida, fraternidade, liberdade e salvação.
De facto, “a cruz é a expressão máxima do amor de Cristo”, tal como aponta o Papa.
Na cruz, e na consequente ressurreição – sim, porque Deus cumpre sempre a Sua Palavra e a Sua Promessa – está a nossa vida e a nossa salvação. Defende o Papa: “Sem Cristo, morto e ressuscitado, não há salvação.”
Na cruz estamos firmes, seguros e salvos!

4. Jesus está sempre contigo – Acredita!
A vida de Jesus foi um contínuo dar. Deu vida, saúde, alegria, paz, pão, alimento, felicidade… E tudo o que deu não foi suficiente. Ele teve de dar-se a Si mesmo. E deu-se por inteiro.
Não te esqueças, amigo jovem, que nesta noite peregrinas, que para seres grande tens sempre que ser inteiro.
Ainda Jesus é dom. É dado por Deus. Dá-se em particular no sacramento augusto e maior da Eucaristia, na qual Ele mesmo quis ficar, fazendo memória d’Ele.
Por isso, o Papa desafia os jovens: “aprendei a “ver”, a “encontrar” a Jesus na Eucaristia (…) como alimento para nosso caminho; no Sacramento da Penitência, onde o Senhor manifesta Sua misericórdia oferecendo-nos sempre o Seu perdão.”
Aqui encontramos sempre o Senhor Jesus.
Mas podemos ainda encontrá-lo pela oração e pela Escritura. E aí soa de novo, o apelo de Bento XVI: “Iniciai e cultivai um diálogo pessoal com Jesus Cristo, na fé. Conhecei-O mediante a leitura dos Evangelhos e do catecismo da Igreja católica; falai com Ele na oração, confiai n’Ele. Nunca vos trairá.”

5. Somos um elo na grande cadeia dos crentes
Jesus deixou-se na Eucaristia, sinal da sua presença e memória salvadora, e pediu aos Apóstolos e à Igreja que o recordassem sempre.
Nós estamos inseridos numa história grande, que vem de longe e que trespassa séculos, culturas, países. Estamos inseridos numa história de fé e de amor e de memória, que vem já do Antigo Testamento e assume em Jesus Cristo pleno e total cumprimento. Diz o Papa: “A vitória que nasce da fé é a do amor.”
Nós somos Igreja, família de famílias. “Não somos crentes isolados (…) somos um elo na grande cadeia dos crentes”, escreve Bento XVI. E tu, jovem amigo peregrino, nesta noite, sentes-te elo desta cadeia?
Esta pertença à Igreja, explicita o Papa, impele ao testemunho e à partilha da nossa fé: “Cristo não é um bem somente para nós mesmos, mas é o bem mais precioso que temos para partilhar.”
E pede o empenho directo dos jovens na missão da evangelização da Igreja: “Também, vós, se credes, se souberdes viver e dar testemunho da vossa fé, sereis um instrumento que ajudará outros jovens a encontrar o sentido e a alegria da vida.”

6. A Igreja conta convosco
Em lado nenhum está dito que é fácil seguir Jesus. Ele mesmo alertou para as perseguições, as dificuldades, as incompreensões que sofreriam os discípulos apenas por acreditar n’Ele. Diz o Papa: “A escolha de crer em Deus e segui-Lo não é fácil.”
O que está dito também é que quem segue Jesus tem a vida eterna, tem sentido, tem horizonte e tem meta.
É esta fé, no Mestre que chama continuamente tantos e tantos a segui-lo radicalmente que sois, amigos jovens, desafiados a testemunhar.
Aceitai do desafio de Cristo: “Vem e Segue-me”.
Aceitai também o desafio do Papa: “a Igreja conta convosco. Necessita da vossa fé viva, da vossa caridade criativa e do dinamismo da vossa esperança.”
Daremos, assim, ao mundo razões da nossa fé, em Cristo, no qual estamos firmados, edificados e enraizados!

Pe. JAC. 27 de Maio de 2011.

25 de maio de 2010

O Papa veio a Portugal. E agora?


É legítima esta pergunta, agora que o Papa foi para Roma, depois de ter estado em Portugal durante quatro dias. Houve muito interesse, muita cobertura mediática, centenas de milhares de pessoas o ouviram, os media seguiram a par e passo e até as altas figuras do Estado participaram nas celebrações. Houve festa e emoção!
Mas, como tinha de ser, o Papa foi embora. E agora? Deixou desafios à Igreja, à cultura, à política, à sociedade civil portuguesa. O que vai mudar daqui em diante?
Esperemos que a visita de Sua Santidade não tenha sido só “fachada”, não só dos que a viram e seguiram como uma visita normal de um Chefe de Estado, mas também dos cristãos. Para esses, esta visita tem de ficar gravada no coração para que a mensagem se faça vida. Assim o espero a começar por mim.
Desde já estou a ler, para meditar, todos as suas intervenções em território português. Ninguém ama o que não conhece.

12 de maio de 2010

Homilia de Bento XVI na Missa do Terreiro do Paço


"Sabemos que não lhe faltam filhos insubmissos e até rebeldes, mas é nos Santos que a Igreja reconhece os seus traços característicos"

ver mais

11 de setembro de 2009

Bento XVI quer visitar Fátima


Federico Lombardi admite dificuldades da Igreja na relação com imprensa
Porta-voz do Vaticano expressa
desejo do Papa visitar Fátima

O padre Federico Lombardi, director da sala de imprensa da Santa Sé, confirmou ontem que Bento XVI «deseja» visitar Fátima, mas ainda não há nenhuma data prevista para a eventual viagem. Em conferência de imprensa, antes do início das Jornadas Nacionais das Comunicações Sociais, o porta-voz do Vaticano afirmou que o Papa já foi convidado e «sabe muito bem qual é a importância de Fátima para o mundo e deseja vir, mas ainda não há data marcada».
A agenda do Papa para 2010 deverá ser conhecida dentro de «pouco tempo», dado que este é um dos temas em que o mesmo está a trabalhar, estabelecendo quais serão as viagens ao estrangeiro. A informação será comunicada, em primeiro lugar, às autoridades eclesiais e civis. «Estas autoridades, quando informadas pela Secretaria de Estado do Vaticano, são as que dizem ao seu povo que o Papa visitará o país», referiu.
O padre Lombardi afirmou que Bento XVI «ama os santuários marianos», lembrando alguns dos que já visitou nas suas viagens, com passagens muito importantes por Aparecida e Lourdes.
Este responsável precisou que na sua missão não se insere «o anúncio das viagens do Papa». Em Fátima, o padre Lombardi limitou-se a assegurar que, no próximo ano, Bento XVI não irá à Alemanha nem ao Vietname.

Dificuldades
na comunicação
O porta-voz do Vaticano falou dos «meses mais agitados» na comunicação do Vaticano e do Papa, no início deste ano, em particular nas questões relacionadas com os lefebvrianos e na declaração sobre o preservativo, no voo para África, em Março.
Segundo o padre Lombardi, a situação melhorou após a viagem à Terra Santa e a publicação da “Caritas in veritate”, que gerou «um novo interesse». O clima mais positivo foi confirmado também nas audiências do mês de Julho, em especial a visita de Barack Obama, presidente dos EUA, classificada como um «momento muito positivo para as relações internacionais da Santa Sé».
Federico Lombardi lembrou a queda de Bento XVI, em Les Combes, durante as suas férias, assegurando que o problema no punho direito já foi superado, estando em fase de reabilitação. O Papa retomou o trabalho na segunda parte do livro sobre Jesus, «pelo que podemos esperar a publicação na próxima Primavera, no início do próximo ano».
Na agenda próxima está a viagem à República Checa, em finais deste mês, «viagem breve, mas importante ao centro da Europa, num país muito secularizado que celebra 20 anos da queda do regime comunista». Em Outubro, tem lugar «o acontecimento mais importante do ano, o II Sínodo para África», que contará com a presença do Arcebispo de Braga e presidente de Conferência Episcopal Portuguesa, D. Jorge Ortiga.
Lombardi destacou o encontro do Papa com os artistas do mundo, marcado para o próximo dia 21 de Novembro, na Capela Sistina. Por agendar está ainda uma desejada visita à Sinagoga de Roma.



Relação com a imprensa é difícil

Questionado sobre uma suposta «má imprensa» que acompanha Bento XVI, o director da sala de imprensa da Santa Sé convidou «a ver as coisas com uma perspectiva mais ampla». «Nos primeiros anos de João Paulo II sempre ouvi falar mal de um Papa polaco que não percebia nada do mundo ocidental. Após 20 anos, tudo mudou. Não é que ele tenha nascido com o apreço e o amor de todos, teve 26 anos e meio de pontificado, viajou por todo o mundo, sofreu um atentado, tornou-se uma grande autoridade para a humanidade do seu tempo», relatou.
Nestes anos de pontificado, o Papa teve «momentos de sucesso e de fortes discussões». Para o padre Lombardi, Bento XVI tem má imprensa, mas em 2008, nos EUA, teve uma imprensa «extraordinariamente boa», na Austrália foi «muito boa», tal como na «França laica e anticlerical».
Depois do “caso Williamson”, cuja excomunhão foi levantada com outros três bispos ordenados por Monsenhor Lefebvre, o ano que passou «foi esquecido em dois dias». «O Papa tem uma grande coragem, como demonstrou na viagem à Terra Santa ou com a publicação da sua terceira encíclica, num mundo em crise», assegurou o porta-voz.
Na comparação dos dois últimos Papas, o padre Lombardi disse que o «amor popular» está ligado à forma de apresentar-se. Bento XVI tem uma «grande capacidade de comunicação conceptual, até superior à de João Paulo II» e distingue-se também na «relação mais próxima», manifestando «gentileza e humildade», «uma pessoa que escuta verdadeiramente».
O director da sala de imprensa da Santa Sé, que é também director-geral da Rádio Vaticano e do Centro Televisivo Vaticano admite que «é difícil captar estas dimensões através de instrumentos comunicativos ou no diálogo com as massas, através de grandes gestos. Bento XVI não tem o mesmo carisma, tem outros, que também são carismas de comunicação».
No que diz respeito às instituições comunicativas da Santa Sé, neste pontificado, o padre Lombardi lembrou que o jornal “L’Osservatore Romano” mudou muitíssimo no último ano e meio, embora admita que «as grandes novidades são a mudança da realidade, dos próprios instrumentos de comunicações, com o desenvolvimento da rede, dos sites, dos blogues, e que são novos para todos».
O porta-voz do Vaticano admite a necessidade de «desenvolver uma capacidade, seja de presença, seja de resposta às perguntas que chegam», referindo, entre outras, a nova página do Vaticano no youtube.

Diário do Minho/Ecclesia/Lusa

8 de julho de 2009

Papa apresentou Caritas in Veritate



O Papa Bento XVI defende na sua terceira encíclica, “Caritas in Veritate” (A caridade na verdade), uma nova ordem política e financeira internacional, para superar a crise em que o mundo se encontra mergulhado. No documento tornado público ontem, o Papa apresenta como prioridade a «reforma da Organização das Nações Unidas e da arquitectura económica e financeira internacional», sentida em especial «perante o crescimento incessante da interdependência mundial», mesmo no meio de uma «recessão igualmente mundial».

Em vésperas de mais uma reunião do G8, que decorrerá em Áquila, a nova encíclica – endereçada aos Bispos, presbíteros e diáconos, às pessoas consagradas, aos leigos e a todos os homens de boa vontade – diz que a «verdadeira autoridade política mundial» teria como objectivos prioritários «o governo da economia mundial», o desarmamento, «a segurança alimentar e a paz», a defesa do ambiente e as regulações dos fluxos migratórios. Outra necessidade apontada é a de ajudar «as economias atingidas pela crise de modo a prevenir o agravamento da mesma e, em consequência, maiores desequilíbrios».

Denunciando o lucro a todo o custo, Bento XVI sublinhou que «não é suficiente progredir do ponto de vista económico e tecnológico», pois é necessário que o desenvolvimento seja «verdadeiro e integral», assinalando que, em termos absolutos, a riqueza mundial cresceu, «mas aumentam as desigualdades».

Por isso, defende para a economia uma ética «amiga da pessoa», que não esqueça a «dignidade inviolável da pessoa humana e também o valor transcendente das normas morais naturais». «Uma ética económica que prescinda destes dois pilares arrisca-se inevitavelmente a perder o seu cunho específico e a prestar-se a instrumentalizações; mais concretamente, arrisca-se a aparecer em função dos sistemas económico-financeiros existentes, em vez de servir de correcção às disfunções dos mesmos», alerta.

O Pontífice esclarece que é de evitar que a redistribuição da riqueza se faça «à custa de uma redistribuição da pobreza ou até com o seu agravamento, como uma má gestão da situação actual» poderia fazer temer.

Num verdadeiro balanço da actividade económica e social global, o Santo Padre defende que a ajuda mundial seja canalizada para auxiliar os países pobres a eliminar a fome, e também advoga a redução do consumo de energia nos países mais industrializados e uma utilização mais racional e eficaz dos recursos naturais.

Nesta sua primeira encíclica social, o Papa retoma a Doutrina Social da Igreja, que tem na “Populorum Progressio”, de Paulo VI (1967) um documento fundamental, sublinhando que a caridade na verdade é o seu eixo essencial, orientado pelos critérios da justiça e do bem comum.

«A doutrina social nunca deixou de pôr em evidência a importância que tem a justiça distributiva e a justiça social para a própria economia de mercado», acrescentou. «Querer o bem comum e trabalhar por ele é exigência de justiça e de caridade», sublinhou.

Modelos para a globalização

A «sociedade em vias de globalização» é o alvo preferencial de várias considerações de Bento XVI na “Caritas in veritate”. Olhado para as várias intervenções dos seus predecessores em matéria social, o actual Papa considera que a principal novidade da actualidade «foi a explosão da interdependência mundial, já conhecida comummente por globalização».

«A globalização – escreve – é um fenómeno pluridimensional e polivalente, que exige ser compreendido na diversidade e unidade de todas as suas dimensões, incluindo a teológica».

Bento XVI avisa que «o processo de globalização poderia substituir as ideologias com a técnica, passando esta a ser um poder ideológico», pedindo, por isso, uma «formação para a responsabilidade ética no uso da técnica».

O Papa não alinha com as «atitudes fatalistas» a respeito deste fenómeno, que mostra a realidade de «uma humanidade cada vez mais interligada».

«Na época da globalização, a actividade económica não pode prescindir da gratuidade, que difunde e alimenta a solidariedade e a responsabilidade pela justiça e o bem comum em seus diversos sujeitos e actores. Trata-se, em última análise, de uma forma concreta e profunda de democracia económica», observa Bento XVI.

Neste contexto, anota o Papa, «eliminar a fome no mundo tornou-se também um objectivo a alcançar para preservar a paz e a subsistência da terra». «Poderia revelar-se útil considerar as novas fronteiras abertas por um correcto emprego das técnicas de produção agrícola, tanto as tradicionais como as inovadoras, desde que as mesmas tenham sido, depois de adequada verificação, reconhecidas oportunas, respeitadoras do ambiente e tendo em conta as populações mais desfavorecidas», indica.


D. Jorge Ortiga considera texto importante para avaliação dos programas eleitorais

Encíclica chega «na hora exacta»

para a sociedade portuguesa

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. Jorge Ortiga, defendeu, em Fátima, que a encíclica “Caritas in veritate”, de Bento XVI, chega «na hora exacta», destacando a importância que o texto pode ter para a avaliação dos programas políticos nas próximas eleições, no nosso país.

Num encontro inédito, destinado a apresentar o novo documento do Papa, o Arcebispo de Braga disse ser necessário discutir o texto «com a sociedade portuguesa», em especial para ajudar a formar um voto mais «consciente», como a CEP já tinha pedido na sua última Assembleia Plenária.

«Esta carta encíclica, se fosse lida e meditada por todos os cristãos e particularmente também pelos políticos, num tempo de eleições que se aproxima estou convencido que seria muito útil», defendeu o prelado.

De acordo com D. Jorge Ortiga, «a Igreja não se quer intrometer em questões políticas, mas há uma doutrina que se repercute em vários sectores da vida».

Nesse sentido, defendeu que “Caritas in veritate” contém um «conjunto de orientações que poderão enriquecer muito a sociedade portuguesa».

«É necessário projectar de novo o nosso caminho», encontrando regras e formas novas de compromisso, acrescentou o presidente da CEP, para quem a crise exige «novos paradigmas de vida», em termos individuais e sociais.

Comentando o título dado pelo Papa à sua terceira encíclica, o Arcebispo de Braga sublinhou que o amor «impele as pessoas a comprometerem-se» e que «a Igreja tem de denunciar determinadas situações em nome da verdade».

Nesse sentido, disse esperar que a carta «chegue ao coração da sociedade portuguesa».

Esta iniciativa inédita visou colocar a Igreja em diálogo «com toda a sociedade».

Aos jornalistas, o presidente da CEP disse ainda que na reunião do Conselho Permanente deste organismo, que decorreu em Fátima, não se abordou em profundidade a nova encíclica porque em cima da mesa estavam questões pendentes para a regulamentação da Concordata.

«Esta regulamentação tem sido feita, particularmente nos últimos tempos, a partir de diálogo sobre os documentos, em várias instâncias. Temos estado neste quase jogo de pingue-pongue», indicou.

«Esperemos que já se esteja a chegar ao fim», acrescentou, admitindo que alguns aspectos ainda necessitarão de uma abordagem posterior.




Diário do Minho

16 de abril de 2009

Parabéns Papa Bento XVI


Parabéns Santo Padre


O Papa faz hoje 82 anos de vida e de baptismo, pois foi baptizado no dia do seu nascimento que, em 1927, era o Sábado Santo. Podemos dizer que foi sempre homem pascal. No dia 19 fará quatro anos da eleição para a cátedra de Pedro e, no dia 24 seguinte, quatro anos do início solene do seu governo da Igreja.

Quando foi eleito para suceder a João Paulo II, num dos conclaves mais breves da história, houve alguma expectativa a seu respeito, devido às tarefas delicadas que desempenhara até então na Congregação para a Doutrina da Fé (promotora da Fé e defensora da ortodoxia doutrinária), e também por causa da idade e debilidade de saúde (é um cardíaco).

continuar a ler notícia

1 de abril de 2009

O Valor das Palavras


Como as palavras têm valor e podem ser interpretadas como bem entendermos. É piada, mas coloca um aquestão de fundo importante e pertinente...


Numa bela tarde ensolarada, o Papa teria comentado a um jornalista: "Hoje o dia está bom!".

Estas observações levantaram imediatamente ao redor do mundo um grande clamor e alimentaram uma polémica que continua a crescer.

Vale destacar algumas reações:

Prefeito de São Paulo
: "Enquanto o papa proferia estas palavras, São Paulo encontrava-se inundada pela forte chuva! Diante desta verdade, beirando ao negacionismo, vê-se que o papa vive num estado de total autismo. É a ruína definitiva do dogma da infalibilidade papal!".

O grande rabino da França: "Como é que podemos afirmar que existe bom tempo a luz do Holocausto?"

O titular da cadeira de astronomia no Collège de France: "Ao afirmar, sem matizes e sem provas objectivas incontestáveis, que "hoje o dia está bom", o Papa reflete o conhecido desprezo da Igreja pela Ciência, que sempre combateu os seus dogmas. Pode existir algo mais subjectivo e mais relativo que este conceito de "tempo bom"? Sobre que experiências indiscutíveis se apoia? Nem ao menos os meteorologistas e especialistas foram capazes de chegar a um acordo sobre esta matéria na última Conferência Internacional em Caracas. E agora Bento XVI, ex cathedra, pretende definir a questão, que arrogância! Agora vamos ver acender fogueiras para todos aqueles que não aceitam incondicionalmente este novo decreto?"

A Associação das vítimas do aquecimento global: "Como é possível não ver nesta declaração provocadora um insulto a todas as vítimas passadas, presentes e futuras dos caprichos do clima: inundações, maremotos, secas? Esta aceitação do "tempo que faz" mostra claramente a cumplicidade da Igreja com estes fenómenos destrutivos da humanidade, que só pode favorecer os envolvidos no aquecimento global, e que agora podem usufruir do aval do Vaticano."

O representante do conselho das associações de afro-descendentes: "O papa parece esquecer que, embora o dia esteja ensolarado em Roma, uma parte do planeta está mergulhada em trevas. Este é um sinal de desrespeito intolerável para metade não branca da humanidade!"

A Associação feminista Las Lobas: "Porque o Papa disse que está bom (o tempo) quando poderia ter dito está boa(a temperatura)? Novamente o Papa mostra seu apego aos princípios mais retrógrados e arremete contra a legitima causa das mulheres. É patético que em 2009 se mantenha tal posição!"

A liga pelos direitos do homem: "Este tipo de declaração só pode magoar profundamente todos aqueles sobre quem incidir uma realidade diferente daquela do papa. Pensamos em especial nos internados, presos, cujo horizonte é limitado por quatro paredes, e também em todas as vítimas de doenças raras, que podem não perceber por seus sentidos a situação atmosférica. Nestas declarações é visível um desejo de fazer uma discriminação entre o "bom tempo", como deveria ser percebida por todos e todos aqueles que sentem as coisas de maneira diferente. Vamos acionar imediatamente o papa na justiça."



Para quem não entendeu É PIADA.

Uma caricatura da situação vivida nos últimos dias, que seria cómica, não fosse trágica. O texto acima é um rastilho de pólvora na internet nos últimos dois dias, já o encontrei em alemão, francês e espanhol, mas aparentemente a origem é um e-mail para alguém do
Le Fórum Catholique.


vi aqui

24 de março de 2009

As "polémicas" afirmações papais ou "A polémica do latex"

Desmorona-se um mundo inteiro! O Papa disse que o preservativo não é solução para o problema da Sida. Percebo e tolero as opiniões oponentes. Mas é mentira o que disse o Papa?
Continue a ler o que encontrei num blogue que sigo:


Em entrevista ao National Review, Edward C. Green, diretor do Projeto de Pesquisa em Prevenção da AIDS da Universidade de Harvard, afirmou que as "controversas" afirmações feitas pelo Papa Bento XVI sobre o uso de preservativos estão corretas.

"O Papa está certo", disse "ou para ser mais preciso, as melhores evidências que temos confirmam as palavras do Papa". Ele destaca que "os preservativos têm-se provado ineficientes 'num nível populacional'".

"Existe," acrescenta Green "uma associação consistente demonstrada pelos nossos melhores estudos, incluindo as 'Pesquisas Demográficas de Saúde', financiadas pelos EUA, entre uma maior disponibilidade e uso de preservativos e uma taxa superior (não inferior) de infecção pelo HIV. Isto pode ocorrer devido em parte a um fenómeno conhecido como 'compensação de risco', o que significa que quando se utiliza uma 'tecnologia' de redução de risco, tais como preservativos, algumas vezes perde-se o benefício (redução de risco), por 'compensação', ou seja, por que passam a ocorrer mais oportunidades do que se teria sem a tecnologia de redução de risco".

Green acrescentou: "Também constatamos o que foi afirmado pelo Papa, a 'monogamia' é a única resposta positiva para a AIDS na África, ao contrário da 'abstinência'. A melhor e mais recente evidência empírica mostra que a redução de parceiros sexuais múltiplos e concorrentes é, isoladamente, a mais importante mudança de comportamento que pode ser associada com uma redução na taxa de infecção pelo HIV."

Green dá ainda notícias animadoras, o Papa não está só. "Mais e mais especialistas em AIDS estão aderindo a isto. Os dois países com a pior epidemia de HIV, Suazilândia e Botsuana, ambos lançaram campanhas para desencorajar parceiros múltiplos e concorrentes, e incentivar a fidelidade."

Um livro apresentado no site da sua unidade de pesquisa, em que Green aponta lições da luta contra a AIDS nos países em desenvolvimento, explica:
«As soluções médicas financiadas principalmente por grandes doadores têm tido um impacto pequeno na África, o continente mais duramente atingido pela AIDS. Ao contrário, é uma mudança de comportamento relativamente simples e de baixo custo - acentuando o crescimento da monogamia e o atraso da iniciação sexual entre os jovens - que têm resultado nos maiores avanços na luta contra a AIDS e na redução de sua extensão.»

[A propósito da solenidade de Cristo Rei]

  “Talvez eu não me tenha explicado bem. Ou não entendestes.” Não penseis no futuro. No último dia já estará tudo decidido. Tudo se joga nes...