9 de janeiro de 2018
Aos Pastores. [De um Pastor]
1 de junho de 2011
"Esmiuçando" a Mensagem do Papa para a JMJ 2011
Nada teremos para dizer aos jovens de hoje se não estivermos dispostos e empenhados em caminhar com eles e não só fisicamente!
1. Busca uma vida maior
Muitos escritores, poetas e pensadores caracterizam a vida humana como uma longa viagem, com diversas passagens e diversos passos, ou como uma grande corrida, uma espécie de maratona.
Nós sabemos que a fé não é um anexo da vida. Aliás, é parte integrante da existência humana.
Todos sentimos que a vida humana é uma busca incessante, é um tender para o Infinito, é um procurar razões de viver, de ser, de esperar, de confiar e de amar.
O Papa Bento XVI afirma, na mensagem que escreveu para a Jornada Mundial da Juventude deste ano que “o ser humano está criado para aquilo que é grande, para o infinito.”
E depois concretiza que “a juventude é a idade na qual se busca uma vida maior”.
Tu, jovem que hoje peregrinas, buscas o quê? Ou quem?
Usando conhecidas palavras de Santo Agostinho que caracterizam uma espécie de insaciedade, como que uma busca da superação do desejo, o Papa reescreve: “O nosso coração está inquieto enquanto não repousar em Ti.”
Aos jovens, Bento XVI lembra: “Vós sois o futuro da sociedade e da Igreja!” Sim, os jovens são futuro e são esperança.
E depois indica que é missão dos adultos olhar e cuidar as novas gerações: “Vós jovens tendes direito de receber (…) pontos firmes para fazer as vossas opções e construir a vossa vida, do mesmo modo como uma jovem planta precisa de um sólido apoio para que as raízes cresçam, para (…) depois dar fruto.”
2. Enraizados em Cristo somos capazes
Nascemos radicados numa cultura, num tempo, num país, numa família.
De todos rebecebemos educação. De alguns recebemos também educação religiosa.
Não podemos conceber a vida sem a devida ligação à origem, à proveniência, à família.
Na mensagem para a JMJ 2011, o Papa pergunta aos jovens: “Quais são as tuas raízes?” para logo depois explicitar que “enraizar (…) significa ter confiança em Deus.”
Pela fé manifestamos essa confiança, sabendo de antemão que “a fé cristã é relação pessoal com Jesus Cristo, em que Cristo nos revela a nossa identidade e, com amizade, a vida cresce e realiza-se em plenitude.”
Nós somos um sonho de Deus, somos queridos por Deus. Como diz o Papa: “o Senhor quer-me, por isso me dará também a força.”
A construção de uma vida com sentido, enraizada e fidelizada em Deus passa pela escuta e pela prática da Palavra de Deus. Escreve Bento XVI: “amigos, construí vossa casa sobre a rocha. Tentai acolher a cada dia a Palavra de Cristo. Escutai-O como verdadeiro Amigo. Com Ele ao vosso lado, sereis capazes.”
E ainda: “Somente a Palavra de Deus nos mostra o caminho autêntico, somente a fé que nos foi transmitida é a luz que ilumina o caminho.”
Tu, jovem que hoje peregrinas, onde tens as tuas raízes? A Palavra de Deus é luz para Ti?
3. Na cruz estamos firmes
Jesus Cristo é o Messias, isto é o Enviado, com a missão de restabelecer a comunhão dos seres humanos com Deus, libertando-os do pecado e mostrando o rosto e o coração amoroso de Deus Pai.
A missão de Cristo passa pela cruz, mas não termina lá.
Bento XVI di-lo na mensagem para a JMJ: “Jesus Cristo entregou-se na Cruz para nos oferecer o Seu amor. Deste modo, fomos libertados.”
Aquela morte na cruz, que foi e é vista por muitos como escândalo, derrota, silenciamento fez-se vitória, vida, fraternidade, liberdade e salvação.
De facto, “a cruz é a expressão máxima do amor de Cristo”, tal como aponta o Papa.
Na cruz, e na consequente ressurreição – sim, porque Deus cumpre sempre a Sua Palavra e a Sua Promessa – está a nossa vida e a nossa salvação. Defende o Papa: “Sem Cristo, morto e ressuscitado, não há salvação.”
Na cruz estamos firmes, seguros e salvos!
4. Jesus está sempre contigo – Acredita!
A vida de Jesus foi um contínuo dar. Deu vida, saúde, alegria, paz, pão, alimento, felicidade… E tudo o que deu não foi suficiente. Ele teve de dar-se a Si mesmo. E deu-se por inteiro.
Não te esqueças, amigo jovem, que nesta noite peregrinas, que para seres grande tens sempre que ser inteiro.
Ainda Jesus é dom. É dado por Deus. Dá-se em particular no sacramento augusto e maior da Eucaristia, na qual Ele mesmo quis ficar, fazendo memória d’Ele.
Por isso, o Papa desafia os jovens: “aprendei a “ver”, a “encontrar” a Jesus na Eucaristia (…) como alimento para nosso caminho; no Sacramento da Penitência, onde o Senhor manifesta Sua misericórdia oferecendo-nos sempre o Seu perdão.”
Aqui encontramos sempre o Senhor Jesus.
Mas podemos ainda encontrá-lo pela oração e pela Escritura. E aí soa de novo, o apelo de Bento XVI: “Iniciai e cultivai um diálogo pessoal com Jesus Cristo, na fé. Conhecei-O mediante a leitura dos Evangelhos e do catecismo da Igreja católica; falai com Ele na oração, confiai n’Ele. Nunca vos trairá.”
5. Somos um elo na grande cadeia dos crentes
Jesus deixou-se na Eucaristia, sinal da sua presença e memória salvadora, e pediu aos Apóstolos e à Igreja que o recordassem sempre.
Nós estamos inseridos numa história grande, que vem de longe e que trespassa séculos, culturas, países. Estamos inseridos numa história de fé e de amor e de memória, que vem já do Antigo Testamento e assume em Jesus Cristo pleno e total cumprimento. Diz o Papa: “A vitória que nasce da fé é a do amor.”
Nós somos Igreja, família de famílias. “Não somos crentes isolados (…) somos um elo na grande cadeia dos crentes”, escreve Bento XVI. E tu, jovem amigo peregrino, nesta noite, sentes-te elo desta cadeia?
Esta pertença à Igreja, explicita o Papa, impele ao testemunho e à partilha da nossa fé: “Cristo não é um bem somente para nós mesmos, mas é o bem mais precioso que temos para partilhar.”
E pede o empenho directo dos jovens na missão da evangelização da Igreja: “Também, vós, se credes, se souberdes viver e dar testemunho da vossa fé, sereis um instrumento que ajudará outros jovens a encontrar o sentido e a alegria da vida.”
6. A Igreja conta convosco
Em lado nenhum está dito que é fácil seguir Jesus. Ele mesmo alertou para as perseguições, as dificuldades, as incompreensões que sofreriam os discípulos apenas por acreditar n’Ele. Diz o Papa: “A escolha de crer em Deus e segui-Lo não é fácil.”
O que está dito também é que quem segue Jesus tem a vida eterna, tem sentido, tem horizonte e tem meta.
É esta fé, no Mestre que chama continuamente tantos e tantos a segui-lo radicalmente que sois, amigos jovens, desafiados a testemunhar.
Aceitai do desafio de Cristo: “Vem e Segue-me”.
Aceitai também o desafio do Papa: “a Igreja conta convosco. Necessita da vossa fé viva, da vossa caridade criativa e do dinamismo da vossa esperança.”
Daremos, assim, ao mundo razões da nossa fé, em Cristo, no qual estamos firmados, edificados e enraizados!
25 de maio de 2010
O Papa veio a Portugal. E agora?
12 de maio de 2010
Homilia de Bento XVI na Missa do Terreiro do Paço
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26 de setembro de 2009
Papa na República Checa
Na igreja de Nossa Senhora das Vitórias, em Praga, na República Checa, o Papa Bento XVI coroou a famosa estátua do Menino Jesus. Nesta ocasião, o Papa Bento XVI rezou a seguinte oração:
Ó meu Senhor Jesus,
contemplamos-te menino
e cremos que és o Filho de Deus,
que se fez homem
no seio da Virgem Maria,
por obra do Espírito Santo.
Tal como em Belém,
também nós, com Maria, José,
os anjos e os pastores,
te adoramos e te reconhecemos
como nosso único Salvador.
Fizeste-te pobre
para nos enriqueceres com a tua pobreza.
Concede-nos que nunca esqueçamos os pobres
nem todos quantos sofrem.
Protege as nossas famílias,
abençoa todas as crianças do mundo,
e faz com que o amor que nos trouxeste
possa sempre reinar entre nós
e conduzir-nos a uma vida mais feliz.
Faz, ó Menino Jesus, com que todos
possam reconhecer a verdade do teu nascimento,
para que possam saber
que vieste para trazer
a toda a família humana
luz, alegria e paz.
Tu és Deus e vives e reinas
com o Deus Pai
na unidade do Espírito Santo,
um só Deus, por todos os séculos dos séculos.
Ámen.
25 de setembro de 2009
Habemus Papam!
11 de setembro de 2009
Bento XVI quer visitar Fátima

Federico Lombardi admite dificuldades da Igreja na relação com imprensa
Porta-voz do Vaticano expressa
desejo do Papa visitar Fátima
O padre Federico Lombardi, director da sala de imprensa da Santa Sé, confirmou ontem que Bento XVI «deseja» visitar Fátima, mas ainda não há nenhuma data prevista para a eventual viagem. Em conferência de imprensa, antes do início das Jornadas Nacionais das Comunicações Sociais, o porta-voz do Vaticano afirmou que o Papa já foi convidado e «sabe muito bem qual é a importância de Fátima para o mundo e deseja vir, mas ainda não há data marcada».
A agenda do Papa para 2010 deverá ser conhecida dentro de «pouco tempo», dado que este é um dos temas em que o mesmo está a trabalhar, estabelecendo quais serão as viagens ao estrangeiro. A informação será comunicada, em primeiro lugar, às autoridades eclesiais e civis. «Estas autoridades, quando informadas pela Secretaria de Estado do Vaticano, são as que dizem ao seu povo que o Papa visitará o país», referiu.
O padre Lombardi afirmou que Bento XVI «ama os santuários marianos», lembrando alguns dos que já visitou nas suas viagens, com passagens muito importantes por Aparecida e Lourdes.
Este responsável precisou que na sua missão não se insere «o anúncio das viagens do Papa». Em Fátima, o padre Lombardi limitou-se a assegurar que, no próximo ano, Bento XVI não irá à Alemanha nem ao Vietname.
Dificuldades
na comunicação
O porta-voz do Vaticano falou dos «meses mais agitados» na comunicação do Vaticano e do Papa, no início deste ano, em particular nas questões relacionadas com os lefebvrianos e na declaração sobre o preservativo, no voo para África, em Março.
Segundo o padre Lombardi, a situação melhorou após a viagem à Terra Santa e a publicação da “Caritas in veritate”, que gerou «um novo interesse». O clima mais positivo foi confirmado também nas audiências do mês de Julho, em especial a visita de Barack Obama, presidente dos EUA, classificada como um «momento muito positivo para as relações internacionais da Santa Sé».
Federico Lombardi lembrou a queda de Bento XVI, em Les Combes, durante as suas férias, assegurando que o problema no punho direito já foi superado, estando em fase de reabilitação. O Papa retomou o trabalho na segunda parte do livro sobre Jesus, «pelo que podemos esperar a publicação na próxima Primavera, no início do próximo ano».
Na agenda próxima está a viagem à República Checa, em finais deste mês, «viagem breve, mas importante ao centro da Europa, num país muito secularizado que celebra 20 anos da queda do regime comunista». Em Outubro, tem lugar «o acontecimento mais importante do ano, o II Sínodo para África», que contará com a presença do Arcebispo de Braga e presidente de Conferência Episcopal Portuguesa, D. Jorge Ortiga.
Lombardi destacou o encontro do Papa com os artistas do mundo, marcado para o próximo dia 21 de Novembro, na Capela Sistina. Por agendar está ainda uma desejada visita à Sinagoga de Roma.
Relação com a imprensa é difícil
Questionado sobre uma suposta «má imprensa» que acompanha Bento XVI, o director da sala de imprensa da Santa Sé convidou «a ver as coisas com uma perspectiva mais ampla». «Nos primeiros anos de João Paulo II sempre ouvi falar mal de um Papa polaco que não percebia nada do mundo ocidental. Após 20 anos, tudo mudou. Não é que ele tenha nascido com o apreço e o amor de todos, teve 26 anos e meio de pontificado, viajou por todo o mundo, sofreu um atentado, tornou-se uma grande autoridade para a humanidade do seu tempo», relatou.
Nestes anos de pontificado, o Papa teve «momentos de sucesso e de fortes discussões». Para o padre Lombardi, Bento XVI tem má imprensa, mas em 2008, nos EUA, teve uma imprensa «extraordinariamente boa», na Austrália foi «muito boa», tal como na «França laica e anticlerical».
Depois do “caso Williamson”, cuja excomunhão foi levantada com outros três bispos ordenados por Monsenhor Lefebvre, o ano que passou «foi esquecido em dois dias». «O Papa tem uma grande coragem, como demonstrou na viagem à Terra Santa ou com a publicação da sua terceira encíclica, num mundo em crise», assegurou o porta-voz.
Na comparação dos dois últimos Papas, o padre Lombardi disse que o «amor popular» está ligado à forma de apresentar-se. Bento XVI tem uma «grande capacidade de comunicação conceptual, até superior à de João Paulo II» e distingue-se também na «relação mais próxima», manifestando «gentileza e humildade», «uma pessoa que escuta verdadeiramente».
O director da sala de imprensa da Santa Sé, que é também director-geral da Rádio Vaticano e do Centro Televisivo Vaticano admite que «é difícil captar estas dimensões através de instrumentos comunicativos ou no diálogo com as massas, através de grandes gestos. Bento XVI não tem o mesmo carisma, tem outros, que também são carismas de comunicação».
No que diz respeito às instituições comunicativas da Santa Sé, neste pontificado, o padre Lombardi lembrou que o jornal “L’Osservatore Romano” mudou muitíssimo no último ano e meio, embora admita que «as grandes novidades são a mudança da realidade, dos próprios instrumentos de comunicações, com o desenvolvimento da rede, dos sites, dos blogues, e que são novos para todos».
O porta-voz do Vaticano admite a necessidade de «desenvolver uma capacidade, seja de presença, seja de resposta às perguntas que chegam», referindo, entre outras, a nova página do Vaticano no youtube.
Diário do Minho/Ecclesia/Lusa
Gabinetes de imprensa na Igreja são urgência e mais-valia

Apelos do porta-voz da Santa Sé em Fátima
O director da Sala de imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, disse na abertura das Jornadas Nacionais das Comunicações Sociais que «os media podem ser traiçoeiros: criam facilmente os seus protagonistas e depois desembaraçam-se deles em pouco tempo, ou tornam-nos prisioneiros do tipo de imagem que produziram deles».
O porta-voz do Vaticano falou sobre o lugar dos Gabinetes de imprensa nas estruturas da Igreja, a partir da sua experiência ao serviço de Bento XVI. Na sua prelecção sublinhou que «nós não somos propagandistas políticos, defensores de interesses particulares, ou simples profissionais do jornalismo. Somos, em primeiro lugar, crentes e cristãos. O que mais nos interessa é que o Evangelho de Jesus Cristo seja conhecido e compreendido através da palavra e do testemunho da Igreja. Se isso não acontece, perdemos tempo».
Federico Lombardi dividiu a sua conferência em dez proposições. Em relação ao Magistério da Igreja sobre os instrumentos de comunicação social realça que este «foi sempre positivo, desde o seu início; embora prudente e realista quanto às possíveis ambiguidades e aos riscos, encarou-os sempre como instrumentos úteis para o anúncio do Evangelho em âmbitos muito vastos, superiores àqueles que cada um de nós pode alcançar através do contacto directo com as pessoas».
Na proposição sobre as características que este serviço deve ter, o jesuíta salientou que «nunca devemos deixar de insistir no uso de uma linguagem clara, simples e compreensível, não demasiado abstracta e complicada, ou técnica». A rapidez da informação é outro alerta deixado pelo porta-voz do Vaticano: «É oportuno estar disponíveis e responder – pessoalmente ou através de uma pessoa delegada – quando nos procuram pelo telefone ou por e-mail». E completa: «Quanto mais cedo se der a resposta ou a informação correcta, melhor. Em geral, se formos capazes, é melhor sermos nós a orientar a informação, dando-a nós primeiro, do que correr atrás de uma informação incorrecta».
Ajudar
a que o Evangelho
chegue às pessoas
Promovidas pelo Secretariado Nacional das Comunicações Sociais da Igreja e a decorrer no Seminário do Verbo Divino, em Fátima, estas jornadas contam com a presença de vários conferencistas para abordar a temática dos gabinetes de imprensa na igreja.
O responsável por um Gabinete de comunicações sociais é «um animador e promotor de comunicação, alguém que ajuda a estar atento e a compreender a mudança da cultura e das tecnologias de comunicação para que o Evangelho possa chegar de modo novo às pessoas do nosso tempo», frisou o porta-voz da Santa Sé. E acentua: «Devemos também aproximar a instituição, ou a pessoa, que representamos do mundo da comunicação social, ajudá-las a exprimir-se de modo adequado, a fazer passar as suas mensagens através dos instrumentos apropriados».
Perante esta realidade, o padre Federico Lombardi sublinha que o ideal é que sejamos nós a «conduzir o jogo da comunicação, criando as ocasiões propícias e lançando as mensagens que temos a peito, e não nos tornarmos nós objecto do jogo dos media».
Saber manter
a virtude da discrição
No serviço da instituição é «importante saber cultivar a virtude da discrição», para dizer as coisas quando devem ser ditas, resistindo à tentação de as antecipar. E observou: «Se houver coisas realmente confidenciais, que, por bons motivos, não devem ser postas em público, não se devem revelar, no limite, nem sequer aos amigos». No mundo actual, «a discrição não existe ou não é considerada um valor, e não nos podemos queixar se circularem notícias que fomos nós próprios a dar».
Quem trabalha num Gabinete para as comunicações sociais «não tem de imediato, e em primeiro lugar, uma tarefa de comunicação destinada a um vasto público, mas um dever de comunicação para comunicadores sociais, que, por sua vez – por etapas sucessivas – atingem o público mais vasto».
A sua vasta experiência nesta área indica que «não devemos partir do pressuposto que os jornalistas são insidiosos ou mal intencionados». «Devemos ter consciência de que há jornalistas de todas as tendências e atitudes e que temos de procurar dar a cada um uma ajuda para ele dar um passo na direcção certa: da nossa parte, pô-los em condições de poderem fazer uma boa informação, se estiverem dispostos a isso». Para que a credibilidade seja um ponto deste trabalho, o porta-voz do Vaticano deixa um alerta: «Dar a todos o mesmo texto, ao mesmo tempo, manifestando para com todos eles o mesmo respeito pelo seu trabalho».
Na última tese do seu discurso, o director da Sala de imprensa da Santa Sé realça que o tempo actual abre muitas possibilidades à comunicação eclesial. «Não devemos ter uma visão demasiado centralista da Igreja: devemos equilibrar a universalidade com a capacidade criativa local. Devemos ser capazes de encorajar as iniciativas locais, saber fazer circular as experiências positivas e partilhá-las, procurar coordenar e integrar as contribuições para a comunicação dos diferentes níveis, mas valorizando as contribuições informativas e comunicativas que a Igreja universal nos oferece».
Diário do Minho/Ecclesia/Lusa
8 de julho de 2009
Papa apresentou Caritas in Veritate

O Papa Bento XVI defende na sua terceira encíclica, “Caritas in Veritate” (A caridade na verdade), uma nova ordem política e financeira internacional, para superar a crise em que o mundo se encontra mergulhado. No documento tornado público ontem, o Papa apresenta como prioridade a «reforma da Organização das Nações Unidas e da arquitectura económica e financeira internacional», sentida em especial «perante o crescimento incessante da interdependência mundial», mesmo no meio de uma «recessão igualmente mundial».
Em vésperas de mais uma reunião do G8, que decorrerá em Áquila, a nova encíclica – endereçada aos Bispos, presbíteros e diáconos, às pessoas consagradas, aos leigos e a todos os homens de boa vontade – diz que a «verdadeira autoridade política mundial» teria como objectivos prioritários «o governo da economia mundial», o desarmamento, «a segurança alimentar e a paz», a defesa do ambiente e as regulações dos fluxos migratórios. Outra necessidade apontada é a de ajudar «as economias atingidas pela crise de modo a prevenir o agravamento da mesma e, em consequência, maiores desequilíbrios».
Denunciando o lucro a todo o custo, Bento XVI sublinhou que «não é suficiente progredir do ponto de vista económico e tecnológico», pois é necessário que o desenvolvimento seja «verdadeiro e integral», assinalando que, em termos absolutos, a riqueza mundial cresceu, «mas aumentam as desigualdades».
Por isso, defende para a economia uma ética «amiga da pessoa», que não esqueça a «dignidade inviolável da pessoa humana e também o valor transcendente das normas morais naturais». «Uma ética económica que prescinda destes dois pilares arrisca-se inevitavelmente a perder o seu cunho específico e a prestar-se a instrumentalizações; mais concretamente, arrisca-se a aparecer em função dos sistemas económico-financeiros existentes, em vez de servir de correcção às disfunções dos mesmos», alerta.
O Pontífice esclarece que é de evitar que a redistribuição da riqueza se faça «à custa de uma redistribuição da pobreza ou até com o seu agravamento, como uma má gestão da situação actual» poderia fazer temer.
Num verdadeiro balanço da actividade económica e social global, o Santo Padre defende que a ajuda mundial seja canalizada para auxiliar os países pobres a eliminar a fome, e também advoga a redução do consumo de energia nos países mais industrializados e uma utilização mais racional e eficaz dos recursos naturais.
Nesta sua primeira encíclica social, o Papa retoma a Doutrina Social da Igreja, que tem na “Populorum Progressio”, de Paulo VI (1967) um documento fundamental, sublinhando que a caridade na verdade é o seu eixo essencial, orientado pelos critérios da justiça e do bem comum.
«A doutrina social nunca deixou de pôr em evidência a importância que tem a justiça distributiva e a justiça social para a própria economia de mercado», acrescentou. «Querer o bem comum e trabalhar por ele é exigência de justiça e de caridade», sublinhou.
Modelos para a globalização
A «sociedade em vias de globalização» é o alvo preferencial de várias considerações de Bento XVI na “Caritas in veritate”. Olhado para as várias intervenções dos seus predecessores em matéria social, o actual Papa considera que a principal novidade da actualidade «foi a explosão da interdependência mundial, já conhecida comummente por globalização».
«A globalização – escreve – é um fenómeno pluridimensional e polivalente, que exige ser compreendido na diversidade e unidade de todas as suas dimensões, incluindo a teológica».
Bento XVI avisa que «o processo de globalização poderia substituir as ideologias com a técnica, passando esta a ser um poder ideológico», pedindo, por isso, uma «formação para a responsabilidade ética no uso da técnica».
O Papa não alinha com as «atitudes fatalistas» a respeito deste fenómeno, que mostra a realidade de «uma humanidade cada vez mais interligada».
«Na época da globalização, a actividade económica não pode prescindir da gratuidade, que difunde e alimenta a solidariedade e a responsabilidade pela justiça e o bem comum em seus diversos sujeitos e actores. Trata-se, em última análise, de uma forma concreta e profunda de democracia económica», observa Bento XVI.
Neste contexto, anota o Papa, «eliminar a fome no mundo tornou-se também um objectivo a alcançar para preservar a paz e a subsistência da terra». «Poderia revelar-se útil considerar as novas fronteiras abertas por um correcto emprego das técnicas de produção agrícola, tanto as tradicionais como as inovadoras, desde que as mesmas tenham sido, depois de adequada verificação, reconhecidas oportunas, respeitadoras do ambiente e tendo em conta as populações mais desfavorecidas», indica.
D. Jorge Ortiga considera texto importante para avaliação dos programas eleitorais
Encíclica chega «na hora exacta»
para a sociedade portuguesa
O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. Jorge Ortiga, defendeu, em Fátima, que a encíclica “Caritas in veritate”, de Bento XVI, chega «na hora exacta», destacando a importância que o texto pode ter para a avaliação dos programas políticos nas próximas eleições, no nosso país.
Num encontro inédito, destinado a apresentar o novo documento do Papa, o Arcebispo de Braga disse ser necessário discutir o texto «com a sociedade portuguesa», em especial para ajudar a formar um voto mais «consciente», como a CEP já tinha pedido na sua última Assembleia Plenária.
«Esta carta encíclica, se fosse lida e meditada por todos os cristãos e particularmente também pelos políticos, num tempo de eleições que se aproxima estou convencido que seria muito útil», defendeu o prelado.
De acordo com D. Jorge Ortiga, «a Igreja não se quer intrometer em questões políticas, mas há uma doutrina que se repercute em vários sectores da vida».
Nesse sentido, defendeu que “Caritas in veritate” contém um «conjunto de orientações que poderão enriquecer muito a sociedade portuguesa».
«É necessário projectar de novo o nosso caminho», encontrando regras e formas novas de compromisso, acrescentou o presidente da CEP, para quem a crise exige «novos paradigmas de vida», em termos individuais e sociais.
Comentando o título dado pelo Papa à sua terceira encíclica, o Arcebispo de Braga sublinhou que o amor «impele as pessoas a comprometerem-se» e que «a Igreja tem de denunciar determinadas situações em nome da verdade».
Nesse sentido, disse esperar que a carta «chegue ao coração da sociedade portuguesa».
Esta iniciativa inédita visou colocar a Igreja em diálogo «com toda a sociedade».
Aos jornalistas, o presidente da CEP disse ainda que na reunião do Conselho Permanente deste organismo, que decorreu em Fátima, não se abordou em profundidade a nova encíclica porque em cima da mesa estavam questões pendentes para a regulamentação da Concordata.
«Esta regulamentação tem sido feita, particularmente nos últimos tempos, a partir de diálogo sobre os documentos, em várias instâncias. Temos estado neste quase jogo de pingue-pongue», indicou.
«Esperemos que já se esteja a chegar ao fim», acrescentou, admitindo que alguns aspectos ainda necessitarão de uma abordagem posterior.
Diário do Minho
17 de junho de 2009
“Pequenos Cantores” cantaram e encantaram em Roma


Papa ouviu e abençoou grupo na Praça de São Pedro
Os “Pequenos Cantores de Amorim” chegaram a Portugal no passado domingo depois de 10 dias em que realizaram 8 apresentações públicas em Portugal e em Roma. O balanço é positivo, particularmente o da estadia na “Cidade Eterna”, onde cantaram e encantaram, merecendo o reconhecimento de quem os ouviu e a própria benção de Bento XVI, na audiência geral de quarta-feira.
Segundo o padre Guilherme Peixoto, «a vontade de regressar a Roma é enorme porque a meneira como nos receberam jamais sairá do nosso coração».
Encontros de coros, animações litúrgicas de Eucaristias e concertos foram os momentos em que o agrupamento musical formado há sete anos participou.
Em Roma, para onde partiram no dia 7, marcaram presença num encontro de coros na igreja de Santo Inácio, na terça-feira, dia 9. Com eles, estiveram grupos dos Estados Unidos, da Rússia e da Alemanha.
Passada a primeira actuação o grupo esteve na quarta-feira, na Praça de São Pedro, na audiência papal, naquele que foi, segundo o sacerdote, «um dos momentos especiais». Recorde-se que nesse encontro Bento XVI dirigiu uma saudação e bênção ao grupo português.
No Panteão de Roma, animaram a Eucaristia Vespertina do Corpo de Deus, presidida pelo monsenhor António Tedesco, destinada aos peregrinos de língua alemã e que «terminou com uma enorme salva de palmas para o coro» por parte dos presentes, como destaca o sacerdote, pároco de Amorim e Laundos.
Outro dos momentos altos desta viagem aconteceu no dia do “Corpo de Deus”, no qual, em plena Basílica São Pedro o grupo animou a Eucaristia. O padre Guilherme Peixoto conta que a igreja “sede” do Catolicismo deixou os “pequenos cantores” «completamente deslumbrados». E, no final, para manifestar o devido apreço pela qualidade da execução musical do grupo português, as pessoas que celebraram Eucaristia, «por duas vezes fizeram questão de aplaudir», conta o sacerdote.
A estadia em Roma foi finalizada com “chave de ouro” ,a sexta-feira, dia, num concerto em que «cada música era aplaudida como se fosse a última». Na Igreja do Instituto de Santo António dos Portugueses, o grupo apresentou-se com o tema “Pequenos Cantores de Amorim, 7 anos a levar e a louvar a Deus”. Este concerto destinou-se a ajudar a Associazione Dufashanye (Órfãos do Burundi), associação com sede em Roma.
16 de abril de 2009
Parabéns Papa Bento XVI
O Papa faz hoje 82 anos de vida e de baptismo, pois foi baptizado no dia do seu nascimento que, em 1927, era o Sábado Santo. Podemos dizer que foi sempre homem pascal. No dia 19 fará quatro anos da eleição para a cátedra de Pedro e, no dia 24 seguinte, quatro anos do início solene do seu governo da Igreja.
Quando foi eleito para suceder a João Paulo II, num dos conclaves mais breves da história, houve alguma expectativa a seu respeito, devido às tarefas delicadas que desempenhara até então na Congregação para a Doutrina da Fé (promotora da Fé e defensora da ortodoxia doutrinária), e também por causa da idade e debilidade de saúde (é um cardíaco).
2 de abril de 2009
1 de abril de 2009
O Valor das Palavras
Como as palavras têm valor e podem ser interpretadas como bem entendermos. É piada, mas coloca um aquestão de fundo importante e pertinente...
Estas observações levantaram imediatamente ao redor do mundo um grande clamor e alimentaram uma polémica que continua a crescer.
Vale destacar algumas reações:
Prefeito de São Paulo: "Enquanto o papa proferia estas palavras, São Paulo encontrava-se inundada pela forte chuva! Diante desta verdade, beirando ao negacionismo, vê-se que o papa vive num estado de total autismo. É a ruína definitiva do dogma da infalibilidade papal!".
O grande rabino da França: "Como é que podemos afirmar que existe bom tempo a luz do Holocausto?"
O titular da cadeira de astronomia no Collège de France: "Ao afirmar, sem matizes e sem provas objectivas incontestáveis, que "hoje o dia está bom", o Papa reflete o conhecido desprezo da Igreja pela Ciência, que sempre combateu os seus dogmas. Pode existir algo mais subjectivo e mais relativo que este conceito de "tempo bom"? Sobre que experiências indiscutíveis se apoia? Nem ao menos os meteorologistas e especialistas foram capazes de chegar a um acordo sobre esta matéria na última Conferência Internacional em Caracas. E agora Bento XVI, ex cathedra, pretende definir a questão, que arrogância! Agora vamos ver acender fogueiras para todos aqueles que não aceitam incondicionalmente este novo decreto?"
A Associação das vítimas do aquecimento global: "Como é possível não ver nesta declaração provocadora um insulto a todas as vítimas passadas, presentes e futuras dos caprichos do clima: inundações, maremotos, secas? Esta aceitação do "tempo que faz" mostra claramente a cumplicidade da Igreja com estes fenómenos destrutivos da humanidade, que só pode favorecer os envolvidos no aquecimento global, e que agora podem usufruir do aval do Vaticano."
O representante do conselho das associações de afro-descendentes: "O papa parece esquecer que, embora o dia esteja ensolarado em Roma, uma parte do planeta está mergulhada em trevas. Este é um sinal de desrespeito intolerável para metade não branca da humanidade!"
A Associação feminista Las Lobas: "Porque o Papa disse que está bom (o tempo) quando poderia ter dito está boa(a temperatura)? Novamente o Papa mostra seu apego aos princípios mais retrógrados e arremete contra a legitima causa das mulheres. É patético que em 2009 se mantenha tal posição!"
A liga pelos direitos do homem: "Este tipo de declaração só pode magoar profundamente todos aqueles sobre quem incidir uma realidade diferente daquela do papa. Pensamos em especial nos internados, presos, cujo horizonte é limitado por quatro paredes, e também em todas as vítimas de doenças raras, que podem não perceber por seus sentidos a situação atmosférica. Nestas declarações é visível um desejo de fazer uma discriminação entre o "bom tempo", como deveria ser percebida por todos e todos aqueles que sentem as coisas de maneira diferente. Vamos acionar imediatamente o papa na justiça."
Para quem não entendeu É PIADA.
Uma caricatura da situação vivida nos últimos dias, que seria cómica, não fosse trágica. O texto acima é um rastilho de pólvora na internet nos últimos dois dias, já o encontrei em alemão, francês e espanhol, mas aparentemente a origem é um e-mail para alguém do Le Fórum Catholique.
vi aqui
24 de março de 2009
As "polémicas" afirmações papais ou "A polémica do latex"
Continue a ler o que encontrei num blogue que sigo:
"O Papa está certo", disse "ou para ser mais preciso, as melhores evidências que temos confirmam as palavras do Papa". Ele destaca que "os preservativos têm-se provado ineficientes 'num nível populacional'".
"Existe," acrescenta Green "uma associação consistente demonstrada pelos nossos melhores estudos, incluindo as 'Pesquisas Demográficas de Saúde', financiadas pelos EUA, entre uma maior disponibilidade e uso de preservativos e uma taxa superior (não inferior) de infecção pelo HIV. Isto pode ocorrer devido em parte a um fenómeno conhecido como 'compensação de risco', o que significa que quando se utiliza uma 'tecnologia' de redução de risco, tais como preservativos, algumas vezes perde-se o benefício (redução de risco), por 'compensação', ou seja, por que passam a ocorrer mais oportunidades do que se teria sem a tecnologia de redução de risco".
Green acrescentou: "Também constatamos o que foi afirmado pelo Papa, a 'monogamia' é a única resposta positiva para a AIDS na África, ao contrário da 'abstinência'. A melhor e mais recente evidência empírica mostra que a redução de parceiros sexuais múltiplos e concorrentes é, isoladamente, a mais importante mudança de comportamento que pode ser associada com uma redução na taxa de infecção pelo HIV."
Green dá ainda notícias animadoras, o Papa não está só. "Mais e mais especialistas em AIDS estão aderindo a isto. Os dois países com a pior epidemia de HIV, Suazilândia e Botsuana, ambos lançaram campanhas para desencorajar parceiros múltiplos e concorrentes, e incentivar a fidelidade."
Um livro apresentado no site da sua unidade de pesquisa, em que Green aponta lições da luta contra a AIDS nos países em desenvolvimento, explica:
«As soluções médicas financiadas principalmente por grandes doadores têm tido um impacto pequeno na África, o continente mais duramente atingido pela AIDS. Ao contrário, é uma mudança de comportamento relativamente simples e de baixo custo - acentuando o crescimento da monogamia e o atraso da iniciação sexual entre os jovens - que têm resultado nos maiores avanços na luta contra a AIDS e na redução de sua extensão.»
11 de fevereiro de 2009
Bento XVI revela vontade de visitar Portugal

Bento XVI espera vir a Portugal proximamente. O próprio Papa comunicou-o ao actual Núncio Apostólico em Portugal, na audiência que lhe concedeu antes de chegar a Lisboa, há pouco mais de um mês. "Eu fui recebido pelo Santo Padre antes de vir para Portugal e ele disse-me: espero poder ir a Portugal num futuro próximo". Sem datas marcadas, Bento XVI quer estar na "terra de Santa Maria", "num futuro não remoto". "Há um desejo firme, um propósito mesmo do Santo Padre", garante D. Rino Passigato, numa entrevista, a primeira desde que chegou a Portugal, um país que acolheu o Núncio Apostólico "com grande carinho". "E têm todo o carinho do Núncio", expressou num português "elementar", porque é o primeiro país de expressão portuguesa onde está em missão diplomática. Concordata D. Rino Passigato chega a Portugal num momento em que as relações Igreja-Estado estão fortemente marcadas pelo processo de regulamentação da Concordata. Assinada em 2004, ela "foi um ponto de chegada, muito importante, de acordo". Para o Núncio Apostólico, "essa vontade de acordo existe ainda" e preside ao trabalho de traduzir em leis e decretos-lei os termos da Concordata. "Há a comissão [paritária] e esperamos todos que o trabalho se faça seriamente. E sei que todas as pessoas comprometidas têm a melhor vontade para fazer bom o trabalho", garantiu D. Rino Passigato, referindo também que "o tempo para fazer bem as coisas é necessário, é preciso um certo tempo!". Conhecedor de aspectos circunstanciais que motivaram atrasos neste processo, como a mudança de membros da Comissão Paritária, refere que "todas as pessoas que trabalham, da parte do governo e da parte da Igreja estão comprometidos e querem avançar bem e chegar a uma solução". Para o Núncio Apostólico em Portugal, interessa valorizar a presença dos católicos na sociedade, mais do que permanecer ligado a enquadramentos legais - ou à falta deles - da presença eclesial em diferentes contextos da sociedade. "Os católicos em Portugal representam, de um ponto de vista sociológico, 80, 85% da população. É uma realidade, que tem de ser expressa em todas as circunstâncias, em todas as situações: nas escolas, nos hospitais, nas cadeias, no exército, etc... É uma realidade!" Relações Igreja-Estado "Boas, muito boas" - é assim que o Núncio Apostólico avalia as relações entre os dois Estados: Portugal e o Vaticano. "Ainda não trabalhei muito nesse terreno, mas sei que são relações muito cordiais". D. Rino Passigato recordou a visita do Presidente da República ao Vaticano, sobre a qual falou com Cavaco Silva quando apresentou as Cartas Credenciais (a 8 de Janeiro). "Pude dar-me conta que o Senhor Presidente ficou com a impressão que o Santo Padre está muito interessado e informado sobre a situação em Portugal e segue-a com mutio interesse", recordou. "As relações entre a Igreja, o Vaticano, e Portugal, neste momento são boas, muito boas", sublinhou. Na Terra de Santa Maria Conhecedor da história "muito rica, muito importante" da Igreja Católica em Portugal, Rino Passigato evoca também a "língua tão maravilhosa". "A língua de Camões, de Pessoa e muitos escritores e literatos", em que agora se começa a exprimir. Refere igualmente a marca mariana da fé dos portugueses, típica "característica da fé católica", que ajuda quando amadurecida e responsável. "Temos uma promessa, de Nossa Senhora, em Fátima, que assegura que o seu coração vai triunfar e que Portugal ficará católico, crente, cristão". "Os cristãos em Portugal, se mantiverem firme o amor a Nossa Senhora, creio que vão manter também viva a sua fé, que nos leva directamente a Jesus. Maria não quer uma devoção a ela mesma, para ser o fim dessa devoção. Ela é a Mãe do Salvador e nos conduz a Jesus, o único salvador do homem", referiu. |
9 de outubro de 2008
Papa quer Igreja ao lado dos imigrantes
O Vaticano publicou esta Quarta-feira a mensagem de Bento XVI para o 95.° Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, que será celebrado a 18 de Janeiro de 2009, em volta da figura do Apóstolo Paulo.
No texto, o Papa desafia as comunidades católicas a “viver em plenitude o amor fraterno sem quaisquer distinções e sem discriminações, na convicção de que o nosso próximo é quem quer que tenha necessidade de nós e quem nós possamos ajudar”.
“Como podemos deixar de ser responsáveis por quantos, em particular entre refugiados e deslocados, se encontram em condições difíceis e incómodas? Como deixar de ir ao encontro das necessidades de quem é de facto mais fraco e indefeso, marcado pela precariedade e a insegurança, marginalizado, muitas vezes excluído da sociedade?”, questiona.
Para Bento XVI, estas populações merecem “atenção prioritária”.
A mensagem tem como tema «São Paulo migrante, ‘Apóstolo dos gentios’» e inspira-se na celebração do Ano Paulino. A pregação e a obra de mediação entre as diversas culturas e o Evangelho, realizadas por Paulo, “migrante por vocação”, constituem para o Papa um ponto de referência significativo também para todos os que se encontram empenhados no movimento migratório contemporâneo.
“De perseguidor dos cristãos, - destaca o Papa – (Paulo) transformou-se em apóstolo de Cristo. A sua vida e a sua pregação foram inteiramente orientadas para fazer com que todos conhecessem e amassem Jesus, porque nele todos os povos são chamados a tornar-se um só povo”.
Na era da globalização, esta é “a missão da Igreja e de todos os baptizados”, particularmente no “diversificado universo dos migrantes – estudantes fora da própria sede, imigrados, refugiados, prófugos e deslocados – incluindo aqueles que são vítimas das escravidões modernas, como por exemplo o tráfico dos seres humanos”.
Bento XVI faz votos de que cada comunidade cristã possa nutrir o mesmo “fervor apostólico” de São Paulo: “O seu exemplo seja também para nós estímulo, para nos fazermos solidários com estes nossos irmãos e irmãs, e para promovermos, em todas as partes do mundo e com todos os meios, a convivência pacífica entre diferentes etnias, culturas e religiões”.
“Deve propor-se a mensagem da salvação com a mesma atitude do Apóstolo das nações, tendo em consideração as diversas situações sociais e culturais, e das particulares dificuldades de cada um em consequência da condição de migrante e de itinerante”, afirma.
Para o Papa, “quanto mais unida a comunidade estiver a Cristo, tanto mais se tornará solícita em relação ao próximo, evitando o prejuízo, o desprezo e o escândalo, e abrindo-se ao acolhimento recíproco”.
“O ensinamento e o exemplo de São Paulo, humilde, grande Apóstolo e migrante, evangelizador de povos e culturas, nos leve a compreender que o exercício da caridade constitui o cume e a síntese de toda a vida cristã”, escreve.
Bento XVI conclui pedindo a protecção divina sobre quantos estão comprometidos em ajudar os migrantes.
ver www.agencia.ecclesia.pt
[A propósito da solenidade de Cristo Rei]
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